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19/07/2024 • 15 min de leitura
Atualizado em 20/07/2025

Ditongos

Ditongos são encontros de duas vogais em uma mesma sílaba, sendo fundamentais para a correta pronúncia e escrita das palavras. Historicamente, a padronização dos ditongos foi crucial para unificar a ortografia nos países lusófonos, garantindo uma comunicação eficiente.

Ditongo na Língua Portuguesa (Com Regras de Acentuação Essenciais para Concursos!)

Se você está estudando para concursos, aprimorando sua escrita ou simplesmente buscando compreender as nuances da fonologia da Língua Portuguesa, este guia completo sobre ditongos é para você. Abordaremos desde os conceitos mais básicos até as complexidades, as regras de acentuação que mais caem em provas e as dúvidas comuns que surgem no caminho.

Encontros Vocálicos na Língua Portuguesa

A Língua Portuguesa é rica em sons e combinações que podem, por vezes, gerar dúvidas na hora da escrita ou da pronúncia. Um dos fenômenos mais fascinantes e importantes de se dominar é o dos encontros vocálicos. Dentro dessa categoria, o ditongo ocupa um lugar de destaque, sendo fundamental para a compreensão da estrutura fonológica das palavras e, consequentemente, para a correta aplicação das regras ortográficas e de acentuação.

Entender os ditongos não é apenas uma questão de gramática; é também uma forma de compreender como a fala influencia a escrita, e como o "erro" pode, na verdade, ser uma janela para o conhecimento linguístico tácito do falante.


1. O que é Ditongo? O Ponto de Partida Essencial

Para começar, é crucial entender a definição fundamental: um ditongo é um encontro vocálico caracterizado pela combinação de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) que são emitidas em um único esforço de voz e permanecem na mesma sílaba.

1.1 Vogal vs. Semivogal: A Chave para Identificar um Ditongo

Para que haja um ditongo, precisamos de dois elementos sonoros:

  • Vogal (V): É o núcleo da sílaba, ou seja, o som mais forte, nítido e que forma a base da sílaba. No português, as vogais são a, e, i, o, u.

  • Semivogal (SV): É um som vocálico mais fraco e menos nítido que acompanha a vogal na mesma sílaba. As principais semivogais são o "i" (com som de /y/, como em pai) e o "u" (com som de /w/, como em mau). Em alguns contextos, as letras "e" e "o" também podem funcionar como semivogais.

Como identificar na prática? Fique atento à pronúncia! A melhor forma de diferenciar uma vogal de uma semivogal, e consequentemente identificar um ditongo, é observar a intensidade do som ao pronunciar a palavra.

Exemplo Prático: "Pais" vs. "País"

  • Na palavra "pais" (p-ais): Ao pronunciar, o "a" é mais forte e o "i" é mais fraco. Eles permanecem na mesma sílaba. Portanto, "ai" é um ditongo, onde "a" é a vogal e "i" é a semivogal.

  • Na palavra "país" (pa-ís): Ao pronunciar, o "a" e o "i" são fortes e são separados em sílabas distintas. Neste caso, tanto "a" quanto "i" são vogais. Isso é um hiato, não um ditongo.

Outro caso importante: Uma vogal seguida da letra "M" ou "N" pode formar um ditongo quando é pronunciada com som de semivogal. Exemplos incluem: b_em_, can-t_am_, fa-l_am_.


2. Classificações dos Ditongos: Desvendando os Tipos e Subtipos

Os ditongos não são todos iguais. Eles podem ser classificados de diversas formas, dependendo da posição da semivogal em relação à vogal e do modo de articulação.

2.1. Ditongo Decrescente: Do Forte para o Fraco (Vogal + Semivogal)

Um ditongo decrescente ocorre quando a vogal (som mais forte) aparece antes da semivogal (som mais fraco). O nome "decrescente" remete ao decrescimento sonoro, que vai de um som mais forte para um mais fraco.

Esquema: V + SV

Exemplos Comuns de Ditongos Decrescentes:

  • c_ai_xa (a = vogal; i = semivogal)

  • l_ei_te (e = vogal; i = semivogal)

  • P_au_la (a = vogal; u = semivogal)

  • p_ai_

  • p_au_ta

  • pap_éi_s

  • c_éu_

  • m_ui_to

  • m_ai_s

  • fl_au_ta

  • d_ói_

  • az_ui_s

  • n_oi_te

  • p_õe_

  • m_ão_

  • outro

Observação Importante: Vocalização do L em Ditongos Decrescentes Em muitos dialetos brasileiros, especialmente na fala coloquial, o fonema /l/ em fim de sílaba pode ser vocalizado, transformando-se em uma semivogal "u" e formando um ditongo decrescente. Embora não seja a norma padrão da escrita, é um fenômeno fonológico comum que pode influenciar a aquisição da escrita, como visto em estudos sobre a transposição da fala para a escrita.

Exemplos de Vocalização do /l/ que resultam em ditongos decrescentes:

  • fun_il_ /fu.ˈniw/

  • f_el_tro /few.tɾu/

  • m_el_ /ˈmɛw/

  • m_al_ /ˈmaw/

  • S_ol_ /ˈsɔw/

  • az_ul_ /aˈzuw/

2.2. Ditongo Crescente: Do Fraco para o Forte (Semivogal + Vogal)

Em contraste, um ditongo crescente ocorre quando a semivogal (som mais fraco) aparece antes da vogal (som mais forte). O nome "crescente" indica o crescimento sonoro, que vai de um som mais fraco para um mais forte.

Esquema: SV + V

Exemplos Comuns de Ditongos Crescentes:

  • q_ua_dro (u = semivogal; a = vogal)

  • tranq_ui_lo (u = semivogal; i = vogal)

  • aq_uo_so (u = semivogal; o = vogal)

  • q_ua_se

  • q_ua_l

  • eq_ue_stre

  • ling_ui_ça

  • freq_ue_nte

  • ág_ua_

  • prêm_io_

  • misér_ia_

  • pátr_ia_

  • glór_ia_

2.3. Ditongo Oral: Apenas Pela Boca

Os ditongos orais são aqueles em que, durante a sua pronúncia, a passagem do ar é feita exclusivamente pela boca.

Exemplos de Ditongos Orais:

  • ai (como em p_ai_)

  • ei (como em p_ei_xe)

  • au (como em m_au_)

  • oi (como em b_oi_)

  • éu (como em chap_éu_)

  • ou (como em outro)

Ditongos orais podem ter timbre aberto (vogais [a, é, ó]) ou fechado (vogais [ê, ô, i, u]). Exemplos de ditongos abertos incluem céu e dói. Um ditongo é considerado aberto quando uma vogal de timbre aberto se une a uma semivogal, ou vice-versa. Já um ditongo é fechado quando uma vogal de timbre fechado se une a uma semivogal.

2.4. Ditongo Nasal: Boca e Nariz Juntos

Os ditongos nasais são aqueles em que a passagem do ar é feita tanto pela boca quanto pelo nariz durante a pronúncia.

Exemplos de Ditongos Nasais:

  • ão (como em m_ão_, p_ão_)

  • ãe (como em m_ãe_, p_ãe_s)

  • õe (como em p_õe_)

  • am (como em cant_am_, fal_am_)

  • em (como em b_em_, sab_em_)

  • ui (apenas em m_ui_to)

Os ditongos nasais são sempre pronunciados com timbre fechado.


3. Ditongo, Tritongo e Hiato: Não Confunda Mais!

É comum que os encontros vocálicos sejam motivo de confusão. A chave para diferenciá-los está na quantidade de sons vocálicos e, principalmente, na separação silábica.

3.1. Ditongo: Dois Sons na Mesma Sílaba

Como já vimos, o ditongo é o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) na mesma sílaba. Eles não se separam na divisão silábica.

  • Exemplos: rei (r_ei_), couve (c_ou_ve), sítio (sí-t_io_).

3.2. Tritongo: Três Sons na Mesma Sílaba

O tritongo é o encontro de três sons vocálicos na mesma sílaba, seguindo a sequência exata de semivogal + vogal + semivogal (SV + V + SV). Assim como os ditongos, os tritongos permanecem juntos na mesma sílaba e não se separam.

Exemplos de Tritongos:

  • Urug_uai_ (U-ru-g_uai_)

  • averig_uou_ (a-ve-ri-g_uou_)

  • ig_uais_ (i-g_uais_)

  • q_uão_ (q_uão_)

3.3. Hiato: Duas Vogais em Sílabas Diferentes

O hiato é o encontro de duas vogais que ficam em sílabas diferentes. A regra fundamental da Língua Portuguesa é que não pode haver mais de uma vogal na mesma sílaba. Por isso, as vogais de um hiato são sempre separadas na divisão silábica.

Exemplos de Hiatos:

  • sa_í_da (sa-í-da)

  • sa_ú_de (sa-ú-de)

  • Ju_iz_ (Ju-iz)

  • poes_ia_ (po-e-si-a)

  • r_a-i_z (ra-iz)

  • l_a-go-a_ (la-go-a)

3.4. Dúvida Comum: Ditongo Crescente ou Hiato?

Aqui reside uma das maiores ambiguidades e fontes de dúvida, especialmente em palavras que terminam com -ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo. Não há consenso absoluto entre gramáticos sobre a classificação dessas palavras.

Exemplos de palavras com flexibilidade de pronúncia:

  • histór_ia_

  • rád_io_

  • sér_ie_

  • rég_ua_

Alguns gramáticos consideram-nas ditongo crescente (ex: his-tó-ria), enquanto outros as classificam como hiato (ex: his-tó-ri-a). Para fins de concursos e norma padrão, muitas vezes a pronúncia mais formal e a divisão silábica "forçada" (para separar as vogais) prevalecem, mas é crucial estar ciente dessa discussão.

Ditongos Estáveis no Português: Segundo algumas convenções, apenas são considerados ditongos estáveis os ditongos cujo primeiro elemento é a semivogal /w/ (representada por "u") e quando estão precedidos dos sons /k/ ou /ɡ/.

  • Exemplos: ag_ua_rdar (/aɡwaʀˈdaʀ/), ig_ua_l (/iˈɡwaw/), q_ua_se (/ˈkwazi/), q_ua_nto (/ˈkwɐ̃tu/).

Outros casos em que se encontra "i" + vogal ou "u" + vogal na escrita são frequentemente considerados hiatos.


4. Ditongos e Acentuação Gráfica: O Que Você Precisa Saber para Concursos!

A acentuação gráfica é um tópico recorrente em concursos públicos, e as regras que envolvem ditongos e hiatos são particularmente importantes. As regras de acentuação servem para informar ao leitor como as palavras devem ser pronunciadas, indicando a sílaba tônica.

4.1. Regras de Acentuação para Ditongos Abertos

O Novo Acordo Ortográfico trouxe algumas mudanças significativas para a acentuação de ditongos, mas as regras para ditongos abertos (que mantêm o acento) são essenciais. Lembre-se que ditongos abertos são aqueles formados por vogais de timbre aberto [a, é, ó] unidas a semivogais.

  • Monossílabos Tônicos: Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em ditongos abertos éi(s), éu(s), ói(s).

    • Exemplos: réis, véu, dói.

  • Oxítonas: Acentuam-se as oxítonas terminadas em ditongos abertos éi(s), éu(s), ói(s).

    • Exemplos: papéis, troféu, herói.

  • Paroxítonas: De acordo com o Novo Acordo Ortográfico, os ditongos abertos **"oi" e "ei" em palavras paroxítonas (aquela em que a penúltima sílaba é a tônica) NÃO RECEBEM MAIS ACENTO GRÁFICO.

    • Exemplos:

      • antigo: ast_eró_ide / atual: ast_er_oide

      • antigo: c_efa_lóide / atual: c_efa_loide

      • antigo: paran_ói_co / atual: paran_oi_co

      • antigo: at_éi_a / atual: at_ei_a

      • antigo: europ_éi_a / atual: europ_ei_a

      • antigo: prosopop_éi_a / atual: prosopop_ei_a

    • Atenção: As paroxítonas terminadas em ditongos orais (seguidos ou não de S) ainda são acentuadas. Isso inclui ditongos orais que não sejam "ei" ou "oi" abertos (como "ea", "io", "ua", "uo" - lembrando da ambiguidade hiato/ditongo crescente).

      • Exemplos: vácuo, água, colégio, glória, série.

4.2. Regras de Acentuação para Hiatos

As regras de acentuação para hiatos são cruciais, pois muitas vezes o acento serve justamente para indicar que há um hiato e não um ditongo, evitando ambiguidades.

  • Regra Geral para I e U em Hiatos: As letras "i" e "u" são acentuadas quando:

    1. São a segunda vogal do hiato.

    2. Aparecem sozinhas na sílaba tônica (ou seguidas apenas de "s").

    3. NÃO estão seguidas de "nh".

    • Exemplos:

      • ra_í_zes (ra-í-zes)

      • pa_í_s (pa-ís)

      • sa_ú_de (sa-ú-de)

      • ju_í_za (ju-í-za)

    • Exemplos sem acento (violação das regras):

      • ra_iz_ (o "i" não está sozinho na sílaba)

      • ra_inh_a (o "i" é seguido de "nh")

      • ba_in_ha (o "i" é seguido de "nh")

      • fei_u_ra (o "u" não está sozinho na sílaba, seguido por "ra")

  • Diferença Crucial: "Suíça" vs. "Linguiça"

    • Suíça: O "i" é acentuado porque forma um hiato com o "u" anterior (Su-í-ça). O acento indica que o "i" é uma vogal tônica e está em uma sílaba separada.

    • Linguiça: O "i" NÃO é acentuado porque forma um ditongo crescente com o "u" anterior (Lin-gui-ça). Aqui, o "u" é semivogal e o "i" é vogal, mas o ditongo não é tônico na sílaba que leva acento e o "i" não forma hiato. A regra de acentuação para hiatos com "i" ou "u" não se aplica, pois o "i" não é a segunda vogal do hiato isolada.

Palavras Monossílabas, Oxítonas, Paroxítonas e Proparoxítonas são classificadas pela posição da sílaba tônica (última, penúltima, antepenúltima, respectivamente). Todas as proparoxítonas são acentuadas. Embora não diretamente ligadas a ditongos, essas classificações gerais são a base para aplicar as regras de acentuação, inclusive as que envolvem ditongos.


5. A Fala Encontra a Escrita: Ditongos Fonéticos e o Processo de Aquisição

Um dos aspectos mais fascinantes do estudo dos ditongos, especialmente na aquisição da escrita, é a relação entre a língua falada e a língua escrita. Pesquisas têm demonstrado que o que muitas vezes é classificado como "erro" na escrita, na verdade, pode ser uma transposição da fala e revelar um conhecimento fonológico tácito do aluno sobre a língua.

5.1. O "Erro" como Evidência de Conhecimento Linguístico

No contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA), por exemplo, estudos sobre ocorrências de ditongos fonéticos na escrita de alunos revelam que os desvios da ortografia convencional podem ser hipóteses criadas pelo aluno na tentativa de acertar, com base em seus conhecimentos sobre a fonologia da língua. Isso significa que o "erro" nem sempre é uma ausência de aprendizagem, mas sim uma aprendizagem em processo.

5.2. Ditongos Fonéticos e o Fenômeno da Epêntese

Um ditongo fonético é um tipo de ditongo que, ao contrário do ditongo fonológico (que distingue vocábulos, como em /kada/ - /kawda/), não é capaz de gerar a mesma distinção significativa (como em /kaʃa/ - /kajʃa/). Eles surgem na rima simples da estrutura subjacente, enquanto o ditongo fonológico surge de uma ramificação do núcleo, constituindo uma sílaba complexa.

A pesquisa em questão foca na epêntese, ou seja, o surgimento de um glide (semivogal) onde ele não existiria na escrita padrão, por influência da pronúncia. Este processo é uma assimilação, um "espraiamento de traços" de um segmento para outro, criando o glide e, consequentemente, um ditongo fonético.

Contextos Favorecedores para o Surgimento do Glide Epentético: O surgimento da semivogal na escrita tem sido consistentemente observado quando há, no contexto anterior ou seguinte, a presença de consoantes como:

  • Palatais: /ʃ/ (som de "ch"), /ʒ/ (som de "j"), /ɲ/ (som de "nh"), /ʎ/ (som de "lh"). Essas consoantes possuem traços vocálicos e consonantais, que podem se "espraiar" e gerar o glide.

  • Tepe: /ɾ/ (o "r" brando, como em "caro").

Exemplos Observados em Textos de Alunos (EJA):

  • Palavras como "mês" escritas como "meis".

  • Palavras como "das" escritas como "dais".

  • Palavras como "fechar" escritas como "feichar".

  • Palavras como "chegar" e "chegando" escritas como "cheigar" e "cheigando".

Nestes casos, a representação da semivogal na escrita pode ser explicada por influência do contexto seguinte (ex: consoante palatal). O espraiamento do traço vocálico pode ocorrer de forma regressiva (da direita para a esquerda, como em "meis" e "dais") ou progressiva (da esquerda para a direita, como em "cheigar" e "cheigando"), criando o glide de ligação.

5.3. Supergeneralização de Regras Fonológicas

Além da influência direta da fala, alguns "erros" podem ser resultado de uma supergeneralização das regras ortográficas ou fonológicas. Isso ocorre quando o aluno aplica uma regra ou padrão que observou em outras palavras, mesmo que não seja o contexto correto para o caso específico.

  • Exemplo: Um aluno pode ter notado que palavras como "peixe" e "feijão" são escritas com um ditongo (mesmo que nem sempre pronunciado como tal na fala de forma explícita), e então aplica o mesmo raciocínio a palavras como "chegar", escrevendo "cheigar". Embora não seja convencional, isso demonstra um conhecimento linguístico e uma tentativa de aplicar um padrão.

5.4. Semelhanças entre Aquisição da Escrita Adulta e Infantil

Um achado importante da pesquisa é a semelhança entre os resultados obtidos em textos de adultos (EJA) e estudos anteriores sobre a escrita infantil. Fenômenos linguísticos como os ditongos fonéticos, presentes na língua falada, são registrados no período de aquisição da língua escrita, independentemente da idade do aprendiz. Isso reforça a ideia de que a aquisição da escrita é um processo complexo, com hipóteses e descobertas sobre o sistema da língua.

Implicações para o Ensino: Essa compreensão é vital para professores, pois permite um olhar mais sensível para o "erro", que deve ser visto como uma hipótese do aluno e uma etapa no processo de aprendizagem, e não como mera falha ou ausência de conhecimento. Integrar essa perspectiva no ensino de Língua Portuguesa pode promover uma abordagem mais inclusiva, reconhecendo a legitimidade da variedade de fala dos alunos e evitando a estigmatização.


6. Dicas Práticas para o Estudo de Ditongos e Preparação para Concursos

Dominar os ditongos e suas classificações, assim como as regras de acentuação associadas, pode parecer um desafio. No entanto, com prática e as estratégias corretas, você pode internalizar esse conhecimento e gabaritar as questões em concursos.

  • 1. Domine a Separação Silábica: A capacidade de separar sílabas corretamente é a base para identificar ditongos, tritongos e hiatos. Se vogal e semivogal ficam juntas, é ditongo (ou tritongo); se duas vogais se separam, é hiato.

  • 2. Preste Muita Atenção à Pronúncia: A diferença entre vogal e semivogal é de intensidade sonora. Treine a pronúncia das palavras, identificando qual som é mais forte (vogal) e qual é mais fraco (semivogal).

  • 3. Revise as Regras de Acentuação Focando nos Ditongos e Hiatos:

    • Crie tabelas ou flashcards para memorizar as regras específicas de acentuação de monossílabos, oxítonas e paroxítonas que terminam em ditongos abertos.

    • Dê atenção especial à regra do hiato para "i" e "u" (segunda vogal do hiato, sozinha ou com "s", não seguida de "nh").

    • Lembre-se da mudança do Novo Acordo Ortográfico para ditongos "ei" e "oi" em paroxítonas (não são mais acentuados).

  • 4. Faça Muitos Exercícios: A prática leva à perfeição. Resolva exercícios de classificação de ditongos, tritongos e hiatos, e, principalmente, exercícios de acentuação. Isso ajuda a fixar as regras e a identificar padrões.

  • 5. Analise Seus "Erros": Se você cometer um erro ao escrever ou classificar um ditongo, não o veja apenas como um equívoco. Tente entender o porquê. Houve uma influência da sua fala? Você aplicou uma regra de forma supergeneralizada? Essa reflexão aprofunda o aprendizado.

  • 6. Consulte Dicionários Fonéticos (Opcional, para aprofundamento): Para casos mais complexos de pronúncia e classificação, um dicionário fonético pode ajudar a visualizar a transcrição dos sons.

  • 7. Cuidado com o "QUEM": A palavra "quem" não possui um ditongo. O "u" não é pronunciado, formando um dígrafo "qu".


O Domínio da Escrita como Exercício de Cidadania

A jornada para dominar os ditongos e a complexidade da Língua Portuguesa é um processo contínuo. Como vimos, a aquisição da escrita, seja na infância ou na fase adulta (EJA), envolve a elaboração de hipóteses e a transposição de conhecimentos da fala para a escrita. O "erro" ortográfico, nesse contexto, pode ser uma rica fonte de informação sobre o conhecimento linguístico do aprendiz, e não apenas um sinal de falha.

Ao compreender os ditongos em toda a sua amplitude – desde sua formação e classificação até suas implicações na acentuação e na relação fala-escrita – você não apenas aprimora suas habilidades gramaticais para concursos, mas também desenvolve uma visão mais aprofundada e sensível sobre a língua. O domínio das normas linguísticas é, afinal, uma ferramenta essencial para a participação social e política, e para o pleno exercício da cidadania.

Questões de Múltipla Escolha

  1. Qual das palavras abaixo contém um ditongo oral?

    • a) Caixa

    • b) Bem

    • c) Mão

    • d) Quão

    • e) Amém

  2. Qual das palavras abaixo contém um ditongo nasal com til e semivogal?

    • a) Constituis

    • b) Retribui

    • c) Mágoa

    • d) Mãe

    • e) Calúnia

  3. Qual das formas verbais abaixo está correta?

    • a) Constituis (de constitui-lo)

    • b) Retribui (de retribui-lo)

    • c) Fazê-la (de fazer-la)

    • d) Vê-la (de ver-la)

    • e) Compô-lo (de compor-lo)

Gabarito

  1. a

  2. d

  3. a