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08/03/2024 • 11 min de leitura
Atualizado em 07/07/2025

Consequências da Revolução Francesa

Consequências da Revolução Francesa

A Revolução Francesa, ocorrida entre 1789 e 1799, foi um período de profundas transformações sociais, políticas e econômicas na França que teve um impacto duradouro em todo o continente europeu e além. Inspirada nos ideais iluministas, a revolução marcou o início da queda do absolutismo na Europa e o surgimento de uma nova ordem social e política.

Este material de apoio busca fornecer um panorama completo e cronológico da Revolução Francesa, respondendo a dúvidas comuns sobre suas causas, consequências e legado, mantendo uma abordagem neutra e objetiva.

Panorama Histórico e Cronologia da Revolução Francesa

A Revolução Francesa foi um evento complexo, resultado de um longo processo histórico. Para compreender seu desenrolar, é essencial analisar os acontecimentos em ordem cronológica:

1. O Antigo Regime e as Causas da Revolução (Década de 1780)

Antes da Revolução, a França vivia sob o Antigo Regime, um sistema político e social caracterizado pela monarquia absolutista do rei Luís XVI e uma sociedade rigidamente estratificada em três "Estados":

  • Primeiro Estado: Clero (cerca de 280 mil pessoas), detinha muitas terras, cobrava dízimos e taxas sobre batismos, casamentos e sepultamentos, e tinha o privilégio de não pagar impostos.

  • Segundo Estado: Nobreza (aproximadamente 840 mil pessoas, incluindo a Família Real, nobreza cortesã, provincial e de toga), vivia à custa do Estado ou da exploração do trabalho camponês, e também era isenta de impostos, usufruindo do tesouro real.

  • Terceiro Estado: Cerca de 26,88 milhões de pessoas, abrangia a vasta maioria da população, incluindo burgueses (comerciantes, banqueiros, proprietários de terras), trabalhadores urbanos (artesãos, lojistas, artífices) e camponeses (cerca de 80% da população francesa). Este grupo sustentava toda a sociedade com seu trabalho e o pagamento de altos tributos e impostos ao Estado, clero e nobreza.

A Crise que Impulsionou a Revolução:

A França enfrentava uma severa crise financeira e econômica:

  • Gastos excessivos: O governo francês gastava 20% a mais do que arrecadava. Isso foi agravado pelo envolvimento em conflitos externos, como a Guerra dos Sete Anos, que resultou em perdas coloniais e na destruição da Marinha Francesa, e o apoio financeiro e militar à independência das Treze Colônias americanas, que deixou a França gravemente endividada.

  • Sistema tributário ineficiente e corrupção: Altas quantias de impostos vazavam facilmente pelas brechas da má organização administrativa.

  • Crise agrícola: Um rigoroso inverno em 1788 e 1789, juntamente com inundações e secas na década de 1780, prejudicou as colheitas, resultando em escassez de alimentos e aumento brusco dos preços (especialmente do pão), levando à fome e miséria para a população mais pobre.

  • Insatisfação Popular e Burguesa: Camponeses e trabalhadores urbanos viviam em extrema pobreza e desejavam melhorias nas condições de vida e trabalho. A burguesia, embora abastada, aspirava a maior participação política e liberdade econômica, vendo os privilégios aristocráticos como um entrave para seus negócios.

  • A Influência do Iluminismo: Os ideais iluministas foram a base ideológica da Revolução Francesa. Pensadores como Montesquieu, Rousseau, Kant, Voltaire e John Locke defendiam a razão como base da autoridade, liberdade, igualdade, constitucionalismo e a separação entre Igreja e Estado. Eles criticavam o absolutismo e os privilégios, promovendo a ideia de que o poder deveria emanar do povo e que a sociedade deveria ser mais justa e igualitária. O desenvolvimento de uma "esfera pública" por meio de jornais, clubes e cafés no século XVIII permitiu a disseminação e debate dessas ideias, mobilizando a opinião pública contra a monarquia.

2. A Convocação dos Estados Gerais (1789)

Diante da crise, Luís XVI convocou a Assembleia dos Notáveis em 1787 e, posteriormente, a Assembleia dos Estados Gerais em maio de 1789, uma instituição que não se reunia desde 1614. O objetivo era buscar soluções para a crise financeira. Contudo, a divergência sobre o sistema de votação (por Estado, que favorecia o clero e a nobreza, ou individual, que beneficiaria o Terceiro Estado) levou à ruptura.

3. As Fases da Revolução Francesa

A Revolução Francesa pode ser dividida nas seguintes fases, marcadas por diferentes instituições políticas:

  • Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia Legislativa (1789-1792)

    • Formação da Assembleia Nacional: Em 17 de junho de 1789, o Terceiro Estado, com o apoio de parte do clero e da nobreza, autoproclamou-se Assembleia Nacional e, pouco depois, Assembleia Nacional Constituinte, com o objetivo de redigir uma Constituição.

    • Juramento do Jogo da Péla: Em 20 de junho de 1789, os membros da Assembleia juraram não se separar até que a França tivesse uma constituição.

    • Queda da Bastilha: Em 14 de julho de 1789, a população de Paris invadiu e tomou a Bastilha, uma fortaleza-prisão símbolo da opressão absolutista. Este evento é considerado o estopim da revolução.

    • O Grande Medo: Entre julho e agosto de 1789, a revolução se espalhou para o campo, com camponeses atacando propriedades feudais e destruindo títulos de propriedade.

    • Abolição dos Privilégios Feudais: Em 4 de agosto de 1789, a Assembleia Constituinte decretou a abolição dos direitos feudais, privilégios do clero e da nobreza, e do dízimo, em resposta ao radicalismo popular.

    • Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: Aprovada em 26 de agosto de 1789, este documento fundamental proclamava os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Defendia o direito de todos à liberdade, propriedade, igualdade jurídica (mas não social ou econômica) e resistência à opressão.

    • Nacionalização dos Bens da Igreja e Constituição Civil do Clero: Em 1790, os bens da Igreja foram confiscados e o clero foi subordinado ao Estado, tornando-se funcionários públicos. Isso gerou uma divisão entre clérigos "juramentados" e "refratários".

    • Constituição de 1791: Estabeleceu uma monarquia constitucional, limitando o poder do rei e instituindo a separação de poderes (Legislativo, Executivo, Judiciário). No entanto, adotou o voto censitário, excluindo a maioria da população (mulheres, trabalhadores sem propriedade) da vida política ativa.

    • Assembleia Legislativa (Outubro de 1791 - Setembro de 1792): Dominada pela burguesia, esta fase viu a consolidação de grupos políticos como os Girondinos (burguesia moderada e conservadora que acreditava que as principais mudanças já haviam ocorrido) e os Jacobinos (burguesia radical que defendia transformações mais profundas, apoiada pelos sans-culottes).

    • Guerra contra Áustria e Prússia (1792): Países absolutistas vizinhos, temendo a irradiação das ideias revolucionárias, apoiaram a nobreza e o clero franceses exilados, ameaçando intervir. A França declarou guerra, levando à radicalização da revolução e à derrubada da monarquia.

  • Convenção Nacional (1792-1795) - A Primeira República

    • Proclamação da República: Em 21 de setembro de 1792, a monarquia foi abolida e a Primeira República Francesa foi proclamada.

    • Execução de Luís XVI: Após a descoberta de documentos que atestavam seu envolvimento com o rei austríaco, Luís XVI foi julgado por traição e guilhotinado em 21 de janeiro de 1793, seguido por Maria Antonieta.

    • Formação da Primeira Coalizão: Vários países europeus, indignados com a execução do rei e temendo a disseminação dos ideais revolucionários, formaram uma coalizão contra a França, financiada pela Inglaterra.

    • Reino do Terror (1793-1794): Sob a liderança de Maximilien Robespierre e os jacobinos, apoiados pelos sans-culottes, a França viveu o período mais radical da revolução. O Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário foram criados para combater a contrarrevolução. A Lei dos Suspeitos levou milhares de pessoas (aristocratas, clérigos, girondinos, etc.) à guilhotina; estima-se entre 16 mil e 40 mil mortos. Apesar dos excessos, os jacobinos estabilizaram a economia, fortaleceram o exército e derrotaram as tropas invasoras.

    • Reação Termidoriana: Em 27 de julho de 1794 (9 Termidor), a burguesia, cansada do terror e da radicalização, derrubou Robespierre e seus partidários, que foram guilhotinados. Isso marcou a queda do poder jacobino e o retorno da alta burguesia girondina ao controle.

  • O Diretório (1795-1799)

    • Esta fase foi conservadora, com o retorno da alta burguesia ao poder. A nova Constituição de 1795 suprimiu o sufrágio universal, restabelecendo o voto censitário, e instituiu o bicameralismo.

    • Houve oposição interna de monarquistas e jacobinos remanescentes, como a Conspiração dos Iguais liderada por Graco Babeuf, que buscava igualdade não apenas jurídica, mas também nas condições de vida e a abolição da propriedade privada. As ideias de Babeuf serviram de base para a luta da classe operária no século XIX.

    • A instabilidade política e econômica persistiu, levando a alta burguesia a ver em uma ditadura militar a solução para restabelecer a ordem e a paz.

4. Ascensão de Napoleão Bonaparte e o Fim da Revolução (1799)

A figura que se destacou neste cenário foi Napoleão Bonaparte, um general popular que acumulou vitórias militares. Em 9 de novembro de 1799 (18 de Brumário), Napoleão deu um golpe de Estado, suprimindo o Diretório e instaurando o Consulado. Este evento marcou o fim da Revolução Francesa e o início da Era Napoleônica, consolidando as conquistas burguesas da Revolução.

5. Consequências e Legado da Revolução Francesa

A Revolução Francesa desencadeou uma série de consequências profundas que reverberaram não apenas na França, mas em toda a Europa e no mundo.

  • Fim do Antigo Regime: Aboliu a monarquia absolutista, os privilégios feudais e o sistema de estamentos (clero, nobreza e Terceiro Estado), abrindo caminho para mudanças políticas, econômicas e sociais significativas.

  • Fortalecimento da Burguesia: A burguesia, composta por comerciantes e proprietários de terras, emergiu como uma classe social dominante e influente, ganhando poder político e econômico.

  • Expansão dos Ideais Iluministas: Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade foram difundidos pela Europa e pelo mundo, inspirando outros movimentos revolucionários ao longo do século XIX.

  • Estabelecimento do Sufrágio Universal Masculino (temporário): A Constituição Republicana de 1793 concedeu o direito de voto a todos os homens maiores de 21 anos, independentemente de sua condição social, um avanço significativo na democratização do sistema político, embora o voto censitário tenha sido restabelecido posteriormente.

  • Criação do Código Napoleônico (1804): Também conhecido como Código Civil Napoleônico, este marco legal consolidou muitas das reformas jurídicas da Revolução, garantindo a igualdade de todos perante a lei, a liberdade individual e a propriedade privada. Teve um impacto duradouro e serviu de referência para o direito civil em todo o mundo.

  • Guerras Napoleônicas: Foram uma consequência direta da Revolução Francesa, estendendo-se de 1803 a 1815. Esses conflitos foram fundamentais para a reconfiguração política e social na França e em toda a Europa, impulsionadas pela ameaça da Revolução Francesa e pelo desenvolvimento do governo de Napoleão.

  • Ascensão do Nacionalismo: O nacionalismo se estabeleceu como uma ideologia, valorizando a nação e defendendo seus interesses e soberania. Inicialmente, baseou-se em valores comuns que uniam os cidadãos, em oposição aos privilégios do absolutismo.

  • Secularismo: A Revolução promoveu a separação entre Igreja e Estado, um dos princípios do Iluminismo.

  • Reformulações Jurídicas: O direito passou de uma visão contemplativa para uma ferramenta ativa e transformadora. Houve uma ruptura com a antiga prudência jurídica, a soberania deixou de residir no monarca e passou a residir na nação, e a lei tornou-se a forma privilegiada dentro das fontes jurídicas. A neutralização política do judiciário e a primazia da lei como fonte do direito são legados importantes.

  • Impacto na América Latina: A Revolução Francesa inspirou movimentos de independência nas Américas, especialmente nas colônias espanholas, e a Revolução Haitiana questionou diretamente os ideais iluministas de igualdade ao abordar a situação de escravizados.

  • Ondas Revolucionárias no Século XIX: Os ideais da Revolução Francesa impulsionaram novas "ondas" revolucionárias na Europa em 1820, 1830 e 1848 (conhecida como "Primavera dos Povos"), que abalaram as últimas estruturas das monarquias absolutistas.

  • Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão como Legado Universal: Apesar de ter sido elaborada em um contexto específico, a Declaração de 1789 transcende seus limites temporais e geográficos, adquirindo um caráter universalista. Ela consagra ideais de direito natural e político-humanistas, como a liberdade, a igualdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão, que são extensíveis a todos os homens e continuam sendo um instrumento de luta pelos direitos humanos e o embrião do moderno Estado de Direito. Sua linguagem abstrata e o projeto emancipatório que dela emanou foram decisivos para sua ampla propagação ideológica e geográfica.

A Revolução Francesa foi um marco que redefiniu as relações de poder na França e na Europa, moldando a organização da sociedade moderna até os dias atuais, com seus ideais de liberdade, igualdade e cidadania permanecendo relevantes.e.

Questões de múltipla escolha sobre as consequências da Revolução Francesa:

  1. Qual foi uma das principais consequências da Revolução Francesa em relação à organização social?
    A) Fortalecimento da monarquia absoluta
    B) Estabelecimento do sufrágio universal feminino
    C) Fim do sistema feudal e da monarquia absoluta
    D) Redução do poder da burguesia

  2. O que representou o Código Napoleônico, criado após a Revolução Francesa?
    A) Restrição das liberdades individuais
    B) Garantia da igualdade apenas para a nobreza
    C) Referência para o direito civil em todo o mundo
    D) Supressão do sufrágio universal masculino

  3. Qual foi uma das consequências das guerras napoleônicas, decorrentes da Revolução Francesa?
    A) Enfraquecimento da França como potência europeia
    B) Consolidação do poder de Napoleão Bonaparte na monarquia absoluta
    C) Transformação da Europa e consolidação do poder francês
    D) Redução da influência das ideias iluministas na cultura europeia

Gabarito:

  1. C) Fim do sistema feudal e da monarquia absoluta

  2. C) Referência para o direito civil em todo o mundo

  3. C) Transformação da Europa e consolidação do poder francês