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21/09/2025 • 12 min de leitura
Atualizado em 21/09/2025

As 3 Gerações da Poesia Romântica

As 3 Gerações da Poesia Romântica Brasileira: Guia Completo e Didático (Indianismo, Ultrarromantismo e Condoreirismo)

O Romantismo no Brasil foi um movimento artístico e literário que se estendeu oficialmente entre os anos de 1836 e 1881. Ele surgiu como uma resposta direta à Independência do Brasil (1822) e à consequente necessidade de construir uma cultura brasileira propriamente nacional.

O marco inicial deste estilo de época foi a publicação do livro Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães, em 1836.

A poesia romântica brasileira é didaticamente dividida em três gerações:

  1. Primeira Geração: Indianista ou Nacionalista.

  2. Segunda Geração: Ultrarromantismo ou Mal do Século.

  3. Terceira Geração: Condoreira ou Social.

1. Introdução Didática: Pilares do Romantismo

Antes de mergulharmos nas gerações específicas, é fundamental entender os princípios que unem todo o movimento romântico, que rompeu com os padrões clássicos anteriores (Classicismo e Arcadismo).

1.1. Contexto e Características Chave

O Romantismo europeu e, consequentemente, o brasileiro, baseia-se em três fundamentos teóricos principais:

  1. O Egocentrismo (ou Subjetivismo): O artista volta-se para si mesmo, colocando o "eu" como centro do universo poético. Há uma valorização extrema dos sentimentos e da visão particular do indivíduo.

  2. O Nacionalismo: Busca-se a cor local, valorizando as particularidades geográficas, históricas e culturais de cada região, opondo-se à uniformidade do Arcadismo.

  3. A Liberdade de Expressão: Há um abandono das regras e modelos rígidos clássicos, prezando pela originalidade e pela exploração de formas mais líricas (como a balada e a canção, em vez do soneto rígido).

Outras características importantes incluem:

  • Idealização da Realidade: A realidade é vista de forma superficial e pessoal, muitas vezes sendo mascarada pelo sonho, fantasia e imaginação.

  • Escapismo (Evasão): Diante de um mundo que não corresponde aos anseios românticos, o artista busca a fuga da realidade opressora. As formas de escape podem ser a Natureza exótica, o passado (infância ou Idade Média/Indianismo) e, principalmente na segunda geração, a morte.

  • Idealização da Mulher: A figura feminina é frequentemente vista como um anjo, pura, intocável e inacessível, sendo a fonte de inspiração, mas raramente o objeto de desejo carnal realizado.


2. Primeira Geração: A Geração Indianista ou Nacionalista (1836–1852)

Esta é a fase inicial e mais diretamente ligada ao projeto de construção de uma identidade nacional após a Independência.

Característica

Detalhes Cruciais (Foco em Concursos)

Período

1836 a 1852.

Nomes

Indianista, Nacionalista ou Patriótica.

Objetivo Principal

Construção da identidade nacional e ufanismo.

O Herói Nacional

O Índio, idealizado como o "bom selvagem", símbolo de bravura, pureza e amor à terra. Essa idealização compensava a falta de uma era medieval brasileira.

Natureza

Exaltada como exuberante, pátria amada e confidente do eu lírico.

Temas

Exaltação da Pátria, nacionalismo exagerado (ufanismo), idealização do amor.

Marco Inicial

Suspiros Poéticos e Saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães.

Principais Autores

Gonçalves Dias (o maior expoente da poesia), Gonçalves de Magalhães e José de Alencar (na prosa indianista).

2.1. Destaque: Gonçalves Dias (O Poeta Indianista)

Gonçalves Dias é o nome mais cobrado desta geração. Ele foi o responsável por difundir o Romantismo de primeira geração no Brasil, enquanto Gonçalves de Magalhães foi o responsável por introduzi-lo.

  • Obras Indianistas: I-Juca-Pirama (poema épico que exalta a figura do índio guerreiro e forte, descendente da tribo Tupi), Canção do Tamoio, Leito de folhas verdes.

  • Obras Lírico-amorosas: Ainda uma vez-adeus!, Se se morre de amor.

  • A Canção do Exílio (Obra Foco em Exames): Publicado em 1857, este é o poema mais emblemático do escritor e expressa a saudade e a exaltação da natureza brasileira em contraste com a vida na Europa (Coimbra, Portugal). O poema é marcadamente ufanista (orgulho exagerado pela pátria).

Dúvida Comum: O Indianismo aparece na prosa? Sim, principalmente com José de Alencar em romances como Iracema e O Guarani, onde o índio também é retratado de forma heroica e idealizada.


3. Segunda Geração: O Ultrarromantismo ou Mal do Século (1853–1869)

Esta geração representa o exagero máximo e o progressivo dissolver-se dos ideais românticos em estados de alma individuais. O eixo cultural desloca-se momentaneamente para São Paulo, concentrado na Faculdade de Direito.

Característica

Detalhes Cruciais (Foco em Concursos)

Período

1853 a 1869.

Nomes

Ultrarromantismo, Geração Byroniana ou Mal do Século.

Foco

Exacerbação do subjetivismo, pessimismo doentio, tédio (spleen), morbidez, desespero e satanismo.

O Amor

Platônico, espiritualizado, inatingível. A mulher é vista como um anjo distante, impalpável.

Escapismo

Busca da fuga pela Morte, vista como desejo e, ao mesmo tempo, temor. Há uma deserção da vida, mas os poetas agem epicuristamente.

Estilo de Vida

Vida boêmia, desregrada, noturna, marcada pelo vício e excessos (inspirada no Byronismo).

3.1. Influências Europeias e o Byronismo

Os autores desta geração foram fortemente influenciados pela poesia de Lord Byron e Alfred de Musset.

  • Lord Byron (Byronismo): O poeta inglês George Gordon, conhecido por sua vida desregrada, casos amorosos e uma postura cética, cínica e satânica. O byronismo se tornou o modelo para a juventude liberal europeia e brasileira, caracterizado pela inquietude perpétua, melancolia, desespero, tédio de viver e desprezo pela sociedade. A Sociedade Epicuréia, fundada em São Paulo em 1845, congregava estudantes como Álvares de Azevedo e imitava a vida de desvarios e orgias de Byron.

3.2. Destaque: Álvares de Azevedo (O Maior Expoente do Ultrarromantismo)

Álvares de Azevedo (1831-1852), que morreu prematuramente aos 21 anos vítima de tuberculose, é o maior expoente do Ultrarromantismo brasileiro.

O Mal do Século (Conceito Duplo)

Em concursos, o termo "Mal do Século" possui duas conotações importantes:

  1. Conotação Estética e Psicológica: Refere-se à melancolia profunda, ao tédio, à desesperança, ao pessimismo, ao egocentrismo e à obsessão pela morte presente na poesia, inspirada em Byron.

  2. Conotação Social e Biográfica (Exceção/Curiosidade): Refere-se à tuberculose, doença que se alastrou na época e vitimou muitos jovens poetas desta geração (como Álvares de Azevedo e Junqueira Freire). Eles se deixavam definhar, levando uma vida boêmia, o que era a tendência do "mal do século".

Obras Centrais de Álvares de Azevedo

  1. Lira dos Vinte Anos (1853): A obra mais representativa do "mal do século". É crucial entender sua estrutura:

    • Primeira e Terceira Partes: Focam no lirismo sentimental, no amor platônico, na dor do coração, no medo da morte, na fantasia e, paradoxalmente, em temas como a identificação incestuosa da amada com a mãe e a irmã (dualismo).

    • Segunda Parte: Apresenta um Romantismo irônico e sarcástico, fugindo da sentimentalidade excessiva. O poeta satiriza a própria dor e o tédio.

    • A Dualidade (Binomia): Álvares de Azevedo defendia uma dualidade antitética em sua obra, que ele chamava de "binomia", oscilando entre o sentimentalismo mórbido e a ironia/sarcasmo. Essa dualidade é um ponto de análise frequente em provas.

  2. Macário (1855): Um drama gótico que, apesar de irregular, se tornou popular. É uma das poucas produções em prosa da geração. Macário, um personagem cético, cínico e melancólico, encontra Satã, de quem se torna amigo. O drama reúne todas as suas influências (Byron, Shakespeare, Heine, Musset) e seu gosto pelo satanismo.

3.3. Outros Poetas do Ultrarromantismo

  • Fagundes Varela (1841-1875): Considerado um "lapidador" e o único nome de relevo na poesia da década de 60. Sua obra é marcada pelo lirismo profundo e pela poesia religiosa (Ex: Cântico do Calvário, escrito pela morte de seu filho). Ele é uma figura de transição porque, apesar do tom "maldito" e da morbidez inicial, sua produção posterior começa a prenunciar o Condoreirismo e a poesia social (Mauro, o escravo).

  • Casimiro de Abreu (1839-1860): Tornou-se predileto das jovens leitoras devido ao seu tom melancólico e à delicadeza da expressão. É o poeta do saudosismo da infância (As Primaveras).

  • Junqueira Freire (1832-1855): Sua poesia reflete o tenso convívio entre Eros (vida) e Thanatos (morte), sendo um "mártir da psicose romântica". Morreu aos 23 anos, deixando Inspirações do Claustro, que registra suas experiências monásticas.


4. Terceira Geração: A Geração Condoreira (1870–1880)

Esta fase é conhecida como a poesia socialmente engajada do Romantismo, servindo como uma transição para o Realismo. Os poetas abandonam o foco no "eu" (típico da 2ª Geração) para se dedicar às questões coletivas e políticas.

Característica

Detalhes Cruciais (Foco em Concursos)

Período

1870 a 1880. Encerra-se com os primeiros lampejos do Realismo (1881).

Nomes

Condoreira, Geração Social, Geração Liberal ou Hugoana.

Símbolo

O Condor, ave da Cordilheira dos Andes, eleita para simbolizar a Liberdade (inspirado na águia de Victor Hugo).

Foco

Crítica Sociopolítica. Engajamento na causa Abolicionista e Republicana.

Estilo

Grandiosidade e Hiperbolismo (elevada pulsação épica), uso intenso de vocativos e exclamações para criar apelo emocional e realizar a denúncia social.

O Amor

Menos idealizado; mulher presente e carnal (aproximação do Realismo).

Influência

Victor Hugo (escritor francês, valorizava temáticas sociais).

Contexto

Final do Segundo Reinado, promulgação de leis abolicionistas (Lei Eusébio de Queirós, Lei do Ventre Livre) e Guerra do Paraguai.

4.1. Destaque: Castro Alves (O Poeta dos Escravos)

Castro Alves (1847-1871) é o principal poeta desta geração e o primeiro grande poeta social brasileiro. Ele soube conciliar a defesa dos ideais sociais com os procedimentos artísticos da poesia.

  • Temática Social: Sua obra é marcadamente abolicionista, clamando pela liberdade dos escravizados e denunciando o horror do tráfico negreiro.

  • Estilo Épico-Lírico: Utiliza-se de um tom grandioso, próprio do Condoreirismo, para clamar por justiça e liberdade, usando metáforas e símbolos impactantes.

  • Obras Principais:

    • Os Escravos (1883): Sua principal obra, que inclui poemas como O Navio Negreiro e Vozes da África.

    • O Navio Negreiro: É um poema de denúncia social que contrasta a beleza idealizada da natureza (início) com o cenário chocante e infernal do porão do navio negreiro (sonho dantesco).

    • Espumas Flutuantes (1870):.

4.2. Outros Autores Condoreiros e a Transição

  • Sousândrade (1832-1902): Conhecido por O Guesa Errante (1884). Sua obra é complexa e ele é frequentemente considerado o poeta "divisor de águas" entre o Romantismo e o Realismo. O Guesa Errante apresenta uma visão mais realista e menos idealizada da vida indígena, contrastando com o indianismo da Primeira Geração.

  • Tobias Barreto (1839-1889): Autor de Dias e noites (1881). Sua poesia, como em A escravidão, chega a questionar a permissão divina para o crime da escravidão, indicando que a juventude deve corrigi-lo, refletindo o engajamento radical da fase.


5. Exceções, Dualidades e Conteúdo Prioritário para Exames

Em provas de concursos e vestibulares, a diferença entre as gerações é frequentemente testada, especialmente as dualidades e os elementos de transição.

5.1. Comparativo Didático das 3 Gerações (Revisão para Prova)

Geração

Período (Aprox.)

Nome

Foco Temático Principal

Principais Autores

1ª Geração

1836-1852

Indianista/Nacionalista

Exaltação da Pátria e do Índio (Herói Idealizado)

Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães

2ª Geração

1853-1869

Ultrarromântica/Mal do Século

Morbidez, Morte, Pessimismo, Amor Platônico, Egocentrismo

Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire

3ª Geração

1870-1880

Condoreira/Social

Crítica Social, Abolicionismo, Liberdade (Estilo Épico e Hiperbólico)

Castro Alves, Sousândrade, Tobias Barreto

5.2. Onde Residem as Exceções e Transições? (Alto Valor em Concursos)

1. A Dualidade de Álvares de Azevedo (2ª Geração): Embora a 2ª Geração seja predominantemente sentimental e mórbida, Álvares de Azevedo, o maior expoente, introduz a ironia e o sarcasmo na segunda parte de Lira dos Vinte Anos. Essa "binomia" (sentimental versus cético/humorístico) é uma quebra do padrão ultra-romântico puro e demonstra o espírito crítico do autor.

2. O Papel de Fagundes Varela (2ª/3ª Geração): Varela está na 2ª Geração (ultrarromântica), mas sua obra é notável por sua heterogeneidade e por ser um ponto de transição. Embora tenha escrito poesia lírico-amorosa e religiosa (Cântico do Calvário), ele já apresenta em Mauro, o escravo o prenúncio dos condoreiros ao introduzir a temática do negro e ter um ardor nacionalista. Ele caminha em "ziguezague", anunciando temas que só viriam à tona mais tarde.

3. A Natureza da Poesia da 3ª Geração (Condoreirismo e Realismo): A 3ª Geração é, por natureza, uma exceção ao sentimentalismo exagerado que a precedeu. Ela é pré-realista.

  • Realismo Social: Ao abordar a escravidão e a miséria, o poeta se aproxima da realidade social.

  • Amor Carnal: O tratamento do amor se torna mais sexualizado e menos idealizado, diferentemente da mulher-anjo ultrarromântica, o que é um traço de aproximação ao Realismo.

  • Sousândrade: Sua obra O Guesa Errante rompe com o idealismo indígena da 1ª Geração, apresentando uma visão mais crua e realista da vida dos índios.

4. O Teatro no Romantismo (Exceção de Gênero): O teatro romântico brasileiro foi marcado principalmente pela crítica sociopolítica, predominância das comédias, e por autores como Martins Pena e Alencar. A produção teatral sofreu certo declínio na época do Ultrarromantismo, mas Álvares de Azevedo escreveu o drama gótico Macário. Martins Pena é um dos grandes autores do teatro romântico.

5.3. Perguntas Óbvias Respondidas (Dúvidas Comuns)

P: Qual é a diferença fundamental entre as três gerações? R: A diferença reside no foco:

  • 1ª Geração (Nacionalista): Foco no coletivo e na nação. Busca pela identidade brasileira.

  • 2ª Geração (Ultrarromântica): Foco no individual e na dor pessoal. Tédio e fuga da realidade.

  • 3ª Geração (Condoreira): Foco no social e na denúncia política. Luta pela liberdade e abolicionismo.

P: O que é o Indianismo? R: O Indianismo é a corrente literária (poesia e prosa) associada à Primeira Geração Romântica. Caracteriza-se pela exaltação do índio, visto como o herói nacional e a figura fundadora da pátria, em uma tentativa de construir mitos brasileiros, seguindo modelos europeus (como os de Chateaubriand e Cooper).

P: O que significa "Condoreirismo"? R: Condoreirismo é o movimento da Terceira Geração Romântica. O termo deriva do Condor, uma ave da Cordilheira dos Andes, escolhida como símbolo da liberdade (inspirada na águia de Victor Hugo). O Condoreirismo é sinônimo de poesia social, grandiosa e abolicionista.

P: A Prosa também se divide em três gerações? R: Não, a prosa romântica brasileira é tipicamente dividida por tipos de narrativa, e não por gerações como a poesia. Os tipos de narrativa são: indianista, urbana, regionalista e histórica. Autores como José de Alencar (patriarca da literatura brasileira) dominaram esses tipos de prosa.

P: O Ultrarromantismo é a mesma coisa que Gótico? R: Sim, o Ultrarromantismo (ou Mal do Século) incorpora a estética gótica (macabra/terror). Os autores eram influenciados pelo movimento gótico anglo-saxônico. O quadro The Nightmare de Fuseli é uma obra central da arte gótica que inspirou os ultra-românticos brasileiros. A obra Macário de Álvares de Azevedo é um exemplo de drama gótico no Brasil.