
No dinâmico cenário econômico e empresarial, o conceito de barreiras de entrada é fundamental para compreender a dinâmica da concorrência, a formação de preços e a viabilidade de novos negócios.
Em sua essência, uma barreira de entrada (ou barreira econômica à entrada) é um custo fixo que um novo entrante deve incorrer para operar em um mercado, independentemente de suas atividades de produção ou vendas, e que as empresas já estabelecidas não tiveram ou não precisam mais incorrer. Pense nelas como "portões" que dificultam ou até mesmo impedem o ingresso de novos concorrentes em um mercado específico. Essas restrições podem assumir diversas formas, desde altos custos iniciais até exigências regulatórias complexas ou demandas tecnológicas avançadas.
Para empreendedores, compreender as barreiras de entrada é fundamental para avaliar a viabilidade de um novo negócio e a competitividade do setor em que pretendem atuar. Para as empresas já consolidadas, o reconhecimento dessas barreiras ajuda a formular estratégias de negócios informadas e a tomar decisões de investimento sólidas, além de avaliar a dinâmica do mercado e o nível de competição.
As barreiras de entrada são um conceito central nas teorias da concorrência em economia e desempenham um papel crucial na dinâmica de mercado, influenciando a concorrência e a rentabilidade das empresas existentes. Mercados com altas barreiras de entrada tendem a ter menos concorrentes, o que pode resultar em maior controle de preços e lucros mais altos para as empresas estabelecidas. Por outro lado, mercados com baixas barreiras de entrada podem ser mais competitivos, o que pode pressionar as margens de lucro e forçar as empresas a inovar constantemente.
As barreiras de entrada são cruciais porque protegem as empresas estabelecidas e restringem a concorrência em um mercado. Essa proteção pode ter diversos impactos:
Distorção de Preços: Ao limitar a entrada de novos competidores, as barreiras podem permitir que as empresas dominantes aumentem os preços sem receio, afetando diretamente os consumidores.
Formação de Monopólios e Oligopólios: Frequentemente, as barreiras de entrada causam ou auxiliam a existência de monopólios (um único fornecedor) e oligopólios (poucos fornecedores dominantes), ou conferem poder de mercado às empresas. Um monopólio natural, por exemplo, ocorre quando as economias de escala são tão significativas que uma única empresa pode atender a toda a demanda do mercado a um custo menor do que qualquer combinação de duas ou mais empresas menores.
Política Antitruste: Por distorcerem os preços e restringirem a concorrência, as barreiras de entrada são um tema importante quando se discute a política antitruste, que busca garantir mercados mais justos e abertos.
Incentivo a Investimentos de Longo Prazo: Por outro lado, as barreiras podem ser benéficas, pois incentivam investimentos de longo prazo, já que as empresas estabelecidas não precisam se preocupar com concorrência desleal imediata.
Garantia de Qualidade e Segurança: Em setores que exigem altos padrões de qualidade e segurança (como a indústria farmacêutica), as barreiras ajudam a garantir que apenas empresas bem estruturadas e capazes entrem no mercado, protegendo o público.
As barreiras de entrada podem ser classificadas de diversas formas, mas podemos agrupá-las em categorias amplas para facilitar a compreensão:
São aquelas que surgem da própria estrutura do mercado ou da natureza do negócio, favorecendo empresas maiores ou já existentes.
3.1.1. Economias de Escala:
Definição: Ocorrem quando empresas já estabelecidas produzem em grande volume, o que lhes permite ter custos unitários médios menores. Quanto maior a produção, menor o custo por unidade. Isso se deve a diversos fatores, como a distribuição de custos fixos (maquinário, instalações) por um volume maior de produção, ganhos de especialização de mão de obra e máquinas, e o poder de barganha para comprar insumos em grandes quantidades com descontos.
Como é uma Barreira: Uma nova empresa precisaria entrar no mercado com uma produção igualmente grande para competir em custos, o que exige um investimento inicial enorme e é um grande obstáculo. Para um novo entrante, sem a capacidade de criar bens ou serviços a um custo competitivo, atrair clientes e alcançar lucratividade torna-se desafiador.
Exemplo: A fabricação de semicondutores, aeronaves comerciais (como Boeing e Airbus), ou automóveis são exemplos clássicos. A produção global de chips é dominada por poucas empresas devido aos elevados custos de instalação de fábricas de última geração, que exigem investimentos na casa de dezenas de bilhões de dólares.
3.1.2. Economias de Escopo:
Definição: Surgem da produção conjunta de mais de um produto em uma mesma planta ou processo. É mais barato produzir vários produtos juntos do que produzi-los separadamente. Isso ocorre devido à existência de fatores de produção comuns (um gerador que serve para vários produtos) ou complementaridades tecnológicas e comerciais (uma propaganda que beneficia vários produtos da mesma marca).
Como é uma Barreira: Empresas que já se beneficiam de economias de escopo são mais eficientes e competitivas em múltiplos produtos, dificultando a entrada de novos competidores focados em apenas um item.
3.1.3. Altos Requisitos de Capital (Intensidade de Capital):
Definição: Certos setores exigem um investimento inicial muito alto em equipamentos, infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento (P&D) ou marketing para iniciar as operações.
Como é uma Barreira: Essa necessidade de grande capital inicial pode impedir que novas empresas entrem no mercado, especialmente startups e pequenas empresas com acesso limitado a financiamento. A dificuldade de captação de dinheiro para abertura e expansão do negócio é uma barreira significativa.
Exemplo: Construir uma usina nuclear ou plataformas de petróleo, ou mesmo uma fábrica de carros, exige milhões em máquinas, tecnologia e estrutura. No setor de fintechs no Brasil, a necessidade de investimento e a dificuldade de captação de dinheiro foram destacadas como barreiras significativas.
3.1.4. Custos Irrecuperáveis (Sunk Costs) – CONTEÚDO PARA CONCURSOS PÚBLICOS:
Definição: São custos fixos que já foram incorridos e não podem ser recuperados ou transacionados sem perda total ou parcial de seu valor, mesmo que a empresa saia do mercado. Um custo irrecuperável é uma despesa realizada cujo custo de oportunidade de sua utilização é próximo de zero.
Como é uma Barreira: Segundo a teoria da concorrência em economia, uma barreira à entrada é um custo fixo que um novo entrante deve incorrer independentemente das atividades de produção ou vendas, e que as empresas estabelecidas não têm ou não tiveram que incorrer. Isso é intrinsecamente ligado ao conceito de custo irrecuperável. Investimentos em capacidade produtiva, P&D, capacitação de mão de obra e fixação de marca, que são irrecuperáveis, funcionam como uma forma de deter a entrada. Mercados com constantes investimentos em custos irrecuperáveis tendem a ser mais concentrados.
Exemplo: A assinatura de um contrato de locação com cláusula de ressarcimento em caso de rescisão por um determinado prazo. Se uma empresa constrói uma planta de energia elétrica para uma mina de carvão específica, e o negócio não é rentável, o recurso mobilizado na planta não pode ser realocado para um uso alternativo, pois foi desenvolvida para um fim e local específicos.
3.1.5. Vantagens Absolutas de Custos:
Definição: Ocorrem quando as empresas já estabelecidas possuem um Custo Médio de Longo Prazo (CMeLP) inferior ao dos novos entrantes em qualquer nível de produção de um bem homogêneo.
Como é uma Barreira: Essas vantagens surgem de:
Melhor Acesso a Fatores de Produção: Especialmente tecnologia (patentes), recursos humanos qualificados e recursos naturais (melhores reservas).
Acúmulo de Economias Dinâmicas de Aprendizado: As empresas que se estabeleceram primeiro e acumularam experiência com o produto têm uma vantagem competitiva significativa (curva de aprendizado).
Imperfeições nos Mercados de Fatores: O custo de financiamento para novos entrantes tende a ser maior do que para empresas estabelecidas que possuem garantias reais.
São criadas por governos ou órgãos reguladores, muitas vezes para proteger consumidores ou garantir padrões de qualidade.
3.2.1. Licenças e Regulamentações Governamentais:
Definição: Exigências legais e burocráticas que devem ser cumpridas para operar em um setor específico. Isso inclui requisitos de licenciamento, aprovações oficiais, e critérios rigorosos como requisitos mínimos de capital ou qualificações profissionais.
Como é uma Barreira: O processo para obter essas licenças pode ser demorado, caro e complexo, desencorajando muitas empresas. No Brasil, a complexidade da legislação financeira é uma barreira significativa para as fintechs.
Exemplo: Abrir um banco, uma empresa farmacêutica ou aérea, ou atuar no setor de saúde exige uma série de requisitos legais e licenças. Governos podem criar barreiras para atender a leis de proteção ao consumidor.
Ponto para Concursos Públicos: A atuação de órgãos reguladores como o Banco Central (BC) para evitar a entrada de empresas mal-intencionadas é valorizada, mas o excesso de restrições pode limitar o número de novos entrantes. O equilíbrio entre incentivo à inovação/concorrência e gerenciamento de riscos é fundamental.
3.2.2. Patentes e Direitos de Propriedade Intelectual:
Definição: Concedem direitos exclusivos a inventores ou criadores sobre suas inovações, produtos ou obras criativas por um período determinado.
Como é uma Barreira: Impedem que concorrentes usem ou imitem essas inovações, limitando a concorrência até que a patente expire. Embora visem incentivar a inovação, podem restringir o acesso de novos participantes ao mercado.
Exemplo: Empresas farmacêuticas como Pfizer, Novartis e Roche possuem monopólios de mercado em diversos medicamentos graças a patentes de longo prazo.
São táticas adotadas por empresas já estabelecidas para proteger sua posição no mercado e desencorajar novos entrantes.
3.3.1. Diferenciação de Produto e Fidelidade à Marca:
Definição: Empresas já estabelecidas possuem marcas fortes, produtos bem estabelecidos na mente dos consumidores e, consequentemente, uma base de clientes fiel. A diferenciação pode ser vertical (um produto é objetivamente melhor) ou horizontal (a escolha depende do gosto pessoal do consumidor).
Como é uma Barreira: Para um novo entrante, é difícil conquistar espaço e convencer os clientes a experimentarem sua oferta, exigindo investimentos significativos em marketing e inovação. A reputação da empresa em relação à qualidade pode gerar uma vantagem significativa para a primeira empresa a se mover, pois clientes com experiências positivas relutarão em trocar de marca.
Exemplo: Marcas como Coca-Cola já têm uma base de clientes fiel e são difíceis de desbancar. A dificuldade das marcas de automóveis chineses em mercados internacionais consolidados ilustra essa barreira.
3.3.2. Custos de Mudança (Switching Costs) para o Cliente:
Definição: São os custos (financeiros, de tempo, de aprendizado ou contratuais) que um cliente enfrenta ao mudar de um fornecedor para outro.
Como é uma Barreira: Mesmo que um novo produto ou serviço seja ligeiramente melhor ou mais barato, o cliente pode hesitar em mudar devido a esses custos percebidos ou obrigações contratuais. Isso mantém os clientes em relacionamentos existentes, tornando desafiador para outras empresas atrair novos clientes.
Exemplo: Se um cliente já investiu tempo para aprender a usar um determinado software, ele pode hesitar em mudar para um novo. Um cliente de banco que tem um gerente que conhece todos os seus negócios enfrentaria um custo de mudança considerável se quisesse mudar de banco.
3.3.3. Acesso a Canais de Distribuição:
Definição: Empresas já estabelecidas muitas vezes possuem redes de distribuição bem estabelecidas, relacionamentos exclusivos com varejistas e controle sobre os pontos de venda.
Como é uma Barreira: Uma nova empresa pode ter grande dificuldade em colocar seus produtos à disposição dos consumidores, pois os distribuidores podem exigir exclusividade ou estar satisfeitos com as marcas tradicionais.
Exemplo: Em mercados dominados por poucas empresas, o controle dos pontos de venda ou distribuição é uma barreira. Marcas estabelecidas podem desfrutar de tratamento preferencial de varejistas, dificultando que novos produtos garantam espaço nas prateleiras.
3.3.4. Curva de Aprendizado (Economias de Escala Dinâmicas):
Definição: Refere-se à vantagem de custo que decorre da experiência acumulada e do know-how ao longo do tempo. À medida que a produção acumulada aumenta, os trabalhadores se tornam mais rápidos e precisos, e os processos são otimizados, reduzindo os custos por unidade.
Como é uma Barreira: A primeira empresa a entrar no mercado, adquirir tamanho substancial e experiência com o produto terá uma vantagem competitiva significativa em relação às demais. Novos entrantes precisam de tempo e recursos para desenvolver esse mesmo nível de eficiência.
Exemplo: Ramos com operações complexas, como restaurantes de luxo ou grifes de moda, onde o know-how é crucial, são um exemplo típico.
3.3.5. Efeitos de Rede (Network Effects):
Definição: O valor de um produto ou serviço aumenta para o usuário à medida que mais pessoas o utilizam. Podem ser redes reais (telefonia, e-mail) ou virtuais (sistemas operacionais, videogames).
Como é uma Barreira: Em mercados com efeitos de rede, a empresa que se estabelece primeiro e constrói uma grande base de clientes tem uma vantagem evidente. Novos clientes naturalmente tenderão a usar a rede maior e mais valiosa, dificultando a entrada de concorrentes com redes menores.
Exemplo: Sistemas operacionais como Windows, que têm um grande número de aplicativos compatíveis, ou plataformas de videogame como PlayStation, com uma vasta biblioteca de jogos, demonstram como o aumento de usuários e produtos complementares eleva o valor da rede.
3.3.6. Prevenção Estratégica à Entrada – CONTEÚDO PARA CONCURSOS PÚBLICOS:
Definição: Estratégias e posicionamentos intencionais das empresas já estabelecidas para deter a entrada de potenciais rivais. Isso pode incluir investimentos em custos irrecuperáveis, como capacidade produtiva excessiva, P&D ou fixação de marca, que criam assimetrias de custo para os novos entrantes.
Como é uma Barreira: As empresas incumbentes podem se coordenar (acordos tácitos ou formais) para manter preços altos e dissuadir novos entrantes. O receio da concorrência potencial anula a concorrência real.
Oligopolistas e Coordenação: Em mercados oligopolistas, as empresas podem adotar acordos tácitos de preços, evitando comunicação explícita para não serem alvos de autoridades antitruste. A liderança de preços (por empresa dominante, colusiva ou barométrica) é uma forma comum de coordenação para manter a lucratividade e deter a entrada.
Algumas barreiras são consideradas "naturais" quando não são explicitamente criadas por governos ou empresas, mas surgem da própria natureza do mercado. A fidelidade à marca, por exemplo, pode existir naturalmente. A escassez inerente de recursos públicos necessários para entrar em um mercado também pode ser uma barreira natural.
Superar as barreiras de entrada não é tarefa simples, mas é um desafio necessário para empresas que buscam expandir seus horizontes ou conquistar novos mercados. Para tanto, é crucial entender profundamente o mercado, analisar cuidadosamente os obstáculos e elaborar planos de ação eficazes.
5.1. Inovação e Diferenciação:
A Abordagem: Investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para criar produtos ou serviços inovadores que se destaquem no mercado. A diferenciação pode posicionar a empresa além da concorrência, criando um espaço único.
Exemplo: Fintechs no Brasil buscam oferecer soluções altamente focadas e baseadas em tecnologias disruptivas, como a substituição da máquina de cartão por aplicativos de celular, ou validação de pagamentos via selfie. A agilidade e inovação são diferenciais que podem ser transformados em facilitadores.
5.2. Alianças Estratégicas e Parcerias:
A Abordagem: Estabelecer colaborações com outras empresas para acessar novos mercados, know-how ou recursos compartilhados, reduzindo assim as barreiras de entrada. Isso pode incluir joint ventures ou acordos de cooperação.
Exemplo: Fintechs podem incentivar joint ventures para acesso a know-how ou buscar parcerias com grandes players. Embora grandes players possam ser barreiras, parcerias estratégicas com eles ou com fundos de investimento de risco internacionais podem facilitar a atuação. A colaboração e união entre fintechs, culminando na criação da ABFintechs, é um facilitador importante, especialmente na relação com órgãos reguladores.
5.3. Eficiência Operacional e Melhoria da Estrutura de Custos:
A Abordagem: Aprimorar os processos internos, reduzir despesas e aumentar a margem de lucro para aumentar a competitividade. Isso inclui otimização de processos, escalabilidade e adoção de tecnologias que maximizem a produtividade.
Relevância: Essencial para competir em mercados onde os preços são um ponto crítico e para superar a barreira das economias de escala.
5.4. Foco em Nichos Específicos ou Mercados Não Atendidos:
A Abordagem: Priorizar segmentos menos saturados ou altamente especializados onde a concorrência é menor.
Exemplo: Países emergentes podem conseguir penetrar em nichos específicos, como aviões regionais (Embraer no Brasil). Fintechs buscam atender mercados consumidores que não foram ou foram mal atendidos por instituições financeiras tradicionais.
5.5. Investimento Público em P&D e Suporte Institucional:
A Abordagem: Governos podem subsidiar setores estratégicos para reduzir a distância tecnológica e promover o avanço industrial. O suporte institucional por órgãos de apoio ao empreendedorismo pode conferir legitimidade às startups.
Relevância: Fundamental para países emergentes e para startups que geralmente enfrentam falta de acesso a conhecimento, recursos humanos e financiamento. A criação de ambientes de pesquisa e desenvolvimento que favoreçam a acolhida de fintechs (incubadoras, parques tecnológicos) é uma oportunidade para o Brasil.
5.6. Navegar e Influenciar a Regulamentação:
A Abordagem: Entender a legislação existente e, se necessário, trabalhar para influenciar novas regulamentações que promovam a livre concorrência.
Relevância: No setor de fintechs, a complexidade e a falta de regulação específica para as fintechs são barreiras. A ABFintechs desempenha um papel importante na mobilização e organização dos interesses dessas empresas junto a órgãos reguladores.
5.7. Investimento em Talentos e Habilidades:
A Abordagem: Contratar e reter talentos com experiência em tecnologia e no setor específico é essencial.
Relevância: No setor de fintechs, a escassez de profissionais qualificados em TI e no mercado financeiro é uma barreira.
5.8. Canais Online e Diretos ao Consumidor (D2C):
A Abordagem: Utilizar plataformas online, canais de e-commerce e modelos de receita direta ao consumidor para contornar as barreiras tradicionais de distribuição e alcançar clientes diretamente.
O estudo sobre fintechs de pagamentos móveis no Brasil (SciELO) oferece um panorama detalhado de como as barreiras e facilitadores se manifestam em um setor dinâmico e inovador.
Atendimento à Legislação e Falta de Regulação Específica: A principal barreira é a dificuldade em entender e atender à legislação vigente, ou a ausência de uma legislação específica para fintechs (operam sem conhecer as "regras do jogo").
Necessidade de Investimento e Dificuldade de Captação: Devido ao fato de serem pequenas e com baixa lucratividade inicial, fintechs passam despercebidas por investidores, que preferem empresas consolidadas com lucros expressivos. A captação de dinheiro junto a órgãos financiadores e investidores é uma grande dificuldade. Há uma questão cultural: investidores brasileiros resistem a investir em negócios de alto risco como as fintechs.
Conflito com Grandes Players: Bancos, instituições financeiras e bandeiras de cartão de crédito são vistos como barreiras devido a abuso de poder, monopólio ou boicote. Grandes players conseguem se organizar e ditar as normas, forçando fintechs a parcerias desfavoráveis ou a se tornarem subadquirentes.
Dificuldade em Encontrar Parceiros Estratégicos Alinhados: A escolha de um parceiro para emissão de cartões, por exemplo, é complexa, pois as adquirentes e operadoras nem sempre estão alinhadas com a estratégia inovadora e simplificada das fintechs.
Comportamento dos Usuários e Questão Cultural: A desconfiança com novas formas de pagamento e a resistência à mudança de hábitos ainda interferem na aceitação e adoção de pagamentos móveis.
Localização Geográfica: Empresas fora do eixo Rio-São Paulo enfrentam resistência e dificuldade de aceitação/legitimidade, o que limita o acesso a recursos.
Problemas de Conexão à Internet: A falta de conexão em diversas partes do Brasil dificulta ou inviabiliza pagamentos móveis por smartphones, forçando fintechs a repensar seus modelos de negócio.
Falta de Mão de Obra Qualificada: A demanda por bons desenvolvedores e profissionais com conhecimento em tecnologia e mercado financeiro é maior que a oferta.
Dificuldade de Monetização: Dificuldade em definir o valor a ser cobrado pelos serviços, especialmente porque as pessoas não querem pagar por serviços financeiros, resultando em pequenas margens de lucro.
Dificuldade de Tornar o Dinheiro Físico: Converter o dinheiro transferido entre aplicativos em algo físico e sacável é um desafio, muitas vezes centralizado em grandes players e tornando a operação mais cara.
Tecnologia como Base de Existência: A tecnologia é o principal facilitador para o ingresso das fintechs, sendo seu "DNA" e "produto". Permite redução de custos e agregação de valor.
Conveniência e Foco da Solução Oferecida: As fintechs oferecem soluções mais focadas, com mais facilidade, agilidade e menos burocracia que as tradicionais.
Conhecimento da Modalidade de Pagamentos Móveis: O surgimento de players como NuBank, Samsung Pay e Apple Pay aumentou a familiaridade e aceitação das fintechs no Brasil.
Atendimento Diferenciado: A oferta de um atendimento de excelência ao cliente, em contraste com as reclamações sobre instituições tradicionais, é um facilitador.
Rede de Contatos e Parcerias Estratégicas: A rede de contatos e a disposição de alguns grandes players em fazer alianças e cooperar com empresas inovadoras facilitam a evolução e o desenvolvimento.
Colaboração e União entre Fintechs (ABFintechs): A criação da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) tem um papel importante na mobilização e organização dos interesses dessas empresas, facilitando a interação com órgãos reguladores.
O livre comércio por si só não resolve o problema da exclusão de países emergentes dos mercados globais para bens complexos e sofisticados devido às estruturas concentradas e às barreiras sistêmicas. Mercados altamente concentrados e tecnologicamente intensivos perpetuam a exclusão de países emergentes, exigindo intervenções deliberadas para construir capacidades e superar as barreiras sistêmicas.
As barreiras de entrada não apenas afetam a entrada de novos concorrentes, mas também influenciam as estratégias das empresas já estabelecidas. Compreender as barreiras existentes permite que as empresas ajustem suas estratégias de marketing, precificação e desenvolvimento de produtos. Além disso, as empresas podem investir em ações que fortaleçam suas posições no mercado, como a construção de marcas fortes e a fidelização de clientes.
Realizar uma análise de mercado detalhada é fundamental para entender as barreiras de entrada em um setor específico. Ferramentas como a análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) e as cinco forças competitivas de Michael Porter podem ajudar os empreendedores a identificar quais barreiras são mais relevantes e como podem ser superadas. A pesquisa de mercado pode fornecer insights valiosos sobre a concorrência e as expectativas dos consumidores, permitindo uma melhor preparação para a entrada.
As cinco forças de Porter incluem:
Clientes ou compradores: Seu poder de barganha afeta a competitividade.
Fornecedores: Seu poder de barganha (em monopólios/oligopólios) diminui a competitividade do setor.
Produtos ou serviços substitutos: Produtos que suprem a mesma necessidade, mas de outro segmento (Ex: AirBnB para hotelaria).
Atuais competidores: O nível de rivalidade afeta a lucratividade.
Novos entrantes: O quão difícil é para novas empresas entrarem no mercado.
Compreender essas forças e, em particular, as barreiras de entrada, é crucial para formular estratégias de marketing e de negócio eficazes.
Com a evolução da tecnologia e as mudanças nas dinâmicas de mercado, as barreiras de entrada estão em constante transformação. Novas tecnologias podem reduzir custos e facilitar a entrada de novos concorrentes, como visto no setor de fintechs onde a tecnologia, antes uma barreira, se tornou uma oportunidade de ingresso. No entanto, mudanças regulatórias também podem criar novas barreiras.
Portanto, os empreendedores devem estar sempre atentos às tendências do mercado e às inovações que podem impactar as barreiras de entrada em seus setores de atuação. A capacidade de adaptação e a disposição para experimentar novas abordagens são características fundamentais para aqueles que buscam superar as barreiras de entrada e conquistar espaço no mercado.
Quais são os principais desafios para formalizar um negócio no Brasil?
a) Alta concorrência e inovação
b) Burocracia e tributação
c) Marketing e vendas
d) Recursos humanos e treinamento
e) Tecnologia e sustentabilidade
O que são barreiras de entrada?
a) Fatores que facilitam o ingresso de novas empresas no mercado
b) Fatores que dificultam o ingresso de novas empresas no mercado
c) Estratégias de marketing digital
d) Modelos de negócios inovadores
e) Práticas sustentáveis
Qual a importância de um estudo de viabilidade?
a) Garantir a inovação do produto
b) Analisar o humor do mercado e a receptividade à nova solução
c) Reduzir os custos de produção
d) Melhorar a logística
e) Capacitar a equipe
b) Burocracia e tributação
b) Fatores que dificultam o ingresso de novas empresas no mercado
b) Analisar o humor do mercado e a receptividade à nova solução