
Assim como o corpo humano, uma planta é um organismo complexo formado por diferentes órgãos, cada um com funções vitais que trabalham em conjunto para garantir sua nutrição, crescimento e reprodução. Os principais órgãos das plantas vasculares (aquelas com vasos condutores) são a raiz, o caule, as folhas, as flores, os frutos e as sementes.
Raízes: Ancoram a planta ao solo e absorvem água e nutrientes.
Caules: Sustentam a planta e transportam substâncias.
Folhas: Locais primários de fotossíntese, respiração e transpiração.
Flores: Estruturas reprodutivas das angiospermas.
Frutos: Geralmente protegem as sementes em desenvolvimento e auxiliam na sua dispersão.
Sementes: Contêm o embrião e são cruciais para a propagação da espécie.
É importante notar que nem todas as plantas possuem todos esses órgãos. Por exemplo, musgos e samambaias não têm flores ou frutos, e os cactos têm folhas modificadas em espinhos.
As raízes são órgãos subterrâneos na maioria das vezes, mas podem apresentar adaptações incríveis acima do solo ou na água.
As raízes desempenham papéis mecânicos e fisiológicos cruciais:
Fixação: Ancoram a planta ao substrato, oferecendo estabilidade. A forma e o desenvolvimento da raiz podem variar dependendo da granulometria do solo.
Absorção: Captam água e sais minerais (componentes da seiva bruta) do solo. A maior parte dessa absorção ocorre pelos pelos radiculares.
Condução: Transportam a seiva bruta absorvida para o caule e as folhas.
Reserva: Algumas raízes armazenam grandes quantidades de substâncias nutritivas, como amido.
Associações Simbióticas: Facilitam a formação de parcerias com microrganismos (bactérias e fungos) que auxiliam na fixação de nitrogênio atmosférico e na dissolução de fósforo, entre outras funções.
Formação do Solo: Através da secreção de moléculas e enzimas, as raízes contribuem para a formação e modificação do solo.
Comunicação: Pesquisas indicam que as raízes podem interagir com outras plantas no ambiente, comunicando, por exemplo, condições de estresse hídrico.
Nas plantas com sementes, as raízes se originam no embrião, a partir da radícula, que é o primeiro órgão a se desenvolver e emergir durante a germinação da semente.
Raiz Axial (Pivotante ou Primária): Característica de dicotiledôneas e gimnospermas, a radícula se desenvolve em uma raiz principal da qual se derivam raízes secundárias. A raiz principal atua na fixação, e as secundárias na absorção de nutrientes e água.
Raiz Fasciculada (em Cabeleira ou Adventícia): Comum em monocotiledôneas, a radícula degenera e as raízes brotam diretamente da base do caule, formando um sistema fibroso de raízes de diâmetro semelhante.
Para diferenciar uma raiz de um caule subterrâneo, observe a ausência de gemas foliares e a presença da coifa na raiz.
Coifa: É uma estrutura em forma de capuz que reveste o ápice da raiz, protegendo o meristema apical (região de intenso crescimento) contra o atrito com o solo. Suas células, em parte mortas, são continuamente repostas. A coifa também pode estar relacionada ao geotropismo positivo da raiz, devido à presença de grãos de amido que orientam o crescimento para baixo.
Mucilagem: Secretada por muitas raízes, serve para lubrificar a passagem da raiz pelo solo, facilitando o crescimento. Em alguns casos, é tóxica para outras plantas, reduzindo a competição.
Crescimento Primário: Inicia-se no meristema apical, dando origem aos tecidos primários:
Epiderme: Camada mais externa, geralmente unisseriada, formada pela protoderme. Possui pelos absorventes, pequenas papilas que aumentam a área de superfície para absorção de água e nutrientes.
Córtex: Região entre a epiderme e o cilindro vascular, originada do meristema fundamental. Composto por células parenquimáticas com espaços intercelulares, permitindo a entrada de água e nutrientes. A camada mais interna do córtex é a endoderme, e a externa, a exoderme.
Endoderme: Característica marcante é a presença de estrias de Caspary, faixas espessadas de suberina nas paredes celulares que controlam a entrada de água no cilindro vascular, regulando o fluxo para o restante da planta.
Cilindro Vascular: Diferencia-se do procâmbio, formado pelo periciclo e pelos tecidos condutores (xilema e floema).
Periciclo: Camada mais externa do cilindro vascular, geralmente unisseriada, responsável pela formação das raízes laterais (que têm origem profunda, sendo chamadas de raízes endógenas).
Xilema e Floema: Diferentemente do caule, na raiz, os tecidos vasculares não formam feixes. O xilema forma um maciço que se projeta em direção ao centro, e o floema se dispõe em cordões na periferia. A maturação do xilema ocorre de forma centrípeta (exarca), com o protoxilema voltado para a periferia.
Crescimento Secundário: Ocorre pela atividade do câmbio vascular e do felogênio, formando tecidos vasculares secundários e periderme, respectivamente. O câmbio vascular, inicialmente em faixas, torna-se circular à medida que o xilema secundário se forma. O felogênio, originado das células externas ao periciclo, produz o súber.
Além das raízes subterrâneas comuns (como as do milho, feijão, café), existem tipos especializados:
Raízes Tuberosas: Armazenam substâncias de reserva, como amido. Exemplos: mandioca, cenoura, batata-doce, beterraba, cará.
Cuidado! Não confundir com caule tuberoso (ex: batata-inglesa). Na raiz tuberosa, caule e folhas ficam acima do solo.
Raízes Aéreas: Ficam, ao menos em parte, fora do solo e podem auxiliar na sustentação, absorção de gases ou reserva.
Raiz Suporte ou Escora: Ajudam na fixação e sustentação de plantas altas ou em solos instáveis (ex: milho).
Raiz Estrangulante (Cinturas): Raízes adventícias que abraçam outro vegetal, podendo levar à morte do hospedeiro por falta de seiva (ex: mata-pau).
Raiz Tabular: Raiz lateralmente achatada, semelhante a uma tábua, que oferece maior fixação e estabilidade em árvores de grande porte (ex: figueira, xixá).
Raiz Velame (Cintura): Presente em orquídeas, tem a função de absorver água diretamente da atmosfera.
Raiz Grampiforme: Fixam o vegetal a suportes (muros, estacas) por meio de estruturas que lembram grampos (ex: hera).
Raiz Respiratória (Pneumatóforo): Raízes que crescem verticalmente para fora do solo (em ambientes alagadiços e pobres em oxigênio, como mangues) e possuem poros para absorver oxigênio atmosférico.
Raiz Sugadora (Haustório): Adaptadas para extrair alimentos de plantas hospedeiras; são características de plantas parasitas (ex: cipó-chumbo, erva-de-passarinho).
Raízes Aquáticas: Desenvolvem-se em plantas que flutuam na água. Sua função é absorver e fixar, e são adaptadas para armazenar ar, facilitando a flutuação (ex: vitória-régia).
Além de fontes de alimento (cenoura, mandioca, rabanete), algumas raízes são valorizadas por suas propriedades medicinais (ginseng).
O caule é o órgão que estabelece a conexão vital entre as raízes e as folhas, oferecendo suporte e permitindo a elevação das estruturas aéreas da planta.
Sustentação: Suporta as folhas, flores e frutos, garantindo que as folhas fiquem bem posicionadas para a captação de luz solar na fotossíntese. Também eleva flores e frutos, auxiliando na polinização e dispersão de sementes.
Condução: Atua como via para o transporte de substâncias. O xilema transporta água e sais minerais das raízes para as folhas (seiva bruta), enquanto o floema transporta os açúcares (produzidos na fotossíntese) das folhas para todas as partes da planta (seiva elaborada).
Reserva: Alguns caules armazenam nutrientes, como a batata-inglesa.
Fotossíntese: Caules jovens e alguns tipos especializados (cladódios) podem realizar fotossíntese.
Produção Hormonal: Produzem hormônios vegetais que regulam o crescimento e desenvolvimento da planta.
A característica mais marcante do caule é a presença de nós e entrenós.
Nós: Pontos no caule onde as folhas e as gemas axilares (que podem dar origem a ramos, flores ou grupos de flores) se inserem.
Entrenós: Espaços entre dois nós consecutivos.
Gemas: Estruturas que dão origem a novos crescimentos. A gema apical (no ápice do caule) é responsável pelo crescimento em comprimento da planta.
Crescimento Primário: Observado em caules jovens ou em monocotiledôneas, que geralmente não apresentam crescimento secundário. Em um corte transversal de uma eudicotiledônea, distinguem-se quatro regiões de fora para dentro:
Epiderme: Tecido mais externo, de revestimento, vivo.
Córtex: Logo abaixo da epiderme, pode ser formado por parênquima, colênquima ou esclerênquima.
Sistema Vascular: Composto por feixes vasculares com xilema e floema primários. Nas eudicotiledôneas, organizam-se em anel ao redor da medula. Em monocotiledôneas, os feixes vasculares são dispersos, impossibilitando a diferenciação clara de córtex e medula.
Medula: Região central, formada por tecido parenquimático.
Crescimento Secundário: Ocorre em eudicotiledôneas e algumas gimnospermas, resultante da atividade do câmbio vascular (que forma os tecidos vasculares secundários, como a madeira) e do felogênio (que forma a periderme ou casca).
Os caules podem ser classificados de acordo com sua localização:
A. Caules Aéreos: Localizados acima do solo.
Eretos: Presentes em plantas que crescem verticalmente para competir por luz.
Tronco: Caule lenhoso, rígido, ramificado principalmente no ápice (ex: árvores).
Estipe: Caule sem ramificações, com folhas concentradas no ápice (ex: palmeiras).
Haste: Caule macio, flexível, verde e fotossintetizante (ex: plantas herbáceas).
Colmo: Possui "gomos" (nós e entrenós anelares) (ex: bambu, cana-de-açúcar).
Trepadores: Necessitam de suporte para crescer (ex: trepadeiras).
Volúbeis: Enrolam-se sem auxílio de estruturas de fixação.
Rastejantes: Crescem horizontalmente sobre a superfície do solo.
Estolão: Tipo de caule rastejante que enraíza nos nós, permitindo a rápida ocupação do solo (ex: morangueiro).
B. Caules Subterrâneos: Desenvolvem-se abaixo do solo, muitas vezes ricos em reservas nutritivas.
Rizoma: Caule espesso, com nós e entrenós definidos, crescimento horizontal, rico em reservas (ex: bananeira, gengibre).
Bulbo: Estrutura achatada e rígida (prato) envolta por folhas modificadas (catáfilos), que serve como reserva e ajuda a planta a sobreviver em condições adversas (ex: alho, cebola, lírio).
Tubérculo: Caule intumescido (inchado), muito rico em substâncias de reserva (principalmente amido). Apresenta gemas capazes de produzir ramos e raízes (ex: batata-inglesa).
Cuidado! Não confundir com raízes tuberosas! A batata-inglesa é um caule, enquanto a mandioca é uma raiz.
C. Caules Aquáticos: Desenvolvem-se completamente na água, submersos ou flutuantes, e tendem a ser menos rígidos devido ao suporte da água (ex: elódea).
Algumas modificações do caule são adaptações a condições específicas:
Gavinhas: Estruturas alongadas que se enrolam em suportes para fixação. Podem ter origem caulinar (ex: maracujazeiro) ou foliar.
Espinhos: Estruturas duras e pontiagudas para defesa da planta. Assim como as gavinhas, podem ter origem caulinar ou foliar.
Cladódios: Caules verdes com função fotossintética, comuns em plantas de regiões secas (ex: cactos).
Filocládios: Semelhantes aos cladódios, também verdes e fotossintetizantes, mas com crescimento definido e formato que lembra uma folha.
Os caules têm grande valor econômico e cultural:
Alimentação: Batata-inglesa, cana-de-açúcar, palmito, gengibre são exemplos de caules consumidos.
Madeira: Utilizada na fabricação de móveis, ferramentas, instrumentos musicais, pisos e casas (ex: mogno). É também a matéria-prima para a fabricação de papel.
As folhas são, em geral, órgãos laminares (achatados e amplos) e verdes, especializados em processos vitais para a planta.
Fotossíntese: É a principal função das folhas. Nelas, a energia da luz solar é capturada e transformada em energia química (alimento para a planta). Isso ocorre nos cloroplastos, que contêm a clorofila (o pigmento verde que absorve a luz).
Respiração: As folhas realizam a troca de gases (absorção de oxigênio e liberação de dióxido de carbono) com o ambiente.
Transpiração: Processo de liberação de vapor d'água pela planta. A respiração e transpiração são possíveis graças aos estômatos, pequenas estruturas na superfície da folha que se abrem e fecham para controlar as trocas gasosas e a perda de água.
Distribuição de Alimento: A partir das folhas, o alimento produzido é distribuído para todos os órgãos da planta.
Proteção: Protegem as gemas axilares.
Modificações: Podem se transformar em espinhos (para reduzir perda de água) ou em brácteas coloridas (para atrair polinizadores).
As folhas são expansões laterais do caule, geralmente laminares e com crescimento limitado. Elas se inserem nos nós do caule e estão sempre associadas às gemas axilares.
Em uma folha completa de eudicotiledônea, distinguem-se:
Lâmina ou Limbo: A porção verde, achatada. Possui duas faces: adaxial (superior), próxima ao eixo da planta, e abaxial (inferior), mais distante. A epiderme da folha pode variar em número de camadas, forma das células, arranjo de estômatos e tricomas.
Mesofilo: Compreende os tecidos entre as epidermes. Geralmente, é diferenciado em dois tipos de parênquima clorofiliano (com cloroplastos) para eficiência da fotossíntese:
Parênquima Paliçádico: Células alongadas e compactas, localizadas geralmente na face adaxial. Contém a maioria dos cloroplastos.
Parênquima Esponjoso: Células irregulares com grandes espaços intercelulares, facilitando as trocas gasosas.
Nervuras: Feixes vasculares que transportam seiva. Nas eudicotiledôneas, a venação é geralmente reticulada (ou peninérvea), formando uma rede, com uma nervura principal e ramificações secundárias.
A nervura mediana possui epiderme, córtex e endoderme envolvendo o sistema vascular.
O sistema vascular é formado por xilema e floema primários e periciclo.
Pecíolo: Estrutura que une a lâmina ao caule, geralmente cilíndrico. Se ausente, a folha é séssil.
Pode apresentar pulvinos (na base ou ápice do pecíolo) ou pulvínulos (nos peciólulos de folhas compostas), espessamentos que permitem movimentos reversíveis das folhas em resposta a estímulos (ex: "maria-vai-dormir").
Base Foliar: Porção estendida onde o pecíolo se insere no caule.
Estípulas: Pequenas estruturas laminares ou apendiculares na base da folha. Sua duração é variável (caducas ou persistentes). Estipelas são análogas às estípulas, mas localizadas na base dos folíolos de folhas compostas.
Folha Simples: Possui uma única lâmina foliar. Pode ser inteira, fendida (lobada), partida ou sectada, dependendo da profundidade das incisões.
Folha Composta: A lâmina foliar é dividida em várias subunidades chamadas folíolos, articulados sobre um eixo chamado ráquis.
Atenção! Apenas a folha (simples) apresenta gema axilar em sua base. Na base dos folíolos não há gema. Essa é uma diferença crucial para identificar!.
Classificação por número de folíolos: Unifoliolada, bifoliolada, trifoliolada.
Classificação por disposição dos folíolos:
Pinada: Folíolos dispostos ao longo da ráquis (ex: imparipinada, paripinnada, bipinada, tripinada, quadripinada).
Palmaticomposta: Folíolos inseridos na extremidade da ráquis.
As folhas de eudicotiledôneas apresentam uma enorme variedade de formas (lanceolada, ovada, cordada, linear, etc.), que são importantes caracteres taxonômicos.
Apresentam grande diversidade morfológica, mas com características comuns:
Geralmente inteiras.
Venação paralelinérvea: Tecidos vasculares com dimensões equivalentes, formando nervuras paralelas.
Bainha bem desenvolvida: Aderida ao caule, envolvendo-o mais ou menos completamente, podendo cobrir vários entrenós.
Pode haver uma lígula (apêndice laminar vertical) na união da lâmina e da bainha (ex: milho).
Algumas podem ter pecíolo (ex: Araceae), e outras são ensiformes ou equitantes (ex: Iridaceae).
Em palmeiras, as folhas podem ser sectadas e ter venação pinada ou palmada.
São menos variáveis em estrutura do que as de angiospermas.
Geralmente sempre verdes e com caracteres xeromorfos (adaptações a ambientes secos e frios).
Frequentemente acicular (em forma de agulha) (ex: Pinus, Abies, Larix, Picea).
Comumente uninervadas (ex: Pinus, Cycas), mas podem ter nervuras praticamente paralelas (Zamia) ou ser amplamente ovadas com várias nervuras (Araucariaceae).
Exemplos: Folhas reduzidas/escamiformes (ciprestes, Thuja), em forma de leque (flabeliforme) com venação dicotômica aberta (Ginkgo).
Anatomicamente, podem ter epiderme com paredes espessadas e lignificadas, cutícula espessa, estômatos em nível inferior, hipoderme e mesofilo plicado (com invaginações das paredes celulares) e ductos resiníferos.
A estrutura das folhas varia consideravelmente de acordo com a disponibilidade de água no ambiente:
Xerófitas: Adaptadas a ambientes com carência de água por longos períodos (ex: cactos, plantas do cerrado).
Características: Folhas pequenas e compactadas, redução do tamanho das células, aumento do espessamento das paredes celulares e da cutícula (camada protetora), maior densidade de sistema vascular e estômatos (muitas vezes em sulcos para reduzir a transpiração), parênquima paliçádico abundante, ou presença de parênquima aquífero (armazenador de água) em folhas suculentas. Frequência de folhas espessas e coriáceas, com grande quantidade de tricomas (pelos) para reter umidade.
Mesófitas: Requerem umidade moderada no solo e atmosfera.
Características: Folha dorsiventral (com faces superior e inferior distintas), parênquima clorofiliano diferenciado em paliçádico e esponjoso. Geralmente, os estômatos estão apenas na superfície abaxial.
Folhas de sol vs. Folhas de sombra: Mesmas espécies podem ter folhas mais espessas e diferenciadas (sol) ou mais finas (sombra) dependendo da intensidade luminosa recebida.
Hidrófitas: Dependem de abundante quantidade de água, crescendo total ou parcialmente imersas.
Características: Redução dos tecidos de sustentação e vasculares (principalmente o xilema), presença de grandes espaços intercelulares (aerênquima) para flutuação e armazenamento de gases. Em folhas submersas, a epiderme absorve nutrientes, com paredes celulares e cutícula delgadas. Mesofilo reduzido e sem diferenciação entre paliçádico e esponjoso. Estômatos podem estar ausentes.
A filotaxia refere-se à disposição das folhas no caule, que influencia o número de feixes vasculares do caule. Três grupos principais:
Alterna: Uma única folha por nó.
Dística: Folhas inseridas em duas linhas opostas (180° entre elas).
Helicoidal: Folhas espaçadas, organizadas em espiral.
Oposta: Duas folhas surgem simultaneamente em cada nó, uma oposta à outra.
Verticilada: Três ou mais folhas inserem-se simultaneamente em cada nó do caule, formando um verticilo foliar.
As flores são as estruturas reprodutoras características das angiospermas, com a função primordial de produzir sementes através da reprodução sexuada.
Uma flor é uma estrutura de crescimento determinado (o meristema apical para de se dividir após a produção de todas as peças florais). Ela é responsável por mediar a união dos esporos masculino (micrósporo) e feminino (megásporo), processo conhecido como polinização, que culmina na formação do fruto e das sementes.
A flor está unida ao caule pelo pedicelo, que se dilata em um receptáculo floral onde se inserem as peças florais. Essas peças são folhas modificadas, especializadas em proteção e reprodução:
Peças Estéreis (Proteção): Formam o perianto.
Sépalas: Geralmente verdes, formam o cálice, a camada mais externa.
Pétalas: Geralmente coloridas e atraentes, formam a corola, logo após o cálice.
Peças Férteis (Reprodução):
Estames: Órgãos masculinos, formam o androceu. Cada estame é composto por um filete e uma antera, que contém os grãos de pólen (gametófitos masculinos).
Carpelos (ou Pistilos): Órgãos femininos, formam o gineceu. Localizado no centro da flor, é composto pelo estigma (superfície receptora de pólen), estilete (parte alongada por onde o tubo polínico cresce) e ovário (parte basal que contém os óvulos e se transforma no fruto).
A proteção dos óvulos dentro dos carpelos é uma novidade evolutiva das angiospermas.
A polinização é a transferência do grão de pólen da antera para o estigma. Ela é o ponto de partida para a produção de frutos e sementes.
Agentes Polinizadores:
Vento (Anemofilia): Transporta grãos de pólen pequenos, secos e leves (ex: gramíneas como arroz, milho, trigo). Flores anemófilas não precisam ser atrativas, tendo aromas discretos e pólen de baixo valor nutricional para insetos. Importante! O pólen de gramíneas, como a Ambrosia, é uma causa comum de alergias respiratórias, ao contrário de flores entomófilas.
Água: Transporta pólen de certas plantas aquáticas.
Animais (Zoofilia, especialmente Entomofilia - insetos): A maioria das espécies de plantas com flores depende de animais.
Abelhas: São os polinizadores mais abundantes e frequentes, devido à sua dependência de recursos florais (néctar, pólen) e à presença de estruturas que facilitam o transporte de pólen. No Brasil, abelhas polinizam 80% das plantas cultivadas e silvestres relacionadas à produção de alimentos.
Outros polinizadores: Aves, morcegos, lagartos, gambás.
Flores que atraem animais: Muitas têm nectários, cores atrativas, padrões (guias de néctar visíveis no espectro ultravioleta para abelhas) e aromas (nem sempre agradáveis para humanos, ex: cheiro de carne podre para atrair moscas).
Tipos de Polinização:
Autopolinização: Transferência de pólen dentro da mesma flor ou entre flores da mesma planta.
Polinização Cruzada: Transferência de pólen entre flores de plantas diferentes, mas da mesma espécie. Promove maior variabilidade genética, o que é uma estratégia de sobrevivência frente às mudanças ambientais.
A Polinização como Serviço Ecossistêmico (Conceito Essencial):
É um processo natural gerado nos ecossistemas, fundamental para a manutenção da vegetação e sua diversidade.
Garante a produção de nutrientes, energia e abrigo para os seres vivos, incluindo humanos.
É um serviço de regulação e provisão, que sustenta a vida no planeta de diversas formas, inclusive na agricultura, onde seu valor econômico é bilionário.
Sem polinização, não há fecundação, nem formação de semente e embrião. Na ausência de um embrião, o fruto não se forma por falta de estímulo ao crescimento.
Déficit de Polinização:
Deficiência na polinização, geralmente por insuficiência de polinizadores, que compromete a produtividade e qualidade de frutos e sementes.
Identificação: Número de frutos/sementes inferior ao esperado, ou com tamanhos/formatos atípicos.
Redução: Aumentar a diversidade e abundância de polinizadores (manter vegetação nativa, restaurar áreas degradadas, diversificar cultivos, adotar sistemas sustentáveis, manejo integrado de pragas, monitorar qualidade ambiental, criar polinizadores).
Impacto da Extinção de Abelhas: Uma queda drástica na reprodução e produtividade das plantas, afetando ecossistemas (vegetação, fauna, solo, clima), reduzindo a disponibilidade de nutrientes e causando prejuízos econômicos. Muitas plantas cultivadas (abóbora, cajá, maracujá, melancia) não produzem frutos sem abelhas, e outras (café arábica, laranja, soja, tomate) se beneficiam com sua presença em quantidade e qualidade.
O fruto é o ovário amadurecido e transformado após a fecundação da flor. Sua principal função é proteger as sementes em desenvolvimento e auxiliar na sua dispersão.
Há uma distinção crucial entre o termo "fruto" em sentido botânico e "fruta" em sentido culinário.
Fruto (botânico): Qualquer ovário amadurecido contendo sementes. Isso inclui não apenas as "frutas" (maçã, uva, laranja), mas também muitos "legumes" (berinjela, vagens, tomate, pepino) e "cereais" (arroz, milho, trigo), que são botanicamente frutos.
A formação do fruto é estimulada pela fecundação. Após a fecundação, o óvulo se transforma em semente, e a parede do ovário (carpelo) se desenvolve no pericarpo.
Hormônios de Crescimento: Auxinas, giberelinas, citocininas e etileno são fundamentais no crescimento do ovário para formar o fruto. A auxina, por exemplo, é formada pelo grão de pólen e pelo óvulo fecundado.
Partenocarpia: Algumas plantas podem produzir frutos sem sementes (frutos partenocárpicos), como a banana, figo e laranja-da-bahia. Isso ocorre devido à formação espontânea de hormônios de crescimento ou por estímulo da polinização sem que ocorra fecundação.
O pericarpo é a parede do fruto, originada da parede do ovário. Pode ser dividido em três camadas:
Epicarpo (ou Exocarpo): Camada mais externa, correspondendo à casca.
Mesocarpo: Camada intermediária, que pode ser fina e seca (frutos secos) ou carnosa e suculenta (ex: pêssego, berinjela).
Endocarpo: Camada mais interna, que pode ser carnosa (ex: uva), pétrea (formando o "caroço", ex: azeitona, pêssego) ou ter pelos/glândulas (ex: frutas cítricas).
A consistência do pericarpo determina dois grupos básicos de frutos: secos e carnosos.
Tecidos não-carpelares que se desenvolvem junto com o ovário e se tornam parte do fruto são chamados de partes acessórias ou pseudofrutos (embora o termo "pseudofruto" não seja explicitamente usado em todos os fontes, a ideia é a mesma).
Hipanto espessado: Forma a maior parte comestível de frutos como a maçã e a pera.
Bractéas e pedúnculo da inflorescência: Formam a parte carnosa do abacaxi.
Pedúnculo floral: Desenvolve-se na parte carnosa comestível do caju, enquanto a "castanha" é o fruto verdadeiro (uma drupa).
A classificação dos frutos baseia-se em critérios como o número de ovários envolvidos, a natureza do pericarpo maduro, e a forma de abertura.
A. Classificação pelo Número de Ovários Envolvidos:
Frutos Simples: Derivam de um único ovário (súpero ou ínfero) de uma única flor. Podem ser secos ou carnosos, uni ou multicarpelares. (Ex: cereja, tomate).
Frutos Agregados: Derivam de muitos ovários de uma única flor (gineceu apocárpico multicarpelar), que se tornam mais ou menos fundidos. (Ex: morango, framboesa, fruta-do-conde).
Frutos Múltiplos: Derivam de ovários amadurecidos de muitas flores de uma inflorescência, que se fundem em uma única massa (infrutescência). (Ex: amora, abacaxi, figo).
B. Classificação de Frutos Simples pela Deiscência:
Frutos Deiscentes: Abrirem-se espontaneamente na maturidade para liberar as sementes. São considerados evolutivamente mais primitivos.
Folículo: Derivado de um único carpelo, abre-se por uma fenda (sutura ventral). Considerado o fruto mais primitivo. (Ex: Grevilea, Magnolia).
Legume: Derivado de um único carpelo, abre-se por duas fendas (sutura ventral e nervura dorsal). Fruto típico da família Leguminosae. (Ex: feijão, ervilha, angico).
Cápsula: Deriva de dois ou mais carpelos, seca na maturidade, abrindo de várias formas (por poros, transversalmente - pixídio, ou longitudinalmente). (Ex: papoula, sapucaia, cacau).
Síliqua: Característica da família Cruciferae (mostarda, agrião). Deriva de ovário bicarpelar; o pericarpo se separa em duas valvas, deixando um eixo central com sementes.
Esquizocarpo: Fruto pluricarpelar que se fragmenta em porções (mericarpos) na maturidade. (Ex: mamona, cenoura).
Lomento: Derivado de ovário unicarpelar, fragmenta-se transversalmente em segmentos monospérmicos. (Ex: carrapicho).
Craspédio: Fragmenta-se transversalmente, mas a nervura e sutura do carpelo permanecem presas ao receptáculo. (Ex: Mimosa).
Frutos Indeiscentes: Não se abrem espontaneamente na maturidade para liberar as sementes.
Aquênio: Pericarpo seco, unilocular (uma semente ligada ao pericarpo por apenas um ponto). (Ex: girassol).
Cariopse (ou Grão): Fruto típico das Gramineae. Pericarpo fundido à testa da única semente em toda a sua extensão. (Ex: milho, arroz, trigo).
Noz: Pericarpo seco e muito duro, contendo uma única semente livre do pericarpo. (Ex: avelã).
Sâmara: Pericarpo seco com uma ou mais expansões laterais em forma de asa, auxiliando na dispersão pelo vento. (Ex: Tipuana, araribá).
Baga: Pericarpo carnoso, geralmente com várias sementes no interior. (Ex: uva, mamão, maracujá). Inclui tipos especiais como:
Pepônio: Uma baga especial de ovário ínfero (ex: melancia, abobrinha, pepino).
Hesperídio: Baga especial de frutas cítricas, com epicarpo coriáceo e endocarpo formando bolsas de suco (ex: laranja).
Drupa: Pericarpo carnoso, coriáceo ou fibroso, com o endocarpo muito duro (pétreo) envolvendo a semente, formando um "caroço". (Ex: pêssego, cereja, manga, azeitona).
O surgimento do fruto foi um fator crucial para o sucesso evolutivo das angiospermas. Inicialmente, o invólucro dos óvulos pelos carpelos ofereceu proteção contra predadores. No entanto, isso dificultou a dispersão das sementes. Assim, os frutos primitivos eram deiscentes, abrindo-se para expor as sementes, uma condição que, de certa forma, "remontava" à nudez das sementes das gimnospermas.
Ao longo da evolução, o ovário e a semente desenvolveram-se em conjunto, e o fruto tornou-se indeiscente, assumindo um papel importante na dispersão das sementes. O desenvolvimento de um exocarpo colorido ou um pericarpo carnoso atraiu animais que, ao se alimentarem do fruto, dispersavam as sementes. Assim, a função de proteção e dispersão foi transferida da semente isolada para o fruto e a semente em conjunto.
A semente é um óvulo maduro que desempenha um papel vital na propagação das plantas. Ela representa o ponto culminante de uma geração e o início de uma nova descendência, contendo uma planta em miniatura (embrião) com potencial para se desenvolver em uma planta adulta sob condições favoráveis.
Essencialmente, a semente é composta por três partes distintas:
Reservas: Nutrientes armazenados para o desenvolvimento inicial do embrião.
Tegumento: Camada protetora externa, o envoltório da semente.
Embrião: A planta em miniatura (eixo embrionário), que se desenvolverá em uma plântula.
Em dicotiledôneas, o embrião possui um eixo embrionário e dois cotilédones (estruturas de reserva). O eixo embrionário consiste em epicótilo/plúmula (parte superior que dará origem ao caule e folhas), radícula (origem da raiz) e hipocótilo (região entre a radícula e os cotilédones).
Em monocotiledôneas, o embrião tem um eixo embrionário e um cotilédone, também chamado de escutelo (que entra em contato com o endosperma, transferindo nutrientes). A plúmula é envolta pelo coleóptilo, e a radícula pela coleorriza.
O desenvolvimento da semente ocorre desde a fertilização do óvulo até a maturação da semente. Esse processo pode ser dividido em três fases:
I) Divisão Celular: Rápida divisão celular por mitose, início da diferenciação e expansão celular, síntese proteica, produção de RNAm e endoduplicação do DNA.
II) Expansão Celular: Continuação da endoduplicação do DNA, acúmulo de reservas (amido, proteínas, lipídios), e diferenciação celular.
III) Dessecamento: Fase final e crucial, que deve ocorrer de forma lenta e controlada para evitar danos às membranas. Há perda de polissomos e máxima síntese de proteínas de reserva e amido.
Após a fertilização, uma série de transformações ocorre no ovário da flor, culminando na formação de uma semente madura. A semente atinge seu peso máximo em matéria seca (PMS), e é neste ponto que ela alcança seu máximo vigor e máxima germinação (maturidade fisiológica plena). A semente se torna independente da planta-mãe nesta fase.
As principais modificações durante a maturação incluem:
Teor de Umidade: Aumenta de 80-90% após a fertilização, depois diminui progressivamente, controlada pela planta, até um equilíbrio com o ambiente (14-20%).
Tamanho: Aumenta até o máximo, depois diminui ligeiramente com a perda de umidade.
Peso (Massa Seca): Massa verde e massa seca aumentam até um máximo. O ponto de Máximo Peso Seco (PMS) indica o término do fluxo de substâncias solúveis para a semente e o equilíbrio entre acúmulo e taxa de respiração.
Poder Germinativo: O máximo poder germinativo é atingido pouco antes do ponto de PMS.
Vigor: O máximo vigor é alcançado no mesmo ponto que o PMS.
Após a formação completa, sementes ortodoxas (que toleram dessecamento) podem entrar em um período de repouso fisiológico chamado criptobiose. Existem dois tipos de latência:
Dormência: Causada por fatores intrínsecos à própria semente. A semente é viável (viva e com potencial de germinar), mas possui mecanismos internos que bloqueiam a germinação. Exemplos: inibidores químicos, impermeabilidade do tegumento, imaturidade do embrião.
Quiescência: Resulta da ausência de um ou mais fatores extrínsecos (ambientais) necessários para iniciar a germinação. A semente também é viável, mas não germina por falta de condições ideais. Exemplos: falta de oxigênio, água, temperatura adequada ou luz (para sementes fotoblásticas positivas).
A germinação é o reinício do crescimento do embrião, culminando na formação de uma plântula independente. Para sementes vivas, viáveis e não dormentes, a germinação começa com a exposição a condições ambientais propícias.
Para que a germinação seja bem-sucedida, são fundamentais:
Viabilidade da semente: A semente deve ter a capacidade de germinar.
Ausência de dormência: A semente não deve estar dormente.
Condições ambientais adequadas:
Água: Absolutamente indispensável.
Oxigênio: Essencial para a respiração aeróbica.
Temperatura: Faixa ótima para as atividades metabólicas.
Luz: Para sementes fotoblásticas positivas.
Sanidade da semente: Livre de patógenos.
A germinação envolve uma sequência ordenada de eventos metabólicos e físicos, desde a absorção de água até o início do crescimento da radícula.
Fase I – Reidratação (Embebição):
Processo Físico: Intensa absorção de água pela semente devido ao gradiente de potencial hídrico entre a semente e o substrato. Ocorre por difusão e é independente da atividade metabólica da semente.
Eventos: Aumento da atividade respiratória, lixiviação (liberação) de substâncias (açúcares, ácidos orgânicos, aminoácidos, íons), aumento da permeabilidade do tegumento a gases, ativação e ação enzimática.
Funções da Água: Amolece o tegumento, aumenta o volume do embrião, facilita a ruptura do tegumento, promove a difusão de gases, estimula a síntese de enzimas e hormônios.
Velocidade de Embebição: Varia com a espécie, permeabilidade do tegumento, disponibilidade de água (aeróbica), temperatura (temperaturas mais altas aceleram), pressão hidrostática (inversa), área de contato, forças intermoleculares, condição fisiológica da semente (imaturos/deteriorados absorvem mais rápido) e composição química (sementes ricas em proteínas absorvem mais rápido).
Fase II – Germinação (Atividade Metabólica):
Redução drástica na taxa de absorção de água.
Intensificação da digestão das reservas.
Síntese de novo RNAm (RNA mensageiro).
Translocação de substâncias solúveis e simples (resultantes da digestão das reservas) para os pontos de crescimento do embrião, iniciando a assimilação.
Fase de intensa atividade metabólica e fisiológica, com algumas atividades reversíveis.
Fase III – Crescimento (Protusão da Radícula):
Modificações Morfológicas Visíveis: Alongamento da radícula (protusão da raiz primária).
Aumento constante na absorção de água e atividade respiratória.
Mobilização das reservas e crescimento pronunciado.
Irreversível: Nesta fase, a semente originará uma nova plântula ou morrerá, sendo intolerante à dessecação.
A germinação é um processo aeróbico. A embebição hidrata os tecidos de reserva, ativando uma série de eventos metabólicos:
Ativação Enzimática e Hormonal: Há ativação, síntese e ação enzimática, além do aumento da atividade respiratória.
Hormônios Vegetais: O embrião sintetiza e libera giberelina, que atua na camada de aleurona (ou escutelo em monocotiledôneas), estimulando a produção de enzimas hidrolíticas (ex: α-amilase).
Quebra de Reservas: As enzimas hidrolíticas agem sobre as reservas da semente (endosperma ou cotilédones), desdobrando-as em substratos essenciais.
Amilases: Quebram amido em açúcares (glicídios, sacarose) e geram ATP.
Lipases: Quebram triglicerídeos em glicerol e ácidos graxos, que podem ser convertidos em glicídios e gerar ATP.
Proteases: Quebram proteínas em aminoácidos e peptídeos, gerando energia e permitindo a síntese de novas proteínas.
Respiração Aeróbica: O fornecimento de oxigênio é crucial para a oxidação dessas reservas. Através da glicólise, Ciclo de Krebs e Cadeia Transportadora de Elétrons, os substratos são desdobrados, gerando ATP (energia), calor e produtos intermediários necessários para o crescimento.
Crescimento do Eixo Embrionário: Os solutos e substâncias resultantes são transportados para as regiões apicais do embrião (plântula) via difusão, transporte célula a célula e transporte ativo, impulsionando o alongamento e a multiplicação celular por mitoses. A disponibilidade contínua de água é indispensável nesse processo.
Germinação Epígea: Os cotilédones são elevados acima do nível do solo, pois o hipocótilo (parte do eixo embrionário abaixo dos cotilédones) se alonga. (Ex: feijão, mamona, amendoim, abóbora, alface, café, algodão, repolho, cebola).
Germinação Hipógea: Os cotilédones permanecem enterrados no solo. Não há alongamento significativo do hipocótilo, mas sim do epicótilo (parte acima dos cotilédones), que eleva a plúmula acima do solo. (Ex: gramíneas em geral, milho, arroz, aveia, centeio, cevada, ervilha, seringueira, fava).
A compreensão aprofundada da anatomia e fisiologia das plantas – desde a formação e germinação das sementes, passando pelo desenvolvimento de raízes, caules, e folhas, até a complexidade das flores e frutos – é mais do que um mero conhecimento científico. Ela é a base para práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis, para o aumento da produtividade alimentar e para a preservação da rica biodiversidade do nosso planeta. Ao desvendar os intrincados sistemas metabólicos, as atividades enzimáticas e a influência dos fitohormônios, abrimos portas para inovações que revolucionam a agricultura ecológica e a conservação ambiental.
Em um cenário de desafios globais como a segurança alimentar e a proteção dos ecossistemas, o estudo contínuo da botânica é essencial para direcionar ações concretas que beneficiem tanto a humanidade quanto o ambiente que compartilhamos com toda a vida na Terra. Este guia buscou fornecer o alicerce para essa compreensão vital, incentivando a curiosidade e o aprofundamento neste campo tão essencial da biologia.
Questão 1: Qual é a função principal das raízes das plantas?
a) Realizar a fotossíntese
b) Absorver água e nutrientes
c) Produzir flores
d) Armazenar energia
Questão 2: Qual é o órgão responsável pela produção de frutos e sementes nas plantas com flores?
a) Raízes
b) Caules
c) Folhas
d) Flores
Questão 3: Qual é o principal processo realizado pelas folhas das plantas?
a) Respiração
b) Transpiração
c) Fotossíntese
d) Armazenamento de nutrientes
Gabarito:
b) Absorver água e nutrientes
d) Flores
c) Fotossíntese