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23/09/2025 • 14 min de leitura
Atualizado em 23/09/2025

A Representação da Mulher na Literatura

A Luta pela Visibilidade no Universo Literário

A representação da mulher na literatura, seja como personagem ou como autora, é um tema de extrema relevância acadêmica e social, frequentemente exigido em provas e concursos públicos. Este campo de estudo analisa como o gênero feminino foi retratado ao longo da história literária, majoritariamente dominada pela perspectiva patriarcal.

A partir da Crítica Literária Feminista, que se baseia na teoria feminista, buscamos entender as formas pelas quais a literatura historicamente consolidou a narrativa da dominação masculina.


1. Fundamentos da Crítica Literária Feminista

A Crítica Literária Feminista é a vertente teórica que aplica os princípios do feminismo para analisar a linguagem e o contexto da literatura.

1.1. Definição e Escopo

A crítica feminista busca analisar e descrever as maneiras pelas quais os textos literários incorporam fatores econômicos, sociais, políticos e psicológicos que perpetuam a dominação masculina. Historicamente, até a década de 1970 (durante a primeira e segunda ondas do feminismo), ela se concentrava em duas áreas principais:

  1. A exclusão das mulheres do cânone literário e a questão da autoria.

  2. A representação da condição das mulheres e das personagens femininas fictícias na literatura.

Trabalhos mais modernos estendem o foco para as estruturas patriarcais enraizadas em aspectos da sociedade, como educação, política e trabalho. O objetivo final é descobrir e expor tensões patriarcais subjacentes em obras literárias e tornar a literatura mais acessível a um público abrangente.

1.2. Fases da Crítica Feminista (Ondas)

O desenvolvimento do feminismo impulsionou o processo histórico-literário da escrita feminina, sendo útil a divisão em "ondas" para concursos que exigem contextualização histórica:

  • Primeira Onda (Século XIX e início do XX): Foco na destruição da supremacia masculina, especialmente no Reino Unido e nos Estados Unidos.

  • Segunda Onda (Década de 1960 em diante): Continua a luta por direitos igualitários e o fim da discriminação. É neste período que a crítica literária feminista moderna ganha raízes, questionando a literatura centrada na visão de mundo masculina que retratava mulheres sob modelos de humilhação e opressão. Autoras como Mary Ellman, Kate Millett e Germaine Greer desafiaram concepções do feminino na academia.

  • Terceira Onda (Década de 1990 em diante): Surge para corrigir as limitações das ondas anteriores, que focavam predominantemente em mulheres brancas de classes média/alta. Busca-se a inclusão de diferentes categorias de identidade, como raça, classe e orientação sexual (Interseccionalidade).


2. Obras Fundamentais e Conceitos Teóricos

Certos textos são pilares indispensáveis para entender a luta feminina no campo literário, sendo de leitura obrigatória para aprofundamento.

2.1. Virginia Woolf e a Necessidade de Independência

A escritora inglesa Virginia Woolf é uma referência fundamental, e seu ensaio Um teto todo seu (1929) é considerado uma pedra angular da crítica literária feminista.

Dúvida Comum 1: Qual é a tese central de Um teto todo seu?

A tese central de Woolf é que "a mulher precisa ter dinheiro e um teto todo dela se pretende mesmo escrever ficção". O ensaio articula a importância da independência financeira para a liberdade e a escrita. A obra revela a invisibilidade da mulher no universo intelectual até tempos muito recentes e analisa a função da escrita no contexto da opressão feminina.

Exceção e Perspectivas de Woolf:

Woolf argumenta que, mesmo reunindo talento e condições para escrever, as mulheres nem sempre teriam leitores. Ela arrisca declarar que “‘Anônimo’, que escreveu tantos poemas sem cantá-los, com frequência era uma mulher”. O anonimato era, ironicamente, uma estratégia de visibilidade, pois um desconhecido teria mais chance de ser lido do que uma mulher.

Além disso, Woolf defendia a diversidade na representação e na vida: "Seria mil vezes uma pena se as mulheres escrevessem como os homens, ou vivessem como eles, ou se parecessem com eles, pois se dois sexos é bastante inadequado, considerando a vastidão e a variedade do mundo, como faríamos com apenas um”.

2.2. Simone de Beauvoir e a Construção do Gênero

A filósofa e teórica social francesa Simone de Beauvoir deixou um legado atemporal, sendo seu livro O Segundo Sexo uma "Bíblia do Feminismo".

Dúvida Comum 2: O que significa "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher"?

Esta é a citação mais famosa de Beauvoir. Ela expressa a visão básica do feminismo: a desnaturalização do ser mulher. Beauvoir discute em que ponto e sob que circunstâncias o sujeito feminino alcança a autonomia, indo além do ideal de posses proposto por Woolf.

Conceitos de Beauvoir Prioritários:

  • Imanência vs. Transcendência: Beauvoir explica o dilema existencial feminino usando a Filosofia. A imanência da mulher é a vocação de agradar e ser definida por expectativas e clichês. A transcendência, a vocação do homem (e do sujeito livre), reside em projetos concretos (casas que constrói, doenças que cura). A mulher, para transcender e justificar sua existência, precisa lutar contra a imanência esperada.

  • Oportunidade vs. Felicidade vs. Liberdade: Beauvoir desafia a ideia de que felicidade (como a da mulher do harém ou da dona de casa) é superior à liberdade, uma vez que a liberdade é a substância do ser.


3. A Estereotipia e a Ruptura

A tradição literária, sob influência da cultura patriarcal, perpetuou a repetição de estereótipos femininos, culminando na homogeneização da experiência da mulher.

3.1. Os Três Estereótipos Patriarcais Clássicos

Para a Crítica Feminista, os modelos repetitivos (estereótipos) são conceitos convencionais, simplificados e carentes de individualidade. Zolin (2009) destaca três principais estereótipos recorrentes nas obras literárias:

Estereótipo

Características (Exemplos de Ellmann)

Conotação

Exemplo em Orgulho e Preconceito

1. Mulher/Anjo e/ou Indefesa/Incapaz

Informidade, passividade, recato, piedade, espiritualidade, aceitação.

Positiva (único modelo ideal).

Jane Bennet: Piedosa e capaz de sacrifício pelos outros, cuidando da casa para não incomodar as irmãs.

2. Mulher Sedutora/Perigosa/Imoral

Instabilidade, materialidade, irracionalidade.

Negativa.

Lydia Bennet: Caracterizada pela constante agitação, busca por riqueza/casamento (materialidade) e comportamento imprudente/irracional (fuga com Wickham).

3. Mulher como Bruxa ou Megera

Ser bruxa ou ser megera. Orgulho e crueldade de modos.

Negativa.

Lady Catherine de Bourgh: Imperativa, orgulhosa e indelicada, exigindo que tudo seja feito à sua maneira e desconsiderando classes sociais mais baixas.

Qualquer personagem que fugisse ao modelo de "mulher anjo" recebia uma conotação negativa ou de rejeição.

3.2. Estratégias de Ruptura e a Heroína Insubordinada

Escritoras procuraram apresentar representações femininas alternativas para escapar às convenções patriarcais. Estratégias incluem:

  1. O "Heroinismo": Uma forma de feminismo literário que apresenta a heroína intelectual, apaixonada, viajante ou pesquisadora.

  2. Representação Positiva de Personagens Fortes: Mulheres independentes dos protagonistas masculinos.

  3. Focalização em Áreas Exclusivamente Femininas: Experiências de nascimento, estupro ou ser ignorada pelos homens.

Estudo de Caso Prioritário: Elizabeth Bennet em Orgulho e Preconceito

Jane Austen usa Elizabeth Bennet como um modelo de ruptura. Ela foge dos padrões de sua sociedade, que giravam em torno de obter um casamento.

  • Insubordinação e Independência: Elizabeth recusa duas propostas de casamento (Sr. Collins e Darcy), demonstrando uma independência que, em outras personagens, acarretaria conotação negativa.

  • Intelectualidade: Ela defende-se das investidas de Darcy usando sua alta intelectualidade.

  • Heroinismo: É inteligente, viaja, descobre, aprende e se apaixona, não estando limitada a um ambiente ou dependente dos outros.

  • Conformismo Subversivo: Seu eventual casamento com Darcy é por amor e felicidade, e não por conforto material, subvertendo o padrão patriarcal imposto. Elizabeth é uma heroína que rompe com os padrões sem que o leitor a rejeite.


4. O Problema da Voz: Capitu e o Discurso Falocêntrico (Dom Casmurro)

O clássico de Machado de Assis, Dom Casmurro, é um estudo de caso fundamental em concursos sobre representação feminina, pois expõe o desafio da voz da mulher em uma sociedade patriarcal.

4.1. A Construção de Capitu pelo Narrador

A personagem Capitu é vista exclusivamente através do olhar do narrador-personagem, Bento Santiago, que é intencionalmente interessado na construção de uma certa imagem dela. Bento utiliza um discurso patriarcal e falocêntrico, próprio de sua época (Século XIX), que via a mulher como um ser submisso e sem direito à distinção intelectual no mundo dos homens.

Capitu era descrita com grandes atributos: bela, astuta, sagaz, inteligente e com capacidade de pensar rápido, sobressaindo-se em situações complicadas. Bentinho transforma essa inteligência em algo perigoso: "fingimento", "manipulação" e "astúcia" ultra-sutil.

O narrador, por sua vez, é caracterizado como alguém com imaginação fértil, ciúme doentio, e que confessa ter memória fraca, o que sugere a possibilidade de que os fatos narrados sejam "engendrados através de esquecimentos ou de falsas lembranças". Sua mãe, Dona Glória, é descrita como uma "santa", em contraste com a imagem de "monstro" que ele projeta em Capitu, inserindo-se no modelo polarizado da primeira fase da crítica feminista: mulher como anjo ou monstro.

4.2. O Silêncio de Capitu (Análise Crítica)

Capitu é a personagem feminina que não tem de fato uma voz na narrativa. Seu silêncio é uma das questões mais discutidas:

  • A Visão de Bentinho: Para o marido ciumento, o silêncio da esposa diante das acusações de traição serviu como uma confissão de culpa.

  • A Crítica Feminista (Hellen Caldwell): Caldwell afirma que a narrativa de Bentinho é uma "grande defesa em causa própria". O silêncio da mulher no século XIX, submetida à tutela do pai ou do marido, era uma forma submissa de evitar o confronto e preservar a integridade moral.

  • O Silêncio como Denúncia: Capitu, privada de defesa pelo seu acusador, prefere silenciar para manter sua dignidade ferida. Seu isolamento (exílio na Suíça e morte) simboliza a manutenção da ordem patriarcal que não suporta a mulher que se destaca. O silêncio de Capitu, portanto, é a única possibilidade que o narrador lhe concede, garantindo a Bentinho ser o "senhor soberano de sua narrativa".


5. A Escrita Feminina na Pós-Modernidade: Temas e Transgressões

A partir dos anos 1960, a mulher se tornou objeto de estudo em diversas áreas, impulsionando a Crítica Feminista. A produção literária de autoria feminina surge com a missão de "contaminar" os esquemas representacionais ocidentais construídos em torno do sujeito masculino (homem, branco, bem situado socialmente) com outras perspectivas.

5.1. A Desromantização da Maternidade no Brasil

A literatura brasileira contemporânea, escrita por mulheres, pensa e contesta as "amarras e as máscaras imputadas às mães". Há uma ruptura na representação romantizada da maternidade, onde as personagens mães são escritas em sua subjetividade, compostas por imperfeição, dor, amor, falha e medo—sendo, de fato, humanizadas.

Exemplos de Desconstrução da Maternidade:

  • Carolina Maria de Jesus (Casa de Alvenaria): Retratou as dificuldades de conciliar a carreira de escritora com o cuidado da casa e dos três filhos, descrevendo momentos de estresse e a insatisfação com a "reinação" dos filhos.

  • Mãe o cacete (Ivana Arruda Leite): Desconstrói a figura materna idealizada, com a protagonista relatando lembranças ruins da mãe, que batia, dava beliscões e não demonstrava afeto. Essa narrativa rompe com o moralismo social ao apresentar a mulher como sujeito da enunciação.

  • Outras Obras Analisadas: Uma Duas (Eliane Brum), A morte de Paula D. (Brisa Paim), O peso do pássaro morto (Aline Bei), Quarenta dias (Maria Valéria Rezende), A vida invisível (Eurídice Gusmão) e A Chave de Casa (Tatiana Salem Levy).

5.2. Ousadia e Sexualidade: Hilda Hilst

Hilda Hilst (pertencente à Geração de 45/terceira geração modernista) é uma das principais escritoras brasileiras, conhecida por sua personalidade forte, intensa e transgressora.

Dúvida Comum 3: Por que Hilda Hilst abordou a pornografia?

Hilst era uma mulher à frente de seu tempo, usando uma linguagem petulante. Na tentativa de ganhar reconhecimento e protestar, ela assumiu um estilo de escrita mais ousado e intenso, deslocando-se para uma linguagem mais erótica e, por vezes, pornográfica, como em O caderno rosa, de Lori Lamby e Contos d´escárnio.

Em A Obscena Senhora D (1982), a personagem Hillé vive o luto pela perda do companheiro Ehud, questionando sua existência, a velhice e a solidão.

  • A "Obscenidade" e a Transgressão: A escrita de Hilda, ao ser erótica e pornográfica, era uma forma de protesto contra o machismo e a censura histórica da literatura escrita por mulheres. Ela sofria críticas por ser mulher e abordar a sexualidade.

  • Isolamento e Paratopia: Hillé, ao morar no "vão da escada", simboliza o sentimento de abandono (Derrelição) e a exclusão que a própria autora sentia em relação aos demais escritores no cânone literário dominado por homens.

5.3. A Nova Literatura Portuguesa: Individual e Global

A literatura feita por mulheres em Portugal, a partir da Geração da Repensagem (Lídia Jorge, Eduarda Dionísio, Teolinda Gersão), trouxe a conquista da liberdade, identidade feminina e da escritura.

A novíssima geração de escritoras (Djaimilia Pereira de Almeida, Márcia Balsas e Ana Bárbara Pedroso) diferencia-se, colocando o individual sobre o coletivo.

  • Márcia Balsas (Voar no quarto escuro): Apresenta uma galeria de mulheres infelizes e marcadas pelo desencontro, onde a solidão, a falta de comunicação e a dor são transversais. O foco é a crise das relações pessoais.

  • Ana Bárbara Pedrosa (Lisboa, chão sagrado): Renova na linguagem e aborda fortemente a temática do sexo, focando nos seus desdobramentos: relações homoafetivas com diferença de idade, preconceito social contra o transexual, casamento tradicional e racismo. O perfil é da sociedade contemporânea e seus dilemas íntimos.

  • Djaimilia Pereira de Almeida (Esse cabelo): Utiliza a autoficção para questionar os parâmetros eurocêntricos através da metáfora do cabelo. O livro aborda a questão étnica da exclusão e a crise de pertença, onde o cabelo crespo simboliza a identidade e a ascendência africana.

Essa nova literatura revela as sequelas sociais, os pequenos grandes dramas humanos que ultrapassam as fronteiras, expondo o preconceito de gênero, o racismo e a crise de identidade.


6. Revisão e Dúvidas Frequentes

Para concursos e exames que exijam conhecimento aprofundado, os seguintes pontos são essenciais:

Conceito/Obra

Foco Principal

Relevância para Exames

Virginia Woolf (Um teto todo seu)

Necessidade de independência financeira e espaço físico (o teto) para a escrita feminina. O anonimato como estratégia.

Questões sobre as condições materiais da produção artística feminina e o cânone.

Simone de Beauvoir (O Segundo Sexo)

"Ninguém nasce mulher: torna-se mulher." Oposição entre Imanência (o que se espera da mulher) e Transcendência (a busca por liberdade e projetos).

Fundamento do feminismo e decolonialidade/construção social do gênero.

Estereótipos Femininos

Os três modelos clássicos: Anjo, Sedutora/Perigosa, Megera. A mulher é negativada se não se encaixa no modelo Anjo.

Análise de personagens em textos clássicos (por exemplo, como Elizabeth Bennet rompe o padrão).

Crítica Feminista

Estudo da linguagem da literatura a partir da teoria feminista, focando na dominação masculina. Métodos de descompactação literária para expor o patriarcado.

Perguntas teóricas sobre escolas de crítica e metodologia.

Representação da Maternidade

Ruptura com o estereótipo romantizado, expondo a subjetividade, falhas, dor e medo das mães. Casos como Carolina Maria de Jesus e Mãe o cacete.

Análise de literatura brasileira contemporânea e temas sociais (exigência crescente em bancas).

Capitu (Dom Casmurro)

O silêncio da mulher no século XIX. O discurso falocêntrico e manipulador de Bento Santiago, que usa ciúme e imaginação para condenar a personagem forte.

Questões de narrador subjetivo, discurso patriarcal e teoria crítica da obra clássica.

Hilda Hilst

Transgressão, escrita obscena e erótica como protesto. A solidão e a busca incessante pelo divino.

Literatura brasileira de vanguarda e autoria feminina transgressora.

Dúvida Comum 4: O que a Crítica Feminista faz com textos antigos?

Lisa Tuttle definiu a teoria feminista como uma abordagem que formula "novas questões de textos antigos". Seus objetivos incluem desenvolver e descobrir a tradição feminista na literatura, reinterpretar o simbolismo das mulheres, reencontrar textos antigos, analisar autoras sob uma perspectiva feminina e resistir ao sexismo na literatura. Isso é crucial para a releitura de obras canônicas como Dom Casmurro.

O Avanço da Mulher-Sujeito

A escrita de autoria feminina vem ganhando destaque, empoderando mulheres e ampliando seu papel na sociedade. A utilização da Crítica Feminista como estratégia teórica é fundamental para o compreendimento da mulher-sujeito na cena histórico-literária.

A mulher-sujeito se configura como insubmissa aos paradigmas do patriarcalismo e detentora do poder de decisão e dominação de si mesma. A vasta produção literária feminina, que surgiu à medida que o feminismo conferiu à mulher o direito de falar, continua a "re-escritura de trajetórias, imagens e desejos femininos", sendo um instrumento contínuo de protesto e liberdade.

Reconhecer e debater essa produção literária, que vai além do "pontual e eufórico" para se conjugar a todo um processo histórico-literário, é essencial para transformar a realidade de preconceito e violência.