Volitivo
  • Home
  • Questões
  • Material de apoio
  • Disciplina
  • Blog
  • Sobre
  • Contato
Log inSign up

Footer

Volitivo
FacebookTwitter

Plataforma

  • Home
  • Questões
  • Material de apoio
  • Disciplina
  • Blog
  • Sobre
  • Contato

Recursos

  • Política de privacidade
  • Termos de uso
Aprenda mais rápido com a Volitivo

Resolva questões de concursos públicos, enem, vestibulares e muito mais gratuitamente.

©Todos os direitos reservados a Volitivo.

23/04/2024 • 16 min de leitura
Atualizado em 21/07/2025

Desinências: Morfemas Flexionais para Modificar Palavras


1. O que são Desinências? O Morfema Essencial da Flexão

Para começar, vamos entender o que são as desinências. Elas são definidas como morfemas, ou seja, as menores unidades de significado que compõem uma palavra. Mais especificamente, as desinências são os elementos que se adicionam às partes finais das palavras variáveis (substantivos, adjetivos, pronomes, verbos) para indicar suas flexões gramaticais.

Pense nas desinências como os "marcadores" que nos informam sobre o gênero, o número, a pessoa, o tempo e o modo de uma palavra. Elas são cruciais nas relações de concordância nominal e concordância verbal, garantindo que os elementos de uma frase se "conversem" corretamente. Graças a elas, um mesmo radical pode dar origem a diversas formas que expressam diferentes informações gramaticais.

Em outras palavras, as desinências são os morfemas flexionais que permitem que uma palavra mude sua forma para se adequar ao contexto gramatical, sem, no entanto, criar uma palavra nova com um significado completamente diferente, como acontece na derivação.

2. Classificação das Desinências: Nominais e Verbais

As desinências são tradicionalmente classificadas em dois grandes grupos, de acordo com o tipo de palavra que flexionam:

2.1. Desinências Nominais: Gênero e Número nos Nomes

As desinências nominais são aquelas que indicam o gênero (masculino ou feminino) e o número (singular ou plural) nos nomes, o que inclui substantivos, adjetivos e alguns pronomes.

2.1.1. Desinência de Gênero: Entendendo o "Masculino" e o "Feminino"

Tradicionalmente, a desinência de gênero é associada às vogais finais:

  • -o para o masculino (Ex: menino)

  • -a para o feminino (Ex: menina)

No entanto, a compreensão do gênero em português é mais complexa e é um ponto chave em análises linguísticas e, consequentemente, em concursos.

A Análise de Joaquim Mattoso Câmara Jr. (JMC): Um Marco na Linguística Brasileira

Joaquim Mattoso Câmara Jr. (JMC), cuja análise é considerada o padrão para a flexão nominal em português, apresenta uma visão que difere da descrição tradicional em vários aspectos, especialmente em relação ao gênero.

  • Vogais Temáticas vs. Gênero: Para JMC, as vogais finais -o e -a (e também -e) em nomes não são marcadores de gênero, mas sim vogais temáticas nominais. Elas servem para classificar os nomes em subclasses, sem relação direta com o conceito de gênero. A existência dessas vogais temáticas pode ser justificada sincronicamente (pela forma do vocábulo) e diacronicamente (origem no latim). Há nomes temáticos (com vogal temática como -a, -e, -o átonos) e atemáticos (sem esse morfema, como tupi, café, tênis).

    • Críticas e Defesas da Vogal Temática: Embora alguns, como Duarte (2002), critiquem a vogal temática nominal por falta de "motivação palpável" e a considerem um "artifício", outros, como Cavaliere (2000) e Carvalho (1973), defendem sua importância. Cavaliere destaca que as vogais a, o, e e ganharam "foro de vogais temáticas" no português, originárias do acusativo latino. Carvalho as vê como "atualizadores lexicais" que, associados ao radical, "atualizam o que só virtualmente é um elemento do léxico".

  • Gênero como Oposição Privativa e Morfema Zero: JMC considera a flexão de gênero como uma oposição privativa, onde o feminino é o elemento marcado e o masculino é o elemento não-marcado, representado por um morfema zero.

  • Gênero Lexical, Não Flexional: Para JMC, o caráter masculino ou feminino da palavra é imanente, intrínseco e de natureza lexical, não flexional. A flexão de gênero, quando aparece, apenas reforça uma categoria gramatical já presente na palavra, que se manifesta pela forma do artigo definido que o vocábulo exige. Assim, processos como derivação (embaixador/embaixatriz), seleção lexical (homem/mulher) ou uso de adjetivo qualificativo (tigre fêmea) não são flexionais.

Discussões Atuais e Prioridade para Concursos: Gênero é Flexão ou Derivação?

Este é um dos pontos mais importantes e frequentemente cobrados em provas: a natureza do gênero em português.

  • A Tradição: As gramáticas tradicionais costumam tratar o gênero como um fenômeno flexional.

  • A Divergência Teórica: Muitos linguistas renomados, tanto no Brasil quanto no exterior, argumentam que o gênero nos nomes em português é um processo derivacional, e não flexional.

    • José Gonçalo Herculano de Carvalho: Já em 1969, Carvalho tratava o gênero dos nomes em português como derivação, posição que reafirmou em 1974, afirmando que o substantivo tem flexão de número, mas não de gênero.

    • John Martin (1975): Em seu artigo "Gênero?", Martin questiona a propriedade dos termos "masculino" e "feminino" para caracterizar palavras em português, sugerindo que se fale em adjetivos marcados (femininos) ou não marcados.

    • Jensen (1990): Para o latim, e por analogia com o português, Jensen aponta que, embora o gênero seja considerado flexional por sua função na concordância, ele funciona derivacionalmente em pares como cervus (masc) 'stag' e cerva (fem) 'doe'.

    • Evanildo Bechara (2000) e Maria C. Rosa (2000): Bechara retomou a análise pioneira de Herculano de Carvalho, e Rosa, baseada em Bechara, adota a mesma posição, reconhecendo que ela "vem ganhando adeptos nas descrições do português".

    • A Conclusão para Concursos: Se o gênero for tratado como um processo derivacional, e não flexional, isso implica que a variação de forma do substantivo (como em menino/menina) não é uma flexão obrigatória, mas sim a criação de uma palavra com uma especificação semântica particular.

Pontos-Chave para Concursos sobre Gênero:

  • Critério Biológico vs. Gramatical: O reconhecimento da inadequação de um critério de base sexual para o gênero gramatical remonta à antiguidade. A distinção macho/fêmea aplica-se a um número restrito de palavras [+animado], sendo que a maioria dos substantivos tem gênero fixo.

  • "Masculino" como Forma Não Marcada/Generalizante: A forma não marcada (o "masculino") é frequentemente usada para generalizar e abranger toda uma classe (Ex: "O sertanejo é acima de tudo um forte").

  • Morfema "Especificador" ({ESP}): Pode-se considerar a ocorrência de apenas um morfema derivacional aditivo, que indicaria especificação semântica da natureza variável, em vez de "masculino/feminino". Este morfema seria um "especificador" ({ESP}), cujo acréscimo serve para indicar um significado particular.

  • Concordância nos Modificadores: A concordância (em artigos, pronomes, adjetivos) é que reflete o gênero do substantivo, sendo que os modificadores, sim, são dotados de flexão.

Exemplos Notáveis:

  • Pares com mudança de sentido: barco/barca, cinto/cinta, jarro/jarra. Nesses casos, a variação de gênero indica um subtipo, diferença de forma ou função, não sendo apenas uma flexão.

2.1.2. Desinência de Número: Singular e Plural

A desinência de número indica se a palavra está no singular ou no plural.

  • A Definição Tradicional: Desde gramáticos antigos como João de Barros (1540), o número é definido como a distinção entre "um" (singular) e "muitos" (plural).

  • A Análise de JMC: Assim como no gênero, JMC trata o número como uma oposição privativa, onde o plural é o membro marcado e o singular é o membro não-marcado, representado por um morfema zero.

    • A marca de plural é fonologicamente uma consoante fricativa /-s/.

    • O "suposto" -es: JMC demonstra que o plural em -es (Ex: meses, países) decorre da recuperação da vogal temática -e da maioria das palavras terminadas em consoante no singular, à qual se adiciona o morfema de plural /-s/.

    • Regularidade: JMC enfatiza a regularidade da formação do plural sempre com o sufixo /-s/, com poucas exceções (Ex: paroxítonos em /-is/ átono ou certos monossílabos em /-s/, onde ocorre um almorfe zero do morfema de plural). Essa visão simplifica a descrição, postulando um único sufixo.

A Controversa "Desinência Zero" em Português

O conceito de morfema zero (Ø) é central na análise de JMC para indicar o singular (e o masculino). No singular, a ausência do -s é a marca de que a palavra está nesse número.

  • Debate Acadêmico: Embora útil, o morfema zero é um conceito que gera debate na linguística.

    • Gleason (1961) o considera "meramente um dispositivo conveniente", mas se opõe ao seu estabelecimento como um morfema, argumentando que é "desnecessário" e "logicamente indefensável".

    • Matthews (2000) observa que o conceito "nunca foi universalmente aceito", ressaltando que "dizer que algo não é marcado é uma coisa; dizer que é marcado por zero é outra".

    • Mel'cuk (1999) estabelece condições rigorosas para a introdução de um zero linguístico, afirmando que um signo zero deve ser exclusivo como portador da informação em questão.

Pontos-Chave para Concursos sobre Número:

  • Singular como "Não-Referência ao Número": O chamado singular, a rigor, não especifica unicidade, sendo frequentemente usado como termo genérico para se referir a uma espécie ou conceito como um todo (Ex: "Livro, presente de amigo"; "Professor brasileiro ganha mal"). A unicidade é indicada por numerais, artigos, pronomes demonstrativos ou indefinidos.

  • Plural como "Referência a Número Indefinido": A marca de plural indica referência a um número indefinido, o "mais de um" da definição tradicional.

  • Número como Morfema {NUM}: Pode-se considerar um único morfema {NUM}, que abrange um ou vários membros de uma classe (criança {-NUM} / crianças {+NUM}) ou uma classe como um todo.

  • Número Não Inerente: Ao contrário do gênero, o número não é inerente ao nome, mas decorre de uma escolha baseada em fatores pragmáticos e na decisão de incluir ou não referência ao número.

  • Número: Flexão ou Derivação? Assim como o gênero, alguns autores (Rosa, Rocha) sugerem que o número em substantivos pode ser tratado como um processo derivacional, não flexional. Se ambos, gênero e número, forem processos derivacionais para substantivos, estes não seriam sujeitos à flexão, mas apenas seus modificadores.

Exemplos e Variações de Plural para Concursos:

  • Regra Geral: O plural é geralmente indicado pela desinência -s (Ex: alunos, aulas).

  • Palavras Terminadas em Consoante:

    • Terminadas em S, Z, R: Formam plural com o acréscimo de -ES (Ex: inglês – ingleses, rapaz – rapazes, açúcar – açúcares).

    • Terminadas em L: Formam plural com o acréscimo de -IS (Ex: funil – funis).

    • Terminadas em M: Trocam o M por -NS (Ex: margem – margens).

  • Palavras Invariáveis em Número: Algumas palavras não admitem flexão de número, como ônibus, férias, tênis, atlas, pais.

2.2. Desinências Verbais: Pessoa, Número, Modo e Tempo

As desinências verbais são aquelas que indicam as flexões dos verbos em relação à pessoa, ao número, ao modo e ao tempo. Elas são subdivididas em dois tipos:

2.2.1. Desinência Modo-Temporal (DMT)

A Desinência Modo-Temporal (DMT) tem a função de indicar o modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e o tempo (presente, passado ou futuro) em que o verbo está conjugado.

Exemplos Comuns em Provas:

  • -va-: Caracteriza o pretérito imperfeito do indicativo (Ex: cantá-va-mos, estudá-va-mos, dançá-va).

  • -sse-: Caracteriza o pretérito imperfeito do subjuntivo (Ex: se falá-sse-mos, se viaja-sse-m, estudá-sse-is).

  • -re- / -ra-: Caracterizam o futuro do presente (Ex: canta-re-i) ou futuro do pretérito (Ex: canta-ria-mos). O pretérito mais-que-perfeito também usa -ra- (Ex: trabalha-ra).

  • -ria-: Caracteriza o futuro do pretérito do indicativo (Ex: *escuto-ria, canta-ria-mos, estuda-ria-m).

2.2.2. Desinência Número-Pessoal (DNP)

A Desinência Número-Pessoal (DNP) indica o número (singular ou plural) e a pessoa gramatical (1ª, 2ª ou 3ª: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas) do sujeito.

Exemplos Essenciais:

  • -o: 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (Ex: canto, danço, viajo).

  • -mos: 1ª pessoa do plural (Ex: cantáva-mos, abraçaría-mos, estudá-va-mos, vendê-sse-mos).

  • -s: 2ª pessoa do singular (Ex: canta-s, viaja-s).

  • -is: 2ª pessoa do plural (Ex: trabalháv-eis, trabalhá-sse-is, estudá-sse-is).

  • -m / -ão: 3ª pessoa do plural (Ex: canta-m, trabalha-rão, estuda-ria-m).

  • Morfema Zero (Ø) para Singular: A ausência de um sufixo, em muitos casos, indica a forma singular (Ex: venderei - eu venderei; se falasse - eu/ele falasse). Em tabelas de conjugação, um símbolo específico pode ser usado para indicar o singular quando não há um sufixo explícito.

3. Desinência vs. Vogal Temática: Uma Dúvida Crucial para Concursos

Uma das confusões mais comuns entre estudantes é a distinção entre desinência e vogal temática. Essa diferença é frequentemente testada em concursos.

  • Desinência: Como vimos, indica as flexões gramaticais (gênero, número, pessoa, modo, tempo).

  • Vogal Temática (VT): A vogal temática é um morfema que se junta ao radical para formar o tema da palavra, servindo como uma base à qual as desinências se ligam. Ela é essencialmente uma parte do processo de conjugação verbal e nominal, indicando a qual classe ou conjugação o verbo pertence.

Exemplos que Clarificam:

  • Verbos:

    • Em cant-a-va:

      • "cant-" é o radical.

      • "-a-" é a vogal temática, indicando que o verbo pertence à 1ª conjugação (terminados em -AR).

      • "-va-" é a desinência modo-temporal, indicando pretérito imperfeito do indicativo.

    • Conjugações e Suas Vogais Temáticas:

      • 1ª Conjugação (-AR): Vogal temática -a- (Ex: amar, trabalhar).

      • 2ª Conjugação (-ER): Vogal temática -e- (Ex: entender, vender).

      • 3ª Conjugação (-IR): Vogal temática -i- (Ex: decidir, competir).

  • Nomes: Para JMC, as vogais temáticas nominais (-a, -e, -o átonos) são morfemas classificatórios sem relação com gênero. Ex: jangad-a, brequ-e.

Diferença fundamental: A vogal temática prepara o radical para receber as desinências, indicando a qual grupo ele pertence (conjugação para verbos). A desinência, por sua vez, adiciona a informação da flexão.

4. Morfemas Gramaticais e Lexicais: Onde as Desinências se Encaixam?

Os morfemas podem ser classificados de outra forma, que também é útil para a análise:

  • Morfemas Lexicais: São aqueles que carregam o significado principal da palavra, como radicais de substantivos, adjetivos, verbos e advérbios de modo. Eles formam a base do vocabulário.

  • Morfemas Gramaticais: São os elementos que indicam as relações gramaticais ou as flexões das palavras. Artigos, pronomes, numerais, preposições, conjunções, e os elementos que indicam número, gênero, modo, tempo e aspecto verbal são exemplos de morfemas gramaticais.

As desinências se enquadram claramente na categoria de morfemas gramaticais, pois sua função é expressar as flexões e as relações sintáticas dentro da frase.

5. Morfemas Presos e Livres: Um Olhar Mais Profundo

Outra classificação que pode surgir em estudos mais aprofundados é a de morfemas presos e livres:

  • Morfemas Livres: São aqueles que, por si só, carregam o significado de um vocábulo e podem aparecer isoladamente (Ex: mar em mares).

  • Morfemas Presos: São aqueles que não possuem significado isolado e precisam estar ligados a outro morfema para fazer sentido (Ex: -es em mares, que indica o plural).

As desinências são morfemas presos, pois dependem de um radical ou tema para expressar sua função flexional.

6. A Importância das Desinências na Produção Textual (e na Prova de Redação!)

Entender as desinências vai muito além de identificar partes de palavras; é uma habilidade fundamental para a produção de textos coerentes, coesos e gramaticalmente corretos, o que é vital para qualquer prova de redação em concursos.

  • Concordância Verbal e Nominal: O uso correto das desinências garante que os elementos da frase concordem entre si. Se um sujeito está no plural, o verbo e os adjetivos a ele relacionados devem acompanhar essa flexão (Ex: "Os alunos atenciosos prestaram atenção").

  • Adequação ao Tempo e Modo Verbal: A escolha da desinência verbal impacta diretamente a clareza e a intenção comunicativa do texto.

    • O presente do indicativo (Ex: "A educação transforma sociedades.") transmite universalidade e atemporalidade.

    • O futuro (Ex: "Se houver investimentos, a qualidade melhorará.") indica previsões ou hipóteses.

    • O pretérito perfeito (Ex: "Ele chegou e sentou-se.") indica ações concluídas.

    • O pretérito imperfeito (Ex: "Ele chegava e se sentava.") cria uma ideia de continuidade ou hábito.

  • Evitar Ambiguidade e Erros Gramaticais: O uso inadequado das desinências pode levar a problemas de interpretação e comprometer a credibilidade do seu texto.

  • Exploração de Efeitos de Sentido: Em textos narrativos, por exemplo, a flexão verbal pode alterar a dinâmica da história, indicando ações pontuais ou contínuas.

Dominar as desinências é, portanto, uma ferramenta poderosa para escrever com precisão, clareza e coesão, fatores essenciais para uma boa nota em redação de concurso.

7. Quadro-Resumo Essencial sobre Desinências

Para facilitar a memorização e revisão, confira este quadro-resumo dos tipos de desinência e suas flexões:

DESINÊNCIAS

Tipo

Flexão Indicada

Nominal

Gênero e Número

Masculino/Feminino; Singular/Plural

Verbal

Número, Pessoa, Modo e Tempo

Singular/Plural; 1ª, 2ª, 3ª Pessoa; Indicativo, Subjuntivo, Imperativo; Presente, Passado, Futuro

8. Questões Típicas de Concurso e Como Resolvê-las

Muitas questões de concurso testam a sua capacidade de identificar e classificar corretamente os morfemas. Vamos analisar alguns exemplos e dicas:

Dica 1: Identifique o Radical Primeiro! O radical é o elemento comum a todos os vocábulos da mesma família, permanecendo imutável. Uma vez identificado, os demais elementos se encaixam mais facilmente.

Exemplo: Na palavra "cantávamos":

  • cant-: é o radical.

  • -a-: é a vogal temática, indicando 1ª conjugação.

  • -va-: é a desinência modo-temporal (DMT), caracterizando o pretérito imperfeito do modo indicativo.

  • -mos: é a desinência número-pessoal (DNP), caracterizando a primeira pessoa do plural.

Dica 2: Atenção às Pegadinhas de Gênero e Número nos Nomes! Lembre-se da discussão sobre gênero ser derivação e o masculino/singular como morfema zero.

  • Questão: Analise menina (-a).

    • Resposta Correta: desinência nominal de gênero. Embora a análise de JMC e de autores mais recentes questione se é uma flexão ou derivação, em um contexto mais tradicional (e muitas vezes ainda em concursos), "-a" é tratado como desinência de gênero feminino. No entanto, é fundamental ter em mente a discussão sobre ser um processo derivacional e o "-o" ser morfema zero para o masculino.

  • Dica Extra para "Desinência Zero": Embora questionado por alguns linguistas, a "desinência zero" (Ø) é um conceito presente na gramática normativa e pode ser cobrado.

    • Em substantivos: A ausência de "-s" no final de uma palavra pode indicar o singular (Ex: sol, livro).

    • Em nomes masculinos: A ausência de "-a" para o feminino pode indicar o gênero masculino (Ex: menino Ø para menina -a).

Dica 3: Diferencie Vogal Temática de Desinência em Verbos! Essa é uma das mais frequentes!

  • Questão: Analise estudava.

    • estuda-: tema (radical + vogal temática)

    • -a-: vogal temática (pertence à 1ª conjugação).

    • -va-: desinência modo-temporal (pretérito imperfeito do indicativo).


Ao compreender a fundo esses elementos da morfologia, você não apenas aprimorará sua gramática, mas também desenvolverá uma visão mais analítica da língua portuguesa, o que é um diferencial em qualquer prova e na sua comunicação diária. Continue praticando, e o domínio virá naturalmente!

Questões múltipla escolha:

  1. Qual é a função das desinências nominais?
    A) Indicar o gênero e o número dos verbos
    B) Indicar o gênero e o número de substantivos, adjetivos e alguns pronomes
    C) Indicar o tempo e o modo dos verbos
    D) Indicar a conjugação dos verbos
    E) Indicar a classe gramatical das palavras

  2. Em que situação as desinências verbais indicam modos e tempos?
    A) Quando são desinências modo-temporais (DMT)
    B) Quando são desinências número-pessoais (DNP)
    C) Quando são desinências nominais
    D) Quando são vogais temáticas
    E) Quando são morfemas invariáveis

  3. Qual é a diferença entre desinência e vogal temática?
    A) A desinência indica o gênero, enquanto a vogal temática indica a conjugação do verbo
    B) A desinência indica o tempo e o modo, enquanto a vogal temática indica o gênero
    C) A desinência indica a classe gramatical, enquanto a vogal temática indica o número
    D) A desinência indica a conjugação do verbo, enquanto a vogal temática indica a pessoa
    E) A desinência indica o gênero e o número, enquanto a vogal temática indica a pessoa e o tempo

Respostsas:

  1. B) Indicar o gênero e o número de substantivos, adjetivos e alguns pronomes

  2. A) Quando são desinências modo-temporais (DMT)

  3. A) A desinência indica o gênero, enquanto a vogal temática indica a conjugação do verbo