Gregório de Matos Guerra (1633-1696) é uma figura exponencial e controversa da literatura brasileira, sendo considerado o primeiro artista brasileiro a filtrar o cotidiano e os desmandos políticos da Bahia, a Capital da Província na época. Sua obra é fundamental por inaugurar a literatura brasileira sob as bases do Barroco.
Sua poesia, marcada pela intensa dualidade e pelo conflito espiritual típico do Barroco, é dividida em três eixos principais: satírica, lírica (amorosa e erótica) e religiosa. É justamente essa pluralidade, aliada à sua ferocidade crítica, que garante sua constante presença em concursos e provas, onde aspectos formais (rima, métrica, vocabulário) e temáticos são amplamente explorados.
Para compreender a obra de Gregório de Matos, é imprescindível entender o cenário histórico do final do século XVII no qual ele estava inserido.
Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador, Bahia, em 7 de abril de 1633.
Origem Social e Formação: Filho de um fidalgo português que se tornou senhor de engenho no Recôncavo baiano e de uma brasileira, Gregório de Matos teve uma educação formal privilegiada. Ele se formou em Direito na Universidade de Coimbra, em Portugal.
Carreira e Declínio: Após a formação, ele teria trabalhado como juiz em Lisboa e frequentado a Corte Portuguesa, inclusive conhecendo o rei D. Pedro II. No entanto, após um tempo, ele se desligou de cargos de poder, como Arcebispo e tesoureiro-mór, por volta de 1683. Ele se casou com Maria dos Povos e vendeu suas terras de herança, gastando o dinheiro sem economizar.
O Poeta Itinerante e Marginal: Depois de largar tudo, ele passou a viver à margem da sociedade como um poeta itinerante e cantador, percorrendo o recôncavo baiano, frequentando festas e rodas boêmias.
Exílio e Morte: Sua produção de poesias satíricas e eróticas e sua crítica política severa à corrupção e aos fidalgos locais renderam-lhe a deportação para Angola. Ele só pôde retornar ao Brasil em 1695, com a condição de abandonar os versos satíricos e morar em Pernambuco. Faleceu em Recife (PE) em 1696.
O cenário social em que Gregório de Matos vivia era de forte tensão e decadência.
A Crise da Metrópole e da Colônia: Portugal estava em decadência no final do século XVII, e o sistema escravocrata já não sustentava a economia da Metrópole, que impunha restrições comerciais ao Brasil. Isso resultou em uma forte crise econômica enfrentada pelos senhores de engenho e proprietários rurais brasileiros.
A Ascensão da Burguesia Oportunista: Em contraste com a crise dos proprietários rurais (como a família de Gregório), surgiu uma rica burguesia composta por imigrantes vindos de Portugal, que dominavam o comércio, o mercado de crédito e os contratos reais na colônia. Esse monopólio agravou a hostilidade entre os proprietários rurais (os "homens bem nascidos") e essa nova elite oportunista.
O Impasse da Realidade Baiana: Gregório, como filho de senhor de engenho e bacharel em Direito, encontrava-se em uma posição central para analisar essa realidade. Ele via duas "Bahias" coexistindo: uma "normal", vista com nostalgia (a dos homens cultos/bem-nascidos), e outra "absurda" e amaldiçoada (a dos oportunistas no poder), tornando ambas absurdas uma perante a outra.
O apelido “Boca do Inferno” (ou "Boca de Brasa") foi dado a Gregório de Matos devido à sua vasta produção de poesias satíricas e eróticas, marcada por uma virulência implacável e uma linguagem crítica, zombeteira e mordaz. Ele era implacável e não poupava ninguém – padres, freiras, meretrizes, brancos, negros, mulatos, poderosos e populares. O epíteto era a alcunha criada pelo povo ou por seus inimigos.
O Barroco é o pano de fundo do século XVII, um período cultural e estético dominado pela intensidade do conflito espiritual e pela manifestação de oposições.
O ponto central na obra de Gregório de Matos, típico do período barroco, é o intenso conflito de ordem espiritual.
Teocentrismo versus Antropocentrismo: De um lado, o Teocentrismo (Deus como centro do universo) e, de outro, o Antropocentrismo (o homem como centro, analisando o universo por sua relação com o homem).
O Estranho no Mundo: A poesia lírica amorosa de Gregório de Matos está marcada pela antinomia, pela busca da eternidade versus a procura dos prazeres mundanos, ou seja, transcendência versus sexualidade. O homem do século XVII vive a angústia da dúvida, se descobrindo miserável, pecador e irremediavelmente marcado pela morte.
O Oposto é a Identidade: Na lírica e na religião de Gregório de Matos, as contradições e pares de opostos não se anulam; a mensagem final passada pelo poeta é que "diferença é identidade".
Embora as fontes não citem diretamente "Cultismo" e "Conceptismo", elas detalham as técnicas que definem essas correntes:
Cultismo (Gongorismo): Foco no jogo formal, uso de figuras de linguagem que buscam a ornamentação e a dificuldade expressiva. Gregório utiliza figuras de linguagem como a antítese e o oximoro para reforçar as contradições inerentes à sua obra.
Conceptismo (Quevedismo): Foco no jogo de ideias, buscando a agudeza e a profundidade de pensamento. O poeta usa a poesia para expressar o embate constante entre polos opostos (espírito/matéria, culpa/perdão). A linguagem utilizada por Gregório é um misto de vocabulário formal (na lírica e religiosa) e gírias e termos de baixo calão (na satírica), mostrando sua maestria técnica.
A obra de Gregório de Matos é vasta e temática, sendo tradicionalmente dividida em Satírica, Lírica (Amorosa/Erótica) e Religiosa.
A sátira é a vertente mais conhecida, na qual ele expõe e critica sem pudor a sociedade da época. O objetivo era fazer a crítica social, expondo ao ridículo os protagonistas da cena baiana.
A poética agressiva de Gregório de Matos era um revanchismo que atacava três grupos específicos que ameaçavam a ordem hierárquica ideal:
A Cidade da Bahia: Ele criticava a degradação moral e econômica na qual a cidade se encontrava. Ele via a Bahia como um lugar às avessas, assolada e vil, que acolhia estrangeiros e ladrões.
Os Oportunistas e Novos Ricos (Os "Caramurus"): Ladrões e oportunistas (comerciantes, etc.) eram os detentores do poder político e econômico. Esses eram os novos ricos, que, na visão do poeta, não passavam de espertalhões (maganos), tomando o lugar da "fidalguia de berço". Ele satirizava a fidalguia forjada por dinheiro.
O Clero Profano e o Governo Português: O poeta era escarnecedor do clero que ignorava seus votos e se perdia em vícios (luxúria, simonia). Ele também satirizava o governo português, mostrando o ranço do subjugado, indicando que ladrões drenavam os bens do Brasil, acobertados pelo poder.
Negros e Mulatas ("Insolentes") (Aspecto Controverso): Gregório satirizava mulatos "insolentes" cheios de direitos e regalias (incompreensível para um brasileiro colonial escravocrata). Ele usava tratamento jocoso e degradante, reservando à mulher negra/mulata linguagem mais chula e direta, associando-as à moral frouxa, desregramentos sexuais, doenças venéreas e à feitiçaria, diferente do tom cortês usado para as mulheres brancas. Termos depreciativos como "anca de vaca", "peito derribado" e "puta canalha" eram usados para descrever negras e mulatas.
O professor Giba comenta que, na poesia satírica, Gregório utilizava gírias e até termos de baixo calão, amalgamados a termos eruditos.
O Sarcasmo Demolidor: A sátira gregoriana é marcada pela virulência sarcástica, que é demolidora e impenitente. O sarcasmo ocorre quando a ambiguidade da ironia se torna grosseira e violenta, acessível à compreensão instantânea do oponente.
O Uso do Chulo e Obsceno (Exceção Didática): A retórica satírica incluía termos que escandalizariam os eruditos e os pudicos, utilizando farta nomenclatura para as genitálias e a prática sexual "escusa" (como pica, caralho, foder, crica). Essa linguagem busca a verossimilhança com os falares corriqueiros.
Seus poemas líricos são comumente divididos em lírico-amorosos e burlescos/eróticos.
O tema básico da lírica amorosa é o choque de opostos: "espírito" e "matéria", "ascetismo" e "sensualismo".
Mulher Anjo-Demônio: Essa visão dualista aparece na figura da mulher desejada, que representa uma espécie de “anjo-demônio”. Quando ela é angelical, tem uma parte demoníaca, e vice-versa.
O Paradoxo do Amor: A poesia lírico-amorosa é construída em torno de contradições, utilizando figuras como o oximoro (que reforça as contradições) e a antítese. Um exemplo é a indagação sobre a natureza contraditória do amor, que lembra a lírica de Camões.
A temática do carpe diem (aproveitar o dia) está muito presente em sua poesia lírica.
A Fugacidade da Vida: O carpe diem está associado à ideia da efemeridade e à vanidade de tudo, temas caros aos artistas barrocos. A felicidade é vista como impossível, e o tempo passa rápido, impedindo a realização amorosa. O rio, por exemplo, é um símbolo da inconstância e instabilidade da vida.
Na poesia erótica, o poeta utiliza uma linguagem mais direta e explícita do que na lírico-amorosa. Nela, o amor carnal surge como forma de libertação do corpo e, por consequência, do indivíduo.
A poesia religiosa é fortemente influenciada pelo ambiente cristão do período barroco.
O Antagonismo Culpa versus Perdão: O par antagônico central nesta vertente é a "culpa" versus "perdão".
A Poesia como Salvação: Gregório de Matos utiliza a poesia como única forma possível de salvação, não apenas perante Deus, mas também perante a sociedade e si mesmo.
O Desafio ao Poder Divino: Em sonetos representativos, como “A Jesus Cristo Nosso Senhor”, o poeta coloca a temática do perdão em xeque, pedindo a Deus que cobre seus pecados, pois quanto mais peca, mais Deus se esforça para perdoá-lo. Dessa forma, o pecador precisa pecar para ser perdoado, numa complexa equação de fé e transgressão.
O professor Giba enfatiza que, por se tratar de obra poética, os aspectos formais (rima, métrica, vocabulário) são frequentemente explorados pelas bancas examinadoras.
O Soneto: Gregório de Matos utiliza frequentemente o soneto, composto por 14 versos decassílabos, com esquemas de rimas específicos (ex: ABBA, ABBA, ABC, ABC na poesia religiosa).
Métrica e Rima: A atenção à métrica (versos decassílabos) e aos esquemas de rimas é crucial.
O estilo barroco é dominado pela fusão paradoxal do racional e do irracional, revelando um mundo caótico, esfacelado e sem sentido.
Antítese e Oximoro: Utilização da antítese (aproximação de pares de opostos) e do oximoro (união de ideias contraditórias em uma única expressão, como "fogo que arde sem se ver") para construir a poesia lírico-amorosa e reforçar a contradição inerente ao amor.
Paradoxo: Revela a contradição da vida e do amor. Exemplo: "morro, porque quero bem, / o calar morto me tem, / quero, mas quero calar".
Hipérbole e Caricatura (Na Sátira): Na sátira, o poeta utiliza o exagero barroco (hipérbole) para compor a galeria de caricatos. Ele acentua as características físicas ou comportamentais de maneira grotesca e ridícula, usando "navalha poética" e "navalha do riso".
Esta seção aborda a discussão mais acadêmica sobre Gregório de Matos, frequentemente explorada em questões mais aprofundadas e específicas de concursos de alto nível, que exigem a conexão da literatura colonial com o Modernismo (Antropofagia).
A figura de Gregório de Matos tem sido motivo de muitas discussões teóricas. Existem dois lados antagônicos:
Defensores: Alegam que o poeta baiano foi a primeira voz literária no Brasil alçada sob as bases do Barroco.
Acusadores: Acusam-no de ser um mero imitador dos poetas espanhóis do século XVII (como Gôngora e Quevedo), sem ter contribuído significativamente para a formação da Literatura Brasileira.
A pesquisa crítica moderna tende a defender o poeta como barroco-antropofágico, um devorador de culturas, com participação ativa na formação da nossa identidade cultural e literária.
A tese, inicialmente afirmada por Augusto de Campos, propõe que Gregório de Matos foi o nosso primeiro antropófago, antecipando o movimento de Oswald de Andrade no século XX.
O Processo de Devoração: Gregório devorou a cultura europeia, digerindo-a para ressignificar a identidade brasileira. Ele soube levar a mistura de elementos do Barroco à própria textura de sua linguagem, através da miscigenação idiomática de caldeamento tropical.
Destruição e Reconstrução: Devorar é sinônimo de destruir, mas uma destruição que é também reconstrução. O sujeito devorado (a cultura europeia) agora faz parte do corpo do devorador, formando a cultura brasileira.
O Hibridismo Cultural: A miscigenação textual se manifesta na inclusão de elementos do português, espanhol, latim e, notavelmente, da língua tupi e africana.
Gregório de Matos incorpora em seu vocabulário a contribuição tupi e africana, vivificada por gírias e termos chulos. Essa mistura de vocábulos portugueses e tupis é a representação da antropofagia oswaldiana, um caldeamento tropical.
O Uso do Tupi: Poemas satíricos, como o dirigido aos "Caramurus", usam termos oriundos do tupi-guarani (Tatu, carimá, moqueca, caruru, mingau de puba, caju, Piraguá, Aricobé, Cobé paí) para ridicularizar a fidalguia local. O poema "Disparates na língua brasílica a huma cunhaã..." lista termos indígenas relacionados à fauna e flora (tatus, Quatimondé, jacaré, Teiús, Surucucus, Jaratacacas, Pacas, Preá, Tamanduá, Gebiracas, tapiti, Sururus, Baiacus, Murici, aipi, imbé, Guiamu, Caiaganga, Jacaracanga, Bagre, timbó, Inhapupê, Cumari, Camboatá, Pirajá, Zabelê, Miraró).
A poesia de Gregório de Matos, ao unir elementos díspares de uma sociedade barroca em solo brasileiro, amalgamando-os, resulta no que hoje se chama Brasil, defendendo assim a hipótese de ser nosso primeiro antropófago.
A análise de poemas específicos é um foco constante em vestibulares. É essencial reconhecer a temática e as figuras de linguagem centrais em cada vertente.
Este soneto é um dos maiores representantes da poesia sacra/religiosa. É estruturalmente composto por 14 versos decassílabos com rimas no esquema ABBA, ABBA, ABC, ABC.
Temática Central: "Culpa" versus "Perdão".
Dualismo em Destaque: O eu-lírico corre para o Cristo crucificado, utilizando antíteses para expressar a condição do perdão: os braços estão "abertos" para recebê-lo, mas "cravados" para não castigá-lo. Os Divinos olhos estão "despertos" para perdoar, mas "fechados" para não condenar.
Sentido Litúrgico: O poeta faz uma peculiar interpretação do Cristo crucificado, utilizando as partes do corpo (braços, olhos, pés, cabeça, lado) para simbolizar que Cristo está pronto e disposto a perdoar os pecadores. Esta divisão do todo em partes (dilaceração / estraçalhamento) reflete o gosto barroco pelos aspectos cruéis, disformes e exagerados da realidade.
Este soneto é composto por 14 versos decassílabos com rimas ABBA, ABBA, CDC, DCD.
Figuras Chave: Composto através de antíteses, o que é uma marca da poesia lírico-amorosa de Gregório de Matos.
O Embate de Paixão e Dor: A primeira parte é marcada pelo lamento, onde o eu-lírico vive um embate entre a "paixão" (simbolizada por "fogo" e "incêndio") e a "dor" (simbolizada por "neve" e "água", remetendo a "lágrimas").
"Diferença é Identidade": A ideia de que "diferença é identidade" está presente de modo exemplar neste soneto.
Este soneto satírico é composto por versos decassílabos em esquema de rimas ABBA, ABBA, CDE, CDE.
Temática Central: Crítica à degradação moral e econômica da Bahia.
Nostalgia e Crítica: O poema exibe um tom nostálgico ao falar da Bahia de outrora, contrastando com a ascensão dos ladrões e oportunistas no poder, enquanto os trabalhadores honestos viviam na pobreza.
R: Não. Embora a sátira lhe tenha rendido o apelido de "Boca do Inferno" e seja a parte mais famosa de sua obra, sua produção se divide em satírica, lírica (amorosa, erótica/burlesca) e religiosa. Ele demonstra excelência em todas essas vertentes.
R: Não. Embora o poema de Gregório de Matos retrate um Cristo bondoso, pronto a perdoar o pecador, a Igreja Católica de então apresentava majoritariamente um Deus poderoso e castigador. O período barroco é marcado pelo ambiente fortemente cristão, mas também pela busca de Gregório por se libertar da culpa através da poesia.
R: O carpe diem (aproveitar o dia) é crucial em sua poesia lírica porque está associado diretamente à efemeridade, um dos temas mais caros aos artistas barrocos. Essa temática reflete a consciência da fugacidade do tempo e da instabilidade da vida.
R: A mulher é configurada como uma figura de anjo e demônio, representando a ambivalência do amor. O tema central é o choque de opostos: "espírito" e "matéria", "ascetismo" e "sensualismo". A mulher é vista como um perigo constante, símbolo da inconstância e volubilidade.
R: Gregório de Matos é defendido por críticos (como os irmãos Campos) como nosso primeiro antropófago. Ele é visto como um "devorador de culturas", que assimilou a cultura europeia e a regurgitou no solo brasileiro, utilizando o hibridismo linguístico (misturando português, tupi e africano) e o caldeamento tropical. Isso o estabelece como uma voz ativa no processo de formação da nossa identidade cultural e literária.
R: O professor Giba explica que, na poesia lírica e religiosa, Gregório utiliza um vocabulário mais formal. Já na poesia satírica, ele utiliza gírias e até termos de baixo calão, muitas vezes com conteúdo chulo, obsceno e direto, que visa a sátira impiedosa.
Embora o foco principal seja literário, Gregório de Matos é também um tema recorrente na Cultura Brasileira, sendo frequentemente musicado, o que reforça sua relevância cultural e pode aparecer em questões interdisciplinares.
Caetano Veloso e "Triste Bahia" (1972): Caetano musicou Gregório para o aclamado disco “Transa”, participando ativamente da reconstrução da imagem do poeta. A canção mantinha a estética de colagem e indefinições entre popular e erudito, arcaico e moderno, característica do movimento tropicalista.
Jards Macalé e "Besta Fera" (2019): Macalé trabalhou sobre o texto de Gregório ("Sátira aos Vícios") para criar "Besta Fera" em ritmo de choro contemporâneo, adaptando a dicção barroca de crítica à intenção moderna.
Outras Releituras: A poesia de Gregório de Matos demonstrou grande amplitude ao ser adaptada em diversos gêneros, como o ijexá "Epílogo" (Gerônimo Santana, 1989), o rock quase punk de "Não Quero Mais do Que Tenho" (Professor Antena, 1994), e a canção "Mortal Loucura" (José Miguel Wisnik e Caetano Veloso, 2005).
A produção de Gregório de Matos, apelidado de “Boca do Inferno” e considerado o primeiro antropófago brasileiro, segue reverberando, mantendo intacta a criatividade e a ferocidade de sua escrita.