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27/07/2024 • 29 min de leitura
Atualizado em 14/07/2025

Definições de Qualidade

Qualidade e Gestão da Qualidade: Fundamentos Essenciais para o Sucesso e a Excelência

A qualidade é um conceito fundamental e cada vez mais central nas organizações modernas, sendo crucial para a competitividade e a satisfação de todas as partes interessadas. No entanto, sua definição e aplicação são frequentemente mal compreendidas.

1. O Que É Qualidade? Desvendando o Conceito Central

A palavra "qualidade" vem do latim qualitate e é utilizada em diversas situações. No seu cerne, qualidade é o grau em que um conjunto de características inerentes de um objeto satisfaz requisitos. Isso significa que ter qualidade é atender às especificações pré-estabelecidas.

É importante notar que a qualidade não é um conceito absoluto de "pouca ou muita qualidade", mas sim uma conformidade com o que foi especificado ou esperado. Por exemplo, uma pizza de atum entregue com queijo seria "não conforme" se o cardápio especificasse apenas atum. Contudo, se o cardápio incluísse queijo, a pizza estaria "conforme" os requisitos, mesmo que o cliente não soubesse da especificação.

A qualidade é um termo subjetivo, influenciado por percepções, necessidades e resultados de cada indivíduo. Fatores como cultura, modelos mentais, tipo de produto ou serviço, necessidades e expectativas afetam diretamente a percepção da qualidade.

Para W. Edwards Deming, uma das figuras mais influentes na gestão da qualidade, "a qualidade só pode ser definida em termos de quem a avalia". A qualidade não é uma ideia ou coisa concreta, mas uma entidade que, embora não possa ser definida com precisão, é reconhecível pela experiência.

Em resumo, a qualidade de produtos e serviços não se refere apenas à sua função e desempenho pretendidos, mas também ao seu valor percebido e ao benefício para o cliente.

Distinções Importantes: Qualidade x Qualidade Total

Enquanto o conceito de "qualidade" se relaciona mais enfaticamente à satisfação do cliente (eficiência e eficácia no relacionamento com o cliente), o conceito de "qualidade total" expande essa necessidade para a eficácia e eficiência no relacionamento de todos os elementos que compõem o modelo da empresa em um contexto mais amplo. A qualidade total é uma filosofia de gestão e um compromisso com a excelência, voltada para fora da empresa e com foco no cliente.

A Multidimensionalidade da Qualidade

Para os clientes, a qualidade não é unidimensional; eles avaliam um produto com base em várias características, como dimensão, cor, durabilidade, design, funções, etc.. Do ponto de vista da empresa, para oferecer produtos e serviços de qualidade, é crucial definir a qualidade de forma clara e objetiva. Isso envolve apurar as necessidades dos clientes e, a partir delas, definir os requisitos do produto em termos de variáveis quantificáveis, como comprimento, peso, tempo de entrega, entre outros.

2. A Evolução do Conceito de Qualidade ao Longo do Tempo

A gestão da qualidade, como a conhecemos hoje, é um fenômeno relativamente recente, mas com uma história rica e transformadora.

Pode-se dividir a evolução da qualidade em três grandes eras:

  1. Era da Inspeção (Idade Média ao Início do Século XX):

    • Inicialmente, artesãos e artífices eram responsáveis pela qualidade de seus produtos, definindo padrões rudimentares.

    • Com o surgimento da produção em massa no início do século XIX, a inspeção formal tornou-se necessária para garantir a intercambiabilidade das peças.

    • Nesse período, o foco principal estava na detecção de defeitos nos produtos finais para evitar que chegassem ao cliente.

  2. Era do Controle Estatístico da Qualidade (Década de 1920 em diante):

    • Em 1924, Walter A. Shewhart introduziu gráficos estatísticos para controle de variabilidade, marcando o início do controle estatístico da qualidade. Sua obra de 1931, Economic Control of Quality of Manufactured Product, conferiu caráter científico à disciplina.

    • O aumento da produção industrial inviabilizou a inspeção individual de cada produto, levando à adoção de técnicas estatísticas para aprimorar a inspeção. Surgiram conceitos como "Risco do produtor e consumidor" e "nível de qualidade aceitável".

    • Este período viu o surgimento do departamento de controle da qualidade nas empresas.

  3. Era da Garantia da Qualidade e Gestão da Qualidade Total (Pós-Segunda Guerra Mundial):

    • Após a Segunda Guerra Mundial, especialmente no Japão, a qualidade passou a ser vista como uma disciplina mais ampla, com implicações para o gerenciamento.

    • W. Edwards Deming e Joseph M. Juran foram figuras cruciais nesse movimento, auxiliando o Japão a reconstruir sua economia com foco na qualidade. Suas filosofias influenciaram a indústria japonesa, que, apesar de inicialmente ser associada a produtos baratos e de baixa qualidade, alcançou altos níveis de qualidade a partir dos anos 1970.

    • Surgiram novos elementos como a quantificação dos custos da qualidade, o controle total da qualidade (TQC) de Feigenbaum, a engenharia da confiabilidade e o conceito de "zero defeito" de Crosby.

    • A qualidade deixou de ser apenas um atributo do produto para englobar todos os membros da organização, buscando uma visão proativa e a contribuição de todos para evitar falhas.

    • A gestão da qualidade se tornou o processo de conceber, controlar e melhorar os processos da empresa em todas as suas áreas (gestão, produção, marketing, RH, faturamento, etc.), envolvendo a concepção de processos e produtos/serviços, sua melhoria e o controle de qualidade.

    • A satisfação do cliente tornou-se a espinha dorsal da gestão da qualidade.

    • Temas como cultura de qualidade, gestão do conhecimento e o papel da liderança tornaram-se mais significativos, levando a abordagens mais holísticas onde pessoas, processos e produtos são considerados em conjunto.

3. Os Conceitos Fundamentais dos Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) segundo a ABNT NBR ISO 9000:2015

A norma ABNT NBR ISO 9000:2015 estabelece os conceitos fundamentais, princípios e vocabulário para Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ). Ela é universalmente aplicável a diversas organizações e partes interessadas, como aquelas que buscam sucesso sustentado, clientes que precisam de confiança nos produtos e serviços, organizações que buscam confiança na cadeia de fornecedores, e aquelas que realizam avaliações de conformidade.

Os conceitos e princípios desta norma fornecem a base para que as organizações enfrentem os desafios de um ambiente de mudança acelerada, globalização e a ascensão do conhecimento como recurso principal. É recomendado que todos os conceitos, princípios e suas inter-relações sejam vistos como um todo, não isoladamente, buscando sempre o equilíbrio certo na aplicação.

3.1. Qualidade

Para um SGQ, uma organização focada em qualidade promove uma cultura que resulta em comportamentos, atitudes, atividades e processos que agregam valor, satisfazendo as necessidades e expectativas dos clientes e outras partes interessadas pertinentes. A qualidade dos produtos e serviços é determinada pela capacidade de satisfazer os clientes e pelo impacto, pretendido ou não, nas partes interessadas relevantes. Isso inclui a função, o desempenho e o valor percebido pelo cliente.

3.2. Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)

Um SGQ compreende as atividades pelas quais a organização identifica seus objetivos e determina os processos e recursos necessários para alcançar os resultados desejados. Ele gerencia a interação de processos e recursos para agregar valor e gerar resultados para as partes interessadas pertinentes.

O SGQ permite à Alta Direção otimizar a utilização dos recursos, considerando as consequências de suas decisões a longo e curto prazo, e provê meios para identificar ações para lidar com consequências pretendidas e não pretendidas na provisão de produtos e serviços.

3.3. Contexto de uma Organização

Compreender o contexto da organização é um processo contínuo que determina fatores internos e externos que influenciam seu propósito, objetivos e sustentabilidade.

  • Fatores internos incluem valores, cultura, conhecimento e desempenho da organização.

  • Fatores externos incluem ambientes legal, tecnológico, competitivo, de mercado, cultural, social e econômico. A visão, missão, políticas e objetivos de uma organização podem expressar seu propósito.

3.4. Partes Interessadas

O conceito de partes interessadas vai além do foco exclusivo no cliente. É crucial considerar todas as partes interessadas pertinentes, que são aquelas que representam um risco significativo para a sustentabilidade organizacional se suas necessidades e expectativas não forem atendidas. As organizações definem quais resultados devem ser providos a essas partes interessadas para mitigar esse risco. Para o sucesso, as organizações dependem e buscam atrair, capturar e reter o apoio dessas partes. Exemplos de partes interessadas incluem clientes, proprietários, pessoas na organização, provedores, banqueiros, reguladores, sindicatos, sócios ou a sociedade.

3.5. Suporte

O apoio da Alta Direção no SGQ e o engajamento das pessoas permitem:

  • A provisão de recursos humanos e outros recursos adequados.

  • O monitoramento de processos e resultados.

  • A determinação e avaliação dos riscos e oportunidades.

  • A implementação de ações apropriadas. A aquisição responsável, aplicação, manutenção, aprimoramento e disposição dos recursos são cruciais para a organização alcançar seus objetivos.

Pessoas e Competência

As pessoas são recursos essenciais, e o desempenho da organização depende de como elas se comportam dentro do sistema de trabalho. O SGQ é mais eficaz quando todos os funcionários compreendem e aplicam as habilidades, treinamento, educação e experiência necessárias para suas funções e responsabilidades. A Alta Direção tem a responsabilidade de oferecer oportunidades para o desenvolvimento dessas competências.

Conscientização e Comunicação

A conscientização é alcançada quando as pessoas entendem suas responsabilidades e como suas ações contribuem para os objetivos da organização. A comunicação planejada e eficaz, tanto interna quanto externa, aumenta o engajamento das pessoas e a compreensão do contexto da organização, das necessidades dos clientes e das expectativas das partes interessadas, e do próprio SGQ.

4. Os Sete Princípios da Gestão da Qualidade (ABNT NBR ISO 9000:2015)

A ABNT NBR ISO 9000:2015 baseia-se em sete princípios de gestão da qualidade que apoiam os conceitos fundamentais. Para cada princípio, a norma descreve sua declaração, justificativa, principais benefícios e ações possíveis.

4.1. Foco no Cliente (Customer Focus)

  • Declaração: O principal foco da gestão da qualidade é atender às necessidades dos clientes e empenhar-se em exceder suas expectativas.

  • Justificativa: O sucesso sustentável é alcançado quando a organização atrai e retém a confiança dos clientes e outras partes interessadas pertinentes. Cada interação com o cliente é uma oportunidade para criar mais valor. Compreender as necessidades atuais e futuras dos clientes e outras partes interessadas contribui para o sucesso sustentável.

  • Principais Benefícios: Aumento do valor e satisfação do cliente, melhoria da fidelidade, aumento da repetição de negócios, melhoria da reputação, ampliação da base de clientes e aumento da receita e participação de mercado.

  • Ações Possíveis: Reconhecer clientes diretos e indiretos, entender suas necessidades atuais e futuras, conectar os objetivos da organização às expectativas dos clientes, comunicar essas expectativas, planejar, projetar, desenvolver, produzir, entregar e dar suporte a produtos e serviços para atender a essas necessidades, medir e monitorar a satisfação do cliente, e gerenciar ativamente as relações com os clientes.

4.2. Liderança (Leadership)

  • Declaração: Líderes em todos os níveis estabelecem unidade de propósito e direcionamento, criando condições para que as pessoas se engajem na busca dos objetivos da qualidade. A liderança deve assumir a responsabilidade pelas mudanças necessárias e estimular o compromisso com a qualidade em toda a organização.

  • Justificativa: A criação de unidade de propósito, direcionamento e engajamento permite que a organização alinhe estratégias, políticas, processos e recursos para alcançar seus objetivos.

  • Principais Benefícios: Aumento da eficácia e eficiência no atendimento aos objetivos, melhoria da coordenação de processos, melhoria da comunicação entre níveis e funções, e desenvolvimento da capacidade da organização e de seu pessoal.

  • Ações Possíveis: Comunicar a missão, visão, estratégia, políticas e processos; criar e manter valores compartilhados, imparcialidade e modelos éticos; estabelecer cultura de confiança e integridade; incentivar o compromisso com a qualidade; assegurar que líderes sejam exemplos positivos; prover recursos, treinamento e autoridade; e inspirar, incentivar e reconhecer a contribuição das pessoas.

4.3. Engajamento das Pessoas (Engagement of People)

  • Declaração: Pessoas competentes, com poder e engajadas em todos os níveis são essenciais para aumentar a capacidade da organização em criar e entregar valor.

  • Justificativa: Para gerir a organização eficaz e eficientemente, é importante respeitar e envolver todas as pessoas em todos os níveis. Reconhecimento, empoderamento e aperfeiçoamento de competências facilitam o engajamento na realização dos objetivos da qualidade.

  • Principais Benefícios: Melhor compreensão dos objetivos e maior motivação; maior envolvimento em atividades de melhoria; melhoria do desenvolvimento, iniciativas e criatividade; melhoria da satisfação e confiança; e maior atenção aos valores e cultura compartilhados.

  • Ações Possíveis: Comunicar a importância da contribuição individual; promover a colaboração; facilitar a discussão aberta e o compartilhamento de conhecimento; empoderar as pessoas para identificar restrições e tomar iniciativas sem medo; reconhecer contribuições e aprendizado; permitir autoavaliação; e realizar pesquisas de satisfação.

4.4. Abordagem de Processo (Process Approach)

  • Declaração: Resultados consistentes e previsíveis são alcançados de forma mais eficaz e eficiente quando as atividades são compreendidas e gerenciadas como processos inter-relacionados que funcionam como um sistema coerente.

  • Justificativa: O SGQ consiste em processos inter-relacionados. Compreender como os resultados são produzidos por esse sistema permite otimizar seu desempenho.

  • Principais Benefícios: Aumento da capacidade de focar esforços em processos principais e oportunidades de melhoria; resultados consistentes e previsíveis; desempenho otimizado; e confiança às partes interessadas na consistência, eficácia e eficiência da organização.

  • Ações Possíveis: Definir objetivos e processos necessários; estabelecer autoridade, responsabilidade e responsabilização pela gestão de processos; compreender a capacidade e limitações de recursos; determinar interdependências de processo e analisar efeitos de modificações; gerenciar processos e inter-relações como um sistema; assegurar informações necessárias para operar e melhorar processos; e gerenciar riscos.

4.5. Melhoria (Improvement)

  • Declaração: Organizações de sucesso têm um foco contínuo na melhoria.

  • Justificativa: A melhoria é essencial para manter os níveis atuais de desempenho, reagir a mudanças internas e externas e criar novas oportunidades.

  • Principais Benefícios: Melhoria do desempenho de processos, capacidade organizacional e satisfação do cliente; melhoria do foco na investigação de causa-raiz, prevenção e ações corretivas; capacidade de antecipar e reagir a riscos e oportunidades; reforço na consideração de melhorias incrementais e de ruptura; utilização da aprendizagem para melhoria; e busca pela inovação.

  • Ações Possíveis: Promover objetivos de melhoria em todos os níveis; educar e treinar pessoas em ferramentas e metodologias; assegurar competência para projetos de melhoria; desenvolver e desdobrar processos para implementar projetos de melhoria; acompanhar, analisar criticamente e auditar projetos de melhoria; integrar o enfoque de melhoria no desenvolvimento de produtos, serviços e processos; e reconhecer melhorias.

4.6. Tomada de Decisão com Base em Evidência (Evidence-based Decision Making)

  • Declaração: Decisões baseadas na análise e avaliação de dados e informações são mais propensas a produzir resultados desejados.

  • Justificativa: A tomada de decisão é complexa e envolve incerteza, diversas entradas e interpretações subjetivas. A análise de fatos, evidências e dados leva a maior objetividade e confiança.

  • Principais Benefícios: Melhoria dos processos de tomada de decisão; melhoria na avaliação do desempenho e capacidade de alcançar objetivos; melhoria da eficácia e eficiência operacionais; capacidade de analisar criticamente e mudar opiniões/decisões; e aumento da capacidade de demonstrar a eficácia de decisões anteriores.

  • Ações Possíveis: Determinar, medir e monitorar indicadores de desempenho; disponibilizar dados necessários; assegurar que dados e informações sejam precisos, confiáveis e seguros; analisar e avaliar dados com métodos adequados; assegurar competência para análise de dados; e tomar decisões baseadas em evidências, equilibradas com experiência e intuição.

4.7. Gestão de Relacionamento (Relationship Management)

  • Declaração: Para o sucesso sustentado, as organizações gerenciam seus relacionamentos com as partes interessadas pertinentes, como provedores.

  • Justificativa: Partes interessadas influenciam o desempenho da organização. Gerenciar esses relacionamentos otimiza o impacto no desempenho, sendo a gestão com redes de provedores e parceiros de particular importância.

  • Principais Benefícios: Melhoria no desempenho da organização e partes interessadas; compreensão comum de objetivos e valores; melhoria na capacidade de agregar valor pelo compartilhamento de recursos e competências; e uma cadeia de fornecimento bem gerenciada.

  • Ações Possíveis: Determinar partes interessadas pertinentes (provedores, parceiros, clientes, investidores, empregados, sociedade) e sua relação com a organização; determinar e priorizar relacionamentos a serem gerenciados; estabelecer relações que equilibrem ganhos de curto e longo prazo; coletar e compartilhar informações, conhecimento e recursos; medir e prover feedback de desempenho; estabelecer desenvolvimento colaborativo e atividades de melhoria; e incentivar/reconhecer melhorias e conquistas de provedores e parceiros.

5. Aplicações da Qualidade em Diferentes Contextos

A qualidade, como um conceito dinâmico, se manifesta e é crucial em diversas áreas da organização.

5.1. Qualidade do Produto vs. Qualidade do Processo

É fundamental distinguir entre a qualidade do produto e a qualidade do processo, embora estejam inter-relacionadas.

  • Qualidade do Produto ou Serviço: Refere-se ao nível em que o entregável atende aos requisitos previamente estabelecidos para ele. O que o cliente comprou foi entregue? Funciona como esperado?. A satisfação total do consumidor está diretamente ligada à qualidade do produto ou serviço.

    • Como evitar não conformidades: Pontos de inspeção (estações de verificação) e checklists são usados para detectar e corrigir falhas antes que o produto chegue ao cliente. Na TI, testadores de software buscam bugs. É mais barato inspecionar do que deixar o cliente perceber a falha.

    • Como tratar não conformidades: Deve-se buscar uma solução de contenção (imediata) e uma solução de correção (estudo da causa-raiz para eliminar o problema de vez). Ignorar problemas pode levar a uma "bola de neve".

  • Qualidade do Processo: É a padronização e execução de um processo que previne a ocorrência de erros no produto ou serviço prestado. Se um problema existiu, é porque o processo permitiu. Assim como os produtos, os processos também possuem requisitos que devem ser respeitados e controlados.

    • Como evitar não conformidades: Padronizar tarefas e designar responsáveis claros. Auditorias de processos e sistemas de automação de processos são essenciais para verificar a execução de acordo com o padrão.

    • Como tratar não conformidades: Abrir relatórios de não conformidades (RNC) para investigar a causa-raiz. O erro geralmente está no processo, não nas pessoas. Métodos como MASP, A3, PDCA e 8 Disciplinas podem ser usados para investigar.

A Eficácia precede a Eficiência: É inútil buscar a eficiência de um processo se ele não for eficaz, ou seja, se ele não entrega o que se propõe a entregar. Primeiro, deve-se garantir que o processo está fazendo a coisa certa (eficácia – olhar para fora, para a entrega e o cliente), e só então buscar fazer mais com menos recursos (eficiência – olhar para dentro).

5.2. Qualidade no Atendimento ao Cliente (QAC)

A Qualidade de Atendimento ao Cliente (QAC) é um conjunto de características que norteiam a experiência do consumidor. É central nas estratégias que envolvem o consumidor, sendo crucial para melhorar o suporte e fidelizar.

  • Elementos da QAC:

    • Eficiência: Responder prontamente, minimizando tempo de espera.

    • Eficácia: Soluções relevantes que atendam às necessidades.

    • Empatia: Compreensão e cuidado com as preocupações dos clientes.

    • Comunicação Clara: Informações precisas, evitando jargões técnicos.

    • Personalização: Atendimento adaptado a preferências e histórico.

    • Disponibilidade: Diversos canais de comunicação.

    • Feedback: Estar aberto a receber feedback para melhoria contínua.

  • Importância de investir em QAC:

    • Retenção de Clientes: Cria laços mais fortes e aumenta a probabilidade de negócios repetidos.

    • Reputação da Marca: Experiências positivas são compartilhadas, atraindo novos clientes.

    • Diferenciação Competitiva: Destaca a empresa da concorrência.

    • Feedback Valioso: Oportunidade de obter insights para aprimorar produtos, serviços e processos.

    • Aumento do Valor do Cliente: Clientes satisfeitos gastam mais e estão abertos a novos produtos.

    • Redução de Reclamações e Devoluções: Resolução eficaz de problemas.

    • Geração de Indicações: Clientes satisfeitos recomendam a empresa (marketing boca a boca).

    • Melhoria na Experiência do Cliente: Constrói confiança e lealdade, tornando o processo de compra agradável.

    • Adaptação às Mudanças do Mercado: Permite que a empresa se adapte às necessidades e expectativas em evolução.

    • Criação de Relações de Longo Prazo: Estabelece confiança e respeito mútuo.

  • QAC B2B vs. B2C:

    • B2B (Business-to-Business): Transações mais complexas (contratos, negociações detalhadas), requerendo maior profundidade de conhecimento e foco em construção de confiança e colaboração contínua. A personalização é crucial, e os relacionamentos são duradouros.

    • B2C (Business-to-Consumer): Transações mais rápidas e diretas, focando em respostas rápidas e eficientes. A personalização pode ser mais automatizada (recomendações de produtos). Os relacionamentos podem ser mais transitórios, com foco na resolução rápida de problemas e experiências de compra positivas.

    • Canais de Atendimento: B2B tende a ter mais interações presenciais e comunicação direta com representantes de vendas; B2C se beneficia mais de canais digitais como chat online e telefone.

  • Dicas para Fidelizar Clientes através da QAC: Atendimento personalizado, comunicação clara, uso de automações e autoatendimento, tecnologia aliada (sistemas de chamado), valorização de feedbacks, resolução de problemas, oferecer mais que o esperado, consistência na qualidade e programas de fidelidade. A qualidade no atendimento deve ser uma cultura em toda a empresa, não apenas um departamento.

5.3. Qualidade de Dados

Em finanças, os dados são cruciais, mas sua confiabilidade é primordial. Qualidade de dados refere-se à precisão, consistência, integridade e acessibilidade das informações armazenadas e utilizadas em processos empresariais. Dados de alta qualidade são completos, atualizados e corretamente estruturados, garantindo análises, previsões e decisões estratégicas confiáveis.

  • Por que dados ruins impactam tanto? A máxima "garbage in, garbage out" é verdadeira: dados de entrada ruins levam a resultados ruins. Erros podem comprometer análises de risco, decisões de investimento e conformidade regulatória, gerando prejuízos financeiros e penalidades regulatórias. Exemplos incluem falhas na migração de dados da Equifax e testes de COVID-19 "desaparecidos" no Reino Unido.

  • Erros Comuns na Qualidade de Dados: Dados incompletos, inconsistentes, duplicados, desatualizados, imprecisos (erros de digitação, falhas de integração), problemas de integridade (corrompidos, modificados sem autorização) e problemas de segurança/privacidade (vazamentos, manipulação).

  • Benefícios de Investir em Qualidade de Dados:

    • Decisões Mais Assertivas: KPIs críticos são acompanhados de perto, aumentando a confiabilidade.

    • Processos Mais Eficientes: Reduz retrabalho e aumenta a eficiência operacional.

    • Clientes Mais Satisfeitos: Permite personalização de ofertas.

    • Cumprimento de Regulamentações: Essencial para normas como ESG, IFRS, Basel III e LGPD.

    • Preparação para o Futuro e Digitalização: Permite processos automatizados mais robustos.

    • Melhoria em Auditorias Internas: Ajuda a identificar e corrigir lacunas.

    • Centralização e Rastreabilidade: Essencial para ter uma "fonte de dados confiável" e garantir precisão.

  • As 6 Dimensões da Qualidade de Dados (Muito Cobrado em Concursos!):

    1. Precisão: O quão corretos os dados são. Pequenas imprecisões podem causar grandes prejuízos em finanças.

    2. Consistência: Ausência de contradições nos dados. Inconsistências geram relatórios conflitantes e falta de confiança.

    3. Completude: A existência de todas as informações essenciais. Dados incompletos podem enviesar previsões.

    4. Atualidade: O quão recentes os dados são. Informações desatualizadas levam a perdas, especialmente em operações de alta frequência.

    5. Validade: Se os dados estão no formato correto e seguem as regras definidas. Dados inválidos podem causar falhas em processos automatizados.

    6. Acessibilidade: A facilidade com que os dados podem ser acessados e utilizados. A falta de acessibilidade atrasa relatórios e compromete prazos.

  • Estratégias para Qualidade de Dados: Automação com IA (monitora e corrige em tempo real), validação e limpeza contínua, e padronização de processos. É crucial monitorar constantemente a taxa de erro.

5.4. Qualidade em Educação

A "qualidade em educação" é uma preocupação governamental e um tema com variadas interpretações. Abrange estruturas, processos e resultados educacionais.

  • Definição Baseada em Valor e Mérito: Um objeto educacional (sistema, processo, programa, curso) exibe qualidade quando tem valor e mérito.

    • Valor: Quando os recursos são bem aplicados para atender às necessidades dos stakeholders (partes interessadas).

    • Mérito: Quando faz bem o que se propõe a fazer.

    • Um objeto pode ter mérito e não ter valor (ex: formar professores de história eficazes, mas a sociedade não precisa de novos); mas se não tem mérito, não tem valor (não é bom formar maus professores).

  • Conceitos de Qualidade de Demo (Muito Cobrado em Concursos!):

    • Qualidade Formal: Habilidade de manejar meios, instrumentos, técnicas e procedimentos diante dos desafios do desenvolvimento, focando na produção do conhecimento para inovação. É um meio.

    • Qualidade Política: Tem como condição a participação do indivíduo, relacionando-se a fins, valores e conteúdos. Refere-se à competência do sujeito em "fazer história" e se relaciona com a formação da cidadania. É um fim.

    • Qualidade Acadêmica: Capacidade de produção original de conhecimento, da qual depende intrinsecamente a docência. O ensino superior deve cultivar a criatividade científica baseada na pesquisa.

    • Qualidade Social: Capacidade de identificação comunitária e com o problema do desenvolvimento. As IES devem realizar atividades de extensão, intervindo na realidade social e proporcionando contato com a prática.

    • Qualidade Educativa: Formação plena do cidadão, o que implica a educação dos educadores, planejadores, administradores, profissionais para o sistema econômico, líderes políticos, etc..

  • Critérios de Qualidade de Sander (Muito Cobrado em Concursos!):

    • Eficiência: Critério econômico. Capacidade de produzir o máximo de resultados com o mínimo de recursos, energia e tempo.

    • Eficácia: Critério institucional. Capacidade para alcançar as metas estabelecidas ou os resultados propostos.

    • Efetividade: Critério político. Capacidade para satisfazer as demandas concretas feitas pela comunidade externa (sociedade).

    • Relevância: Critério cultural. Mede o desempenho em termos de importância, significação, pertinência e valor para a melhoria do desenvolvimento humano e qualidade de vida.

    • Esses quatro critérios não são excludentes e se complementam; a eficiência é subsumida pela eficácia, que é subsumida pela efetividade, que por sua vez é subsumida pela relevância.

    • Em resumo, para que um objeto educacional exiba qualidade, ele deve ter relevância, efetividade, eficácia e eficiência.

6. Normas e Métodos de Gestão da Qualidade

Diversas normas e métodos foram desenvolvidos para padronizar e guiar a gestão da qualidade.

6.1. Normas ISO (International Organization for Standardization)

A série ISO 9000 é o padrão de qualidade mais reconhecido internacionalmente para a gestão da qualidade.

  • ISO 9000:2015: Descreve os conceitos fundamentais e princípios da gestão da qualidade e especifica os termos e definições aplicáveis a todas as normas de gestão da qualidade. É a terceira edição e revisa a ABNT NBR ISO 9000:2008.

  • ISO 9001: Especifica os requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). É a única norma da série 9000 que é certificável. A versão de 2015 é um sistema de gestão da qualidade certificado para organizações que querem provar sua habilidade de consistentemente prover produtos e serviços que atendam às necessidades dos consumidores e outros aplicadores financeiros.

  • ISO 9004: Fornece orientação para o sucesso sustentado de uma organização, abordando uma ampla gama de objetivos de um SGQ para um desempenho superior. Não é uma norma certificável.

  • Evolução da Série ISO 9000:

    • Criada em 1987 (ISO 9001:1987, ISO 9002:1987, ISO 9003:1987).

    • Revisada em 1994 (ISO 9000:1994).

    • Grande revisão em 2000, integrando ISO 9002 e 9003 na ISO 9001:2000. Organizações com certificações anteriores precisaram fazer a transição.

    • Pequena revisão em 2008 (ISO 9001:2008), focada em melhorias gramaticais e coerência.

    • Revisão mais recente em 2015 (ISO 9001:2015, ISO 9000:2015).

  • Outras Normas ISO Relacionadas:

    • ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental.

    • ISO 27001: Segurança da informação.

    • ISO 50001: Gestão de energia.

    • ISO 22000: Destinada à indústria alimentar, cobrindo ISO 9000 e HACCP.

    • ISO/TS 16949: Requisitos específicos para a indústria automotiva.

    • ISO 19011: Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão.

    • Diretrizes para componentes de SGQ (ISO 10001 a 10008, 10012, 19011) e assuntos técnicos (ISO 10005 a 10007, 10014, 10015, 10018, 10019).

6.2. Métodos e Técnicas de Melhoria da Qualidade

Existem diversos métodos para melhoria da qualidade, abrangendo produtos, processos e pessoas.

  • Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act): Criado por Deming, é um método gerencial para promoção de melhoria contínua e a base da filosofia de melhoramento contínuo.

    • Plan (Planejar): Definir o que se pretende, estabelecer metas e métodos para alcançá-las.

    • Do (Fazer/Executar): Tomar iniciativa, educar, treinar e executar o planejado.

    • Check (Verificar/Controlar): Observar os efeitos para ver se o trabalho está sendo executado conforme planejado.

    • Act (Agir Corretamente): Estudar os resultados e fazer correções de rotas se necessário. Este ciclo deve ser contínuo, permitindo que o processo não se estagne e esteja sempre evoluindo.

  • Kaizen (改善 - "Mudar para Melhor"): Termo japonês para "melhoria contínua". Uma das maiores razões para o sucesso econômico e industrial japonês. Kaizen foca em fazer pequenas melhorias contínuas, trabalhando dentro dos limites culturais existentes.

  • Six Sigma (6σ): Combina métodos estabelecidos como controle de processos estatísticos e design de experimentos para eliminar defeitos.

  • QFD (Quality Function Deployment): Implantação de função de qualidade, também conhecido como a "casa da qualidade".

  • Zero Defect Program: Programa criado pela NEC Corporation do Japão, baseado em controle de processos estatísticos.

  • TQM (Total Quality Management - Gestão da Qualidade Total): Estratégia de gestão focada em combinar a noção de qualidade em todos os processos organizacionais.

  • CMMI (Capability Maturity Model Integration): Programa de formação e avaliação de melhoria de processos e serviços, especialmente para desenvolvimento de software. Classifica processos em níveis de maturidade (Inicial, Gerido, Definido, Gerido Quantitativamente, Otimizado).

  • Ferramentas da Qualidade:

    • Gráfico de Pareto: Gráfico de barras que ajuda a priorizar problemas ou causas, baseado no princípio de que poucos defeitos respondem pela maior parte da perda.

    • Diagrama de Ishikawa (Espinha de Peixe): Gráfico que organiza o raciocínio e a discussão sobre as causas de um problema (os "seis M": método, mão-de-obra, meio ambiente, matéria-prima, máquinas e medidas).

    • Brainstorming: Processo de grupo para emitir ideias livremente e sem críticas, buscando o máximo de ideias focado no problema.

    • Análise do Campo de Forças de Lewin: Ferramenta que levanta fatores propulsores (que estimulam) e restritivos (que inibem) para uma decisão, buscando um equilíbrio.

    • Diagrama de Árvore: Desdobra um objetivo ou ação principal em etapas sucessivas, detalhando meios e tarefas necessárias.

6.3. Softwares de Gestão da Qualidade (EQMS)

O Software de Gestão da Qualidade Empresarial (EQMS) é uma plataforma que centraliza, padroniza e otimiza os dados de gestão da qualidade de toda a cadeia de valor. Ele quebra os "silos" funcionais e apoia a proliferação e acessibilidade de informações nas atividades de supply chain, design, produção, distribuição e serviço, proporcionando uma visão holística.

  • Funcionalidades Comuns: Gestão de não conformidades/ações corretivas e preventivas, gestão de conformidade/auditoria, gestão da qualidade do fornecedor, gerenciamento de riscos, controle estatístico de processo (CEP), análise de modo de falha e efeitos (FMEA), tratamento de reclamações, planejamento avançado da qualidade do produto, meio ambiente, saúde e segurança (EHS), análise de perigos e pontos críticos de controle (HACCP), processo de aprovação parcial de produção (PPAP).

7. Principais Gurus da Qualidade: A Contribuição dos Pioneiros

Dois nomes se destacam como os "pais" da revolução da qualidade, cujas ideias continuam a ser pilares fundamentais: W. Edwards Deming e Joseph M. Juran.

7.1. W. Edwards Deming

Engenheiro americano que auxiliou o Japão na revolução da qualidade após a Segunda Guerra Mundial.

  • Filosofia: A qualidade só pode ser definida por quem a avalia. Preocupava-se com a distinção entre "causas especiais" (atribuídas a operadores individuais ou máquinas) e "causas comuns" (como falhas nas matérias-primas, de responsabilidade gerencial). Encorajava uma abordagem sistemática para solução de problemas, que se tornou o Ciclo PDCA (já detalhado na seção 6.2).

  • Os 14 Pontos de Deming (Muito Cobrado em Concursos!): Estes princípios constituem a base para a transformação da indústria, aplicáveis a qualquer tipo e tamanho de organização.

    1. Estabeleça constância de propósitos para a melhora do produto e do serviço.

    2. Adote a nova filosofia. A administração ocidental deve acordar para o desafio, conscientizar-se de suas responsabilidades e assumir a liderança no processo de transformação.

    3. Deixe de depender da inspeção para atingir a qualidade. Elimine a necessidade de inspeção em massa, introduzindo a qualidade no produto desde seu primeiro estágio.

    4. Cesse a prática de aprovar orçamentos com base no preço. Minimize o custo total.

    5. Melhore constantemente o sistema de produção e de prestação de serviços, de modo a melhorar a qualidade e a produtividade e, consequentemente, reduzir de forma sistemática os custos.

    6. Institua treinamento no local de trabalho.

    7. Institua a liderança. O objetivo da chefia deve ser o de ajudar as pessoas, máquinas e dispositivos a executarem um trabalho melhor.

    8. Elimine o medo, de tal forma que todos trabalhem de modo eficaz para a empresa. O medo impede a contribuição real para a organização.

    9. Elimine as barreiras entre os departamentos. Pessoas engajadas em pesquisa, projetos, vendas e produção devem trabalhar em equipe para prever problemas. Equipes multifuncionais promovem a confiança e resultados positivos.

    10. Elimine lemas, exortações e metas para a mão-de-obra que exijam nível zero de falhas e estabeleçam novos níveis de produtividade. Essas exortações geram inimizades, pois a causa da baixa qualidade e produtividade geralmente está no sistema, fora do alcance dos trabalhadores.

    11. Elimine padrões de trabalho (quotas) na linha de produção. Substitua-os pela liderança. Elimine a administração por objetivos numéricos. Substitua-os pela administração por processos através do exemplo de líderes.

    12. Remova as barreiras que privam o operário horista de seu direito de orgulhar-se de seu desempenho. Remova as barreiras que privam as pessoas da administração e da engenharia de seu direito de orgulharem-se de seu desempenho.

    13. Institua um forte programa de educação e autoaprimoramento. Programas de autodesenvolvimento incentivam maior esforço dos funcionários.

    14. Engaje todos da empresa no processo de realizar a transformação. A transformação é competência de todos. Os 14 princípios de Deming propõem a transformação do sistema cultural das organizações e práticas comportamentais, além de práticas metodológicas para aperfeiçoar processos e serviços.

7.2. Joseph M. Juran

Considerado, junto com Deming, o pai da revolução da qualidade no Japão.

  • Definição de Qualidade: Para Juran, "qualidade é adequação ao uso". Ele ressalta que frases curtas para definir qualidade podem ser "armadilhas" e que a unanimidade no significado é crucial para o planejamento da qualidade. A qualidade é algo necessário para o sucesso organizacional, e os gestores precisam estar cientes de que sem qualidade, nenhuma organização se mantém no mercado.

  • A Trilogia de Juran (Muito Cobrado em Concursos!): A gestão da qualidade é realizada por meio de três processos gerenciais inter-relacionados:

    1. Planejamento da Qualidade: Fornecer os meios de produção para fazer produtos que atendam às necessidades dos clientes. O planejamento estratégico da qualidade deve estar alinhado com o planejamento organizacional em finanças, marketing e RH, incluindo metas de curto, médio e longo prazo.

    2. Controle da Qualidade: Processo para assegurar o cumprimento dos objetivos da qualidade durante as operações. Consiste em avaliar o desempenho da qualidade, comparar com as metas e atuar nas diferenças. Juran via o controle da qualidade como uma ferramenta de gestão, abrindo caminho para o controle da qualidade total.

    3. Melhoria da Qualidade (ou Aperfeiçoamento da Qualidade): Visa reduzir o desperdício a um nível mínimo, sendo o desperdício visto como uma oportunidade de aperfeiçoamento. Envolve estabelecer infraestrutura para melhoria constante, identificar necessidades para projetos de melhoria, fornecer recursos e treinamento, diagnosticar causas, estimular soluções e implementar controles para manter resultados. A melhoria deve ser uma prioridade do gestor para evitar que os processos fiquem obsoletos.

8. Mensuração da Qualidade e Indicadores

Para conhecer o andamento empresarial, é necessário estabelecer parâmetros de medidas, não somente subjetivos, mas que facilitem o gestor na tomada de decisão. A mensuração da qualidade de produtos e serviços é feita através de indicadores.

  • Indicadores de Desempenho da Qualidade: Devem refletir a organização como um todo, apontando a direção estratégica que ela deve seguir.

  • Definição: Uma característica específica que reflete um aspecto da realidade observada.

    • Qualitativos: Questionários, perguntas aos clientes.

    • Quantitativos: Tempos, quantidades de produtos/serviços, número de informações.

  • Importância dos Indicadores Estratégicos: Fornecem conhecimento profundo do negócio, possibilitam identificar pontos fortes e fracos, preparar-se contra ameaças e tomar decisões mais assertivas (estratégicas, táticas e operacionais). Os indicadores refletem a realidade empresarial, permitindo mudanças caso ocorram dificuldades.

Qualidade como Pilar do Sucesso Sustentado

A qualidade é um conceito multifacetado e dinâmico, que transcende a mera conformidade de um produto ou serviço. Ela é uma jornada contínua de aperfeiçoamento, impulsionada pelo foco no cliente, pela liderança engajada, pela otimização de processos, pela busca incessante por melhoria e por decisões baseadas em dados.

A implementação de um SGQ robusto, alinhado aos princípios da ABNT NBR ISO 9000, e o investimento em ferramentas e tecnologias de gestão da qualidade são essenciais para que as organizações não apenas atendam às expectativas de seus clientes e partes interessadas, mas as superem, garantindo competitividade e sustentabilidade no longo prazo.

A busca pela qualidade, de forma sistêmica, gera ganhos para todos os envolvidos: a empresa atinge suas metas, os funcionários se engajam e aprimoram, e os clientes obtêm satisfação. A harmonia entre pessoas e processos resulta em lucratividade e eliminação de custos desnecessários. O sucesso sustentado é um reflexo desse equilíbrio e comprometimento com a excelência em todos os níveis da organização.

Questões de Múltipla Escolha

  1. O que é considerado o pior tipo de desperdício na produção?

    • a) Estoque

    • b) Espera

    • c) Superprodução

    • d) Transporte

    • e) Defeitos

  2. Qual técnica visa reduzir o tempo de troca de ferramentas e equipamentos?

    • a) Poka-Yoke

    • b) Troca Rápida de Ferramenta (TRF)

    • c) Cronoanálise

    • d) Just-in-Time

    • e) Kanban

  3. O que o Poka-Yoke busca prevenir na produção?

    • a) Superprodução

    • b) Erros humanos

    • c) Movimentação desnecessária

    • d) Tempo de espera

    • e) Estoque excessivo

Gabarito

  1. c) Superprodução

  2. b) Troca Rápida de Ferramenta (TRF)

  3. b) Erros humanos