A Morfologia é uma das áreas mais fascinantes da Língua Portuguesa, pois ela nos permite olhar "por dentro" das palavras, desvendando como elas são construídas e como ganham seus significados. No coração da morfologia, estão os morfemas, as menores unidades de significado que compõem as palavras. Compreender esses "tijolinhos" é fundamental não só para aprimorar sua escrita e leitura, mas também para gabaritar questões desafiadoras em exames.
Antes de mergulharmos nos morfemas, é crucial entender onde eles se encaixam:
A Morfologia é o estudo da estrutura e da formação das palavras. Ela analisa a classe gramatical de cada elemento de um enunciado linguístico individualmente, sem focar na ligação entre eles.
A Análise Morfológica consiste em identificar a classe gramatical de cada palavra (por exemplo, se é um substantivo, um verbo, um advérbio, etc.). As classes gramaticais são: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
Em contraste, a análise sintática foca na função e ligação entre os elementos da oração. Já a análise morfossintática combina ambas as análises.
Os morfemas, também conhecidos como elementos mórficos, são as partes pequenas que formam as palavras e cada uma dessas partes possui um significado. Por exemplo, na palavra "gato", "gat-" é a parte principal que nos dá o sentido, e "-o" indica o gênero masculino.
Os morfemas podem ser classificados em diferentes tipos, que veremos a seguir: Radical, Desinências, Afixos (Prefixos e Sufixos), Vogal Temática, Vogal ou Consoante de Ligação e Tema.
O radical é a parte principal da palavra, o elemento comum que serve de base e contém o seu significado essencial (o seu núcleo). É a partir do radical que se formam diversas outras palavras da mesma família.
Exemplos:
FERRo, FERReiro, FERRagem, FERRugem.
CARro, CARroça, CARrinho.
GATo, GATinha, GATas.
Dica para Concursos: Muitos radicais em português têm origem grega ou latina. Conhecer alguns deles pode ajudar na compreensão de vocabulário!
Exemplos de origem grega: agro (campo, ex: agronomia), demo (povo, ex: democracia).
Exemplos de origem latina: agri (campo, ex: agricultor), fide (fé, ex: fidedigno).
As desinências, também chamadas de morfemas flexionais, são elementos que se juntam à parte final das palavras variáveis (substantivos, adjetivos, verbos, alguns pronomes) para indicar suas flexões gramaticais. Elas nos dizem se a palavra está no singular ou plural, masculino ou feminino, ou se um verbo está em determinada pessoa, tempo ou modo.
Podem ser de dois tipos:
2.2.1. Desinências Nominais Indicam gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural) dos substantivos, adjetivos e alguns pronomes.
Gênero:
A desinência de gênero masculino é geralmente -o (ex: aluno) ou a ausência de desinência.
A desinência de gênero feminino é geralmente -a (ex: aluna).
Número:
O plural é geralmente indicado pela desinência -s (ex: alunos, belas).
Algumas palavras terminadas em "s" formam plural com o acréscimo de "-es" (ex: meses, países).
Atenção: Desinência Zero Um conceito muito importante, frequentemente cobrado, é a desinência zero. Isso ocorre quando a ausência de um morfema já indica uma flexão.
A ausência do "-s" no final de uma palavra pode indicar o singular (ex: sol, livro, mês).
Em palavras como "prefeito", o "-o" é a desinência nominal de gênero masculino e número singular; a ausência do "-s" indica a desinência-zero de número.
Na palavra "mar", a ausência de desinência de número (singular) é considerada desinência zero.
2.2.2. Desinências Verbais Indicam as flexões de um verbo em número e pessoa, e em modo e tempo.
Desinências Modo-Temporais (DMT): Indicam os modos (indicativo, subjuntivo, imperativo) e os tempos (presente, passado, futuro).
Exemplo: em "escreverei", -re é a desinência de tempo futuro do modo indicativo. Em "estudávamos", -ava é a desinência de tempo pretérito do modo indicativo.
Desinências Número-Pessoais (DNP): Indicam o número (singular ou plural) e as pessoas (1ª, 2ª, 3ª).
Exemplo: em "escreverei", -i é a desinência de 1ª pessoa do singular. Em "estudávamos", -mos é a desinência de 1ª pessoa do plural.
Exemplos combinados de desinências verbais:
Viajo (1.ª pessoa do singular do presente do indicativo).
Se viajassem (3.ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo).
Viajemos para Miami! (1.ª pessoa do plural do imperativo).
Bebíamos: -ía (DMT: pretérito imperfeito do indicativo), -mos (DNP: 1ª pessoa do plural).
Falarei: -ei (DMT: futuro do presente do indicativo e DNP: 1ª pessoa do singular).
Vendêreis: -re (DMT: pretérito mais-que-perfeito do indicativo), -is (DNP: 2ª pessoa do plural).
Partisse: -sse (DMT: pretérito imperfeito do subjuntivo e DNP: 1ª ou 3ª pessoa do singular).
Não confunda: A desinência indica gênero, número, pessoa, tempo e modo. A vogal temática (que veremos a seguir) indica a qual conjugação o verbo pertence e o prepara para receber as desinências.
Os afixos, também conhecidos como morfemas derivacionais, são elementos que se juntam ao radical para formar novas palavras. Eles são classificados de acordo com a sua posição em relação ao radical:
2.3.1. Prefixos São afixos que vêm antes do radical. Geralmente, modificam o sentido da palavra, mas mantêm sua classe gramatical.
Exemplos:
contradizer, infeliz, ambivalente.
desocupar.
antipatia, retroceder.
sobre-humano (de "humano").
desfazer (de "fazer").
sobrenome (de "nome").
contra-ataque (de "ataque").
antebraço (de "braço").
subgerente (de "gerente").
imóvel (de "móvel").
repor (de "por").
anti-inflamatório, incapaz, ressalvar.
Dica para Concursos: Conhecer os prefixos de origem latina e grega é um diferencial, pois muitos deles são recorrentes em diversas palavras.
Prefixos Latinos (alguns exemplos): ab- (afastamento), ambi- (duplicação), ante- (anterioridade), bi- (dois), contra- (oposição), in-/i- (negação), pos- (posição), semi- (metade), tri- (três).
Prefixos Gregos (alguns exemplos): anti- (oposição), arce- (superioridade), cata- (movimento para baixo), dis- (dificuldade), en- (posição interior), eu- (bem/bom), hiper- (excessivo), para- (proximidade), pro- (anterioridade).
2.3.2. Sufixos São afixos que vêm depois do radical. Eles modificam o sentido e, principalmente, alteram a classe gramatical da palavra.
Exemplos:
ricaço, lealdade, narigudo.
tolerante, realismo.
ocupante.
lealdade (de "leal").
folhagem (de "folha").
livraria (de "livro").
chuvisco (de "chuva").
riacho (de "rio").
coceira (de "coçar").
maldade (de "mal").
facada (de "faca").
martelada, simplesmente, dentista.
Os sufixos podem ser classificados em:
Sufixos Nominais: Formam substantivos e adjetivos.
Aumentativos: -ão, -aço, -alhão, -aréu, -arra, -(z)arrão, -eirão, -uça (Ex: paredão, ricaço, bocarra).
Diminutivos: -inho, -zinho, -acho, -icho(a), -eco, -ela, -ote, -isco (Ex: Pedrinho, avozinho, riacho).
Outros significados: Agente/profissão/instrumento (-dor, -tor, -sor, -eiro, -ista, -nte); Qualidade/estado (-dade, -ência, -ez, -eza, -ice, -ismo); Lugar/negócio (-ado, -ato, -aria); Ciência/doutrina (-ia, -ismo); Coletivo (-al, -agem, -ada); Qualidade/intensidade (-az, -ento, -oso, -udo); Natureza/origem (-ano, -ense, -ês); Possibilidade/tendência (-ável, -ível); Ação/resultado de ação (-ada, -agem, -ança, -ção).
Sufixos Verbais: Formam verbos.
Ação que se repete: -ear, -ejar (Ex: folhear, gotejar).
Ação diminutiva que se repete: -icar, -itar, -iscar (Ex: bebericar, saltitar).
Ação que principia: -ecer, -escer (Ex: amanhecer, florescer).
Sufixos Adverbiais: Formam advérbios.
Em português, há apenas um sufixo adverbial: -mente.
Exemplos: cuidadosamente, firmemente, francamente, justamente, rapidamente.
A vogal temática é a vogal que se junta ao radical e serve para receber as desinências. Sua função é fundamental na identificação da conjugação dos verbos e na preparação de substantivos e verbos para receber outras derivações.
Verbos:
1ª conjugação: vogal temática -A (Ex: amar, ensaiar, saltar).
2ª conjugação: vogal temática -E (Ex: entender, ler, saber).
3ª conjugação: vogal temática -I (Ex: decidir, sair, unir).
Exemplo: em "estuda", o "a" é a vogal temática.
Nomes (substantivos e adjetivos):
Caracteriza nomes que não são flexionados, permitindo que a palavra receba outras derivações.
Exemplos: caderno / caderneta; andar / andei.
O tema é a junção do radical com a vogal temática. Ele representa a base da palavra antes de receber as desinências de flexão.
Exemplos:
Na palavra "carro", "carro" é o tema (radical "carr" + vogal temática "o").
No verbo "falar", "fala" é o tema (radical "fal-" + vogal temática "-a").
Esses elementos não possuem qualquer significado próprio. Sua única função é ligar os outros elementos mórficos (radical, afixos) para facilitar a pronúncia da palavra e evitar cacofonia ou dificuldade sonora.
Exemplos:
chaleira (o "l" é uma consoante de ligação).
maresia (o "e" é uma vogal de ligação).
bananeira (o "e" é uma vogal de ligação).
insensatez (o "a" é uma vogal de ligação).
sorveteria (o "e" é uma vogal de ligação).
florzinha (o "z" é uma consoante de ligação).
Além dos tipos que compõem as palavras, os morfemas podem ser classificados quanto à sua autonomia e função:
Morfemas Livres: São aqueles que, por si só, encerram o significado de um vocábulo.
Exemplo: mar- na palavra "mares". O radical "mar" tem sentido completo.
Morfemas Presos: São aqueles que sozinhos não detêm significado e precisam de outros elementos para fazer sentido.
Exemplo: -es em "mares", que indica o plural da palavra "mar".
Esta distinção é importante para entender a função primária de cada morfema:
Morfemas Lexicais: São os que carregam o significado central, o conteúdo semântico da palavra.
Incluem os radicais de substantivos, adjetivos, verbos e advérbios de modo.
Exemplos: "casa" (radical "cas-"), "bonito" (radical "bonit-"), "correr" (radical "corr-"), "rapidamente" (radical "rapid-") [Não explícito nos exemplos, mas inferido de 74].
Morfemas Gramaticais: São os que expressam relações gramaticais ou nuances, mas não o significado principal.
Incluem os artigos, pronomes, numerais, preposições, conjunções e os demais advérbios (os que não são de modo), bem como os elementos mórficos que indicam número, gênero, modo, tempo e aspecto verbal (ou seja, desinências e afixos).
A Língua Portuguesa possui dois processos fundamentais para a formação de palavras: a derivação e a composição. A diferença principal reside na forma como as palavras são criadas.
Na composição, as palavras são formadas pela junção de dois ou mais radicais (ex: guarda-sol, que une "guard" + "sol").
Na derivação, palavras são formadas a partir de uma palavra primitiva, geralmente pelo acréscimo de prefixos e/ou sufixos (ex: solar, que une "sol" + "-ar").
A derivação é o processo pelo qual se forma uma palavra nova a partir de uma já existente, geralmente por meio de afixos, mas também por alteração de classe gramatical ou redução.
4.1.1. Derivação Prefixal (ou Prefixação) Consiste no acréscimo de um prefixo a uma palavra primitiva. O prefixo é adicionado antes do radical.
Exemplos:
anti-inflamatório (anti + inflamatório).
desleal (des + leal).
incapaz (in + capaz).
resalvar (re + salvar).
subgerente (sub + gerente).
desfazer (des- + fazer).
imóvel (in + móvel).
repor (re- + por).
antemão (ante- + mão).
supracitado (supra- + citado).
4.1.2. Derivação Sufixal (ou Sufixação) Consiste no acréscimo de um sufixo a uma palavra primitiva. O sufixo é adicionado depois do radical.
Exemplos:
martelada (martel + ada).
folhagem (folh + agem).
entrevistar (entrev + ista).
simplesmente (simples + mente).
dentista (dent + ista).
lealdade (leal + -dade).
livraria (livro + -aria).
chuvisco (chuva + -isco).
riacho (rio + -acho).
escolarização (escola -> escolar -> escolarizar -> escolarização).
coceira, maldade, facada.
Dúvida Comum: A derivação sufixal pode alterar o significado e a classe gramatical da palavra primitiva.
Exemplos: faca (substantivo) - facada (substantivo, resultado da ação); unha (substantivo) - unhada (substantivo, resultado da ação); barba (substantivo) - barbeiro (substantivo, profissão).
4.1.3. Derivação Parassintética (ou Parassíntese) Ocorre quando um prefixo e um sufixo são adicionados simultaneamente a uma palavra primitiva, e essa nova palavra só existe com a presença de ambos os afixos. Se você remover um dos afixos e a palavra resultante não fizer sentido ou não existir, é parassíntese.
Exemplos:
entristecer (en- + triste + -ecer). Não existe "entriste" ou "tristecer" (no sentido de verbo).
entardecer (en- + tarde + -ecer). Não existe "entarde" ou "tardecer".
amanhecer (a + manh + ecer).
esquentar (es + quent + ar).
abençoar (a + benç + ar).
empobrecer (em + pobr + ecer).
anoitecer (a- + noite + -ecer).
emagrecer (e- + magro + -ecer).
engrossar (en- + grosso + -ar).
Importante para Concursos: Não confunda derivação parassintética com derivação prefixal e sufixal (simultaneamente, mas não dependente). Na derivação prefixal e sufixal, a palavra existe tanto com o prefixo isolado quanto com o sufixo isolado.
Exemplo: desigualdade. De "igual" (radical), podemos ter "desigual" (com prefixo des-) e "igualdade" (com sufixo -dade). Como "desigual" e "igualdade" existem, "desigualdade" não é parassintética, mas sim derivação prefixal E sufixal (dois processos distintos).
Exemplo: desvalorização. De "valor", podemos ter "valoriza" (com sufixo -iza), "desvaloriza" (com prefixo des-). Como as formas intermediárias existem, não é parassíntese.
4.1.4. Derivação Imprópria Ocorre quando uma palavra muda de classe gramatical sem sofrer qualquer acréscimo ou alteração em sua forma. O contexto é crucial para identificar essa mudança.
Exemplos:
"Que andar esquisito…" ("Andar" é normalmente um verbo, mas aqui funciona como substantivo).
"Sou zero em matemática." ("Zero" é um numeral, mas aqui tem valor de substantivo).
"Já trato do jantar!" ("Jantar" é um verbo, mas aqui tem valor de substantivo).
"Sinto falta do azul do mar." ("Azul" é um adjetivo, mas aqui tem valor de substantivo).
"Não lhe dê um não, por favor." ("Não" é um advérbio de negação, mas no negrito funciona como substantivo).
4.1.5. Derivação Regressiva Ocorre pela redução de uma palavra primitiva (geralmente um verbo) para formar uma palavra derivada (geralmente um substantivo). O substantivo formado por derivação regressiva sempre indicará uma ação. É também conhecida como "deverbalização".
Exemplos:
ataque (surge do verbo "atacar").
agito (surge do verbo "agitar").
debate (surge do verbo "debater").
mergulho (surge do verbo "mergulhar").
trabalho (surge do verbo "trabalhar").
chuvisco (surge do verbo "chuviscar").
resgate (surge do verbo "resgatar").
compra (surge de "comprar"), salto (surge de "saltar"), canto (surge de "cantar").
choro (surge de "chorar").
Dica para Concursos: Tenha atenção para não confundir palavras primitivas com substantivos formados por derivação regressiva. Palavras como "telefone", "perfume", "planta" são primitivas, não transmitem a ideia de ação, diferentemente de "compra" ou "salto".
A composição é o processo de formação de palavras pela união de dois ou mais radicais.
4.2.1. Composição por Justaposição A união dos radicais ocorre sem que haja alteração fonética (no som ou na escrita) dos elementos que a compõem. Os elementos podem ser unidos por hífen ou diretamente.
Exemplos:
cachorro-quente (cachorro + quente).
pé-de-meia (pé + de + meia).
passatempo (passa + tempo).
guarda-chuva (guarda + chuva).
pontapé (ponta + pé).
couve-flor, girassol.
audiovisual (audio- + visu-).
paraquedas (parar + quedas).
café com leite.
bem-me-quer, chapéu de chuva, malmequer.
vaivém (vai + vem).
Dica para Concursos: O "girassol" é um exemplo clássico de justaposição, pois apesar da duplicidade do "s", não há perda de fonemas, apenas uma regra ortográfica para manter o som original.
4.2.2. Composição por Aglutinação A união de dois ou mais radicais resulta em alterações fonéticas (e/ou gráficas) em um ou em ambos os elementos, de modo que não é possível identificar os elementos separadamente.
Exemplos:
vinagre (vinho + acre) – o "ho" de "vinho" desaparece.
planalto (plano + alto) – o "o" de "plano" desaparece.
embora (em + boa + hora) – várias alterações.
fidalgo (filho + de + algo) – várias alterações.
aguardente (água + ardente) – o "a" de "água" pode se fundir ou desaparecer.
pernalta (perna + alta).
pontiagudo (ponta + agudo).
cabisbaixo (cabeça + baixa) – o "eça" de "cabeça" se altera.
boquiaberto (boca + aberta) – o "a" de "boca" se altera.
lobisomem (lobo + homem).
Dica para Concursos: A chave para diferenciar justaposição de aglutinação é a perda ou alteração de fonemas. Se o som original dos elementos se mantém intacto, é justaposição; se há fusão ou perda de sons, é aglutinação.
Dominar a morfologia é um diferencial em provas de língua portuguesa. Fique atento(a) aos pontos que mais geram dúvidas e são frequentemente cobrados:
Diferenciar Derivação Parassintética de Prefixal e Sufixal (simultânea): Esta é a "pegadinha" mais comum. Lembre-se: na parassíntese, a palavra só existe com ambos o prefixo e o sufixo. Se puder remover um deles e a palavra ainda existir e fizer sentido, não é parassíntese.
Exemplo: entristecer (parassintética) vs. deslealdade (derivação prefixal + sufixal).
Identificar Derivação Regressiva: Foco em substantivos que indicam ação e que são "diminuídos" de um verbo. Cuidado com palavras primitivas que se parecem.
Distinguir Composição por Justaposição e Aglutinação: A presença ou ausência de alteração fonética é o critério definidor. Pratique com muitos exemplos.
Função dos Morfemas de Ligação: Lembre-se que eles não têm significado próprio, apenas função eufônica (de bom som). Não os confunda com vogais temáticas ou desinências.
Desinência Zero: Reconhecer a ausência de um morfema como indicador de flexão, especialmente para o singular.
Análise Morfológica em Questões Práticas: Muitas questões de concurso pedem para identificar a classe gramatical e os morfemas de palavras em um contexto (como nos exemplos resolvidos dos fontes). Pratique a análise individual de cada termo, como:
"Falam muito mal dela, agora fingem-se seus amigos fiéis."
Falam: verbo (3ª pessoa do plural do verbo falar, presente do indicativo, voz ativa).
muito: advérbio de intensidade.
mal: advérbio de modo.
dela: preposição 'de' + pronome pessoal 'ela'.
agora: advérbio de tempo.
fingem-se: verbo (3ª pessoa do plural do verbo fingir, presente do indicativo, conjugação pronominal).
seus: pronome possessivo.
amigos: substantivo comum.
fiéis: adjetivo.
"Viajamos para o Nordeste nas últimas férias."
Viajamos: verbo (3ª pessoa do plural do verbo viajar, pretérito perfeito do indicativo, voz ativa).
para: preposição essencial.
o: artigo definido.
Nordeste: substantivo próprio.
nas: preposição 'em' + artigo definido 'as'.
últimas: adjetivo.
férias: substantivo abstrato.
Entender os morfemas e os processos de formação de palavras não é apenas uma exigência para provas, mas uma habilidade que aprofunda sua compreensão da língua e aprimora sua capacidade de expressão.
Relembre sempre os conceitos-chave: o radical como a base de significado, as desinências indicando flexões, os afixos (prefixos e sufixos) construindo novas palavras, a vogal temática conectando e indicando conjugação, e a vogal/consoante de ligação facilitando a pronúncia. A maestria em diferenciar os tipos de derivação (prefixal, sufixal, parassintética, imprópria, regressiva) e composição (justaposição, aglutinação) será seu passaporte para o sucesso em qualquer avaliação de língua portuguesa.
Continue praticando com exercícios de análise morfológica e formação de palavras. A repetição e a atenção aos detalhes são as chaves para a fixação definitiva desse conhecimento. Bons estudos!
Qual dos seguintes é um exemplo de morfema livre?
A) -es em "mares"
B) -o em "gato"
C) re em "refazer"
D) -mos em "estudávamos"
E) ferro em "ferragem"
O que é a função da vogal temática em verbos?
A) Indica a conjugação a que os verbos pertencem
B) Indica o gênero da palavra
C) Indica o número da palavra
D) Indica a classe gramatical da palavra
E) Indica a origem etimológica da palavra
Qual é a função dos morfemas de ligação?
A) Carregam significado próprio
B) Auxiliam a pronúncia das palavras
C) Indican número e gênero
D) Indican conjugações verbais
E) Formam novas palavras
B) -o em "gato"
A) Indica a conjugação a que os verbos pertencem
B) Auxiliam a pronúncia das palavras