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23/07/2024 • 33 min de leitura
Atualizado em 19/07/2025

Ferramentas da Qualidade

As Ferramentas da Qualidade

No dinâmico cenário empresarial de 2025, a busca pela excelência na gestão de processos e a qualidade contínua são mais do que diferenciais competitivos – são pilares para a sobrevivência e o crescimento sustentável. Para alcançar esses objetivos, gestores, estudantes e profissionais de diversas áreas recorrem a um conjunto poderoso de técnicas e metodologias: as Ferramentas da Qualidade.

O Que São e Para Que Servem as Ferramentas da Qualidade?

As Ferramentas da Qualidade são técnicas e métodos que se utilizam para definir, mensurar, analisar e propor soluções para problemas que surgem e interferem no bom desempenho dos processos de trabalho. Elas são cruciais para a melhoria de produtos, serviços e processos, sendo um conjunto de ferramentas estatísticas de uso consagrado.

Elas foram estruturadas principalmente a partir da década de 1950, com base em conceitos e práticas já existentes. Desde então, seu uso tem sido de grande valia para os sistemas de gestão.

A principal finalidade dessas ferramentas é auxiliar na identificação de problemas, na redução de desperdícios e na tomada de decisões mais assertivas. Através de sua aplicação devida, uma organização pode elevar seus níveis de qualidade por meio da solução eficaz de problemas, diminuir custos com produtos e processos mais uniformes, executar projetos melhores, melhorar a cooperação em todos os níveis da organização, e identificar problemas existentes em processos, fornecedores e produtos, bem como suas causas-raízes para solucioná-los de forma eficaz.

Para que servem, de forma resumida, as Ferramentas da Qualidade?

  • Definir problemas: Ajudam a dar clareza ao que precisa ser resolvido.

  • Mensurar desempenho: Permitem quantificar a situação atual e os impactos.

  • Analisar causas: Auxiliam a identificar o porquê dos problemas.

  • Propor soluções: Facilitam o desenvolvimento de ações corretivas e preventivas.

  • Monitorar e controlar: Asseguram que as melhorias sejam mantidas.

A Essência da Qualidade na Gestão Organizacional

Antes de mergulharmos nas ferramentas, é fundamental entender o conceito de qualidade no contexto organizacional. Qualidade, em sua essência, está cada vez mais abrangente e evidente nas organizações, sendo considerada essencial nos processos, serviços e produtos.

O conceito de qualidade evoluiu para se adequar ao mercado, impulsionado pela evolução dos negócios e a intensificação da concorrência. Isso força as organizações a uma constante busca pela melhoria contínua de seus produtos por meio do aprimoramento de seus processos. A qualidade não se refere apenas a produtos ou serviços, mas engloba elementos como satisfação do cliente, controle de processos, padronização e parcerias em toda a cadeia de valor.

É um equívoco pensar que qualidade se resume a satisfazer as necessidades dos clientes. Para garantir a qualidade em uma organização, toda a empresa precisa estar envolvida nos processos de melhoria, avaliando seu real objetivo, incluindo missão, visão e valores. Isso permite mensurar e controlar a alta qualidade do negócio, tornando-o mais competitivo no mercado.

As 7 Ferramentas Clássicas da Qualidade: A Base Fundamental

As "Sete Ferramentas do Controle de Qualidade" são consideradas a base para quem busca atuar na melhoria de processos. É fundamental que todas as pessoas envolvidas com a empresa, do presidente aos colaboradores, as conheçam, devendo fazer parte dos programas básicos de treinamento das organizações.

Essas ferramentas são: Fluxograma, Diagrama Ishikawa (Espinha-de-Peixe), Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Histograma, Diagrama de Dispersão e Cartas de Controle. Elas fazem parte de um grupo de métodos estatísticos elementares.

Vamos detalhar cada uma delas, seguindo uma lógica didática de complexidade crescente.

1. Fluxograma

O Fluxograma é uma ferramenta de representação visual sequencial de todas as etapas de um processo, mostrando como cada etapa se relaciona. Ele utiliza símbolos facilmente reconhecidos para denotar os diferentes tipos de operações em um processo.

Finalidade: O Fluxograma tem como objetivo identificar o caminho real e ideal para um produto ou serviço, visando identificar os desvios. Benefícios:

  • Mapeamento e reconhecimento: Ajuda a equipe a descobrir e mapear os processos.

  • Identificação de gargalos: Revela gaps e oportunidades de melhoria.

  • Transparência: Padroniza a comunicação dos processos para todos.

  • Facilita auditorias: Permite documentar atividades de forma clara para auditorias internas e externas, evitando inconformidades e melhorando a organização dos registros.

Como funciona (Exemplo Simples): Imagine um processo de atendimento ao cliente. O fluxograma pode mostrar desde o recebimento da solicitação, passando pela triagem, encaminhamento, resolução e feedback. Símbolos como retângulos para etapas, losangos para decisões e setas para o fluxo facilitam a compreensão.

2. Folha de Verificação

As Folhas de Verificação são tabelas ou planilhas simples, também criadas por Ishikawa, usadas para facilitar a coleta e análise de dados. Elas economizam tempo ao eliminar o trabalho de desenhar figuras ou escrever números repetitivos. São formulários planejados onde os dados coletados são preenchidos de forma fácil e concisa.

Finalidade: Registram os dados dos itens a serem verificados, permitindo uma rápida percepção da realidade e uma imediata interpretação da situação, ajudando a diminuir erros e confusões. Benefícios:

  • Coleta organizada de dados: Permite contabilizar ocorrências por local, medições, ou problemas.

  • Simplicidade: Uma das mais fáceis de operacionalizar.

  • Base para outras ferramentas: Os dados coletados podem ser usados para alimentar outras ferramentas, como o Diagrama de Pareto.

Como funciona (Exemplo Simples): Uma folha de verificação para identificar tipos de defeitos em produtos pode ter colunas para "Tipo de Defeito" (Ex: arranhão, mancha, peça ausente) e "Contagem", onde se faz uma marca para cada ocorrência. Ao final, a soma das marcas revela a frequência de cada defeito.

3. Diagrama de Pareto

O Diagrama de Pareto é um gráfico que tem como finalidade mostrar a importância de todas as condições para: escolher o ponto de partida para a solução do problema, identificar a causa básica do problema e monitorar o sucesso.

Princípio: Inspirado no economista italiano Velfredo Pareto, que observou que aproximadamente 20% da população detinha 80% da riqueza, o Diagrama de Pareto, quando aplicado à qualidade, sugere que 20% das causas são responsáveis por 80% dos problemas. Como funciona: É um gráfico composto de barras ordenadas de maneira decrescente, percorrido por uma linha que marca a porcentagem acumulada de cada "torre". Isso permite identificar os dados mais significativos para certo resultado, dando uma resposta imediata sobre o que deve ser priorizado.

Benefícios:

  • Priorização eficaz: Ajuda a concentrar esforços nas causas mais críticas, aumentando a produtividade e a eficiência.

  • Tomada de decisão: Fundamenta a escolha do ponto de partida para a solução de problemas.

Exemplo Prático (Retrabalho em Processo de Zincagem): No estudo de caso sobre a aplicação do Seis Sigma, o Diagrama de Pareto foi usado para priorizar os defeitos mais frequentes no processo de zincagem. Constatou-se que "Manchas", "Falha no depósito" e "Desplaque" eram os problemas mais recorrentes, recebendo a maior taxa de importância para as ações de melhoria.

4. Histograma

O Histograma tem como finalidade mostrar a distribuição dos dados através de um gráfico de barras, indicando o número de unidades em cada categoria. É uma representação gráfica de uma série de dados.

Finalidade: O objetivo é identificar oportunidades de melhoria em um nível de detalhe mais profundo, para melhorar essa distribuição. Benefícios:

  • Visualização da distribuição: Permite entender a frequência relativa de uma mesma variável.

  • Identificação de padrões: Ajuda a visualizar tendências e identificar desvios nos processos.

Exceção/Dúvida Comum: Embora a fonte não detalhe como construir um histograma, geralmente ele agrupa dados em "classes" ou "faixas" para mostrar a frequência de valores dentro de cada faixa. É útil para dados contínuos.

5. Diagrama de Dispersão

O Diagrama de Dispersão mostra o que acontece com uma variável quando a outra muda, sendo utilizado para testar possíveis relações de causa e efeito.

Finalidade: Exibir a relação entre duas variáveis a fim de identificar correlações entre elas. Benefícios:

  • Identificação de correlações: Permite estimar e tirar conclusões futuras sem necessariamente dispor de ambas as medidas.

  • Análise de causa e efeito: Essencial para entender se uma mudança em uma variável influencia outra.

Exemplo Simples: Um diagrama de dispersão pode mostrar a relação entre a temperatura de um forno (Variável X) e a dureza de uma peça (Variável Y). Se os pontos se agrupam de forma que, ao aumentar a temperatura, a dureza também aumenta, indica uma correlação positiva.

6. Diagrama de Ishikawa (Espinha-de-Peixe / Causa e Efeito)

O Diagrama Espinha-de-Peixe, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama de Ishikawa, tem como finalidade explorar e indicar todas as causas possíveis de uma condição ou um problema específico. Foi desenvolvido por Kaoru Ishikawa, da Universidade de Tóquio, em 1943. Ele foi utilizado para explicar como vários fatores podem ser ordenados e relacionados.

Finalidade: Representar a relação entre um efeito (problema) e todas as possibilidades de causa que podem contribuir para esse efeito. É uma ferramenta fundamental para identificar as verdadeiras causas-raiz, indo além dos sintomas, para que falhas que impactam o desempenho de um processo, produto ou serviço possam ser abordadas de forma eficaz. Estrutura: Assemelha-se a um esqueleto de peixe, com o problema na "cabeça" e as causas ramificando-se ao longo dos "ossos". Essas causas são geralmente agrupadas em categorias.

Categorias Comuns (os 6Ms) – Muito Cobrado em Concursos Públicos: Para manufatura e indústria, o modelo mais utilizado é o dos 6Ms:

  1. Máquinas: Equipamentos, tecnologia e ferramentas.

  2. Métodos: Processos, procedimentos, instruções.

  3. Materiais: Qualidade dos insumos, fornecedores, padronização.

  4. Mão de Obra: Habilidades, treinamento, erro humano, rotatividade.

  5. Mãe Natureza (Ambiente): Condições de trabalho, ambiente externo.

  6. Medições: Métricas, instrumentos, controles de inspeção.

Variação para Serviços/Escritório: Em ambientes administrativos ou de serviço, as categorias podem ser adaptadas para: Pessoas, Processos, Tecnologia/Sistemas, Clientes, Políticas e Regras, e Cultura Organizacional. É importante ressaltar que as categorias são diretrizes, não regras rígidas, e devem ser ajustadas à realidade da organização.

Benefícios:

  • Resolução de problemas complexos: De forma visual e estruturada.

  • Pensamento crítico e colaborativo: Incentiva equipes multidisciplinares.

  • Identificação de causas-raiz: Evita soluções superficiais.

  • Prevenção de problemas futuros: Analisando sistematicamente os riscos.

Exemplo Prático (Retrabalho Frequente na Produção): Para o problema de retrabalho frequente, as possíveis causas podem ser categorizadas nos 6Ms, como: Mão de obra (trabalhadores não leem desenhos), Método (instruções pouco claras), Material (matérias-primas fora de especificação), Máquina (prensa descalibrada), Ambiente (iluminação deficiente) e Medição (sem KPI de retrabalho).

7. Cartas de Controle (Controle Estatístico de Processo - CEP)

As Cartas de Controle, também chamadas de Gráficos de Controle, são uma das 7 ferramentas da qualidade e são usadas para mostrar as tendências dos pontos de observação em um período de tempo. Os limites de controle são calculados aplicando-se fórmulas simples aos dados do processo. Elas podem trabalhar tanto com dados por variável (mensuráveis) quanto com dados por atributo (discretos).

Origem e Popularização (Muito Cobrado em Concursos Públicos): O gráfico de controle foi desenvolvido por Walter Shewhart (dos Laboratórios Bell), que estudou a variação das primeiras linhas telefônicas. Sua utilização foi popularizada por W. Edwards Deming, que a introduziu na indústria japonesa após a Segunda Guerra Mundial. Para Shewhart, o produto ou serviço é determinado pela combinação de fatores como equipamentos, recursos humanos, metodologia, ferramental e matéria-prima.

Controle Estatístico de Processo (CEP): O CEP é um método de coleta e verificação de amostras de resultados de um processo para controlar seu funcionamento e diminuir as falhas decorrentes de sua execução. Diferente de simplesmente reprovar saídas não conformes, o CEP procura identificar o que aconteceu de errado no processo para que a causa raiz seja eliminada e o processo seja estabilizado, impedindo variações futuras. É considerado o princípio da gestão da qualidade por muitos autores.

Estrutura: Um gráfico de controle é composto por três linhas paralelas:

  • LM (Linha Média): Indica o resultado realizado do processo.

  • LSC (Limite Superior de Controle): Limite permitido de variação nos resultados.

  • LIC (Limite Inferior de Controle): Limite permitido de variação nos resultados.

Tipos de Variações (Tema Frequente em Concursos Públicos): As variações que ocorrem no processo podem ser controladas ou descontroladas, e podem ter duas causas:

  1. Causas Comuns de Variação: São variações características do processo e controladas, pois a variabilidade que causam permanece dentro dos limites superior e inferior. Exemplos: falta de padronização das operações.

  2. Causas Especiais de Variação: São variações descontroladas, que provocam deslocamento dos pontos além dos limites superior e inferior, necessitando de ação corretiva. Exemplos: lote de matéria-prima com problema, falha humana, desregulagem de equipamento.

    • Importante para concursos: Quando a linha média apresenta variações além dos limites, o processo está fora de controle estatístico, e ações devem ser tomadas, muitas vezes utilizando outras ferramentas como o Diagrama de Ishikawa ou 5 Porquês para auxiliar. Mesmo variações dentro dos limites precisam ser analisadas se seguirem alguma tendência.

Quando usar o CEP:

  • Controlar processos em curso, localizando e corrigindo problemas à medida que ocorrem.

  • Prever o intervalo esperado de resultados de um processo.

  • Determinar se um processo é estável (no controle estatístico).

  • Analisar padrões de variação de causas especiais ou comuns.

  • Determinar se um projeto de melhoria da qualidade deve focar em problemas específicos ou mudanças fundamentais.

Como fazer (Passos Essenciais):

  1. Determinar a ferramenta para coleta de dados: Uma Folha de Verificação é indicada.

  2. Coletar a amostragem: Definir e coletar os dados.

  3. Definir os limites do processo: Analisar a base histórica, fazer média e desvio padrão para LSC e LIC, ou definir padrões esperados.

  4. Construir o gráfico: Desenhar LSC, LIC e a LM com os dados analisados.

  5. Identificar as variações: Verificar dados fora dos limites.

  6. Identificar as causas e elaborar planos de ação: Usar Diagrama de Ishikawa ou 5 Porquês.

  7. Melhorar o processo: Usar o gráfico para diminuir a variação, analisando as causas de instabilidades.

Exemplo Prático (Processo de Zincagem): As cartas de controle foram utilizadas na fase de Controle do projeto Six Sigma para monitorar a percentagem de retrabalho da produção diariamente, garantindo que o processo operasse dentro dos limites de especificação e minimizando a necessidade de novos ajustes. O objetivo de ter no máximo 10% de reprovação foi superado, alcançando uma média de 4% após a aplicação da metodologia.

O Ciclo PDCA: A Base da Melhoria Contínua e da Gestão da Qualidade

O Ciclo PDCA (também conhecido como Ciclo de Deming ou Ciclo de Shewhart) é um método fundamental para a solução de problemas e a melhoria contínua de processos em empresas de todos os portes e segmentos. É amplamente utilizado em planejamentos estratégicos, pois organiza e direciona a criação de planos de ação, impactando positivamente a produtividade da operação.

Origem (Muito Cobrado em Concursos Públicos): Desenvolvido por Walter A. Shewhart na década de 1920, que introduziu o conceito de controle estatístico de processos. Foi popularizado por W. Edwards Deming nos anos 1950 no Japão, tornando-se um pilar do Sistema Toyota de Produção e da abordagem japonesa de melhoria contínua (Kaizen).

As 4 Etapas do Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act): As iniciais derivam do inglês: Plan (Planejar), Do (Fazer/Executar), Check (Verificar) e Act (Agir).

  1. Plan (Planejar):

    • Definição: Nesta fase, são definidos os objetivos e metas claras, identificados os processos e recursos necessários para alcançá-los.

    • Como aplicar: Levantamento de informações (incluindo indicadores prévios), identificação de gargalos e problemas, elaboração do fluxo de atividades, definição dos itens de controle e demarcação das metas e objetivos.

    • Para concursos: Envolve a definição de objetivos, estratégias, metas e itens de controle do processo, visando satisfazer o cliente.

  2. Do (Executar/Fazer):

    • Definição: Os planos elaborados na etapa anterior são colocados em prática de forma estruturada, e as atividades são realizadas conforme o planejado.

    • Como aplicar: Definição de prioridades, responsabilização das equipes, treinamento dos colaboradores, execução e garantia de comunicação eficaz entre as equipes.

    • Para concursos: Capacitação da organização (treinamentos), acompanhamento e execução das ações planejadas.

  3. Check (Verificar):

    • Definição: Envolve a avaliação e análise dos resultados obtidos durante a execução. Dados relevantes são coletados para comparar o desempenho atual com as metas estabelecidas.

    • Como aplicar: Monitoramento de cada tarefa do plano de ação, análise do cumprimento do cronograma, identificação de gaps e pontos de melhoria, avaliação das estratégias bem-sucedidas e replicação dos padrões de sucesso.

    • Para concursos: Comparação entre a execução (com base em dados registrados por monitoramento e medição) e o que foi planejado. O objetivo é identificar desvios, falhas ou oportunidades de melhoria.

  4. Act (Agir):

    • Definição: Com base nas verificações, esta etapa envolve a tomada de ações corretivas e preventivas. As mudanças necessárias são implementadas para corrigir problemas e evitar recorrências no futuro.

    • Como aplicar: Avaliar os resultados para (re)agir a tempo em caso de gargalos. Se não houver gaps, reunir estratégias bem-sucedidas para feedbacks e futuros treinamentos.

    • Para concursos: Tomar ações corretivas e de melhoria para aprimorar o desempenho. Se os resultados forem atingidos, padroniza-se o processo para assegurar sua continuidade.

Objetivo e Importância do PDCA: O objetivo principal é promover a melhoria contínua dos processos, planejando, executando, verificando e agindo de forma sistemática e proativa. Isso contribui para que as organizações se adaptem às mudanças e identifiquem oportunidades de crescimento, impactando positivamente a eficiência operacional e aumentando a competitividade. O PDCA fomenta uma cultura organizacional de aprendizado contínuo e inovação, impulsionando o crescimento sustentável.

Vantagens do Ciclo PDCA:

  • Fluxo de trabalho mais organizado: Estrutura as atividades e garante clareza sobre as metas.

  • Colaboradores mais produtivos e alinhados: Processos decisórios mais assertivos, fundamentados em informações, tornam a equipe mais produtiva e alinhada aos objetivos.

  • Controle de qualidade mais efetivo: Clareza na tomada de decisão e estruturação dos fluxos diminuem o risco de falhas operacionais e retrabalho.

  • Redução de erros e prejuízos: Blinda a empresa de perdas financeiras e desperdícios, promovendo um controle orçamentário eficaz.

Como o PDCA se encaixa com as Ferramentas da Qualidade: O ciclo PDCA é uma metodologia que se adapta a qualquer percurso que necessite de melhoria. As ferramentas da qualidade podem ser utilizadas em todas as etapas do ciclo PDCA:

  • Plan (Planejar): Usar Fluxogramas para mapear o processo, Diagrama de Ishikawa para identificar causas potenciais, ou Folhas de Verificação para coletar dados iniciais.

  • Do (Executar): Implementar as ações planejadas.

  • Check (Verificar): Usar Histograma, Diagrama de Pareto para analisar resultados e Cartas de Controle para monitorar o desempenho.

  • Act (Agir): Com base na análise, implementar ações corretivas e padronizar processos, o que pode levar a um novo ciclo de Plan.

Six Sigma e DMAIC: A Metodologia de Ponta para Qualidade e Redução de Defeitos

A metodologia Six Sigma é um programa de gestão da qualidade que surgiu na empresa americana Motorola em 1987, com o objetivo de melhorar o desempenho através de estudos focados na variabilidade dos processos de produção. Ganhou popularidade em 1994, quando a General Electric (GE) o considerou o caminho para a busca da qualidade superior e da rentabilidade.

Six Sigma combina métodos estatísticos e da qualidade, visando reduzir defeitos e variações no projeto, promovendo um aumento na qualidade dos produtos. É uma metodologia rigorosa, baseada em dados.

O Conceito Estatístico de "Sigma" (Muito Relevante para Concursos Públicos)

A nomenclatura "Six Sigma" tem origem na própria estatística, onde a letra grega "Sigma" (σ) representa a medida da variação do processo fabril, também conhecida como desvio padrão do valor almejado.

Estatisticamente, "Seis Sigma" significa que, em uma distribuição normal centralizada, podem ser encontrados seis desvios padrões entre a média e o limite inferior de especificação (LIE) e mais seis desvios padrões entre a média e o limite superior de especificação (LSE). Isso resultaria em um impressionante 1,2 defeitos por bilhão de oportunidades (DPBO).

A Regra do Deslocamento de 1,5 Sigma (Importante para Concursos): Rotondaro et al. (2002) afirmam que, a longo prazo, é difícil manter um processo perfeitamente centralizado. Por essa razão, convencionou-se o deslocamento de 1,5 desvios padrões a partir da média nominal. Sendo assim, um processo pode ser considerado Six Sigma ao atingir 4,5 desvios padrões entre a média e o limite inferior de especificação e 4,5 desvios padrões entre a média e o limite superior de especificação. Isso significa que os defeitos praticamente se estabilizam e se aproximam de zero, atingindo um alto grau de qualidade.

A Tabela 1 - Escala da Qualidade (adaptada de Einset e Marzano, 2002) é fundamental para entender o impacto dos diferentes níveis Sigma:

Nível SigmaMáx. de defeitos por Milhão (DPMO)Custo da baixa qualidade (% Vendas)

6 Sigma

3,4

<5

5 Sigma

233

5 a 10

4 Sigma

6.210

10 a 15

3 Sigma

66.807

15 a 20

2 Sigma

308.537

20 a 25

1 Sigma

691.462

>25

Observação para Concursos: A média das indústrias geralmente opera em um nível de qualidade 3 Sigma, o que significa que entre 15% e 20% do faturamento é perdido em desperdícios, retrabalhos, inspeções e testes.

Cálculo do DPMO (Defeitos por Milhão de Oportunidades): Para calcular o DPMO, utiliza-se a razão entre o número de peças reprovadas e o número de peças produzidas, multiplicada por um milhão. Por exemplo: se 100 peças foram produzidas e 5 foram reprovadas, o DPMO é (5/100) * 1.000.000 = 50.000, o que se enquadra em um processo 3 Sigma. Essa abordagem é usada em processos medidos por atributos (conforme/não conforme).

O Método DMAIC: A Espinha Dorsal do Six Sigma

Para aplicar o Six Sigma e alcançar altos níveis de qualidade, a estratégia mais utilizada é o DMAIC. Ele é um ciclo de cinco fases para a resolução de problemas e melhoria de processos:

  • Definir (Define)

  • Medir (Measure)

  • Analisar (Analyze)

  • Implementar Melhorias (Improve)

  • Controlar (Control)

O DMAIC é especialmente indicado para processos já existentes que apresentam situações complexas, envolvendo mais de duas variáveis. Ele garante que as empresas apliquem o Six Sigma de forma metódica e disciplinada.

Vamos detalhar cada fase e as ferramentas aplicadas dentro delas:

1. Fase Definir (Define)

Nesta fase, o objetivo é definir qual processo de fabricação será escolhido para a aplicação do Six Sigma.

  • Equipe Six Sigma: A definição da equipe é fundamental para o sucesso do projeto, pois toda a metodologia é desenvolvida por pessoas. A equipe é estruturada em papéis com diferentes responsabilidades e níveis de treinamento (originados do karatê, da Unisys Corporation):

    • Sponsors: Estão no topo da equipe, promovem e definem as diretrizes para a implantação do Six Sigma.

    • Champions: Membros da comissão executiva, facilitam a obtenção de recursos e a eliminação de barreiras.

    • Master Black Belts (MBBs): Ligam a gestão geral do projeto Six Sigma aos responsáveis por cada projeto de melhoria.

    • Black Belts (BBs): Lideram projetos específicos, trabalham na identificação de novos projetos e no treinamento de Green Belts. Têm formação em métodos estatísticos e melhoria da qualidade.

    • Green Belts (GBs): Dedicam-se às melhorias com tempo parcial dentro do projeto.

    • Yellows Belts (YBs) e White Belts (WBs): Compõem o "chão-de-fábrica", treinados para usar ferramentas básicas do Six Sigma aplicáveis às fases dos projetos.

  • Necessidades do Cliente e Processos Críticos: Levantamento das necessidades dos clientes e determinação dos processos críticos (relacionados ao baixo desempenho).

  • Carta de Projeto (Project Charter): Principal resultado desta etapa, deve conter a declaração do problema, as metas a serem alcançadas, as diretrizes da equipe, a relação dos membros da equipe e as datas do cronograma.

  • Técnica 5W1H (Who, What, Why, Where, When, How): Utilizada para determinar a "missão do projeto" respondendo a perguntas-chave relacionadas ao projeto.

Exemplo Prático (Case de Zincagem): O problema identificado foi o atraso nas entregas devido à alta taxa de retrabalho (até 36% das peças). A meta inicial foi reduzir o retrabalho para menos de 10%. A missão foi definida como: "os retrabalhos seriam reduzidos a um mínimo de 10% das peças produzidas, com o objetivo de reduzir os atrasos nas entregas, utilizando a abordagem DMAIC entre Setembro e Dezembro de 2010". A equipe foi multidisciplinar, incluindo o proprietário, gerência e operadores.

2. Fase Medir (Measure)

Esta fase visa determinar a situação inicial da implantação do Six Sigma e as potenciais fontes de variação do processo fabril.

  • Mapa do Processo: Técnica mais utilizada para modelar o processo foco e subprocessos associados, definindo entradas (variáveis como temperatura, tempo, amperagem) e saídas (estado esperado das peças, inspeções) de cada fase, e classificando as entradas como controladas ou não controladas.

  • Matriz de Priorização: Utiliza o Mapa do Processo como fonte principal para estabelecer as relações entre as variáveis de entrada (X) e as saídas (Y). As variáveis de saída (defeitos, por exemplo) recebem uma Taxa de Importância (TI) (1 a 10), e as variáveis de entrada recebem um Valor de Correlação (0 a 5, onde 0 = Nenhuma Correlação e 5 = Alta Correlação) com cada defeito. O Valor Total para cada variável de entrada é calculado pela soma das multiplicações entre os valores de correlação e as taxas de importância. Quanto maior o valor total, maior a influência da variável de entrada na qualidade do produto final.

  • Sistema de Medição: É crucial estabelecer um sistema de medição adequado para monitorar os efeitos da melhoria. A confiabilidade do sistema é verificada para equipamentos e, para medições por atributo (aprovado/reprovado), a avaliação dos operadores é feita pelo Índice Kappa.

    • Índice Kappa: Mede a coerência dos resultados obtidos entre diferentes operadores e por eles mesmos em verificações repetidas. Valores superiores a 0,75 são aceitáveis.

  • Nível Sigma Inicial: Ao final da fase, determina-se a capacidade inicial do processo e o Nível Sigma em que ele se encontra, calculando o DPMO a partir de uma amostra de peças.

Exemplo Prático (Case de Zincagem):

  • Mapa do Processo: Identificou 18 etapas com 48 entradas e 39 saídas no processo de zincagem.

  • Diagrama de Pareto e Matriz de Priorização: Usado para priorizar os 14 defeitos da inspeção final (manchas, falha no depósito, desplaque foram os mais frequentes). A equipe priorizou as 8 principais variáveis de entrada com base nos valores totais da Matriz de Priorização (ex: "Peças com Impurezas na região da Solda", "Tempo de Permanência da Peça no banho de Zinco", "Adição de Aditivos no banho de Zinco", etc.).

  • Índice Kappa: Avaliou dois operadores de inspeção final, obtendo índices Kappa (ex: 0,801 entre eles) superiores a 0,75, aprovando o sistema de medição.

  • Nível Sigma Inicial: O processo de zincagem estava em Nível 2 Sigma (média de DPMO de 229.829), significando que até 25% das vendas eram comprometidas por custos de não qualidade (retrabalhos).

3. Fase Analisar (Analyze)

O objetivo é identificar os problemas decorrentes da fabricação e suas respectivas causas, baseando-se nos dados coletados.

  • FMEA de Processo (Failure Mode and Effect Analysis - Análise de Modo e Efeitos de Falha): Ferramenta principal utilizada. Auxilia a identificar possíveis modos de falha do processo, suas causas e os efeitos dessas falhas, explicitando as falhas críticas que demandarão ações corretivas e preventivas.

    • Funcionamento do FMEA: Preenche-se uma planilha com as etapas do processo, as falhas potenciais, como elas ocorrem, quais os efeitos e a Severidade (0-10). Em seguida, identificam-se as causas potenciais e a Ocorrência (0-10) delas. Por fim, avaliam-se os controles atuais de prevenção e Detecção (0-10).

    • Número de Prioridade de Risco (NPR ou RPN - Risk Priority Number): É calculado pela multiplicação da Severidade, Ocorrência e Detecção. Causas associadas a NPRs altos devem ser priorizadas para ações corretivas ou preventivas.

Exemplo Prático (Case de Zincagem): A análise das 8 variáveis de entrada priorizadas na Matriz de Priorização foi feita usando FMEA. As variáveis com os maiores NPRs foram priorizadas. Por exemplo, "Peças com Impurezas na Região da Solda" e "Peças com óleos e graxas" tiveram altos NPRs (512 e 384, respectivamente). As causas eram a ineficácia dos processos de limpeza em regiões de solda e a inadequação da concentração/temperatura do desengraxante.

4. Fase Implementar Melhorias (Improve)

Nesta fase, a equipe deve fazer as melhorias no processo existente, traduzindo os dados estatísticos em dados de processo e atuando sobre as causas-raízes. O objetivo é a remoção das causas dos erros, buscando um desempenho dentro dos limites aceitáveis.

  • DOE (Design of Experiments - Projeto de Experimentos): Principal técnica utilizada. Tem por objetivo detalhar e planejar a quantidade de experimentos a serem realizados para que as variáveis de entradas sejam alteradas e seus impactos sobre uma resposta sejam avaliados, possibilitando a identificação da melhor combinação de variáveis.

  • Testes Piloto: Com base nos resultados do DOE, um teste piloto em pequena escala é realizado para identificar dificuldades e a viabilidade da solução escolhida.

  • Medição dos Resultados: Novas medições devem ser feitas, usando os indicadores de desempenho escolhidos inicialmente, para comprovar a redução ou eliminação do problema. Se confirmados, as melhorias são implementadas em grande escala.

Exemplo Prático (Case de Zincagem): Com base no FMEA, a equipe definiu valores a serem testados com DOE para Temperatura do Desengraxante (60, 70, 80°C), Concentração do Desengraxante (60, 70, 80 g/L) e Utilização de Ácido Clorídrico quente (com/sem). O indicador de desempenho foi o índice de peças reprovadas. Os experimentos mostraram que a melhor condição foi 80°C de temperatura, 70g/L de concentração e uso de ácido clorídrico, resultando em apenas 4,3% de retrabalho. Testes confirmatórios validaram esses resultados. O índice de retrabalho médio mensal caiu de 23% para 4% após a aplicação, evoluindo de Nível 2 Sigma para Nível 3 Sigma.

5. Fase Controlar (Control)

A fase de fechamento do DMAIC consiste em identificar meios para manter as melhorias.

  • Plano de Controle: Documento formal (planilha) que busca garantir que o processo operará dentro dos limites de especificação, minimizando a necessidade de novos ajustes. Deve apresentar características do processo, dimensões, tolerâncias, forma e frequência de medição, e o plano de ação/contenção para desvios.

  • Cartas de Controle: São alocadas na linha de produção para registro gráfico e monitoramento contínuo dos dados de um evento ao longo do tempo, em relação aos limites de controle.

  • Processos à prova de erros (Poka-Yoke): Embora não detalhado nos excertos, é um recurso comum desta fase para prevenir a ocorrência de defeitos.

  • Aprovação do Proprietário do Processo: O líder do projeto Six Sigma apresenta os resultados e transfere a responsabilidade do plano de controle ao proprietário do processo.

Exemplo Prático (Case de Zincagem): Um Plano de Controle foi elaborado para garantir a verificação diária da concentração e temperatura do desengraxante e os tempos de banho. Cartas de Controle foram implementadas na linha de produção para um analista de qualidade atualizar diariamente a percentagem de retrabalho. A média de retrabalho de 4% em Janeiro de 2011 (pós-aplicação) confirmou a meta superada.

Six Sigma em Pequenas e Médias Empresas (MPMEs)

O Six Sigma tem sido utilizado principalmente por grandes empresas. No entanto, seu interesse e aplicação em pequenas e médias empresas (MPMEs) é emergente, embora pouco difundido na literatura. Publicações sobre Six Sigma em grandes empresas são maioria. Harry e Crawford (2004) afirmam que o Six Sigma originalmente não foi projetado para MPMEs.

Desafios e Particularidades das MPMEs:

  • Dificuldade de difusão: Há pouca evidência documentada de sua implementação.

  • Restrições financeiras: Custo excessivo na seleção e preparação da equipe. Baixo potencial para investimentos.

  • Recursos humanos: Dificuldade em treinar e dispor de poucos funcionários qualificados para atuar em equipes de melhoria, pois são responsáveis por múltiplas funções. Empregados com baixa qualificação e pouco treinamento formal.

  • Tomada de decisões: Concentração nas mãos da direção (ou empresário) e administração familiar, o que pode comprometer a qualidade, mas permite grande agilidade. Ênfase no curto prazo, dificultando investimentos de médio e longo prazo.

  • Cultura: Necessidade de alterar paradigmas, como focar no processo em vez de apenas no produto, e entender que treinamentos são investimentos.

Recomendações para Aplicação em MPMEs: Autores sugerem adaptações para tornar a metodologia "sustentável". Algumas recomendações incluem:

  • Criar a cultura apropriada: Treinamento sobre qualidade, envolvimento do proprietário e uso de sua influência.

  • Investimentos financeiros: Aguardar o resultado de um projeto para replicá-lo em outro.

  • Treinamento: Contratar agentes externos para coordenar a implantação, investir em treinamento de White Belts (40hs), utilizar conhecimento acadêmico/parcerias com universidades.

  • Priorização: A agilidade no processo decisório e o suporte e comprometimento dos gestores podem ser fatores contributivos.

Viabilidade e Impacto (Case de Zincagem): O estudo de caso demonstrou a viabilidade, aplicabilidade e impacto positivo do Six Sigma em uma pequena empresa brasileira sem consultoria externa especializada. A empresa obteve uma redução de retrabalho de aproximadamente 20% em seu processo de zincagem (de uma média de 23% para 4%). Isso resultou em economias significativas e a evolução do processo de Nível 2 Sigma para Nível 3 Sigma, com ganhos qualitativos como a transferência de conhecimento e o estabelecimento de uma cultura de monitoramento.

Outras Ferramentas e Metodologias Essenciais na Gestão da Qualidade

Além das 7 ferramentas clássicas e do Six Sigma/DMAIC e PDCA, existem outras metodologias valiosas que complementam o kit de ferramentas da qualidade, auxiliando em diferentes aspectos da gestão.

8. SIPOC

SIPOC é um acrônimo para Fornecedores (Suppliers), Entradas (Inputs), Atividades (Process), Saídas (Outputs) e Clientes (Customers). Ao identificar esses cinco elementos, obtém-se uma visão clara sobre o processo. É uma ferramenta de gestão visual para mapeamento de processos muito utilizada, e a própria ISO 9001 identifica os elementos de sua abordagem de processo com base nela.

9. Kanban

Kanban, literalmente "cartão", representa um pedido ou uma compra que "puxa" a produção de um produto ou serviço até a entrega ao cliente. É a materialização do sistema puxado (contraposto ao sistema empurrado) na produção just-in-time. Criado por Taiichi Ohno na Toyota, baseia-se na premissa de que fazer para a entrega (e não para o estoque) gera mais valor para o cliente, mais engajamento e melhoria na produção. Sua formulação mais simples é por meio de três colunas: to do, doing e done.

10. Metodologia 5S

A Metodologia 5S é um guia para avaliar tudo o que está presente em um espaço com vistas a eliminar o desperdício. Isso é feito removendo o desnecessário, organizando logicamente, mantendo o ambiente limpo e sustentando o ciclo. O programa se baseia em cinco premissas, traduzidas como "sensos":

  • Seiri (senso de utilização)

  • Seiton (senso de organização)

  • Seiso (senso de limpeza)

  • Seiketsu (senso de padronização e saúde)

  • Shitsuke (senso de disciplina ou autodisciplina)

11. Matriz de Risco

A Matriz de Risco é uma ferramenta de gerenciamento de riscos que auxilia na análise de um risco de acordo com a probabilidade e o impacto. Geralmente construída em uma estrutura 3x3 ou 5x5, cada quadro representa um ponto da escala de probabilidade e impacto. Ajuda a determinar se um risco pode ser retido ou deve ser mitigado/evitado, conforme o apetite a riscos da empresa.

12. PFMEA (Process Failure Mode and Effects Analysis)

O PFMEA é uma metodologia de análise da severidade e avaliação de prioridade de riscos de acordo com o modo e o efeito da falha. A metodologia trabalha com três indicadores numéricos:

  • Severidade

  • Ocorrência

  • Detecção Após a análise, o PFMEA embasa a priorização de ações para evitar ou mitigar o risco. É essencialmente o mesmo FMEA de Processo discutido na fase de Análise do DMAIC.

13. 5 Porquês (5 Whys)

Assim como o Diagrama de Ishikawa, os 5 Porquês é um método voltado para a análise da causa raiz. Seu funcionamento é simples: consiste em questionar "por que" diante de toda causa identificada, repetidamente, até encontrar a verdadeira causa do problema. O nome "5 Porquês" vem do fato de que, normalmente, são necessárias cerca de cinco repetições da pergunta para chegar à causa raiz.

14. 5W2H

A ferramenta 5W2H auxilia na elaboração de planos de ação e projetos. Seu nome se refere aos itens de checklist que precisam ser respondidos antes de iniciar os trabalhos:

  • 5W:

    • What? (O que será feito?)

    • Why? (Por que será feito?)

    • Where? (Onde será feito?)

    • When? (Quando será feito?)

    • Who? (Por quem será feito?)

  • 2H:

    • How? (Como será feito?)

    • How much? (Quanto vai custar?) Uma variação mais simples é o 3W (What, When, Who).

15. MASP (Método de Análise e Solução de Problemas)

O MASP, também chamado de QC-Story (Quality Control Story), é uma metodologia para o tratamento de ocorrências, gerenciando o ciclo da descoberta das causas até a padronização da solução. Possui particular ênfase na descoberta das causas dos problemas e estrutura o fluxo para auxiliar a tomada de decisão em relação a planos de ação e métricas de verificação. O MASP tem 8 passos:

  1. Identificação

  2. Observação

  3. Análise

  4. Plano de ação

  5. Ação

  6. Verificação

  7. Padronização

  8. Conclusão

16. Kaizen e Kaizen A3

Kaizen, que em português significa "mudança para melhor", representa esforços de melhoria contínua, executados sistematicamente, com foco na eliminação de desperdícios. Não é a taxa de melhoramento que é importante, mas sim a sua constância. O Kaizen é crucial para a qualidade, pois busca garantir que todos os processos sejam melhorados continuamente. Trata-se tanto de um método quanto de uma filosofia de gestão. A aplicação do Kaizen geralmente segue quatro passos: Preparação, Implementação, Acompanhamento e Próximos passos. O Kaizen A3 é uma ferramenta associada, que guia a construção da melhoria em um processo contínuo, feito em vários pequenos projetos. Benefícios: Aumento da capacidade produtiva, melhor organização do ambiente de trabalho, elevação de faturamento e maior eficácia no atendimento de pedidos.

17. Matriz GUT

A Matriz GUT é uma ferramenta de priorização baseada em três critérios:

  • G (Gravidade): O impacto do problema.

  • U (Urgência): O tempo disponível para agir.

  • T (Tendência): A propensão do problema a piorar. Por meio de uma escala que vai de 1 a 5, ela estabelece uma pontuação para cada item que deve ser priorizado, ajudando a focar nos problemas mais críticos.

18. Balanced Scorecard (BSC)

O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta de gestão que pode ser aplicada à qualidade para integrar e balancear indicadores de desempenho. Ele organiza as informações em quatro perspectivas:

  • Financeira

  • Cliente

  • Processos Internos

  • Aprendizado e Crescimento Ao reunir informações sobre o objetivo principal da empresa, KPIs necessários em cada perspectiva, metas e planos de execução, cria-se um mapa estratégico que conecta todas as informações.

Resultados da Aplicação das Ferramentas da Qualidade: Benefícios Tangíveis e Sustentáveis

A aplicação devida das Ferramentas da Qualidade, seja de forma isolada ou integrada em metodologias como PDCA e Six Sigma, traz uma série de benefícios significativos para as organizações:

  • Melhoria Contínua dos Processos: Ferramentas como o Ciclo PDCA garantem a análise e o aprimoramento constante, permitindo que a empresa se adapte rapidamente a mudanças e evite falhas recorrentes, gerando um ambiente mais eficiente e produtivo.

  • Maior Controle e Redução de Erros: Ferramentas como o Diagrama de Ishikawa ajudam a identificar a causa raiz dos problemas, permitindo ações preventivas que reduzem retrabalho, desperdícios e aumentam a confiança nos resultados. O Six Sigma, em particular, visa reduzir defeitos por milhão de oportunidades.

  • Facilidade em Auditorias e Conformidade Normativa: O uso de Fluxogramas documenta atividades claramente, facilitando auditorias (internas e externas) e o atendimento a requisitos de normas como a ISO 9001.

  • Aumento da Produtividade e Eficiência: O Diagrama de Pareto, por exemplo, permite concentrar esforços na solução dos fatores mais críticos, direcionando melhor o tempo e os recursos dos colaboradores.

  • Maior Satisfação do Cliente: A qualidade de produtos e serviços impacta diretamente a experiência do cliente. Ferramentas como o 5W2H ajudam a garantir entregas dentro dos padrões esperados, melhorando o relacionamento com os consumidores e promovendo fidelização e reputação positiva.

  • Tomada de Decisão Baseada em Dados: Histogramas e Gráficos de Controle permitem visualizar tendências e identificar desvios, evitando decisões baseadas em suposições e melhorando a previsibilidade e o planejamento estratégico.

  • Sustentabilidade e Redução de Desperdícios: A aplicação dessas ferramentas contribui para um ambiente corporativo mais eficiente e ambientalmente responsável, reduzindo desperdícios de matéria-prima, tempo e recursos.

Em suma, as Ferramentas da Qualidade são instrumentos necessários para que os sistemas de gestão da qualidade tenham máxima eficácia, pois desenvolvem, implantam, monitoram e melhoram os preceitos da qualidade nas organizações.

Dominando a Qualidade para o Sucesso Contínuo

O domínio das Ferramentas da Qualidade é indispensável para qualquer organização que almeja a excelência operacional e a melhoria contínua. Vimos desde as 7 ferramentas clássicas, que servem como a base para a identificação e solução de problemas, até metodologias mais abrangentes como o Ciclo PDCA e o Six Sigma (com DMAIC), que oferecem uma estrutura robusta para transformações profundas nos processos.

É crucial saber para que serve cada ferramenta e como aplicá-la, pois somente assim será possível obter bons resultados. A escolha da ferramenta mais apropriada deve ser feita de acordo com os objetivos e as necessidades específicas de cada empresa.

Em um mercado cada vez mais competitivo, empresas que investem nessas metodologias conquistam maior competitividade e crescimento sustentável. Para você, estudante ou profissional, compreender e aplicar esses conceitos é um passo gigantesco para se destacar no mercado de trabalho e contribuir efetivamente para a gestão da qualidade em qualquer setor. O aprendizado contínuo e a busca por novas ferramentas para complementar seu toolkit são fundamentais.

Lembre-se: a qualidade é um ciclo sem fim, e as ferramentas são o motor que impulsiona essa jornada de constante aprimoramento.

Questões de Múltipla Escolha

  1. Qual ferramenta é usada para identificar a relação entre causas e efeitos em um processo?
    a) Diagrama de Pareto
    b) Histograma
    c) Diagrama de Ishikawa
    d) Diagrama de Dispersão
    e) Gráfico de Controle

  2. Qual ferramenta ajuda a determinar métodos de alcançar metas ou objetivos?
    a) Diagrama de Relações
    b) Diagrama em Árvore
    c) Diagrama em Matriz
    d) Análise de PDPC
    e) Diagrama de Afinidades

  3. Qual ferramenta é utilizada para identificar quais itens são responsáveis pela maior parte dos problemas?
    a) Diagrama de Pareto
    b) Folha de Coleta de Dados
    c) Estratificação
    d) Diagrama de Dispersão
    e) Gráfico de Controle

Gabarito

  1. c) Diagrama de Ishikawa

  2. b) Diagrama em Árvore

  3. a) Diagrama de Pareto