
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi o maior e mais devastador conflito militar da história da humanidade, envolvendo a maioria das nações do mundo e deixando um rastro de destruição e mais de 60 milhões de mortos. Para compreender a complexidade desse período, é fundamental analisar suas distintas fases, marcadas por mudanças significativas no curso da guerra.
Antes de mergulharmos nas fases da guerra, é crucial entender as raízes desse conflito, que se desenvolveram após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Ao final da Primeira Guerra, a Alemanha foi considerada a principal culpada e submetida ao severo Tratado de Versalhes (1919). Este tratado impôs pesadas sanções, como o pagamento de indenizações altíssimas, a perda de territórios e colônias, e a proibição de rearmamento militar. Essas condições geraram um profundo sentimento de humilhação e revanchismo na sociedade alemã, que se sentia injustiçada.
A Crise de 1929, iniciada com a quebra da bolsa de Nova Iorque, agravou ainda mais a recessão econômica na Alemanha e em grande parte da Europa, levando à falência, escassez de alimentos e desemprego massivo. Essa instabilidade fomentou o surgimento e a ascensão de regimes totalitários que prometiam soluções rápidas e restauradoras.
Fascismo na Itália: Benito Mussolini fundou o Partido Fascista em 1919, que pregava ultranacionalismo e oposição à democracia liberal e ao socialismo. Com apoio da burguesia e da Igreja Católica, Mussolini assumiu o poder em 1922 e impôs um regime de partido único, perseguindo adversários e buscando a expansão territorial para resolver problemas internos.
Nazismo na Alemanha: Liderado por Adolf Hitler, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) surgiu em 1919, compartilhando o ultranacionalismo fascista, mas adicionando uma característica central: o racismo. Hitler defendia a ideia de uma "raça ariana" pura e superior, que deveria subjugar ou exterminar outras etnias, especialmente os judeus. Com um discurso populista e demagógico, ele culpava a comunidade judaica pelos problemas da Alemanha, ganhando amplo apoio popular. Em 1933, Hitler foi nomeado primeiro-ministro e, em 1934, tornou-se "Führer" (líder), inaugurando o III Reich.
Remilitarização e Expansionismo: Desrespeitando o Tratado de Versalhes, Hitler remilitarizou a Alemanha e iniciou um projeto de expansionismo territorial baseado na Teoria do Espaço Vital (Lebensraum). Essa teoria pregava a necessidade de a Alemanha expandir seu território para abrigar a raça ariana e explorar recursos de outros povos, especialmente os eslavos. Isso levou à anexação da Áustria (1938) e da Checoslováquia (1939).
Alemanha, Itália e Japão, com seus projetos expansionistas, formaram uma aliança conhecida como Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Essa aliança foi formalizada pelo Pacto de Aço em 1939 e pelo Pacto Tripartite em 1940. A comunidade internacional, especialmente Reino Unido e França, inicialmente adotou uma política de apaziguamento, evitando o confronto direto e permitindo as anexações alemãs, na esperança de que Hitler fosse contido. Contudo, essa política falhou.
Apesar das promessas de cessar o expansionismo na Checoslováquia, Hitler voltou-se para a Polônia, buscando recuperar o domínio sobre a cidade de Danzig. Em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polônia utilizando a tática da "Blitzkrieg". Dois dias depois, em 3 de setembro de 1939, Reino Unido e França declararam guerra à Alemanha, marcando o início da Segunda Guerra Mundial.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o mundo se dividiu em duas grandes alianças militares:
Potências do Eixo: Lideradas por Alemanha (Adolf Hitler), Itália (Benito Mussolini) e Japão (Hirohito). Outros países que atuaram no Eixo incluíram Hungria, Romênia e Croácia.
Aliados: Inicialmente formados por Reino Unido e França. Posteriormente, a União Soviética (Josef Stalin) e os Estados Unidos (Franklin D. Roosevelt, e depois Harry Truman) tornaram-se os principais líderes, juntamente com China, Canadá, Austrália, Holanda e o Brasil.
A Segunda Guerra Mundial pode ser compreendida em três fases principais, que ilustram a evolução do conflito:
Esta fase inicial foi caracterizada por uma rápida expansão e significativas conquistas das forças do Eixo.
Desde o início, os alemães chocaram o mundo com a Blitzkrieg (guerra-relâmpago). Essa tática consistia em ataques rápidos e simultâneos, desferidos por canhões de longo alcance, tanques blindados e pela Força Aérea Alemã (Luftwaffe). O objetivo era penetrar profundamente no território inimigo, isolando e destruindo grandes formações.
Conquistas Rápidas: Por meio da Blitzkrieg, a Alemanha rapidamente subjugou a Polônia (anexando a porção ocidental, enquanto a oriental ficou para a União Soviética conforme um acordo prévio). Em 1940, as forças alemãs conquistaram a Dinamarca, a Holanda, a Bélgica, a Noruega e a França. A invasão de Paris em junho de 1940 marcou a dominação alemã de grande parte da Europa Ocidental.
No início de agosto de 1940, a Força Aérea Alemã começou a bombardear cidades inglesas, arrasando bairros e matando milhares de civis. No entanto, a Inglaterra não se rendeu. A Força Aérea Inglesa (RAF) reagiu, utilizando radares e vencendo inúmeras batalhas aéreas contra o invasor. Essa resistência britânica foi crucial para impedir uma invasão terrestre e manter a Grã-Bretanha como base estratégica para futuras operações aliadas. Diante disso, Hitler foi forçado a adiar a invasão do território inglês.
Frustrado no Ocidente, Hitler voltou-se para o leste, planejando a conquista da gigantesca União Soviética. Apesar de um acordo de não agressão (o Pacto Molotov-Ribbentrop, assinado em agosto de 1939) que permitiu a invasão da Polônia sem intervenção soviética, Hitler nunca abandonou seus planos de invadir a URSS.
Lançamento da Operação Barbarossa: Em 22 de junho de 1941, a Alemanha Nazista lançou a Operação Barbarossa, a maior invasão militar da história, contra a União Soviética.
Objetivos Alemães: Os principais objetivos eram múltiplos:
Destruição do comunismo e eliminação da União Soviética como entidade política.
Conquista de terras para o "Lebensraum" e exploração dos vastos recursos soviéticos, como a Ucrânia.
Enfraquecer a capacidade militar dos Aliados e forçar o Reino Unido a buscar a paz, isolando os EUA.
Destruição rápida das forças armadas soviéticas para evitar uma guerra de atrito.
Estratégia e Execução: A estratégia baseou-se na Blitzkrieg, com ataques rápidos e coordenados em três frentes principais: Norte (com destino a Leningrado), Centro (em direção a Moscou) e Sul (pela Ucrânia, visando Kiev e os campos de petróleo do Cáucaso).
Fracasso e Consequências: Inicialmente, os alemães avançaram rapidamente, capturando vastos territórios. No entanto, a Operação Barbarossa falhou em seus principais objetivos. A resistência soviética endureceu, o vasto território e as dificuldades logísticas esticaram as linhas de suprimento alemãs, e a chegada do rigoroso inverno russo em novembro de 1941 pegou as tropas alemãs despreparadas, causando enormes dificuldades e baixas. O avanço alemão foi finalmente detido nos arredores de Moscou em dezembro de 1941, e a operação terminou oficialmente em janeiro de 1942. Essa falha prendeu a Alemanha em uma longa e extenuante guerra de atrito na Frente Oriental, drenando recursos e mudando o curso da Segunda Guerra Mundial ao solidificar a aliança entre a União Soviética e os Aliados Ocidentais.
Enquanto Hitler se voltava para a URSS, outro acontecimento mudaria profundamente o curso da guerra. Com ambições expansionistas no Sudeste Asiático para alimentar sua indústria militar, o Japão buscava neutralizar a frota naval estadunidense no Oceano Pacífico.
O Evento Decisivo: Em 7 de dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, destruindo grande parte da frota do Pacífico e causando milhares de mortes.
Fim da Neutralidade: Este ataque foi o evento decisivo que levou à entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. No dia seguinte, o presidente Franklin D. Roosevelt declarou guerra ao Japão. Poucos dias depois, Alemanha e Itália, aliadas do Japão pelo Eixo, também declararam guerra aos EUA, consolidando a entrada do país no conflito global. A participação dos EUA foi crucial, com sua mobilização industrial transformando o país no “arsenal da democracia”, produzindo suprimentos em larga escala para si e para seus aliados.
Esta fase foi marcada pela contraofensiva bem-sucedida dos Aliados, que conseguiram equilibrar as forças com o Eixo e iniciar a virada da guerra.
Uma das batalhas mais importantes e violentas de toda a Segunda Guerra Mundial foi a Batalha de Stalingrado, que ocorreu na cidade russa homônima, às margens do rio Volga, entre agosto de 1942 e fevereiro de 1943. A conquista dessa cidade era estratégica para os alemães, pois daria controle sobre os poços de petróleo do Cáucaso e teria um valor simbólico ao carregar o nome de Josef Stalin.
Estratégia e Resistência Soviética: Surpreendidos, os soviéticos adotaram a antiga tática de "terra arrasada", cedendo espaço e destruindo tudo o que pudesse ser útil ao adversário. A luta em Stalingrado foi "duríssima", descrita como um "inferno", e a cidade foi arrasada. Apesar de os alemães estarem muito perto de conquistá-la, a resistência soviética garantiu a derrota alemã.
Ponto de Virada: Os soviéticos quebraram o mito da invencibilidade nazista, obrigando os alemães à rendição. A Batalha de Stalingrado é considerada a maior e mais sangrenta batalha da Segunda Guerra Mundial, com mais de 800 mil baixas do lado alemão e mais de 1,1 milhão do lado soviético. Sua consequência mais importante foi o início da contraofensiva soviética e a virada irreversível dos rumos da guerra em direção à derrota nazista.
Os Aliados também obtiveram sucessos em outras frentes:
Batalhas Navais no Pacífico: Os norte-americanos venceram os japoneses nas importantes batalhas navais de Midway (junho de 1942) e Mar de Coral, conseguindo barrar a ofensiva nipônica no Pacífico e virando o curso da guerra na região.
Norte da África: No final de 1942, enquanto os ingleses venciam os alemães e italianos na Batalha de El Alamein (Egito), tropas anglo-americanas desembarcaram no Marrocos e rapidamente dominaram o norte da África.
Invasão da Itália: Na segunda metade de 1943, os Aliados invadiram a Sicília, iniciando a reconquista da Itália. Isso levou à derrota das forças italianas e ao fim do governo de Benito Mussolini.
O Brasil decidiu entrar na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados em 1944, após o naufrágio de navios brasileiros pela Alemanha no Atlântico. Embora o então presidente Getúlio Vargas tivesse tendências nacionalistas e simpatizasse com as políticas alemã e italiana, laços econômicos com os Estados Unidos (fornecimento de borracha em troca de financiamento industrial, como a CSN) influenciaram a decisão.
A Força Expedicionária Brasileira (FEB): O Brasil permitiu o uso de suas bases militares costeiras pelos Aliados, especialmente no Nordeste, que era estratégico para os navios com destino ao Norte da África. Em 1944, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi enviada à Europa, atuando em importantes batalhas na Itália, como a Batalha de Monte Castello (novembro de 1944 – fevereiro de 1945) e a Batalha de Castelnuovo (março de 1945), contribuindo para a libertação da região.
Esta última fase foi marcada pela pressão esmagadora dos Aliados em múltiplas frentes, culminando na derrota do Eixo.
Em 6 de junho de 1944, as tropas anglo-americanas e aliadas realizaram uma das maiores e mais importantes operações da guerra: o Desembarque na Normandia, conhecido como o Dia D. Mais de 150 mil soldados aliados, apoiados por 1,2 mil navios de guerra e mil aviões, desembarcaram em cinco praias da Normandia (Utah, Juno, Sword, Gold e Omaha) com o objetivo de retomar a França.
Impacto: O Dia D foi de importância crucial, marcando o início da libertação da Europa Ocidental da ocupação nazista e a abertura de uma nova contraofensiva aliada. Paris foi libertada em 25 de agosto de 1944. A partir dessa vitória, os alemães estavam acuados e perdiam progressivamente os territórios conquistados.
A situação da Alemanha tornou-se desesperadora na virada de 1944 para 1945. A ofensiva fracassada alemã na região de Ardenas (dezembro de 1944 – janeiro de 1945) foi o último impulso do Terceiro Reich no Ocidente, enfraquecendo ainda mais suas forças. Os soviéticos avançaram implacavelmente pelo Leste Europeu, conquistando cidades como Budapeste e ficando à beira da fronteira alemã.
A Queda de Berlim: Em abril de 1945, as tropas soviéticas cercaram e atacaram Berlim, a capital alemã. Em 30 de abril de 1945, Adolf Hitler cometeu suicídio em seu bunker em Berlim. Com a entrada do Exército Vermelho no Reichstag (Parlamento alemão), a Alemanha se rendeu oficialmente no dia 8 de maio de 1945 (celebrado como o Dia da Vitória na Europa Ocidental e nas Américas, e 9 de maio na Rússia). A guerra na Europa havia terminado.
No entanto, o conflito prosseguia no Oriente, onde o Japão continuava sua feroz resistência. Desde o ataque a Pearl Harbor, a luta entre japoneses e americanos no Pacífico foi marcada por intensa combatividade, com os soldados japoneses lutando até a morte devido à doutrinação e ao desdém pela rendição.
Resistência Japonesa: Apesar de intensos bombardeios convencionais e da perda de vastas áreas no Pacífico, o governo japonês resistia à rendição incondicional.
As Bombas Atômicas: Diante da perspectiva de uma invasão terrestre ao Japão, que resultaria em milhões de baixas entre soldados e civis, os Estados Unidos buscaram alternativas. A decisão de usar armas nucleares foi tomada com o objetivo de encurtar a guerra e evitar mais perdas de vidas.
Em 6 de agosto de 1945, uma bomba atômica (Little Boy) foi lançada sobre a cidade de Hiroshima.
Três dias depois, em 9 de agosto de 1945, uma segunda bomba (Fat Man) foi lançada sobre Nagasaki.
Controvérsia e Fim da Guerra: Esses bombardeios causaram destruição sem precedentes e levaram à rendição do Japão. Embora justificada como necessidade militar na época, a utilização das bombas atômicas gerou e ainda gera controvérsias éticas e debates históricos. Muitos argumentam que o Japão já estava enfraquecido e próximo da rendição, enquanto outros defendem que a demonstração do poder nuclear serviu como uma mensagem para a União Soviética, marcando o início das tensões da Guerra Fria.
Em 2 de setembro de 1945, o Japão assinou sua rendição incondicional, encerrando oficialmente a Segunda Guerra Mundial.
A Segunda Guerra Mundial teve impactos profundos e duradouros, moldando significativamente o cenário global pós-guerra.
O conflito resultou em um número estarrecedor de vítimas, com estatísticas variando entre 45 e mais de 70 milhões de mortos, incluindo civis e militares. Bairros inteiros e cidades foram arrasados, deixando um legado de atrocidades até então inéditas, como o Holocausto, onde cerca de 6 milhões de judeus foram exterminados pelos nazistas.
A vitória dos Aliados consolidou os Estados Unidos como uma das principais potências mundiais, inaugurando a era de sua hegemonia global. Sua economia foi impulsionada, e o país não sofreu a mesma devastação que a Europa. No entanto, a única "pedra no sapato" dos EUA era a União Soviética, que, com um vasto território e um forte exército e arsenal bélico, representava uma oposição ideológica ao capitalismo americano.
Essa rivalidade deu origem à Guerra Fria, um período de tensões políticas, ideológicas e militares entre os blocos capitalista (liderado pelos EUA) e socialista (liderado pela URSS), que durou décadas e moldou a geopolítica mundial.
Plano Marshall: Como parte dessa disputa, os EUA lançaram o Plano Marshall, um programa de reconstrução europeia financiado por eles, não apenas para ajudar a Europa a se reerguer, mas para garantir que o continente permanecesse em sua esfera de influência e barrar a expansão soviética.
A Alemanha, novamente culpada pelo conflito, teve seu território dividido em quatro zonas de ocupação militar: administradas por franceses, britânicos, norte-americanos e soviéticos. O objetivo era facilitar a reconstrução e evitar um novo revanchismo. Contudo, divergências entre as potências ocidentais e a URSS levaram a uma divisão ideológica que se tornou física em 1961 com a construção do Muro de Berlim, separando a Alemanha Ocidental (capitalista) da Alemanha Oriental (comunista) por 28 anos.
O uso das bombas atômicas no Japão iniciou a era nuclear, trazendo novas preocupações sobre segurança global, ética em conflitos armados e a necessidade de controle de armamentos. Hiroshima e Nagasaki se tornaram símbolos do potencial destrutivo das armas nucleares.
A Segunda Guerra Mundial também impulsionou a criação de instituições internacionais para prevenir futuros conflitos e promover a cooperação global:
Organização das Nações Unidas (ONU): Fundada em 1945, substituindo a falha Liga das Nações (criada após a Primeira Guerra), a ONU tornou-se a principal organização internacional, com o objetivo de mediar conflitos, garantir a paz e defender os Direitos Humanos.
Tribunal de Nuremberg: Criado em julho de 1945 na Conferência de Potsdam, o Tribunal de Nuremberg foi um tribunal internacional que julgou os envolvidos com o nazismo por "crimes de guerra" e "crimes contra a humanidade". Sua atuação teve importantes efeitos jurídicos e filosóficos, contribuindo para a redação da Carta de Direitos Humanos em 1948.
A mobilização para a guerra estimulou a economia americana, encerrando a Grande Depressão e promovendo avanços tecnológicos e industriais. Socialmente, o esforço de guerra trouxe mudanças significativas, como a entrada de mulheres e afro-americanos no mercado de trabalho, desafiando estruturas tradicionais e abrindo caminho para futuros movimentos por direitos civis e igualdade de gênero.
Para fixar o conhecimento e sanar as dúvidas mais comuns, compilamos as respostas para as perguntas mais frequentes:
5.1. Quando a Segunda Guerra Mundial Começou e Terminou? A Segunda Guerra Mundial começou oficialmente em 1º de setembro de 1939, com a invasão da Polônia pela Alemanha. O conflito terminou em 2 de setembro de 1945, com a rendição incondicional do Japão após os ataques atômicos. Na Europa, a guerra já havia terminado em 8 de maio de 1945, com a rendição da Alemanha.
5.2. Quais foram os grupos de países que se enfrentaram? Os dois grandes grupos foram as Potências do Eixo (lideradas por Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (liderados por Grã-Bretanha, União Soviética e Estados Unidos).
5.3. O que foi a "Blitzkrieg"? A "Blitzkrieg" (guerra-relâmpago) foi uma tática militar alemã que caracterizou a primeira fase da guerra. Consistia em ataques rápidos e coordenados por artilharia, tanques blindados e força aérea para abrir brechas nas linhas inimigas e penetrar profundamente no território.
5.4. Por que os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial? Os Estados Unidos mantiveram uma posição de neutralidade e isolacionismo nos primeiros anos da guerra. O evento decisivo que os levou a entrar no conflito foi o ataque japonês à base naval de Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941. Além disso, havia razões econômicas e estratégicas, como a Lei de Empréstimos e Arrendamentos, que permitia fornecer suprimentos aos aliados, e a ameaça alemã e japonesa ao comércio internacional.
5.5. Qual foi a Operação Barbarossa e por que ela foi importante? A Operação Barbarossa foi a invasão em larga escala da União Soviética pela Alemanha Nazista, iniciada em 22 de junho de 1941. Seus objetivos incluíam a destruição do comunismo e a conquista de "espaço vital". Foi importante porque, ao falhar (devido à resistência soviética, logística e o rigoroso inverno), prendou a Alemanha em uma guerra de atrito na Frente Oriental, drenando seus recursos e solidificando a aliança entre a URSS e os Aliados Ocidentais, o que foi crucial para a derrota final do Eixo.
5.6. Qual foi a batalha mais importante (ou sangrenta) da guerra? A Batalha de Stalingrado (agosto de 1942 – fevereiro de 1943) é considerada a mais sangrenta e uma das mais importantes da Segunda Guerra Mundial. A vitória soviética nessa batalha quebrou o mito da invencibilidade nazista e marcou o início da contraofensiva aliada no Front Oriental, virando os rumos da guerra.
5.7. O que foi o Dia D e qual sua relevância? O Dia D foi o codinome para o Desembarque na Normandia, uma megaoperação aliada realizada em 6 de junho de 1944. Foi o primeiro passo da Operação Overlord e envolveu o desembarque de mais de 150 mil soldados aliados no noroeste da França. Sua relevância reside no fato de ter aberto uma nova frente ocidental significativa contra a Alemanha Nazista, levando à libertação da França e acelerando a derrota alemã.
5.8. Por que as bombas atômicas foram usadas no Japão? As bombas atômicas foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 pelos Estados Unidos. A principal justificativa apresentada foi a de encurtar a guerra e evitar as enormes perdas de vidas (estimadas em milhões) que uma invasão terrestre do Japão acarretaria, dada a extrema resistência japonesa. Há um debate histórico se também serviu como demonstração de poder para a União Soviética, antecipando a Guerra Fria.
5.9. Quais foram as principais consequências da Segunda Guerra Mundial? As consequências foram vastas e moldaram o século XX:
Milhões de mortos e destruição massiva de cidades e infraestruturas.
Ascensão dos EUA e URSS como superpotências, levando à Guerra Fria e a um mundo bipolar.
Divisão da Alemanha (e de Berlim) em zonas de ocupação, resultando na criação de duas Alemanhas e, posteriormente, no Muro de Berlim.
Criação da Organização das Nações Unidas (ONU) para promover a paz e a cooperação internacional, e do Tribunal de Nuremberg para julgar crimes de guerra.
Início da Era Nuclear e preocupações com armas de destruição em massa.
Mudanças sociais (papel das mulheres, movimentos por direitos civis) e avanços tecnológicos.
5.10. O Brasil participou da Segunda Guerra Mundial? Sim, o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados a partir de 1944. A Força Expedicionária Brasileira (FEB), composta por cerca de 25 mil soldados, lutou na campanha da Itália, contribuindo para a libertação de cidades como Monte Castello e Castelnuovo. O país também permitiu o uso de suas bases militares costeiras pelos Aliados.
A Segunda Guerra Mundial foi um divisor de águas na história, com suas fases marcadas por inovações táticas, resistência heróica e decisões de impacto global. Da Blitzkrieg inicial do Eixo ao avanço implacável dos Aliados em Stalingrado e no Dia D, e culminando com o som aterrorizante das bombas atômicas, cada momento redefiniu o destino de nações e povos.
Compreender as fases da Segunda Guerra Mundial é essencial não apenas para o estudo histórico, mas para entender as dinâmicas geopolíticas, sociais e tecnológicas do mundo contemporâneo. O legado da guerra, incluindo a formação de instituições como a ONU, o início da Guerra Fria e a era nuclear, continua a influenciar as relações internacionais e a busca pela paz. Estudar esse período complexo nos permite refletir sobre os horrores da guerra e a importância de preservar os valores humanos e a diplomacia.
Questões de Múltipla Escolha:
Qual foi a fase da Segunda Guerra Mundial em que as Potências do Eixo conquistaram rapidamente a maior parte da Europa e outras regiões?
A) Fase Inicial de Conquistas das Potências do Eixo
B) Fase de Recuo e Reorganização dos Aliados
C) Fase Final de Ofensivas Aliadas
Qual evento levou os Estados Unidos a entrar na Segunda Guerra Mundial?
A) Ataque japonês a Pearl Harbor
B) Batalha da Inglaterra
C) Rendição da Alemanha em 1945
O que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial?
A) Rendição da Alemanha em maio de 1945
B) Lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki
C) Formação da Organização das Nações Unidas (ONU)
Gabarito:
A) Fase Inicial de Conquistas das Potências do Eixo
A) Ataque japonês a Pearl Harbor
B) Lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki