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22/09/2025 • 15 min de leitura
Atualizado em 22/09/2025

Análise de "Macunaíma" de Mário de Andrade

Macunaíma, o Herói Sem Nenhum Caráter: Análise Completa e Guia Didático Otimizado para Concursos Públicos e Vestibulares

Mário de Andrade e sua rapsódia Macunaíma (publicada em 1928 ) representam o ápice da busca por uma identidade nacional e cultural genuinamente brasileira durante o Modernismo . Esta obra é fundamental para entender a primeira fase do Modernismo brasileiro \ e é recorrente em provas de Literatura.

Nível 1: Fundamentos e Contextualização (O Mais Fácil)

1.1. Autor, Obra e Gênero

A obra é de autoria de Mário de Andrade (1893-1945), um dos intelectuais mais emblemáticos do Modernismo brasileiro . Ele foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922 .

O livro é classificado pelo próprio autor como uma rapsódia . O termo define a combinação e o cruzamento de textos heterogêneos (lendas, contos populares, romances, mitos) que, integrados, produzem um intertexto homogêneo . A estrutura da obra, portanto, rompe com os valores da narrativa canônica e culta do tempo .

1.2. Contexto Histórico e Literário

Macunaíma foi escrito em apenas seis dias, em dezembro de 1926, e publicado em 1928 .

A obra pertence à Primeira Fase do Modernismo Brasileiro (também conhecida como fase heroica ou "demolidora") . Este movimento, que começou por volta de 1917 , buscava uma ruptura radical com os padrões estéticos anteriores (Romantismo e Parnasianismo) .

O grande objetivo do Modernismo era forjar uma linguagem adequada ao tempo presente e, a partir de 1924, focar na brasilidade, preocupando-se com a identidade e a determinação da entidade nacional . Mário de Andrade, em sua vertente, privilegiava a pesquisa cuidadosa e sistemática das tradições populares (folclore, língua, costumes) para entender o povo brasileiro .

Nível 2: Estrutura, Enredo e Personagens Principais

2.1. Tempo e Espaço

  • Tempo: A história se passa no início do século XX , evidenciado pela menção a inovações como a "máquina telefone" e a "máquina automóvel" . A narrativa utiliza o tempo cronológico para contar a história . Contudo, o tempo e o espaço são constantemente subvertidos, misturando real e fantástico, e desrespeitando regras de verossimilhança .

  • Espaço: A ação ocorre principalmente na Floresta Amazônica (às margens do Uraricoera, o "mato-virgem") e na cidade de São Paulo . Há também passagens no Rio de Janeiro . A narrativa utiliza a desgeografização (ver Nível 4) para anular os limites regionais, fazendo o herói transitar por diversas regiões do Brasil em pouquíssimos parágrafos .

2.2. O Enredo Central (Resumo Estrutural)

A história narra a trajetória de Macunaíma, "herói de nossa gente" , que nasce preto retinto no fundo do mato-virgem . Ele é preguiçoso e mal-caráter .

  1. Nascimento e Infância: Macunaíma nasce feio, fica seis anos sem falar (exceto "Ai! que preguiça!") . Ainda criança, "brinca" (tem relações sexuais) com a cunhada Sofará, transformando-se temporariamente em um "príncipe lindo" .

  2. A Muiraquitã e Ci: Macunaíma encontra Ci, a Mãe do Mato e se torna Imperador do Mato Virgem . Após a morte de Ci, ela se transforma em estrela e lhe deixa a muiraquitã, um amuleto sagrado e valioso .

  3. A Perda e a Jornada: O herói perde a muiraquitã, roubada por um tracajá, que a vende a um regatão peruano, Venceslau Pietro Pietra . Venceslau é, na verdade, o gigante Piaimã, comedor de gente e o antagonista principal .

  4. A Transformação e São Paulo: Macunaíma e seus irmãos (Jiguê e Maanape) partem para São Paulo para reaver a pedra . No caminho, eles se banham em uma cova d'água encantada (a pegada do Sumé) e se transformam nas três raças: Macunaíma (branco, loiro, olhos azuis); Jiguê (cor de bronze, mameluco); Maanape (negro) .

  5. A Luta e a Reconquista: Em São Paulo, Macunaíma utiliza estratagemas (incluindo macumbas no Rio de Janeiro ) para enfrentar Piaimã. Após diversas peripécias e mortes/ressurreições grotescas , Macunaíma derrota o gigante, jogando-o em um tacho de macarronada fervente .

  6. O Fim do Herói: Macunaíma volta ao Uraricoera, mas a terra está destruída e seus irmãos morrem de lepra . Cansado e solitário, ele é seduzido e mutilado pela Uiara . Finalmente, ele se aborrece da vida e se transforma na constelação da Ursa Maior .

  7. Epílogo: O narrador-observador, que afirma ter ouvido a história de um papagaio, se transforma em personagem .

2.3. Personagens-Chave (Tópico de Concurso)

Personagem

Descrição e Simbolismo

Macunaíma

Protagonista, o anti-herói "sem nenhum caráter" . Simboliza o povo brasileiro: preguiçoso, esperto, contraditório, mestiço e incaracterizável .

Jiguê

Irmão de Macunaíma. Representa o índio/mameluco após o banho, ficando da cor de bronze novo .

Maanape

Irmão de Macunaíma. Representa o negro, ficando negro, mas com palmas vermelhas .

Ci, Mãe do Mato

Companheira de Macunaíma, rainha das Icamiabas. Doa a muiraquitã e ascende ao céu como estrela, transformando-se em uma constelação .

Piaimã/Venceslau Pietro Pietra

O Antagonista (vilão) . Gigante devorador de gente, personifica o mau soberano .

Uiara

Moça do lagoão que seduz e mutila Macunaíma no final da narrativa, sendo a causa de sua morte na terra .


Nível 3: Análise Conceitual Primária (O Cerne da Crítica)

3.1. O Herói Sem Nenhum Caráter e a Indefinição Identitária (Tópico Essencial)

A expressão "herói sem nenhum caráter" é o conceito central da obra, refletindo a visão de Mário de Andrade sobre a identidade nacional brasileira .

  1. Ambiguidade do Caráter: O "sem nenhum caráter" carrega uma dupla negação, sugerindo a ausência total de qualquer caráter, seja ele moral ou uma característica fixa . Macunaíma não é bom nem mau, corajoso nem covarde, mas sim múltiplo e ambíguo .

  2. Síntese da Mestiçagem: O herói representa o Brasil, um jovem país em busca de si mesmo . Ele é uma mistura homogênea das etnias brasileiras . Mário de Andrade acreditava que o brasileiro era, por essência, sem caráter devido à sua falta de tradição própria e à sua mistura cultural e racial (ameríndia, europeia e africana) .

  3. A Transformação Racial: A cena do banho na água mágica, que transforma Macunaíma (originalmente negro) em branco, Jiguê em mameluco e Maanape em negro, é uma alegoria à teoria das três raças formadoras do Brasil (europeu, indígena, africano) . Essa mistura de raças era vista como prova de que o brasileiro era incaracterizável . No entanto, Mário de Andrade ressalta a pluralidade racial e a fusão cultural como fatores de originalidade .

3.2. A Linguagem: Coloquialismo e Escrita Brasileira (Prioridade em Vestibulares)

Mário de Andrade buscava a criação de uma linguagem literária baseada na fala brasileira . O projeto era "escrever brasileiro" , o que implicava na subversão dos padrões linguísticos vigentes .

  • Uso Intencional da Variação: A obra é propositalmente escrita em um linguajar coloquial e popular, misturando termos de diversas regiões, gírias brasileiras, termos indígenas (como muiraquitã, tapanhumas) e de um português arcaico ou antigo .

  • Quebra Gramatical: Mário de Andrade comete erros propositalmente (como o uso de frases não concordantes com a norma culta), buscando mimetizar o linguajar oral e tornar a obra mais cômica . O objetivo era demonstrar o abismo entre o português falado e o escrito .

  • Crítica na Carta pras Icamiabas (Cap. IX): Neste capítulo, Macunaíma escreve em um português ultra-retórico e lusitano, ironizando o fato de que os paulistanos falavam uma língua "bárbara" (coloquial) no dia a dia, mas escreviam numa "outra linguagem, mui próxima da vergiliana" (Português de Camões), criticando o academicismo e o espírito colonial .


Nível 4: Análise Avançada e Teoria Crítica (Prioridade para Concursos)

4.1. A Obra como Transgressão do Texto Monológico

A análise de Macunaíma pode ser enquadrada na distinção entre texto dialógico e texto monológico, conceito ampliado por Julia Kristeva a partir de Bakhtin .

O Confronto dos Discursos \

Característica

Discurso Monológico (Ex: D. Casmurro)

Discurso Dialógico (Ex: Macunaíma)

Princípios

Identidade, Causalidade, Oposição por Exclusão \

Analogia, Descontinuidade, Oposição Não-Exclusiva \

Natureza

Fechado, lógico, coerente \

Aberto, ambíguo, ambivalente, contraditório \

Linguagem

Predominantemente Denotativa \

Predominantemente Conotativa \

Personagem

Fixo, dotado de coerência única (Ex: Bentinho é sempre o mesmo) \

Em vias de se constituir; é o que é e o que pode ser (Analogia) \

  • A Transgressão: Mário de Andrade adota a escrita dialógica, que é um espaço de transformação conjunta de significantes e de significados . A transgressão da norma estatuída em Macunaíma segue a hipótese de afirmar a norma para negá-la (1 a 0 para chegar a 2) . Isso significa que ele constata o modelo da "fábula de magia" (o modelo estrutural de seu entrecho) não para afirmá-lo, mas para negá-lo .

4.2. A Carnavalização (Mikhail Bakhtin)

O conceito de carnavalização é crucial para a análise de Macunaíma em concursos, pois explica a subversão de valores e a mistura de elementos que definem a obra .

A carnavalização na literatura é a transposição das características do folclore carnavalesco para o texto, promovendo a dessacralização das ideias e a inversão de hierarquias .

  1. Paródia e Destronamento (Exceção/Contraste): A obra é uma paródia do romance tradicional (como o indianismo romântico) e dos romances de cavalaria . Macunaíma, o anti-herói preguiçoso e covarde , é o duplo destronante do herói tradicional idealizado, como Iracema . A paródia não nega puramente, mas nega para ressuscitar e renovar .

    • Macunaíma vs. Iracema: O Modernismo de Mário de Andrade busca o "desrecalque do localismo", expondo as características nacionais sem idealização (o índio feio, preguiçoso, o negro) . O Romantismo de Alencar, ao contrário, fazia o "recalque" (ocultação) de aspectos negativos, idealizando o índio (Iracema, "virgem dos lábios de mel", era descrita com cabelos negros e traços de beleza singular, mas com "olhos azuis" e sob influência do colonizador) .

  2. O Grotesco e Imagens do Corpo: O grotesco está ligado ao exagero, ao vocabulário baixo e ao corpo . Macunaíma "mijava quente na velha" (sua mãe) e se diverte com dor e mutilação, o que transforma o medo em riso, dessacralizando o controle hierárquico .

  3. Entronização e Destronamento: Macunaíma é um vencido-vencedor . O triunfo da obra é a sua morte seguida de sua ascensão como constelação (Ursa Maior) . Essa transformação simboliza a renovação e a crença na continuidade da história e da vida .

  4. O Sexo Naturalizado: O tema do sexo é recorrente, mas é visto de forma grotesca e violenta (Macunaíma "brinca" com Sofará em uma cena que mistura sexo e sangue) . O sexo, assim como o carnaval, afirma a existência e o ciclo da vida, rompendo com o código do amor cortês medieval, que o reprimia .

4.3. O Projeto de Desgeografização e Homogeneização (Alto Nível)

Mário de Andrade utilizou a estrutura narrativa para criar literariamente um conceito étnico nacional e geográfico homogêneo .

  • Anulação de Limites: A desgeografização é a anulação das distâncias e limites regionais em favor de uma síntese representativa dos "diferentes brasis" em um único personagem . Isso foi feito ao desrespeitar propositalmente a fauna e a flora e ao fazer o herói se deslocar por vastas regiões em curtos espaços de tempo (ex.: do Tietê para Manaus, para o Nordeste) .

  • Homogeneidade Cultural: O autor mistura gírias e expressões de diversas regiões em um vocabulário homogeneizado . Isso reforça a ideia de que a nação brasileira é uma entidade única, embora composta por múltiplos elementos culturais e geográficos . A desgeografização foi um anseio estético-político para garantir a unidade do país .

  • A "Alma" do Brasil: O projeto visava dotar o Brasil de uma "alma" que superasse os regionalismos e interligasse o imenso corpo geográfico e social do país .

4.4. Mitologia e Folclore (A Base da Rapsódia)

A obra é um "discurso de discursos" ou uma "fábula de fábulas" .

  • Compilação e Recriação: Mário de Andrade utilizou extensas pesquisas de folclore, mitos e lendas de várias regiões brasileiras, venezuelanas e guianenses . Figuras míticas como Currupira, Uiara, Ci (Mãe do Mato), Negrinho do Pastoreio, e lendas explicativas são incorporadas e, muitas vezes, alteradas em profundidade .

  • Exemplos Notáveis: A lenda dos carrapatos é recontada, explicando que eles foram comerciantes que faliram por vender muito fiado . O próprio nome Macunaíma deriva de lendas venezuelanas e da Guiana, onde ele é um ser traiçoeiro e cheio de malícia .

  • Sincretismo Religioso: O herói demonstra uma religiosidade sincrética , participando de rituais indígenas (murua, poracê, torê), recebendo influências do catolicismo (Pastoril, alusão à Santíssima Trindade na cena do banho) e do culto afro-brasileiro (Macumba no Rio de Janeiro, com Tia Ciata e Exu) .


Nível 5: Perguntas de Alto Impacto e Exceções para Concursos

P1: Qual a verdadeira intenção de Mário de Andrade ao criar um herói "sem nenhum caráter"? Ele fracassou em seu projeto?

Resposta Detalhada (A dualidade Autor-Pessoa vs. Autor-Criador):

Mário de Andrade (o autor-pessoa) não queria que Macunaíma fosse visto como o símbolo do brasileiro, mas sim como "um" brasileiro e, principalmente, um sintoma de cultura brasileira . O livro deveria ser uma sátira e um "não-conformismo revoltado" sobre o que ele via como o brasileiro . Ele temia que a obra fosse vista como documentação folclórica seca, e não como arte desinteressada .

Contudo, Mário de Andrade expressou insatisfação e até sentiu que havia "fracassado" em seu projeto inicial . O público e a crítica continuaram a interpretar Macunaíma como a síntese do povo brasileiro (o aspecto "gozado" prevaleceu) .

Segundo a teoria de Bakhtin, isso aconteceu porque o autor-criador (a função estética da obra) – através de procedimentos como a desgeografização – acabou por direcionar o olhar do leitor para ver Macunaíma como a síntese do brasileiro, apesar dos depoimentos em contrário do autor-pessoa . O leitor (ou expectador) exerce uma influência crucial na concretização da obra de arte .

P2: Qual a função da muiraquitã na narrativa de Macunaíma?

A muiraquitã é uma pedra verde sagrada deixada por Ci, Mãe do Mato, a Macunaíma . Sua busca é o motor principal da narrativa.

Na análise crítica, a muiraquitã é interpretada como um MacGuffin . Este é um termo (originalmente do cinema) para designar um objeto que move o roteiro para frente, sendo de grande importância para os personagens, mas de pouca relevância para o público ou para a explicação da trama .

No contexto da obra, a pedra é mais do que um prêmio ou troféu; ela representa o liame nostálgico e sentimental com Ci e a prenda do Império do Mato . Sua perda e reconquista simbolizam a busca incessante do herói por um sentido, que, ao final, se mostra inútil e vazio, levando-o ao desencanto .

P3: Como Macunaíma descontrói a ideia de heroísmo no Romantismo?

O Modernismo rompe com a idealização romântica do índio, representada em obras como Iracema (José de Alencar) .

  1. Anti-Heroísmo: O índio romântico era visto como um "bom selvagem" (idealizado, europeizado, corajoso e moralmente superior) . Macunaíma é o anti-herói por excelência, incorporando os traços que a sociedade e a literatura tradicional "recalcavam": preguiça, covardia, imoralidade, feiura .

  2. Paródia da Ação: Se os romances de cavalaria exigiam fidelidade, Macunaíma é infiel e ninfomaníaco . Se o herói deveria ser forte, Macunaíma usa a malandragem e a esperteza para derrotar o gigante Piaimã, jogando-o em macarrão fervente, um ato grotesco e cômico, e não glorioso .

  3. Hibridismo vs. Pureza: O herói romântico buscava a pureza e a fidelidade à uma origem idealizada (como Iracema e Martim, que representam a origem do Ceará, com forte influência europeia) . Macunaíma, por sua vez, é a fusão caótica e dinâmica de todas as culturas e etnias, sem hierarquia, demonstrando que a nacionalidade brasileira é, de fato, híbrida e complexa .

P4: Qual é o papel do Gigante Piaimã na estrutura da obra e qual a sua relação com a política?

O gigante Venceslau Pietro Pietra (Piaimã) é o vilão da rapsódia . Na análise crítica, ele tem um significado político, especialmente dentro do conceito de Carnavalização.

Piaimã é o mau soberano na representação grotesca e corporal popular . Ele é o "comedor de gente", o que simboliza o devorador de povos ou o colonizador/autoritarismo que oprime a nação .

Sua derrota pelas mãos do anti-herói preguiçoso e esperto (Macunaíma) é um ato de destronamento carnavalesco, promovendo o riso e a dessacralização do poder hierárquico .

P5: Como a dualidade Brasil X Europa é explorada no texto?

Mário de Andrade utilizou oposições binárias para mapear a diferença entre o Brasil e a Europa, embora visasse a superação desse mimetismo .

BRASIL

EUROPA

Ar, Lua \

Terra, Sol \

Nau Desarvorada (sem rumo) \

Porto Sossegado \

Individualismo \

Solidariedade Coletiva \

Gozo \

Sofrimento \

Intuição \

Razão \

Música Popular (interessada) \

Música Artística (desinteressada/erudita) \

Mário de Andrade argumentava que o Brasil precisava aproveitar todos os elementos que concorrem para a formação da musicalidade e cultura étnica, incluindo as influências europeias, mas buscando uma identidade que não fosse mera cópia (mimetismo) . A metáfora da Antropofagia (embora mais ligada a Oswald de Andrade, está presente na atitude crítica da obra) aparece na maneira como Macunaíma absorve, digere e ressignifica a cultura externa, desqualificando o poder do colonizador .


Dúvidas Comuns e Conteúdos Altamente Cobrados (Revisão Rápida)

  1. O que Macunaíma simboliza? A mestiçagem cultural e racial brasileira e a indeterminação de caráter (o herói é um reflexo do Brasil ainda em construção) .

  2. Qual o movimento literário? Modernismo, Primeira Fase (fase demolidora) .

  3. Qual a importância da linguagem? A valorização da língua falada brasileira (coloquialismo, termos regionais e indígenas), como forma de construir uma identidade linguística nacional, contrastando com a norma culta lusitana .

  4. Por que Macunaíma é uma rapsódia? Pela justaposição e fusão de lendas e mitos heterogêneos de diversas partes do Brasil (e Amazônia) para formar um único enredo .

  5. Qual a função das mortes e ressuscitações? São traços do surrealismo/absurdo (vanguardas europeias) e elementos da carnavalização , representando o ciclo de vida, morte e renovação do povo .

  6. Quais as três raças representadas? Macunaíma (branco/europeu), Jiguê (mameluco/índio), Maanape (negro/africano) .

  7. Qual a relação com Iracema? Macunaíma é uma paródia e um contradiscurso ao indianismo idealizado e ufanista do Romantismo, que apresentava o índio de forma europeizada .