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02/03/2024 • 22 min de leitura
Atualizado em 09/07/2025

Células procariontes e eucariontes

Guia Definitivo das Células: Procariontes e Eucariontes – Estrutura, Funções e Diferenças Essenciais para o ENEM e Vestibulares

Bem-vindo(a) ao seu guia essencial sobre o fascinante mundo das células! Se você está se preparando para o ENEM, vestibulares ou simplesmente busca aprofundar seu conhecimento em biologia, este material foi feito para você. Abordaremos as células procariontes e eucariontes, explorando suas estruturas, funções e as diferenças cruciais que as distinguem, tudo de forma clara e didática, com dicas para você arrasar nas provas.

1. O que é Citologia e por que as Células São Tão Importantes?

A Citologia é a ciência que se dedica ao estudo das células. Mas o que exatamente é uma célula? Imagine que a célula é a menor unidade fundamental dos seres vivos, possuindo formas e funções definidas. Ela é a base da vida, contendo todo o material necessário para realizar processos vitais como nutrição, obtenção de energia e reprodução. Sem as células, a vida como a conhecemos não existiria!

1.1. A Descoberta da Célula: Uma Jornada Microscópica

A palavra "célula" foi utilizada pela primeira vez em 1667 pelo cientista inglês Robert Hooke. Usando um microscópio rudimentar, Hooke observou pedaços de cortiça (um tecido vegetal morto) e notou que eram formados por numerosos compartimentos vazios, que ele chamou de "células" – uma palavra diminutiva do latim "cella", que significa "cavidade".

A observação de Hooke foi um marco, mas a compreensão da célula só se aprofundou com o desenvolvimento de tecnologias de observação. Hoje, utilizamos diferentes tipos de microscópios:

  • Microscópio óptico: Permite ampliações de até 2.000 vezes.

  • Microscópio eletrônico: Capaz de ampliar imagens em até 100 milhões de vezes, revelando detalhes que seriam impossíveis de ver com microscópios ópticos, como a membrana plasmática.

1.2. A Teoria Celular: Os Pilares da Vida

A teoria celular é um dos conceitos mais importantes da biologia e estabelece que:

  • Todo ser vivo é formado por célula(s). Isso significa que, para um organismo ser considerado vivo, ele deve ter pelo menos uma célula.

  • Todas as células surgem a partir de outras células preexistentes. As células não aparecem do nada; elas se reproduzem.

Organismos podem ser classificados quanto ao número de células que possuem:

  • Seres Unicelulares: Formados por apenas uma célula. Exemplos incluem a maioria das bactérias, cianobactérias, algumas algas, alguns fungos e protozoários.

  • Seres Pluricelulares (ou Multicelulares): Formados por muitas células. Exemplos incluem animais, plantas, a maioria dos fungos e algas pluricelulares.

2. Os Dois Grandes Tipos de Células: Procariontes e Eucariontes

A divisão mais fundamental e importante das células é entre células procariontes e células eucariontes. Embora ambas sejam unidades básicas de vida, elas possuem diferenças estruturais e de complexidade notáveis.

A principal diferença está na organização do material genético e na presença de organelas membranosas. As células procariontes são geralmente menores e mais simples que as eucariontes.

Para entender melhor o nome, observe a etimologia:

  • Procarionte: Do grego "proto" (primitivo/primeiro) + "karyon" (núcleo) + "ontos" (ser). Significa "antes do núcleo".

  • Eucarionte: Do grego "eu" (verdadeiro) + "karyon" (núcleo) + "ontos" (ser). Significa "núcleo verdadeiro".

3. Células Procariontes: A Simplicidade Essencial

As células procariontes são consideradas as células primitivas ou "antes do núcleo". Elas constituem organismos como bactérias, cianobactérias e arqueias (também chamadas de arqueobactérias).

3.1. Características Gerais das Células Procariontes

  • Ausência de Núcleo Definido: Esta é a característica mais marcante. O material genético não está envolto por uma membrana nuclear; ele fica disperso no citoplasma em uma região chamada nucleoide.

  • Ausência de Organelas Membranosas: As células procariontes não possuem organelas delimitadas por membranas, como mitocôndrias, retículo endoplasmático ou complexo de Golgi. A única organela presente são os ribossomos.

  • DNA Circular: O material genético é uma molécula de DNA circular, geralmente sem proteínas histonas.

  • Tamanho Pequeno: São notavelmente menores do que as células eucariontes.

  • Exclusivamente Unicelulares: Organismos procariontes são formados por uma única célula. Embora possam formar colônias, cada célula da colônia é um organismo individual e unicelular.

  • Primeiros Organismos: Surgiram há cerca de 3,5 bilhões de anos, sendo os primeiros organismos vivos no Planeta Terra.

3.2. Estrutura Detalhada da Célula Procarionte

Vamos explorar as partes de uma célula procariota e suas funções:

  • Membrana Plasmática: É um invólucro que separa o meio interno (citoplasma) do meio externo da célula. Ela controla a entrada e saída de substâncias, funcionando como uma barreira seletiva.

  • Parede Celular: Quase todos os procariontes possuem uma parede celular localizada externamente à membrana plasmática. A parede celular bacteriana é composta de peptidoglicano, o que a difere da parede celular das plantas, que é feita de celulose. Sua função é conferir forma e proteção à célula.

  • Cápsula: Alguns procariontes possuem uma cápsula ainda mais externa à parede celular.

  • Citoplasma (ou Hialoplasma): É a substância gelatinosa que preenche o interior da célula, onde o material genético e os ribossomos estão dispersos. Ajuda a manter o formato da célula.

  • Nucleoide: É a região do citoplasma onde o material genético circular (DNA) da célula procariota está imerso. Importante: não há membrana delimitando o nucleoide.

  • Ribossomos: São as únicas organelas presentes nas células procariontes. Nos procariontes, os ribossomos são muito pequenos e possuem uma estrutura mais simples do que os eucariontes, dispersos no citoplasma. Sua principal função é a síntese de proteínas.

  • Plasmídeos: São moléculas de DNA circular extras, menores do que o DNA principal, que podem ser encontradas em alguns procariontes (especialmente bactérias). Este é um ponto crucial para concursos! Ao sofrer mutações, os plasmídeos podem conferir às bactérias resistência a antibióticos. Eles também podem degradar metais pesados.

    • Entendendo a Resistência a Antibióticos: Quando você toma um antibiótico para uma infecção bacteriana, ele age matando ou impedindo a multiplicação das bactérias. No entanto, em uma grande população de bactérias, pode haver uma pequena porcentagem que, devido à variabilidade genética (muitas vezes por plasmídeos), já possui alguma resistência natural ao antibiótico. Se você interrompe o tratamento antes da hora, mata 99% das bactérias, mas permite que essas poucas resistentes se multipliquem livremente, formando uma nova colônia inteiramente resistente ao antibiótico inicial. Por isso, é fundamental seguir a prescrição médica e tomar o antibiótico pelo tempo recomendado. O uso indiscriminado de antibióticos levou ao surgimento de "superbactérias" resistentes à maioria dos tratamentos.

  • Flagelos (Procariontes): São estruturas que proporcionam a locomoção da célula. Nos procariontes, são constituídos pela proteína flagelina e possuem uma organização mais simples do que os flagelos eucarióticos.

  • Fímbrias: São projeções do citoplasma que auxiliam na adesão da bactéria a superfícies ou a outras células.

  • Pilus: Microfibrilas que permitem a fixação da bactéria ao meio.

3.3. Metabolismo e Reprodução Procarionte

  • Metabolismo: Procariontes podem se nutrir por diversas fontes, incluindo ação fototrófica (usando luz solar como energia) ou quimiotrófica (aproveitando energia de compostos químicos).

  • Reprodução: Principalmente por fissão binária (ou bipartição), um tipo de reprodução assexuada. Neste processo, o DNA circular se duplica e a célula se divide em duas células filhas geneticamente idênticas. Não ocorre condensação de cromossomos ou processos de mitose. A recombinação genética pode ocorrer por transdução ou transformação.

3.4. Onde as Células Procariontes Habitam?

As células procariontes são incrivelmente versáteis e amplamente distribuídas na natureza. Elas podem ser encontradas em praticamente todos os ambientes, desde os mais extremos, como fontes termais e ambientes salinos (habitats de muitas arqueias), até locais mais comuns como o solo, a água e até o trato digestivo de seres vivos (incluindo humanos, onde formam a flora intestinal benéfica). Sua capacidade de adaptação a condições inóspitas é notável.

4. Células Eucariontes: A Complexidade em Detalhes

As células eucariontes são consideradas mais complexas e maiores do que as procariontes. Elas constituem organismos como fungos, algas, protozoários, animais e plantas. Acredita-se que as células eucariontes surgiram há cerca de 1,7 bilhão de anos, muito depois das procariontes.

4.1. Características Gerais das Células Eucariontes

  • Presença de Núcleo Verdadeiro: A característica mais distintiva. O material genético está contido dentro de um núcleo organizado, que é isolado do citoplasma por uma membrana nuclear, também conhecida como carioteca ou envoltório nuclear.

  • Presença de Organelas Membranosas: As células eucariontes possuem uma grande variedade de estruturas subcelulares especializadas, as organelas, que são delimitadas por membranas. Exemplos incluem mitocôndrias, retículo endoplasmático (liso e rugoso) e complexo de Golgi.

  • DNA Linear: O DNA é longo e linear, associado a proteínas chamadas histonas, formando os cromossomos.

  • Tamanho Maior: São tipicamente maiores que as células procariontes.

  • Podem ser Unicelulares ou Pluricelulares: Diferente das procariontes, que são exclusivamente unicelulares, os organismos eucariontes podem ser tanto unicelulares (como protozoários e algumas algas/fungos) quanto pluricelulares (como animais e plantas).

  • Metabolismo Eficiente: A compartimentação das organelas membranosas permite que diferentes reações químicas ocorram simultaneamente e de forma mais eficiente, sem interferências, e protege a célula de enzimas que poderiam ser prejudiciais se estivessem livres no citoplasma.

4.2. Estrutura Básica da Célula Eucarionte

Basicamente, as células eucariontes apresentam três partes componentes principais:

  • Membrana Plasmática

  • Citoplasma

  • Núcleo

Vamos detalhar cada uma delas:

4.2.1. Membrana Plasmática: A Barreira Seletiva

A membrana plasmática é um envoltório que delimita a célula, separando o meio intracelular do extracelular. Ela é incrivelmente fina, sendo visível apenas com microscópios eletrônicos.

Sua estrutura é descrita pelo modelo do mosaico fluido, e é composta por:

  • Bicamada de Fosfolipídios: São a base da membrana, dispostos em duas camadas. Cada fosfolipídio tem uma "cabeça" polar (hidrofílica – com afinidade por água) e uma "cauda" apolar (hidrofóbica – repele água). As caudas hidrofóbicas se encontram no centro da bicamada, enquanto as cabeças hidrofílicas ficam voltadas para o meio aquoso (intra e extracelular).

  • Proteínas: Imersas ou aderidas à bicamada, com muitas funções. Sua composição varia entre os tipos celulares. Funções incluem:

    • Transporte de substâncias: Canais e transportadores que controlam o que entra e sai da célula.

    • Atividades enzimáticas: Aceleram reações químicas.

    • Recepção de sinais: Receptores para hormônios e outras moléculas.

    • Reconhecimento de células adjacentes: Permite que as células "se comuniquem".

    • Ligação entre células e fixação ao citoesqueleto/matriz extracelular.

  • Carboidratos (Glicídios): Localizados na superfície externa da membrana, geralmente ligados a lipídios (glicolipídios) ou proteínas (glicoproteínas), formando o glicocálix. Atuam como marcadores celulares, diferenciando um tipo celular de outro. Um exemplo notável é a diferenciação dos quatro grupos sanguíneos humanos (A, B, AB e O), que se baseia nos carboidratos presentes na superfície das hemácias.

  • Colesterol: Encontrado na membrana plasmática de células animais, contribuindo para a fluidez e estabilidade da membrana.

A função primordial da membrana plasmática é atuar como uma barreira seletiva, controlando o que entra e o que sai da célula, além de participar da comunicação e manutenção do equilíbrio celular.

4.2.2. Citoplasma: O Palco das Organelas

O citoplasma é a região da célula eucarionte delimitada pela membrana plasmática e o núcleo celular. Ele é formado por uma matriz gelatinosa chamada citosol (ou hialoplasma).

No citosol, estão imersas as organelas celulares, que são estruturas com uma grande variedade de formas e funções, mas todas com o objetivo principal de manter a célula viva e funcionando adequadamente. O citoplasma também inclui o citoesqueleto.

Vamos conhecer as principais organelas presentes no citoplasma das células eucariontes:

  • Ribossomos: Presentes tanto em células eucariontes quanto procariontes. Nos eucariontes, são complexos com duas subunidades (uma maior e uma menor) e são formados por proteínas e RNAr, sem membrana de revestimento. São o local da síntese de proteínas (tradução do RNA). Podem estar livres no citoplasma (produzindo proteínas de utilização local) ou aderidos ao Retículo Endoplasmático Rugoso (RER) (produzindo proteínas para exportação ou para membranas).

  • Retículo Endoplasmático Rugoso (RER) ou Granuloso (Ergastoplasma): Formado por sacos membranosos achatados, chamados cisternas, que possuem ribossomos aderidos em sua superfície externa. Suas membranas são contínuas com a membrana nuclear (carioteca).

    • Função: Desempenha um papel vital na síntese e transporte de proteínas. O RER também pode produzir alguns glicídios que serão adicionados às proteínas recém-sintetizadas. É muito abundante em células secretoras, como as células do pâncreas que produzem e exportam insulina.

  • Retículo Endoplasmático Liso (REL) ou Não Granuloso: Formado por túbulos membranosos, sem ribossomos aderidos.

    • Função: Sintetiza esteroides, fosfolipídios, outros lipídios e carboidratos. É abundante no fígado, onde atua na desintoxicação do organismo, transformando substâncias prejudiciais em produtos menos tóxicos e mais fáceis de serem excretados. Também é encontrado nas gônadas, onde produz hormônios sexuais. O uso contínuo de certas drogas pode aumentar a produção de REL, diminuindo gradualmente seu efeito.

  • Complexo de Golgi (Aparato de Golgi): É uma organela composta por pilhas de cisternas membranosas.

    • Função: Atua na modificação, processamento, empacotamento e distribuição (endereçamento) de substâncias, especialmente proteínas e lipídios, que vêm do retículo endoplasmático. É como o "correio da célula". Possui uma face cis (onde recebe vesículas do RER) e uma face trans (de onde se soltam vesículas com substâncias modificadas). As secreções podem ser expelidas da célula, originar lisossomos ou liberar proteínas para a membrana plasmática. É muito abundante em células secretoras.

  • Lisossomos: Pequenas vesículas arredondadas que contêm enzimas digestivas em seu interior (hidrolases ácidas), que atuam em pH ácido. São originados no complexo de Golgi.

    • Função: Realizam a digestão intracelular. Existem dois tipos principais de digestão lisossômica:

      • Digestão Heterofágica: Digestão de partículas alimentares ou substâncias que entraram na célula por fagocitose (formando vacúolos alimentares). O lisossomo se funde ao vacúolo alimentar, formando um vacúolo digestivo (ou lisossomo secundário). Resíduos não digeridos podem ser eliminados por clasmocitose.

      • Digestão Autofágica: Os lisossomos digerem estruturas próprias da célula que não estão funcionando adequadamente (como organelas velhas). É por autofagia que se formam as hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), que perdem seu núcleo e organelas por degradação lisossômica.

    • Importância Clínica (muito cobrado!): O mau funcionamento ou liberação inadequada de enzimas lisossômicas pode causar doenças humanas. Exemplos incluem:

      • Artrite reumatoide: Liberação de enzimas no espaço extracelular das articulações causa deterioração local.

      • Silicose: Inalação de pó de sílica causa ruptura de células pulmonares e lisossomos, levando a fibrose e redução da capacidade respiratória.

      • Doença de Tay-Sachs: Condição hereditária por mau funcionamento de enzimas lisossômicas em células nervosas, causando lesões irreversíveis e retardo mental.

    • Atenção: Lisossomos são geralmente ausentes em células vegetais.

  • Peroxissomos: Pequenas vesículas arredondadas que contêm enzimas para reações com oxigênio e substâncias orgânicas.

    • Função: Produzem água oxigenada (peróxido de hidrogênio, H2O2) como subproduto de reações, que é tóxica. No entanto, a enzima catalase, presente nos peroxissomos, rapidamente converte a água oxigenada em água e oxigênio, desintoxicando a célula. Também atuam na degradação de moléculas e produção de secreções enzimáticas.

  • Mitocôndrias: Organelas essenciais, presentes em organismos eucariontes, com tamanho similar ao de uma bactéria.

    • Estrutura: Possuem duas membranas: uma externa lisa e uma interna com muitas dobras chamadas cristas mitocondriais. No interior, há uma matriz mitocondrial que contém DNA, RNA e ribossomos, o que significa que as mitocôndrias são capazes de sintetizar suas próprias proteínas e se autoduplicar.

    • Função: São as "usinas de energia" da célula. Realizam a respiração celular, processo que utiliza glicose e oxigênio para produzir grande quantidade de energia (ATP). O ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial. Células que gastam muita energia (como as musculares) são ricas em mitocôndrias.

    • Teoria da Endossimbiose: A presença de DNA próprio e dupla membrana nas mitocôndrias (e cloroplastos) é uma forte evidência da teoria da endossimbiose, que sugere que essas organelas se originaram de bactérias de vida livre que foram englobadas por uma célula ancestral eucarionte e estabeleceram uma relação simbiótica.

  • Citoesqueleto: É uma rede complexa de fibras proteicas que se estende por todo o citoplasma.

    • Função: Sustenta e mantém o formato da célula, atua na movimentação celular (como ameboides) e no transporte de substâncias e organelas dentro da célula.

    • Existem três tipos principais de fibras:

      • (a) Microtúbulos: Formados pela proteína tubulina. Servem de suporte para organelas em movimento, atuam na separação dos cromossomos durante a divisão celular e são componentes de cílios, flagelos e centríolos.

      • (b) Filamentos Intermediários: Formados por proteínas fibrosas (como a queratina, neurofilamentos, desmina, vimentina). Conferem rigidez à célula e suporte às organelas. São importantes marcadores específicos de tipos celulares em diagnóstico.

      • (c) Microfilamentos: Formados pela proteína actina. Mantêm o formato celular, sustentam microvilosidades (projeções da membrana), possuem grande capacidade de contração (participam da contração muscular com a miosina), auxiliam na ciclose (corrente citoplasmática em células vegetais) e na emissão de pseudópodes (para fagocitose ou locomoção de amebas/leucócitos).

  • Centríolos: São uma dupla de cilindros formados por microtúbulos, dispostos perpendicularmente um ao outro, cada um com nove agrupamentos de três microtúbulos. Sua localização, próxima ao núcleo, é chamada centrossomo.

    • Função: Podem originar novos centríolos, além de cílios e flagelos. Participam ativamente do processo de divisão celular (multiplicação das células), na formação do fuso mitótico.

    • Atenção: Os centríolos não estão presentes em células de plantas superiores (gimnospermas e angiospermas) e na maioria dos fungos.

  • Cílios e Flagelos (Eucariontes): São estruturas de locomoção ou de movimentação de fluidos. Ambos têm a mesma estrutura interna de nove duplas de microtúbulos na periferia e um par central.

    • Cílios: São mais curtos e numerosos que os flagelos, movimentam-se em vai-e-vem. Podem auxiliar na locomoção de organismos unicelulares (protozoários) ou na movimentação de fluidos em organismos pluricelulares (ex: cílios das vias respiratórias deslocam muco).

    • Flagelos: São mais compridos e se apresentam em menor número que os cílios, com movimento ondulatório. Auxiliam na movimentação de organismos eucarióticos (protozoários) ou células germinativas (espermatozoide). Importante: A estrutura do flagelo eucariótico é complexa e diferente da estrutura simples do flagelo procariótico (formado por flagelina).

  • Vacúolos (em células animais): Nas células animais, os vacúolos são frequentemente múltiplos e diminutos, relacionados à osmorregulação e armazenamento.

4.2.3. Núcleo Celular: O Centro de Comando

O núcleo é a maior organela da célula eucarionte e atua como o centro de controle das atividades celulares. Ele ocupa cerca de 10% do volume celular total.

  • Envoltório Nuclear (Carioteca): O núcleo é envolvido por uma dupla membrana que o separa do citoplasma. Essa membrana possui poros nucleares que controlam seletivamente o que entra e sai do núcleo. O envoltório nuclear é contínuo com o Retículo Endoplasmático Rugoso (RER).

  • Material Genético (DNA): O núcleo contém o DNA linear da célula, que carrega todas as informações genéticas (o genoma). O DNA está associado a proteínas chamadas histonas, formando a cromatina. A cromatina pode ser:

    • Eucromatina: Mais dispersa e ativa na transcrição de RNA.

    • Heterocromatina: Mais compacta e menos ativa.

  • Nucléolo: É uma região dentro do núcleo, sem membrana, dedicada à síntese e processamento de RNAs ribossômicos (RNAr) e à formação das subunidades dos ribossomos. As subunidades ribossômicas migram para o citoplasma através dos poros da carioteca.

  • Função: O núcleo é responsável pela síntese e processamento de RNAs (RNAm, RNAt e RNAr) e, consequentemente, pelo controle da síntese proteica e de todas as atividades celulares.

4.3. Tipos de Células Eucariontes: Animal vs. Vegetal

As células eucariontes se dividem principalmente em células animais e células vegetais. Embora compartilhem muitas organelas e estruturas básicas, elas possuem diferenças chave que refletem seus modos de vida.

Estrutura

Célula Animal

Célula Vegetal

Função e Detalhes

Parede Celular

Ausente

Presente

Camada rígida e protetora externa à membrana plasmática, exclusiva das células vegetais. É constituída principalmente por celulose. Confere forma fixa, rigidez e sustentação à célula, além de reduzir a perda de água. Diferença crucial para concursos: a parede celular bacteriana é de peptidoglicano, não celulose.

Cloroplastos

Ausente

Presente

Organelas que contêm clorofila e são o local da fotossíntese. Essenciais para a produção de alimento nas plantas.

Vacúolo Central

Ausente

Presente

As células vegetais possuem um grande e único vacúolo central que pode ocupar a maior parte do volume celular. Armazena água, nutrientes, resíduos e pigmentos, e exerce pressão de turgor contra a parede celular, mantendo a rigidez da planta. Células animais podem ter vacúolos, mas são pequenos e múltiplos.

Centríolos

Presente

Ausente

Presentes na maioria das células animais. Ausentes em plantas superiores (gimnospermas e angiospermas) e na maioria dos fungos. Relacionados à divisão celular (fuso mitótico) e formação de cílios/flagelos.

Lisossomos

Presente

Ausente

Abundantes em células animais, responsáveis pela digestão intracelular. Considerados ausentes nas células vegetais, onde o vacúolo central desempenha algumas funções de degradação.

Forma

Irregular

Fixa

A célula animal não possui parede celular rígida, permitindo formas mais variadas e flexíveis. A parede celular confere à célula vegetal uma forma mais regular e fixa.

Cílios e Flagelos

Podem estar presentes

Raramente presentes

Células animais podem possuir cílios e flagelos para locomoção ou movimentação de fluidos (ex: espermatozoides, células epiteliais do trato respiratório). A maioria das células vegetais não os possui, com exceção de gametas de algumas plantas inferiores.

4.4. Onde as Células Eucariontes Habitam?

Os seres formados por células eucariontes incluem os representantes dos Reinos Animalia, Plantae, Fungi e Protista. Isso abrange uma vasta diversidade de vida:

  • Animais: Desde os mais simples aos mais complexos, como nós, seres humanos.

  • Plantas: Todas as plantas são formadas por células vegetais.

  • Fungos: Tanto unicelulares (leveduras, como as usadas para fazer pão ou cerveja) quanto multicelulares (cogumelos).

  • Protistas: Um grupo diverso que inclui protozoários (unicelulares, como amebas e paramécios) e algas (uni e pluricelulares).

5. Comparativo Detalhado: Células Procariontes x Células Eucariontes

Para consolidar seu aprendizado, veja um resumo comparativo das principais diferenças entre esses dois tipos celulares:

Característica

Célula Procarionte

Célula Eucarionte

Tamanho

Menor (diâmetro máximo de 5 μm)

Maior (diâmetro máximo de 100 μm)

Complexidade Estrutural

Mais simples

Mais complexa

Núcleo Definido

Ausente. Material genético disperso no nucleoide.

Presente. Delimitado por membrana nuclear (carioteca).

Material Genético (DNA)

Circular. Não associado a histonas.

Linear. Associado a histonas (cromossomos).

Organelas Membranosas

Ausentes.

Presentes (mitocôndrias, RE liso/rugoso, complexo de Golgi, lisossomos, peroxissomos, vacúolos, cloroplastos).

Ribossomos

Presentes. Mais simples e menores.

Presentes. Mais complexos.

Parede Celular

Presente na maioria (peptidoglicano).

Presente em células vegetais (celulose) e fungos (quitina), ausente em animais.

Citoesqueleto

Ausente (limita endocitose/exocitose).

Presente.

Reprodução

Fissão binária (assexuada). Sem mitose.

Mitose (células somáticas) e Meiose (gametas).

Tipos de Organismos

Exclusivamente unicelulares. Bactérias, cianobactérias, arqueias.

Unicelulares (protozoários, algumas algas/fungos) ou pluricelulares (animais, plantas, fungos, algas pluricelulares).

Reinos/Domínios

Domínios Archaea e Bacteria (Reino Monera).

Reinos Protista, Fungi, Plantae e Animalia (Domínio Eukarya).

Plasmídeos

Podem estar presentes.

Ausentes.

6. Dúvidas Comuns e Pontos Chave para Concursos e ENEM

Para garantir que você domine o tema e não caia em pegadinhas, vamos abordar algumas dúvidas frequentes e aspectos prioritários em provas:

6.1. "Células Procariontes São Menos Evoluídas?" – Atenção à Terminologia!

MITO! Em biologia, o termo "menos evoluído" é impreciso e deve ser evitado. As células procariontes, apesar de estruturalmente mais simples, são incrivelmente bem-sucedidas e adaptadas, existindo há bilhões de anos. Elas continuam a evoluir e desempenham papéis cruciais nos ecossistemas.

O correto é dizer que as células procariontes são menos complexas do que as eucariontes. Complexidade não é sinônimo de "evolução superior".

6.2. Onde o DNA Está Localizado? Uma Diferença Fundamental!

  • Procariontes: O DNA é circular e está solto no citoplasma, em uma região chamada nucleoide, sem membrana nuclear.

  • Eucariontes: O DNA é linear e está organizado dentro de um núcleo verdadeiro, delimitado pela carioteca.

6.3. A Exceção dos Ribossomos: A Única Organela em Comum

Os ribossomos são a única organela presente tanto em células procariontes quanto eucariontes. Apesar de presentes em ambos, eles possuem diferenças estruturais (mais simples e menores em procariontes). Sua função, no entanto, é a mesma: síntese de proteínas. Essa é uma informação frequentemente cobrada!

6.4. A Importância Estratégica dos Plasmídeos: Resistência a Antibióticos

Este é um tópico de grande relevância em biologia e saúde pública, frequentemente abordado em exames. Os plasmídeos são moléculas de DNA circular extras que algumas bactérias possuem. Eles são cruciais porque podem carregar genes que conferem resistência a antibióticos.

A compreensão da resistência bacteriana (como explicado na seção 3.2 sobre plasmídeos) é fundamental para entender a evolução das bactérias e os desafios no tratamento de infecções.

6.5. Vírus: São Células? Nem Procariontes, Nem Eucariontes!

Não! Os vírus não são considerados células. Eles são acelulares, ou seja, não possuem a estrutura celular completa (membrana, citoplasma, núcleo/nucleoide, organelas).

Os vírus são basicamente uma cápsula de proteína que envolve material genético (DNA ou RNA). Eles dependem de uma célula hospedeira para se reproduzir, utilizando a maquinaria da célula infectada. Por não se enquadrarem na teoria celular, eles não são classificados como procariontes nem eucariontes.

6.6. Organelas Exclusivas: A Chave para Diferenciar Células Animais e Vegetais

Saber quais organelas são exclusivas de cada tipo de célula eucarionte (animal vs. vegetal) é um conhecimento essencial para o ENEM e concursos.

  • Exclusivas da Célula Vegetal: Parede Celular, Cloroplastos e o Grande Vacúolo Central.

  • Exclusivas da Célula Animal (geralmente): Centríolos e Lisossomos. (Lembre-se que centríolos são ausentes em plantas superiores e a maioria dos fungos, e vacúolos em animais são pequenos e múltiplos).

6.7. Funções Cruciais das Organelas: Quem Faz o Quê?

É vital não apenas saber o nome das organelas, mas também suas principais funções e as características que as tornam importantes. As mais cobradas em provas incluem:

  • Mitocôndrias: Produção de energia (ATP) através da respiração celular.

  • Retículo Endoplasmático Rugoso (RER): Síntese e transporte de proteínas para exportação ou membranas.

  • Complexo de Golgi: Modificação, empacotamento e endereçamento de substâncias.

  • Lisossomos: Digestão intracelular, com destaque para as doenças associadas ao seu mau funcionamento.

  • Núcleo: Controle das atividades celulares e armazenamento do material genético.

7. Conclusão: Dominando a Biologia Celular

A compreensão das células procariontes e eucariontes é a pedra angular da biologia. Dominar suas estruturas, funções e, principalmente, as diferenças e similaridades entre elas, abrirá as portas para entender conceitos mais complexos em genética, fisiologia, ecologia e evolução.

Este material foi construído para ser seu aliado mais completo e didático. Ao focar nas estruturas essenciais, nas funções de cada componente, nas exceções importantes e nas dúvidas mais comuns de estudantes, você estará não apenas memorizando, mas verdadeiramente compreendendo o universo celular.

Continue praticando, revisando este conteúdo e conectando-o a outros tópicos da biologia. Aprofundar-se em biologia celular é um investimento direto no seu sucesso no ENEM, vestibulares e em sua jornada de conhecimento!.

Lista de Exercicios:

Questão 1: Qual das seguintes afirmações é verdadeira sobre células procariontes?

a) Possuem um núcleo bem definido.

b) O DNA é circular e não está separado por uma membrana nuclear.

c) São encontradas principalmente em organismos multicelulares.

d) Possuem muitas organelas especializadas.

Questão 2: O que diferencia as células eucariontes das células procariontes?

a) Tamanho menor e DNA linear.

b) Possuem um núcleo verdadeiro e organelas especializadas.

c) DNA circular e ribossomos menores.

d) Encontradas apenas em ambientes extremos.

Questão 3: Onde as células procariontes geralmente são encontradas?

a) No interior de organismos multicelulares.

b) Em ambientes extremos como fontes termais e água salgada.

c) Em todas as formas de vida.

d) Apenas em plantas e fungos.

Gabarito: 1) Letra B - O DNA é circular e não está separado por uma membrana nuclear.

Gabarito: 2) Letra B - Possuem um núcleo verdadeiro e organelas especializadas.

Gabarito: 3) Letra B - Em ambientes extremos como fontes termais e água salgada.