.png)
Em um cenário de mercado cada vez mais dinâmico, globalizado e competitivo, o sucesso de uma empresa está intrinsecamente ligado à sua capacidade de aproveitar ao máximo os conhecimentos desenvolvidos internamente. A tradicional contabilidade, focada em índices financeiros e ativos tangíveis, perdeu parte de seu valor, dando lugar à valorização do capital intelectual. Este período é conhecido como a transição da era industrial para a era do conhecimento.
refere-se ao conjunto de conhecimentos, habilidades, experiências e informações que uma organização ou indivíduo possui e utiliza para criar valor. Em sua essência, ele é a soma do capital humano com o capital estrutural. É considerado um ativo imaterial e intangível, diferenciando-se dos recursos materiais de uma empresa e sua infraestrutura. Ele representa o ativo intangível que impulsiona a inovação, a eficiência e o desempenho organizacional.
Durante muito tempo, o acesso ao conhecimento era limitado à elite das organizações e não era utilizado de forma eficaz no planejamento estratégico. Contudo, com o advento da inovação e do progresso tecnológico a partir dos anos 80, e a transição para a sociedade da informação nos anos 90, a gestão do conhecimento tornou-se um tema vital no mundo dos negócios. O conhecimento passou a ser um importante diferencial competitivo para as empresas que sabem adquiri-lo, mantê-lo e utilizá-lo de forma eficiente e eficaz.
Peter Drucker (1999) destacou que um dos desafios mais relevantes para as organizações na nova era do conhecimento é desenvolver práticas sistemáticas para administrar a autotransformação, exigindo um caráter inovador e a implementação da melhoria contínua em suas atividades. Thomas Stewart, um dos grandes especialistas no assunto, reforça essa ideia, afirmando que o capital intelectual é a soma do conhecimento de todos em uma empresa, o que lhe proporciona vantagem competitiva. Diferente de ativos tangíveis como propriedades e equipamentos, o capital intelectual é a matéria intelectual (conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência) que pode ser utilizada para gerar riqueza.
O investimento em conhecimento e a valorização dos colaboradores, potencializando atributos que desenvolvam o capital intelectual, agregam valor às atividades da organização e aumentam sua eficiência e credibilidade junto a clientes internos e externos. A nova economia exige que as organizações definam estratégias que promovam o uso eficiente de seus recursos tangíveis e intangíveis para obter diferencial competitivo. No mercado de ações, o capital intelectual tem sido um fator determinante para o aumento do valor de algumas corporações.
Para ser compreendido em sua totalidade, o capital intelectual é geralmente estruturado a partir de três elementos básicos, também chamados de pilares ou divisões clássicas:
O capital humano é o recurso empresarial mais importante, capaz de trazer benefícios e resultados positivos no mercado. Ele está ligado aos recursos humanos da organização, envolvendo as competências, habilidades, conhecimentos e expertise dos colaboradores. Para Sveiby (1998), as pessoas são os únicos verdadeiros agentes na empresa, e todos os ativos e estruturas (tangíveis ou intangíveis) são resultado de ações humanas.
Composição e Manifestação: O capital humano abrange os benefícios intelectuais proporcionados pelas pessoas, que são capazes de atribuir melhores resultados à organização. Consiste no conhecimento adquirido através de experiências vividas, valores, costumes e informações obtidas no cotidiano de cada indivíduo. Inclui elementos como criatividade, capacidade de trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, liderança, proatividade e competência. O conhecimento tácito, por exemplo, é aquele que emana de cada indivíduo e é adquirido por meio de experiências próprias, fundamentado em valores pessoais, crenças, mitos e percepções que moldam a visão de mundo do ser humano; ele não é facilmente expresso, mas subentendido em ideias e palavras.
Estratégias para Desenvolvimento e Valorização: Para elevar a eficiência das organizações, é necessário aumentar as fontes intelectuais de conhecimento. Isso envolve:
Minimizar tarefas burocráticas e competições internas que possam impedir o compartilhamento de conhecimento.
Investir em inovação visando melhorar a educação formal dos trabalhadores.
Desenvolver aspectos de liderança e capacidade de planejamento no ambiente de trabalho.
Oferecer planos de carreira e oportunidades de progresso para conferir clareza sobre o crescimento e incentivar a permanência na organização.
Promover a autoavaliação e feedbacks regulares para que os colaboradores identifiquem áreas de melhoria e desenvolvam suas habilidades.
Garantir qualidade de vida e bem-estar no trabalho, promovendo um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.
Manter comunicação clara e transparente para criar um ambiente de confiança e engajamento.
Oferecer remuneração justa, benefícios atraentes e reconhecimento adequado para incentivar motivação e comprometimento.
Impacto na Organização: Um capital humano talentoso e bem treinado é crucial para o ganho de vantagem competitiva. Profissionais bem treinados e motivados tendem a ser mais produtivos. O investimento no desenvolvimento dos colaboradores também contribui para a redução do turnover (rotatividade de pessoal), pois funcionários valorizados tendem a permanecer mais tempo na empresa.
O capital estrutural consiste na infraestrutura que serve de suporte para o capital humano das organizações. Em outras palavras, é tudo o que permanece na empresa depois que os colaboradores voltam para casa. Ele envolve a capacidade organizacional da empresa, incluindo sistemas e controles, processos e redes funcionais, políticas e até mesmo a cultura da empresa.
Composição e Desenvolvimento: O capital estrutural pode ser desenvolvido através de artifícios tecnológicos, sistemas de informação, padronização de processos, procedimentos, intranets, bancos de dados, patentes e outros mecanismos. Stewart (1998) destaca que o capital estrutural é a transformação do conhecimento em ativo que agrega valor aos processos organizacionais, ocorrendo através do compartilhamento da criatividade e de experiências estruturadas por tecnologias da informação e das telecomunicações. Exemplos práticos incluem manuais, cartilhas, sistemas de informática e procedimentos padronizados.
Sua Importância para a Organização: Ter excelência no capital estrutural aumenta a probabilidade de se ter um capital humano eficiente. Ele fornece as ferramentas necessárias para o desenvolvimento do serviço, influenciando diretamente o desempenho organizacional. A otimização de ferramentas e informações que compõem o capital estrutural é uma das formas de explorar o conjunto de experiências e informações de maneira estratégica.
O capital relacional (também chamado de capital de clientes ou de marca) consiste no relacionamento que a empresa possui com seus usuários externos, ou seja, clientes e fornecedores da organização. Este relacionamento é transformado em geração de renda e agrega valor às atividades da empresa.
Fatores que o Compõem: Este capital está intimamente ligado à fidelização, retenção e satisfação do cliente, relacionamento com a cadeia de valor, penetração, amplitude, cobertura, conquista e manutenção de mercado. A marca da empresa também é um fator importante que integra o capital relacional, pois trata-se diretamente da imagem e percepção que os clientes têm da empresa. O market share, que significa "quota de mercado", também é um indicador relevante, avaliando a participação da empresa em seu segmento.
Como Fortalecer o Relacionamento: Criar clientes fiéis em um mercado inovador e competitivo é um grande desafio. Ferramentas devem ser utilizadas para aperfeiçoar esses relacionamentos, como:
Fortalecimento da marca.
Estabelecimento de parcerias sólidas e alianças estratégicas.
Análise dos canais de distribuição.
Conhecimento das necessidades dos clientes.
Investimento em pós-venda.
Bom atendimento e fornecimento de informações precisas e claras.
Transmissão de confiança e respeito.
Manutenção de auxílio após o serviço prestado (contato telefônico, internet para resolução de problemas).
Impacto na Geração de Valor: O capital de clientes gera valor ao transformar o relacionamento em geração de renda. Empresas com um capital de marca forte podem criar vantagens competitivas significativas. A administração do capital de clientes se tornou mais complexa na era da informação, pois os clientes têm acesso a múltiplos canais de informação, podendo comparar marcas e produtos substitutos rapidamente, o que pode afetar a lealdade e as vendas da empresa.
É fundamental entender que os três pilares do capital intelectual – Capital Humano, Capital Estrutural e Capital Relacional – não operam isoladamente; eles são interdependentes e nenhum é mais importante que o outro. Conforme Edvinsson e Malone (1997) apud Pacheco (2005), por mais que uma organização seja forte em um ou dois desses fatores, se o terceiro for fraco ou mal direcionado, a organização não terá potencial para transformar seus efetivos intelectuais em valor corporativo.
A soma dos conhecimentos, habilidades e experiências únicas dos indivíduos, juntamente com a expertise, métodos e informações que tornam as organizações únicas, forma o capital intelectual. Todas as vivências e saberes são aprimorados e evoluem com o tempo, e quanto mais conhecimento é acumulado, maiores são as habilidades para lidar com desafios. Isso significa que o capital intelectual é um ativo imaterial e de alto valor estratégico, ligado à capacidade da empresa de conceber inteligência, criatividade e inovações.
Para que o capital intelectual realmente agregue valor à empresa e seja um diferencial competitivo, é vital que a gestão de RH explore esse conjunto de experiências e informações de maneira estratégica. Isso envolve desde o desenvolvimento dos colaboradores para potencializar suas habilidades até a otimização de ferramentas e informações que compõem o capital estrutural da empresa.
A mensuração do capital intelectual é um procedimento que ainda está em processo de aperfeiçoamento. No entanto, é amplamente aceito que "o que não pode ser medido, não pode ser gerenciado". Portanto, essa análise é necessária para a utilização correta de todos os recursos disponíveis para a alavancagem das empresas em um mercado competitivo.
Modelos e Abordagens de Mensuração: Existem diversos modelos que visam mensurar o capital intelectual nas empresas. Entre os mais utilizados nas pesquisas estão:
Diferença entre o valor de mercado e o valor contábil.
Razão entre o valor de mercado e o valor contábil (market-to-book).
"Q" de Tobin.
Navegador do Capital Intelectual – modelo Stewart.
Modelo de Edvinsson & Malone (modelo Skandia).
Modelo de Sveiby.
Modelo heurístico.
Indicadores propostos por Martinez, Guthrie e Marques & Simon. Este último modelo foi utilizado em um estudo de caso em uma empresa de contabilidade por ser considerado um conjunto de indicadores que avalia de forma mais sucinta e eficiente o uso do capital intelectual, englobando os principais fatores que afetam seu desenvolvimento.
A mensuração do Capital Intelectual permite à empresa adquirir informações úteis que podem ser utilizadas pelos gestores para verificar os fatores que geram receitas para a organização, sendo um aliado na tomada de decisão no mercado.
Apesar da importância, a mensuração do capital intelectual apresenta desafios significativos. Guthrie et al. (1999) e Brennan (1999) evidenciaram que o capital intelectual é muito difícil de ser gerenciado e mensurado, não existindo um modelo perfeito. As principais dificuldades incluem:
Intangibilidade: Esta é a característica mais óbvia do Capital Intelectual e um grande obstáculo ao cálculo de seu valor. É muito difícil atribuir valor a algo que não se pode avaliar fisicamente e que não gera resultados fisicamente perceptíveis, como a lealdade da clientela ou o desenvolvimento da competência dos empregados. A contabilidade tradicional, projetada para um mundo predominantemente tangível, tem dificuldades em assimilar a natureza dinâmica e intangível da criação de valor da empresa moderna.
Variedade de Formas: O capital intelectual assume uma variedade de formas, o que dificulta sua avaliação e gerenciamento. Há discussões sobre o reconhecimento de muitos itens como ativos (e não despesas), como gastos com Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), programas de treinamento e capacitação profissional, e programas de fidelização do cliente, que são investimentos em Capital Humano, Estrutural e de Clientes.
Volatilidade: A volatilidade se refere ao fato de que as pessoas não são de propriedade da empresa; sua produtividade é. Nada garante que as empresas contarão indefinidamente com o Capital Intelectual que detêm (especialmente o capital humano e de clientes). Os detentores do conhecimento podem, no dia seguinte, estar trabalhando para um concorrente, pois as empresas não podem ser proprietárias de pessoas. Na Economia do Conhecimento, as entidades precisam mais dos empregados detentores de conhecimento do que o contrário.
Falta de Regras Definidas e Subjetividade: A contabilidade exige uniformidade e não lida com suposições. No entanto, para mensurar o Capital Intelectual, a não separabilidade de alguns de seus itens exige práticas subjetivas, que variam de acordo com a empresa e o avaliador. Essa subjetividade acarreta um alto grau de incerteza, dificultando a associação de valores a receitas ou períodos específicos. A falta de um documento legal de isenção de responsabilidade e culpa também desencoraja as empresas a projetar valores para intangíveis, devido ao incentivo ao abuso e a possíveis fraudes.
Separabilidade: Embora existam itens do Capital Intelectual que podem ser valorizados individualmente (como marcas, patentes, direitos autorais), estes representam apenas uma parte do Capital Intelectual como um todo. Os itens do Capital Intelectual geralmente só possuem valor em conjunto. Por exemplo, uma ideia de um funcionário só gerará benefícios econômicos futuros se houver meios de patenteá-la ou executá-la.
Apesar das dificuldades, a mensuração do capital intelectual traz inúmeras vantagens para uma organização. Mesmo que um meio eficaz e uniforme ainda não tenha sido plenamente estabelecido, as tentativas e abordagens existentes buscam os seguintes benefícios:
Conhecimento Aprofundado do Valor do Capital Intelectual:
Capital Estrutural: Permite diferenciar seus elementos (patentes, know-how, copyright, marcas, etc.), possibilitando a compreensão da vantagem competitiva de cada um. Isso orienta os administradores nas decisões de investimento em tecnologia da informação.
Capital Humano: Ajuda a evitar o descarte de pessoas valiosas em processos como downsizing ou programas de demissão voluntária, que podem resultar na perda de capital humano para concorrentes. Fornece informações essenciais para a tomada de decisões relativas a programas de treinamento, capacitação e motivação.
Capital de Clientes: Proporciona às empresas maior capacidade de conquista e fidelização de clientes potenciais, além de informações sobre a possível reação dos clientes a novos investimentos.
Geração de Relatórios de Capital Intelectual: Um relatório de Capital Intelectual é "dinâmico, humano" e deve conter indicadores relevantes, apresentando-os de maneira compreensível e aplicável. Tais relatórios revelam a real situação das empresas, incluindo fraquezas ocultas em suas operações, que podem ser mascaradas por bons resultados de Balanço Patrimonial.
Otimização do Capital Intelectual: O gerenciamento do Capital Intelectual tem como principal objetivo otimizá-lo. Isso é feito através de sistemas de fidelização de clientes, programas de incentivo à produção de ideias e inovações, e o estabelecimento de limites na produção de mais intangíveis para evitar sobrecarga de informações.
Maior Probabilidade de Sucesso Organizacional: A otimização do Capital Intelectual é um pré-requisito fundamental para o sucesso empresarial na Era da Informação, dada a existência, avaliação e gerência dos intangíveis.
Mudanças na Estrutura dos Ativos: Uma empresa voltada para o conhecimento pode não possuir muitos ativos na concepção tradicional, pois os ativos intelectuais substituem os ativos físicos. Em alguns empreendimentos imersos na "Terceira Onda" (referindo-se à era do conhecimento), praticamente não existem ativos fixos, mudando a estrutura do Balanço Patrimonial (exemplo da Nike que não possui fábricas). O sucesso das entidades modernas depende da capacidade de mensurar seus verdadeiros ativos na nova Era.
Para que o capital intelectual realmente agregue valor à empresa e seja um diferencial competitivo, a participação efetiva do setor de Recursos Humanos (RH) é vital. O RH é diretamente responsável pelo crescimento dos colaboradores, capacitando-os para desenvolver e aproveitar ao máximo suas habilidades.
Responsabilidades Chave do RH e da Gestão:
Identificar necessidades de treinamento e promover programas de desenvolvimento para que os profissionais adquiram conhecimentos e aprimorem suas experiências.
Melhorar o capital estrutural através da criação de processos internos mais eficazes, melhores metodologias de trabalho e sistemas que facilitem a troca de informações e a gestão do conhecimento.
Atrair os melhores profissionais por meio de processos seletivos diferenciados, focando em networking e demonstrando que a empresa é um local de trabalho diferenciado.
Potencializar as capacidades dos colaboradores e criar um ambiente onde eles possam ser mais produtivos e se sintam plenamente valorizados.
Manter e cultivar o capital intelectual da organização, o que está diretamente ligado às atribuições estratégicas do RH.
Ações Práticas para Valorização e Desenvolvimento do Capital Intelectual: As empresas podem implementar diversas práticas para maximizar o capital humano e intelectual:
Investimento Contínuo em Capacitação Interna: O desenvolvimento de pessoas é um bom ponto de partida, pois o capital intelectual não é estável e pode ser renovado com novas competências e experiências. A capacitação interna, por meio de cursos, treinamentos e materiais específicos, diminui a rotatividade de funcionários e valoriza aqueles que já conhecem a rotina de trabalho.
Construção de Planos de Carreira Sólidos: Pessoas que podem ser promovidas estão mais dispostas a buscar novas competências. Além disso, planos de carreira atraem candidatos qualificados em processos seletivos, agregando competências e experiências via recrutamento externo.
Busca por Consultorias Especializadas: Consultorias externas podem acelerar o crescimento do capital intelectual da empresa, fornecendo rapidamente novas práticas e métodos que complementam o capital estrutural.
Realização de Recrutamentos Externos Estratégicos: Uma boa medida para "oxigenar" a empresa com novas competências, experiências e formas de pensar, equilibrando-os com os recrutamentos internos que geram oportunidades para a equipe existente.
Implementação de Avaliações por Competências: Além das metas e indicadores de desempenho, as avaliações por competências ajudam a entender os conhecimentos, habilidades, atitudes e julgamentos demonstrados pela equipe, e não apenas os resultados em si.
Criação de um Excelente Ambiente de Trabalho: Fatores como bem-estar, bons salários, cultura de confiança, benefícios competitivos, boas relações com líderes, perspectiva de crescimento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional influenciam a capacidade de atrair e reter pessoas capacitadas.
Foco na Gestão do Conhecimento: Incentivar o compartilhamento de experiências e aprendizados entre as equipes é crucial para o surgimento de ideias inovadoras e para garantir que o trabalho possa prosseguir mesmo na ausência de um membro da equipe.
Viabilizar a Aplicação do Conhecimento: Não basta investir em capacitação; a empresa deve criar espaço para que os colaboradores coloquem em prática o que aprenderam, dando autonomia e liberdade para expressar opiniões e apresentar ideias.
Análise Constante de Dados: Monitorar as informações é fundamental. Ferramentas como Business Intelligence podem ser usadas para analisar e interpretar dados externos e internos, garantindo que o conhecimento adquirido seja bem aproveitado e transformado em capital intelectual.
Essas práticas colaboram para uma cultura colaborativa, contribuindo para o amadurecimento cultural de cada profissional ao longo do tempo, e seus resultados não acontecem da noite para o dia.
Para aqueles que se preparam para concursos públicos ou buscam uma compreensão mais aprofundada, é fundamental dominar os seguintes pontos:
Distinção entre Capital Intelectual e Capital Humano:
Esta é uma pergunta frequente e um ponto de confusão comum.
Capital Intelectual é uma noção mais ampla que o Capital Humano. Ele engloba não apenas a expertise dos colaboradores (Capital Humano), mas também os demais ativos intangíveis da empresa, como processos, metodologias, sistemas, documentos, bancos de dados, patentes (Capital Estrutural), e a imagem e reputação da empresa, relações com clientes e fornecedores (Capital Relacional/de Marca).
Portanto, o Capital Humano é apenas uma parte do Capital Intelectual. O Capital Intelectual é pautado em valores intangíveis, enquanto o Capital Humano é mensurado pela soma dos conhecimentos e expertises individuais dentro da empresa.
O Ativo Intangível como Diferencial Competitivo:
O capital intelectual é considerado o principal ativo para criar vantagens e diferenciais competitivos nas organizações na Era da Informação.
Mais importante que o dinheiro é o conhecimento sobre como usá-lo e aplicá-lo de maneira rentável. O conhecimento é o recurso mais necessário em relação aos demais ativos tradicionais (terra, mão de obra e capital), que produzem retornos cada vez menores.
Uma empresa sem conhecimento, mesmo com grande aporte financeiro, tende a não ser bem-sucedida.
A Importância da Gestão do Conhecimento:
A gestão do conhecimento foi criada com o intuito de auxiliar as organizações a organizar melhor o intelecto, evitando ideias soltas e bagunçadas na mente das pessoas.
É crucial para desenvolver e absorver ao máximo o conhecimento, não o deixando apenas na cabeça das pessoas, mas permitindo cruzar informações e tomar atitudes mais assertivas, o que ajuda a compreender e atender melhor os clientes.
Para obter eficácia na transmissão e gestão dos conhecimentos individuais e coletivos, é necessária a criação de recursos como expressão clara e objetiva, intercâmbio entre setores, guias impressos e interações promovidas pela organização.
Modelos de Capital Intelectual e seus Proponentes:
Conhecer os principais autores e seus modelos é fundamental.
Edvinsson e Malone (modelo Skandia): Pioneiros na mensuração, comparam o capital intelectual a uma árvore, onde os ativos tangíveis são a parte visível (tronco, galhos, folhas) e os ativos intangíveis (capital intelectual) são a parte invisível (raízes). Definem capital intelectual como a diferença entre o valor de mercado de uma empresa e seu valor contábil.
Stewart: Um dos grandes especialistas, enfatiza que o capital intelectual é a soma do conhecimento de todos na empresa que gera vantagem competitiva.
Sveiby: Reconheceu os ativos intangíveis como recursos e classificou o capital intelectual em estrutura interna, estrutura externa e competência dos empregados.
A Relevância dos Relatórios de Governança Corporativa e Evidenciação (Disclosure):
A evidenciação voluntária do capital intelectual nos relatórios anuais pode reduzir a percepção de risco para investidores e permitir uma estimação de ganhos futuros mais precisa.
A transparência é um dos princípios básicos da governança corporativa e gera confiança e bom relacionamento interno e externo. A falta de transparência pode gerar assimetria de informação, provocar conflitos e prejuízos na captação de investimentos.
Mecanismos de governança corporativa, como o tamanho do comitê de auditoria e a concentração de propriedade, podem influenciar o nível de evidenciação do capital intelectual. A pesquisa aponta que quanto maior a difusão das ações da empresa, maior será o nível de evidenciação voluntária do capital intelectual.
Considerações Finais
O capital intelectual é, sem dúvida, um ativo valioso e estratégico para as organizações na era atual. Ele representa o conhecimento, a criatividade e as habilidades que impulsionam a inovação e o desempenho. A valorização e a gestão eficaz do capital intelectual são essenciais para que as empresas fortaleçam sua posição no mercado, impulsionem a inovação e alcancem o sucesso em um cenário cada vez mais desafiador.
Investir no desenvolvimento e na valorização dos talentos, bem como promover condições estruturais adequadas à potencialização dos ativos imateriais, são tarefas cruciais da área de Recursos Humanos e da gestão. Embora a mensuração do capital intelectual seja complexa devido à sua intangibilidade e volatilidade, os benefícios de conhecê-lo e gerenciá-lo superam as dificuldades, proporcionando uma base sólida para a tomada de decisões estratégicas e a construção de um diferencial competitivo duradouro.
A compreensão aprofundada do capital intelectual e seus componentes (humano, estrutural e relacional) é mais do que uma vantagem teórica; é um imperativo prático para profissionais e organizações que buscam prosperar e se destacar em um mundo de negócios em constante evolução. Para estudantes, dominar esses conceitos não só aprimora a visão de negócios, mas também os prepara para as exigências de avaliações e concursos públicos, que cada vez mais reconhecem a centralidade desse tema na economia do conhecimento.
O que compõe o Capital Intelectual?
a) Capital Interno, Externo e Financeiro
b) Capital Interno, Externo e Humano
c) Capital Financeiro, Humano e Externo
d) Capital Financeiro, Interno e Humano
e) Nenhuma das alternativas
Qual a principal diferença entre Gestão da Informação e Gestão do Conhecimento?
a) Gestão da Informação foca na coleta de dados, enquanto Gestão do Conhecimento foca no desenvolvimento e disseminação do conhecimento.
b) Gestão da Informação é sobre sistemas, enquanto Gestão do Conhecimento é sobre pessoas.
c) Gestão da Informação é mais importante que Gestão do Conhecimento.
d) Gestão da Informação é um componente do Capital Humano.
e) Nenhuma das alternativas
Qual é o papel da Educação Corporativa no Capital Intelectual?
a) Melhorar a gestão financeira
b) Desenvolver competências dos colaboradores
c) Fortalecer relações externas
d) Automatizar processos internos
e) Nenhuma das alternativas
b) Capital Interno, Externo e Humano
a) Gestão da Informação foca na coleta de dados, enquanto Gestão do Conhecimento foca no desenvolvimento e disseminação do conhecimento.
b) Desenvolver competências dos colaboradores