
Você já se perguntou o que realmente é o Efeito Estufa? É bom ou ruim? Qual a relação dele com o Aquecimento Global e por que tanto se fala sobre isso? Se essas são suas dúvidas, você chegou ao lugar certo! Este guia completo foi elaborado para desmistificar esses temas, apresentando as informações de forma clara e didática, do mais simples ao mais complexo, priorizando os pontos mais cobrados em exames e concursos públicos.
Para começar, é fundamental entender que o Efeito Estufa é um fenômeno natural e vital para a existência de vida no nosso planeta. Sem ele, a Terra seria um lugar extremamente frio e inóspito, com uma temperatura média global em torno de -18°C. Atualmente, graças ao efeito estufa natural, a temperatura média do planeta é de aproximadamente 14°C, o que permite a proliferação e o desenvolvimento da biodiversidade que conhecemos.
Imagine o nosso planeta envolvido por uma espécie de "cobertor" invisível, feito de gases. Esse "cobertor" funciona da seguinte maneira:
Recebimento de Energia Solar: O Sol emite radiação em diversas formas, incluindo luz visível e raios ultravioleta. Cerca de um terço dessa radiação é refletida de volta para o espaço pela atmosfera assim que atinge a Terra.
Absorção e Aquecimento da Superfície: Os dois terços restantes penetram na atmosfera e chegam à superfície terrestre (continentes e oceanos), aquecendo-a. Uma pequena parte da radiação solar também aquece diretamente a atmosfera.
Emissão de Calor pela Terra: Para manter seu equilíbrio energético, a Terra reemite parte dessa energia absorvida de volta para o espaço, principalmente na forma de radiação térmica infravermelha (calor).
Retenção do Calor pelos Gases: É aqui que entram os Gases de Efeito Estufa (GEE). Esses gases, presentes na atmosfera, têm a capacidade de absorver parte dessa radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre. Ao absorverem, eles também reemitem calor em todas as direções, inclusive de volta para a superfície.
Esse processo de absorção e reemissão impede que todo o calor escape para o espaço, mantendo a Terra aquecida e com temperaturas adequadas para a vida. É como um carro estacionado sob o sol: os raios solares entram pelos vidros, aquecem o interior, e o calor fica parcialmente retido, mantendo o carro aquecido. Os gases de efeito estufa agem como os vidros do carro, permitindo a entrada da radiação solar, mas dificultando que toda ela seja devolvida ao espaço.
Ponto importante para concursos: Diferente de uma estufa de plantas (que retém calor ao suprimir a convecção), a atmosfera terrestre atua por meio da absorção de radiação pelos gases. Embora o resultado seja o aquecimento em ambos os casos, os mecanismos físicos são distintos.
Nem todos os gases presentes na atmosfera contribuem para o efeito estufa. O nitrogênio (78%) e o oxigênio (21%), que são os mais abundantes, não têm ação significativa nesse mecanismo. O efeito estufa se deve à ação de outros gases, presentes em quantidades menores, mas com moléculas mais complexas e alta capacidade de retenção de calor.
Conheça os principais Gases de Efeito Estufa (GEE), suas características e as fontes de emissão, especialmente aquelas intensificadas pelas atividades humanas:
Dióxido de Carbono (CO2):
É o gás de maior abundância na atmosfera e, por isso, o mais representativo entre os GEE. Ele é considerado o gás mais importante de origem humana para o aquecimento global.
Desde a Revolução Industrial (século XVIII), a concentração de CO2 na atmosfera aumentou significativamente, ultrapassando 400 partes por milhão (ppm) em 2013, o nível mais elevado em 800 mil anos. Atualmente, é responsável por 55% das emissões mundiais de GEE.
Principais fontes de emissão humana:
Queima de combustíveis fósseis: Carvão mineral, petróleo e gás natural, utilizados em indústrias, veículos e usinas termoelétricas.
Desmatamento e mudanças no uso da terra: A remoção de florestas libera o carbono armazenado nas árvores para a atmosfera. No Brasil, a amplificação do desmatamento, especialmente na Amazônia, foi o principal fator do aumento das emissões em 2021. As mudanças no uso da terra, somadas às atividades do agronegócio, equivaleram a 74% de toda a poluição climática registrada no país em 2021.
Atividades industriais: Como a fabricação de cimento.
Desperdício de alimentos: Contribui para a liberação de CO2 e metano.
Gás Metano (CH4):
É o segundo maior contribuinte para o aumento das temperaturas globais.
Seu poder de aquecimento é cerca de 20 a 21 vezes maior que o do CO2 em um período de 100 anos, embora permaneça menos tempo na atmosfera.
Principais fontes de emissão humana:
Aterros sanitários e lixões: Decomposição de lixo orgânico. Cerca de 60% das emissões de metano provêm de ações antrópicas.
Pecuária: Digestão de ruminantes (flatulência e eructação). A pecuária representa 16% das emissões mundiais de GEE.
Uso de combustíveis fósseis: Também contribuem para a elevação do metano.
Fonte natural com potencial de aumento: Derretimento do permafrost (solo congelado em regiões frias) libera grandes estoques de metano.
Óxido Nitroso (N2O):
Pode ser emitido por bactérias no solo ou no oceano.
Seu poder de aquecimento é de cerca de 298 a 310 vezes maior que o do CO2.
Principal fonte de emissão humana:
Práticas agrícolas: Principalmente o uso de fertilizantes nitrogenados e o tratamento de dejetos.
Gases Fluorados (HFCs, PFCs, SF6, CFCs):
São produzidos exclusivamente pelo homem para atender a diversas necessidades industriais.
Incluem:
Hidrofluorcarbonetos (HFCs): Usados em sistemas de aquecimento e refrigeração.
Hexafluoreto de Enxofre (SF6): Usado na indústria eletrônica.
Perfluorcarbono (PFCs): Emitido na produção de alumínio. Podem ser 6.500 a 9.200 vezes mais potentes que o CO2.
Clorofluorcarbonos (CFCs): Além de contribuírem para o efeito estufa, são conhecidos por serem os principais responsáveis pela destruição da camada de ozônio. Eram inexistentes no período pré-industrial.
Vapor d'água (H2O):
É o gás mais poderoso no efeito estufa natural e o mais abundante, sendo responsável por mais da metade do aquecimento atmosférico [215, 249, 237 (nota 1)].
Capta o calor irradiado pela superfície terrestre e o distribui em todas as direções.
Função no agravamento: Embora não seja diretamente emitido em grandes quantidades pelas atividades humanas como outros GEE, o aumento da temperatura atmosférica (causado por outros GEE) leva a um aumento da umidade do ar, pois o ar quente retém mais umidade. Como o vapor d'água é um GEE poderoso, esse aumento na concentração de vapor resulta em uma amplificação do efeito estufa, criando um ciclo de feedback positivo.
Exceção/Ponto de Dúvida Comum: O vapor d'água é o maior contribuinte para o efeito estufa natural. No entanto, a preocupação com as emissões humanas foca nos outros gases, pois a concentração de vapor d'água na atmosfera é amplamente regulada pela temperatura global; um aumento direto nas emissões de outros GEE eleva a temperatura, o que por sua vez aumenta o vapor d'água na atmosfera, amplificando o aquecimento.
Entender a diferença entre "Efeito Estufa" e "Aquecimento Global" é crucial para qualquer prova.
O Efeito Estufa é o fenômeno natural que descreve a capacidade da atmosfera terrestre de reter calor e manter o planeta aquecido.
O Aquecimento Global é o fenômeno climático que consiste no aumento das temperaturas médias do planeta e dos oceanos, sendo o resultado da intensificação do efeito estufa pelas ações humanas.
Ou seja, o efeito estufa é um processo que sempre existiu e é bom. O problema surge quando esse efeito é intensificado de forma desequilibrada e acelerada pelas atividades antrópicas (humanas), levando ao aquecimento global. Essa intensificação se dá pelo aumento da concentração de GEE na atmosfera, o que dificulta a dispersão do calor para o espaço, retendo-o ainda mais próximo da superfície.
Desde a Revolução Industrial, o ser humano passou a lançar grandes quantidades de GEE na atmosfera, desequilibrando um processo natural. As principais atividades que impulsionam essa intensificação são:
Queima de Combustíveis Fósseis: Indústrias, veículos e geração de energia elétrica.
Desmatamento e Mudanças no Uso da Terra: Conversão de florestas em pastagens ou áreas agrícolas.
Atividades Industriais: Emissões de gases poluentes e resíduos.
Agricultura e Pecuária: Uso de fertilizantes, criação de gado (metano).
Gestão de Resíduos Sólidos: Aterros sanitários e lixões (metano).
A implicação das atividades humanas no aumento recente das concentrações de GEE e no aquecimento global é um consenso esmagador entre os melhores cientistas do mundo.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Meteorológica Mundial, é a maior autoridade internacional sobre o tema.
O IPCC, que já produziu cinco grandes relatórios e recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho, reúne dados e pesquisas de milhares de cientistas, afirmando que o aquecimento da temperatura terrestre no último século é inequívoco e diretamente ligado ao aumento desses gases.
Entre 1880 e 2012, a temperatura média da Terra subiu 0,85°C. Dados mais recentes indicam que, em um período de 100 anos, a temperatura aumentou cerca de 0,85°C nos continentes e 0,55°C nos oceanos.
Importante para concursos: O negacionismo climático, que questiona a causa humana do aquecimento global, é amplamente refutado pela comunidade científica, sendo muitas vezes ligado a interesses econômicos e políticos.
As consequências da intensificação do efeito estufa são vastas e, em sua maioria, negativas, com repercussões biológicas, sociais, culturais e econômicas em larga escala. Se as emissões de GEE não cessarem em um futuro próximo, espera-se que os impactos sejam ainda mais severos e, em muitos casos, irreversíveis nos horizontes da civilização atual.
As principais consequências incluem:
Derretimento das Calotas Polares e Aumento do Nível do Mar:
O aquecimento global causa o derretimento acelerado de geleiras e calotas polares (Antártida, Groenlândia, etc.), despejando água adicional nos oceanos.
Além disso, o aquecimento da água dos oceanos provoca sua expansão térmica, contribuindo para a elevação do nível do mar.
Projeções do IPCC: uma elevação média de aproximadamente 40 a 60 cm até 2100, com uma faixa de variação entre 26 e 98 cm. É praticamente certo que a elevação continuará após 2100.
Impactos: Inundação de cidades litorâneas e vastas áreas habitadas, forçando migrações em massa, prejudicando economias costeiras e a segurança social.
Impacto na Biodiversidade e Extinção de Espécies:
A rapidez do aquecimento global impede que as espécies se adaptem a tempo, causando declínio populacional e extinção de inúmeras espécies.
Desestrutura as cadeias alimentares, interfere no balanço químico dos ecossistemas e favorece a proliferação de espécies invasivas.
Projeções indicam que um aquecimento mundial acima de 3,5°C pode levar à extinção de até 70% de todas as espécies conhecidas.
Acidificação dos Oceanos:
Os oceanos absorvem uma grande parte do CO2 emitido pelo homem (cerca de 30%), o que resulta em um aumento da acidez da água.
Essa acidificação é prejudicial a organismos com esqueletos e carapaças calcárias (corais, moluscos), afetando ecossistemas marinhos inteiros.
Também diminui a quantidade de oxigênio na água, levando à morte por hipóxia, alterações metabólicas e surgimento de "zonas mortas" nos oceanos.
Eventos Climáticos Extremos:
O aumento das temperaturas torna o clima mais imprevisível e desafiador, elevando a ocorrência e a intensidade de desastres como ondas de calor extremo, secas prolongadas, chuvas torrenciais, inundações e tufões devastadores.
Agravamento da Segurança Alimentar e da Fome:
A desestruturação dos ecossistemas e dos sistemas de produção agrícola e pecuária levará a uma escassez generalizada de alimentos, intensificando a fome global. Atualmente, mais de 800 milhões de pessoas sofrem de subnutrição crônica.
Impactos Sociais e Econômicos:
A escassez de recursos básicos pode intensificar conflitos violentos entre nações.
Ameaça à segurança social, aumento da incidência de doenças e declínio econômico significativo.
Em 2012, o custo direto do aquecimento global para o mundo era de mais de 1,2 trilhão de dólares anuais, com tendência de aumento. Em 2010, os efeitos do problema causaram a morte de 5 milhões de pessoas.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento previu em 2013 que o aquecimento global, combinado com outros problemas ambientais, poderia levar cerca de 3 bilhões de pessoas à pobreza extrema até 2050.
Ponto crucial para concursos: O IPCC e outras autoridades científicas concordam que, mesmo que as emissões cessem agora, alguns efeitos do aquecimento continuarão além de 2100 devido a um efeito retardado, e muitos serão irreversíveis em nossa civilização. A inação levará a uma crise global de proporções nunca vistas.
Diante da urgência do cenário, a comunidade internacional tem buscado formas de combater a intensificação do efeito estufa e o aquecimento global.
O Acordo de Paris é um tratado global adotado em dezembro de 2015 pelos países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), durante a 21ª Conferência das Partes (COP21). Seus objetivos são:
Fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima no contexto do desenvolvimento sustentável e dos esforços de erradicação da pobreza.
Reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos gerados por essa mudança.
Metas-Chave do Acordo de Paris:
Meta de Temperatura: Manter o aumento da temperatura média global "bem abaixo" de 2°C em relação aos níveis pré-industriais e envidar esforços para limitar o aumento a 1,5°C, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e impactos.
Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs - Nationally Determined Contributions):
Para alcançar os objetivos do Acordo, os países apresentaram planos de ação nacionais abrangentes para reduzir suas emissões.
Todas as Partes devem realizar e comunicar esforços ambiciosos.
As NDCs devem representar uma progressão ao longo do tempo, refletindo a maior ambição possível de cada Parte, considerando suas capacidades e circunstâncias nacionais.
Os países desenvolvidos devem continuar a liderar, adotando metas de redução de emissões absolutas para o conjunto da economia.
Os países em desenvolvimento devem fortalecer seus esforços e são encorajados a transitar progressivamente para metas de redução em nível de economia, com o apoio financeiro e tecnológico dos países desenvolvidos.
As NDCs são comunicadas a cada cinco anos e registradas em um registro público mantido pelo Secretariado. As Partes devem prestar contas de suas NDCs, promovendo integridade ambiental e transparência.
Outros Pilares do Acordo de Paris:
Adaptação: Aumentar a capacidade de adaptação aos impactos negativos da mudança do clima, fortalecer a resiliência e promover o desenvolvimento de baixa emissão de GEE de forma que não ameace a produção de alimentos. Há um objetivo global para a adaptação. Os esforços de adaptação dos países em desenvolvimento devem ser reconhecidos e apoiados internacionalmente.
Perdas e Danos: Reconhece a importância de evitar, minimizar e enfrentar perdas e danos associados aos efeitos negativos da mudança do clima, incluindo eventos extremos e de evolução lenta. O Mecanismo Internacional de Varsóvia sobre Perdas e Danos deve ser fortalecido.
Financiamento Climático: Tornar os fluxos financeiros compatíveis com uma trajetória rumo a um desenvolvimento de baixa emissão de GEE e resiliente à mudança do clima. Países desenvolvidos devem prover e liderar a mobilização de recursos financeiros para mitigation e adaptação em países em desenvolvimento, buscando um equilíbrio entre ambos.
Transferência de Tecnologia: Fortalecer a ação cooperativa em desenvolvimento e transferência de tecnologias para melhorar a resiliência e reduzir as emissões. O Mecanismo de Tecnologia da UNFCCC serve ao Acordo de Paris.
Capacitação: Fortalecer a capacidade e habilidade dos países em desenvolvimento para ações climáticas eficazes, incluindo adaptação, mitigação, acesso a financiamento e tecnologia, e comunicação transparente de informações.
Quadro de Transparência Reforçada: Estabelecido para construir confiança mútua e promover a implementação eficaz, com flexibilidade para as diferentes capacidades dos países. Exige relatórios periódicos de inventário de GEE e informações sobre o progresso das NDCs e o apoio prestado/recebido.
Avaliação Global (Global Stocktake): Uma avaliação periódica da implementação do Acordo para determinar o progresso coletivo na consecução dos objetivos de longo prazo. A primeira avaliação global será em 2023 e a cada cinco anos thereafter. O resultado informará as Partes para que atualizem e fortaleçam suas ações e apoio.
Antes do Acordo de Paris, o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, foi um acordo ambiental crucial adotado por muitas Partes da UNFCCC. Ele estabeleceu metas vinculantes de redução de emissões para países desenvolvidos, cobrindo inicialmente sete gases de efeito estufa. Embora superado em abrangência pelo Acordo de Paris (que inclui todos os países e é mais flexível), o Protocolo de Kyoto foi um marco importante na governança climática global.
O Brasil, como signatário do Acordo de Paris, comprometeu-se em sua NDC a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de redução de 43% até 2030, em relação aos níveis de emissões estimados para 2005.
No entanto, o país enfrenta desafios significativos:
Em 2021, o Brasil registrou o segundo maior aumento de emissões de GEE em quase duas décadas (+12,5%), atingindo 2,4 bilhões de toneladas brutas. O único aumento superior foi em 2003 (+20%).
A amplificação do desmatamento, principalmente na Amazônia, é apontada como a principal causa dessa alta. Emissões de desmatamento e outras mudanças no uso da terra, somadas às do agronegócio, representaram 74% da poluição climática em 2021. A Amazônia concentrou 77% das emissões brutas do setor de uso da terra em 2021.
Pesquisadores recomendam que o governo brasileiro corrija "imediatamente" a NDC, promova um modelo participativo para a construção de uma NDC para 2030 (compatível com a meta de 1,5°C), e elabore um plano de implementação da NDC que inclua orçamentos de carbono e ações de combate ao desmatamento e recuperação florestal.
O enfrentamento da crise climática exige uma mudança fundamental na estrutura energética global e na relação da humanidade com a natureza. Isso inclui ações em diversos níveis:
Mesmo em pequena escala, cada um pode contribuir para conter o efeito estufa:
Reduzir a utilização de transportes motorizados em pequenos trajetos.
Optar pelo uso de bicicletas ou transporte coletivo.
Utilizar produtos biodegradáveis.
Incentivar e participar da coleta seletiva e reciclagem.
Reduzir o desperdício de alimentos.
Consumir energia de forma consciente.
Ações globais coordenadas, apoiadas por inovações tecnológicas e políticas rigorosas, são essenciais:
Transição para Fontes de Energia Renováveis e Limpas: Substituir a queima de combustíveis fósseis por fontes como energia solar, eólica, hidrelétrica e outras que não emitem GEE.
Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS - Carbon Capture, Utilization, and Storage):
São tecnologias que visam remover poluentes atmosféricos ou reduzir suas emissões na fonte.
Esses métodos capturam o CO2 de grandes fontes (como usinas de energia ou indústrias) antes que ele seja liberado na atmosfera, e então o utilizam ou o armazenam geologicamente.
Avanços científicos nessas tecnologias são cruciais para sua comercialização generalizada.
Eficiência Energética: Melhorar a eficiência no uso da energia em indústrias, transportes e residências, reduzindo a necessidade de gerar mais energia e, consequentemente, as emissões.
Redução de Emissões de Outros GEE:
Implementar tecnologias para reduzir as emissões de N2O, CH4 e gases fluorados nas indústrias, usinas e no setor agrícola.
Desenvolver práticas agrícolas mais sustentáveis para diminuir as emissões de metano (pecuária) e óxido nitroso (fertilizantes).
Conservação e Recuperação Florestal:
Combate ao desmatamento: Proteger as florestas existentes para que continuem atuando como sumidouros de carbono.
Reflorestamento e florestamento: Plantar novas árvores para aumentar a absorção de CO2 da atmosfera.
As atividades de uso da terra, mudança no uso da terra e silvicultura (LULUCF) oferecem um potencial significativo de mitigação de GEE, sendo a redução do desmatamento a medida de maior potencial.
Políticas e Legislação Mais Rigorosas:
Há uma necessidade urgente de políticas locais, nacionais e internacionais mais rigorosas e restritivas que promovam e imponham uma mudança gradual, sustentável, mas definitiva, na estrutura energética global.
Implementação efetiva dos planos de ação climática e estabelecimento de orçamentos de carbono com valores máximos de emissão.
Para consolidar seu conhecimento e preparar-se para qualquer questão, vamos responder às dúvidas mais comuns:
1. O Efeito Estufa é bom ou ruim?
O Efeito Estufa é bom e essencial para a vida na Terra. Ele mantém nosso planeta aquecido. O problema não é o fenômeno em si, mas a sua intensificação pelas atividades humanas, que leva ao Aquecimento Global, este sim prejudicial.
2. Qual a diferença entre Efeito Estufa e Aquecimento Global?
Efeito Estufa: É o fenômeno natural de retenção de calor na atmosfera, mantendo a temperatura da Terra habitável.
Aquecimento Global: É o aumento das temperaturas médias do planeta (terra e oceanos) causado pela intensificação do efeito estufa devido à excessiva emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) pelas atividades humanas. Em resumo, o efeito estufa é a causa (natural), e o aquecimento global é o efeito (resultado da intensificação humana).
3. Quais são os principais Gases de Efeito Estufa (GEE)?
Os principais GEE são o Dióxido de Carbono (CO2), o Metano (CH4), o Óxido Nitroso (N2O), os Gases Fluorados (HFCs, PFCs, SF6, CFCs) e o Vapor d'água (H2O). Dentre os de origem humana, o CO2 é o mais abundante e o principal responsável pelo aquecimento, mas outros gases como o metano e óxido nitroso são muito mais potentes individualmente.
4. Quem são os maiores emissores de GEE no mundo?
Em 2023, os maiores emissores de GEE foram China, Estados Unidos, Índia, União Europeia, Rússia e Brasil. Juntos, eles foram responsáveis por mais de 62% das emissões globais. A China tem sido o maior emissor de CO2 desde 2006.
5. O que é a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC)?
A NDC é o plano de ação climática que cada país signatário do Acordo de Paris apresenta, detalhando seus compromissos para reduzir emissões de GEE e se adaptar às mudanças climáticas. As NDCs são progressivas e revisadas a cada cinco anos.
6. O que é o IPCC?
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é o principal órgão internacional para avaliar a mudança do clima. Ele é composto por cientistas de todo o mundo e fornece avaliações científicas abrangentes sobre o estado do conhecimento da mudança do clima, seus impactos e futuras opções de resposta.
7. É tarde demais para reverter o Aquecimento Global?
Alguns dos efeitos do aquecimento global já são irreversíveis nos horizontes da presente civilização, especialmente se as emissões não cessarem. No entanto, ainda há tempo para mitigar os impactos mais catastróficos através de ações urgentes e coordenadas em escala global, envolvendo transição energética, proteção florestal e novas tecnologias. A NASA (Agência Espacial Norte-Americana) indica que, embora os efeitos de ações humanas para enfrentar as mudanças climáticas levem séculos para serem completamente percebidos, a inação permitiria que os efeitos adversos persistissem indefinidamente.
Com este guia, você tem em mãos um material completo para entender o Efeito Estufa e o Aquecimento Global, abordando desde os conceitos mais básicos até as complexas implicações e as ações necessárias para um futuro mais sustentável. Continue aprofundando seus estudos e seja parte da solução para este desafio global!
Questões de Múltipla Escolha:
O que é o efeito estufa?
a) Um fenômeno causado apenas por atividades humanas.
b) Um processo natural na atmosfera que regula a temperatura da Terra.
c) Uma técnica agrícola para aumentar a produção de alimentos.
d) Um evento que ocorre apenas em regiões tropicais.
Quais são algumas das principais atividades humanas que contribuem para intensificar o efeito estufa?
a) Uso de fontes de energia renovável.
b) Desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.
c) Queima de combustíveis fósseis e desmatamento.
d) Conservação de áreas naturais.
Quais são alguns dos impactos do aumento da temperatura média global mencionados no texto?
a) Redução da concentração de gases de efeito estufa.
b) Diminuição do nível do mar.
c) Aumento da frequência de eventos climáticos extremos.
d) Melhoria na produtividade agrícola.
Gabarito:
b) Um processo natural na atmosfera que regula a temperatura da Terra.
c) Queima de combustíveis fósseis e desmatamento.
c) Aumento da frequência de eventos climáticos extremos.