A Segunda Fase do Modernismo Brasileiro, também conhecida como Poesia de 30, corresponde ao período de amadurecimento e consolidação das conquistas estéticas da fase anterior (a Geração de 22).
Enquanto a Primeira Fase (1922-1930) foi marcada pelo caráter destruidor, irreverente e heroico, buscando a ruptura total com o passado e os cânones acadêmicos, a Segunda Fase (1930-1945) é vista como um momento de maturação e equilíbrio. Os autores que surgiram ou se consolidaram neste período não carregavam mais o impulso destruidor, mas sim o desejo de aprofundar a revolução na linguagem e, sobretudo, engajar a literatura em questões mais profundas da realidade social e existencial.
O marco inicial desta fase na poesia é a publicação de Alguma Poesia (1930), de Carlos Drummond de Andrade.
Para a crítica especializada, o período de 1930 marca uma transição fundamental no Modernismo: a passagem do "projeto estético" (ênfase na experimentação e ruptura da linguagem) para o "projeto ideológico" (ênfase na função da literatura, no papel do escritor e na ligação da arte com a ideologia).
Fase Heroica (1920s): Predominância do projeto estético. A discussão principal era sobre a linguagem nova.
Fase de Consolidação (1930s): Predominância do projeto ideológico. A discussão passa a ser a função social e política da literatura e a necessidade de conhecimento do país.
Essa mudança de ênfase é crucial, pois levou a uma pluralidade temática, com a literatura se voltando para os problemas sociais (denúncia, romance regionalista) e, ao mesmo tempo, para a reflexão espiritualista e metafísica.
A poesia de 30 adota a liberdade formal conquistada na primeira fase (verso livre, ausência de métrica e rima fixas), mas o faz com maior sobriedade e equilíbrio. A busca incessante por uma expressão nova (o projeto estético) foi, em grande parte, absorvida e "rotinizada", permitindo aos autores focar na profundidade do conteúdo.
A temática dessa fase é universal. Os poetas, como Drummond e Murilo Mendes, se voltam para as questões universais do homem, buscando a complexidade do indivíduo, analisando seus conflitos, sentimentos e emoções. As temáticas favoritas eram as existenciais, muitas vezes marcadas por melancolia, solidão e pessimismo.
A Geração de 30 é notória por sua pluralidade temática, que abrange:
Questões Sociais e Políticas: O Modernismo de 30, influenciado pela efervescência política mundial (fascismo, comunismo) e nacional (Revolução de 30), aborda intensamente as questões sociais vigentes. Drummond, por exemplo, tratou dos aspectos da sociedade capitalista, e Vinícius de Moraes, em sua obra, também demonstrou preocupação social. O romance de denúncia e a poesia militante e de combate surgem como formas de reformar ou revolucionar a realidade.
Confronto Espiritual e Misticismo (A Reação): Em contraste com o materialismo e o otimismo da fase anterior, muitos autores buscaram um sentido místico e religioso para a existência. Cecília Meireles e Murilo Mendes, por exemplo, se voltaram para uma poesia mais espiritualista, religiosa e mística. Essa vertente muitas vezes era conservadora ou de direita ideologicamente.
O Regionalismo: Embora mais forte na prosa (o romance regionalista), a poesia também absorve o tema nacional. Jorge de Lima, por exemplo, retratou a causa negra e o regionalismo.
Os principais poetas desta fase são: Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Murilo Mendes e Jorge de Lima.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) foi o precursor da poesia de 30, iniciando com Alguma Poesia (1930). Sua poesia se caracteriza por uma profunda dialética entre o eu e o mundo.
Tema Central | Características e Análise (SEO: Drummond, Eu x Mundo) | Citações Chave (Conteúdo Essencial) |
Eu e o Mundo (Alteridade) | Em Sentimento do Mundo (1940), há um olhar especial para os acontecimentos externos, mas sempre com um retorno ao eu. O eu aparece menor do que o mundo, reconhecendo o pertencimento ao coletivo, mas sofrendo com a solidão do poeta. | Antônio Candido assinalou que Drummond trouxe uma poesia participante onde a adesão ao socialismo e a negação do capitalismo ocorriam em chave de lirismo. |
Crítica Social e Política | Drummond aborda a sociedade capitalista, a militarização e o medo da época. Utiliza a dicotomia Rio de Janeiro (metrópole/cidade) vs. Itabira (província/origens). O poema O Edifício critica a diferença de classes e a organização social. | Seus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança. |
Fazer Poético e Estilo | Seu estilo é marcado pela melancolia, ironia e questionamento filosófico/existencial. A poesia tem um alto teor lírico e político. Mário de Andrade considerava Sentimento do Mundo a obra mais profunda da época. | O problema da contradição entre o intelectual que sou e o comunista que sou me escacha (Mário de Andrade sobre o dilema da época, que Drummond também vivia). |
Cecília Meireles (1901-1964) é um ponto de exceção na historiografia e, por isso, altamente cobrada em exames, dada a complexidade de sua classificação.
Tema Central | Características e Análise (SEO: Cecília Meireles, Simbolismo, Universalismo) | Conteúdo Essencial para Concursos (O "Não-Lugar" Modernista) |
Estilo e Temática | Sua poesia se distingue pela temática intimista e pela modulação de metros breves e tradicionais. Ela buscou o confronto espiritual e o sentido místico para a existência, voltando-se para uma poesia espiritualista e universalista. Seu estilo é marcado pela sugestão, indeterminação semântica e musicalidade. | Críticos como Carpeaux consideram sua poesia "intemporal" e difícil de enquadrar na evolução histórica da poesia brasileira, pois não é parnasiana nem pertence ao ciclo da revolução modernista. |
Relação com o Modernismo (O Dilema) | A lírica de Cecília possui forte influência simbolista, buscando o "espírito, a irradiação, a essência misteriosa". Ela se associou ao grupo da revista Festa (1927-1935), de viés espiritualista e hegemonicamente católico, que propunha renovar sem romper com o passado. | O projeto modernista valorizava a afirmação do nacional e a ruptura violenta com a tradição. A poesia ceciliana, focada no subjetivismo, espiritualismo e universalismo, não se encaixava nesses princípios. Mário de Andrade reconheceu nela uma "firme resistência a qualquer adesão passiva". |
Modernidade de Cecília (Definição) | Sua modernidade reside em seu ecletismo sábio e na mistura de tradição e mudança, incorporando o passado e o renovando, assimilando influências desde o gongorismo e o simbolismo até os surrealistas (como Max Jacob e André Breton). Ela via a poesia moderna como o ponto culminante de um "movimento ascensional, da matéria ao espírito". | Cecília não rompe com o passado, mas o incorpora e renova. O espiritualismo de sua lírica é uma "contemplação afetuosa e participante" da humanidade, não voltada para a salvação religiosa dogmática. |
Vinícius de Moraes (1913-1980) é um nome crucial não só na literatura, mas também na música popular brasileira. Sua obra literária é frequentemente dividida em duas fases distintas, marcando uma transição que o tornou um "elemento agregador da cultura".
Fase da Poesia (Literatura) | Características Chave (SEO: Vinícius, Misticismo, Transição) | Obra e Temas Relevantes |
1ª Fase (Metafísica/Mística: 1933-1943) | Íntima ligação com características simbolistas e temas religiosos. Forte influência do catolicismo e do grupo de "reação católica" da revista A Ordem. Predomínio de versos longos e prolixos (verset claudeliano), com foco na angústia, no conflito entre o carnal e o espiritual. | Caminho para a Distância (1933), Forma e Exegese (1935), Ariana, a Mulher (1936). O poema Operário em Construção trata de preocupação social, mas temas como a morte, a solidão e o pecado são recorrentes. |
Transição (1943) | O livro Cinco Elegias (1943) é considerado o marco intermediário. O poeta busca uma escrita mais simples, contida e essencial, libertando-se dos preconceitos e do estilo prolixo. É o início da poesia social (cotidiana e humana). | Cinco Elegias. |
2ª Fase (Cotidiana/Popular: Pós-1945) | Foco em aspectos do cotidiano e, principalmente, no Amor e na Mulher. A poesia se torna menos intelectualizada e mais "mundana", com uma linguagem coloquial e objetiva. Consolida-se como poeta da música popular (Bossa Nova). | Poemas, Sonetos e Baladas (1946). A transição para a música popular (com Orfeu da Conceição em 1956) marcou sua obra. |
Vinícius de Moraes definia-se como "poeta e diplomata". Sua poesia posterior encontrou no bar um ambiente de produção, onde as ideias se aprimoravam a partir da "arte do encontro". Sua obra musical é marcada pela economia vocabular e pelo tom coloquial, buscando ser uma forma mais comunicativa e simples de transmitir sua poesia ao público.
Murilo Mendes (1901-1975) é outro nome importante da Poesia de 30.
Temática e Estilo: Murilo Mendes se voltou para os aspectos da sociedade capitalista e para as questões universais do homem, mas também apresenta fortes marcas religiosas e místicas.
Influências: Sua obra carrega marcas surrealistas, além de uma perspectiva irônica típica da primeira geração modernista. Ele buscou explicações para os acontecimentos contemporâneos e expressou questionamentos existenciais e sociais.
Contraste: Ele e Carlos Drummond de Andrade, que estrearam juntos em livro em 1930, voltaram-se mais para aspectos sociais e universais, embora Murilo também tivesse aspectos religiosos.
O conceito mais sofisticado para entender a 2ª Fase do Modernismo é a tensão dialética entre o projeto estético (a revolução na linguagem) e o projeto ideológico (a necessidade de participação social e política).
A vitória da vanguarda (Projeto Estético) levou, paradoxalmente, à sua diluição. Com o Modernismo aceito, suas proposições de linguagem foram "rotinizadas" e atenuadas, perdendo a contundência radical de obras como Macunaíma.
O Projeto Ideológico — imposto pela luta política da década de 30 — interferiu e, por vezes, determinou o Projeto Estético:
Na Poesia (Reação Direitista): Houve uma reação de fundo "direitista" (espiritualista, católica). Essa corrente, exemplificada por poetas como Schmidt (e, inicialmente, Vinícius), tendeu a incorporar o verso livre e a inspiração solta (elementos exteriores do Modernismo), mas esquecendo o coloquialismo, a condensação e o humor (elementos contundentes da vanguarda). Isso resultou em uma eloquência inflada e superficial.
Na Prosa (Neo-Naturalismo): O romance social (regionalista, de denúncia) incorporou elementos modernistas (linguagem despida, coloquial). Contudo, frequentemente mantinha um arcabouço neo-naturalista, priorizando o registro e o protesto social (Projeto Ideológico) em detrimento da experimentação estética (Projeto Estético).
A essência do problema, como analisado pela crítica, era que, ao conferir um predomínio excessivo ao projeto ideológico (seja ele de esquerda ou de direita), o movimento tendeu a oblitar o projeto estético, resultando em menor sensibilidade estilística e inovação formal.
Mário de Andrade (líder da 1ª Fase, mas atuante na 2ª) vivenciou o dilaceramento entre o artista (consciência da linguagem) e o intelectual engajado (necessidade de participação social) de forma dramática.
Mário de Andrade via a linguagem artística sob três aspectos:
Estético: A obra como forma e fatura.
Psicológico (Lirismo): A obra como expressão da vida psíquica individual e inspiração.
Sociológico (Participação): A obra como função socializadora e instrumento de participação.
O conflito principal era a dificuldade de conciliar a expressão poética (essencialmente individual e livre) com o proselitismo político (que exigia precisão e consciência). Essa tensão o levou a produzir textos críticos que debatem o dilema, buscando uma "técnica pessoal" que conciliasse o experimentalismo da vanguarda com um fundo ético incorruptível. Sua obra O Carro da Miséria, por exemplo, é vista como um exemplo onde a forma se despedaça para se engajar, com o projeto ideológico encontrando seu caminho no interior do projeto estético.
A principal diferença reside no foco e na atitude:
1ª Fase (1922-1930): Foco na destruição dos valores tradicionais (Projeto Estético). Marcas de irreverência, humor intenso e energia.
2ª Fase (1930-1945): Foco na consolidação e amadurecimento. Predominância do Projeto Ideológico (questões sociais, existenciais, religiosas) com maior sobriedade e equilíbrio.
É chamada de Fase de Consolidação ou Amadurecimento porque as propostas estéticas e linguísticas da Geração de 22 já estavam estabelecidas e aceitas. Os novos autores (e os da primeira fase, que continuaram escrevendo) puderam concentrar-se na produção de obras de maior profundidade e com temáticas universais, sociais e existenciais.
Não. A 2ª Fase manteve a liberdade formal conquistada na primeira fase (o uso de versos livres ou brancos). No entanto, autores em reação ao Modernismo, como a corrente espiritualista, utilizaram versos longos e prolixos (como o verset claudeliano, notável na 1ª fase de Vinícius de Moraes), buscando um retorno a formas mais solenes e menos experimentais. Cecília Meireles, por exemplo, utilizou metros breves mais tradicionais.
É a tendência em que poetas buscam um confronto espiritual, religioso ou místico para a existência. Autores como Cecília Meireles, Murilo Mendes e, inicialmente, Vinícius de Moraes se enquadram nesta vertente, frequentemente ligada a grupos ideologicamente conservadores ou católicos que reagiam ao materialismo do mundo moderno. Vinícius, em sua 1ª fase, explorou o conflito entre o carnal e o espiritual.
Sentimento do Mundo (1940) é um livro fundamental pois exemplifica a ampliação temática desta fase. O título reflete o novo foco: o poeta, em vez de focar apenas em seu "eu", volta-se para os acontecimentos externos e os conflitos sociais, demonstrando a transição do lirismo individualista para a poesia participante.
A primeira fase de Vinícius de Moraes é profundamente ligada ao Simbolismo. Sua poética inicial (1930s) é marcada pelo misticismo, religiosidade e a dualidade corpo/espírito, aproximando-se da temática simbolista e da estética do grupo católico. Contudo, ele é geralmente classificado como poeta da 2ª Fase do Modernismo, sendo a sua primeira fase vista como transcendental e mística, em contraste com sua fase posterior, mais cotidiana e popular.
Cecília é uma exceção porque sua lírica (universalista, espiritualista, subjetiva e com resgate de formas tradicionais) não se enquadrava nos princípios ideológicos hegemônicos do Modernismo de 22, que valorizava a ruptura total e o projeto de identidade nacional. Ela manteve uma autonomia estilística, mas é inegavelmente uma figura da poesia moderna. A dificuldade de enquadrá-la reside no fato de sua obra transcender as classificações rígidas, buscando o universal através do simbolismo renovado.
A Poesia da 2ª Fase do Modernismo Brasileiro não se define apenas como um período cronológico de "amadurecimento", mas sim como um campo de intensa tensão dialética que alterou fundamentalmente o rumo da literatura nacional.
O ponto central desta fase, conforme analisado pela crítica, foi a passagem do "projeto estético" para o "projeto ideológico".
Na Fase Heroica (1920-1930), a ênfase principal recaiu sobre o projeto estético (a ruptura e a modificação da linguagem). No entanto, após a Revolução de 1930, o cenário político mundial (fascismo, comunismo) e nacional (Revolução de 30) impulsionou o projeto ideológico (a função da literatura e o papel do escritor na sociedade) para o primeiro plano das discussões.
Essa distinção não define momentos estanques, mas sim fases de predomínio, pois o estético e o ideológico combinam-se e estão "intimamente conjugados", mas frequentemente em "forte tensão". O ataque às formas de dizer ("projeto estético") identificava-se ao ataque às formas de ver ("projeto ideológico") de uma época.
A crise surgiu porque, ao ser pressionada pela problemática política e social, a consciência estética dos anos 1920 cedeu lugar à consciência ideológica. Essa pressão resultou em:
Diluição Estética: A aceitação e "rotinização" das inovações linguísticas da vanguarda (verso livre, coloquialismo) levaram a um início de diluição da estética modernista.
Eloquência Superficial (Reação da Direita): A corrente espiritualista e conservadora (como no caso de Vinícius de Moraes em sua primeira fase ou em Murilo Mendes, ou críticos como Tristão de Athayde) frequentemente insistia em temas "essenciais e elevados". Isso resultou, em alguns casos, em "eloquência inflada e superficial", onde o projeto ideológico (católico, tradicionalista, contra a revolução) subordinou e, por vezes, deformou o julgamento literário.
Realismo Desguarnecido (Tendência da Esquerda): Na prosa e na poesia de cunho social, a prioridade ao registro e ao protesto social (projeto ideológico) muitas vezes levou a um "neo-naturalismo" que negligenciava a intensa experimentação estética da vanguarda.
Nenhum intelectual vivenciou essa tensão de forma tão "dramática" quanto Mário de Andrade. Ele lutou incansavelmente para conciliar as três naturezas da obra de arte: como fato estético (linguagem e forma), como fato psíquico (lirismo individual) e como fato social (participação).
Mário de Andrade demonstrou que a "boa" crítica é aquela que mais se aproxima da "consciência da linguagem" e que melhor percebe a literatura enquanto literatura. Seu esforço era conciliar o experimentalismo da vanguarda ("projeto estético") com a necessidade de participação social ("projeto ideológico"). Mesmo quando se sentia "dilacerado" entre ser "intelectual" e ser "comunista", sua "consciência básica da linguagem" o impedia de cair nas simplificações didáticas e nos "pragmatismos" políticos que sacrificavam a arte.
Apesar das tensões e da diluição da vanguarda, a 2ª Fase do Modernismo alcançou a maturidade por meio da Pluralidade Temática e do Universalismo.
Temas Existenciais e Sociais: Poetas como Carlos Drummond de Andrade se voltaram para as questões universais do homem, analisando seus conflitos e emoções, sem negligenciar as questões sociais vigentes. Sua obra Sentimento do Mundo (1940) é um marco dessa adesão do eu lírico aos problemas de seu tempo (Nazismo, ditadura Vargas). O eu poético se manifesta como "preso à vida" e considerando a "enorme realidade" do presente, recusando-se a ser apenas o poeta de um "mundo caduco".
O "Fora da Caixa" (Exceções): Figuras como Cecília Meireles desafiam a própria classificação modernista. Sua poesia, de forte herança simbolista, misticismo e foco no subjetivismo/universalismo, é vista como um "não-lugar" dentro do projeto modernista hegemônico. Sua modernidade reside no "ecletismo sábio" e na renovação da tradição, provando que a poesia moderna no Brasil se desenvolveu, também, fora da "caixa" do projeto vanguardista inicial.
Em última análise, a Poesia de 30 representa o momento em que os modernistas tentaram resolver o dilema insolúvel da literatura em países subdesenvolvidos: como inovar formalmente para refletir a modernidade global sem se afastar do grande público, cumprindo uma função social essencial. A fase de consolidação não foi um final harmonioso, mas sim o estabelecimento de uma contradição fecunda que marcou toda a produção poética subsequente.