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09/03/2024 • 13 min de leitura
Atualizado em 28/07/2025

Guerra Fria: Corrida Armamentista

Guerra Fria: A Tensão que Moldou o Século XX e a Corrida Armamentista que Definiu uma Era

A Guerra Fria foi um período de intensa tensão geopolítica e conflito ideológico entre a União Soviética (URSS) e os Estados Unidos (EUA) e seus respectivos aliados, que se estendeu aproximadamente de 1945 ou 1947 até a dissolução da União Soviética em 1991. O termo "fria" é utilizado porque, apesar da grande rivalidade e da iminente ameaça de guerra, não houve confrontos militares diretos em larga escala entre as duas superpotências. Em vez disso, a disputa pelo domínio global foi manifestada através de guerras por procuração (conflitos regionais apoiados por um ou ambos os lados), campanhas de propaganda, espionagem, embargos econômicos e, de forma emblemática, a corrida armamentista e a corrida espacial.

A Guerra Fria e suas ramificações deixaram um legado significativo, definindo as relações internacionais por décadas e estabelecendo as bases para muitos dos desafios geopolíticos atuais.

1. O Contexto Pós-Segunda Guerra Mundial: De Aliados a Adversários

Para entender a Guerra Fria, é crucial analisar a transição da aliança contra o Eixo na Segunda Guerra Mundial para a profunda rivalidade entre EUA e URSS.

1.1. O Choque Nuclear e o Início da Disputa

Os ataques nucleares efetuados pelos Estados Unidos contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 alteraram drasticamente a ordem mundial e são considerados a causa principal para que os Estados percebessem a necessidade de controlar o uso de armas, especialmente a tecnologia nuclear. Naquele momento, os Estados Unidos possuíam o monopólio da tecnologia nuclear e expressavam grande preocupação em evitar sua disseminação para outros países. Durante o primeiro ano da era nuclear, os EUA dedicaram grande parte de sua atenção para, unilateralmente, acabar com a proliferação de armas nucleares.

A capacidade de destruição desse novo armamento e a rivalidade que surgia entre EUA e União Soviética nos acordos de paz da Segunda Guerra Mundial desencadearam uma nova corrida armamentista pela posse de armas nucleares.

1.2. As Conferências de Paz e a Divisão de Influências

Durante a Segunda Guerra Mundial, líderes dos Aliados – Churchill (Reino Unido), Stalin (União Soviética) e Roosevelt (Estados Unidos) – se reuniram em diversas conferências, como as de Teerã, Yalta e Potsdam, para definir o novo mapa-múndi e as esferas de influência pós-guerra.

Na Conferência de Potsdam, em julho de 1945, após a rendição da Alemanha, surgiram sérias divergências sobre o futuro da Alemanha e do restante da Europa Central e Oriental. Nessas conferências, foi definido que a Alemanha seria desnazificada e desmilitarizada, e que nazistas seriam julgados no Tribunal de Nuremberg. Truman informou Stalin sobre a nova arma poderosa dos EUA, embora Stalin já soubesse por meio de sua rede de espionagem. Stalin, por sua vez, ficou indignado com a pouca influência oferecida aos soviéticos no Japão ocupado, chamando o lançamento das bombas de "superbarbaridade" e alegando que o equilíbrio de poder havia sido destruído.

1.3. A Polarização do Mundo: Capitalismo vs. Socialismo

Após a Segunda Guerra Mundial, os antigos aliados se afastaram gradativamente, dando início à Guerra Fria. Os EUA, principal economia mundial, buscavam liderar o bloco de países capitalistas, enquanto a URSS defendia o sistema socialista e a economia planificada. Essa polarização se manifestou em diversas ações:

  • Doutrina Truman (1947): O presidente Harry Truman declarou que o objetivo dos EUA seria deter o avanço da "ameaça comunista" representada pela União Soviética, enquadrando o conflito como uma disputa entre povos livres e regimes totalitários. Esta doutrina marcou o início de uma política bipartidária focada na contenção e dissuasão.

  • Plano Marshall (1947): Um programa de assistência econômica dos EUA para a recuperação da Europa, visando evitar a expansão da influência soviética e dos ideais socialistas no continente. Países como Inglaterra, França, Alemanha e Itália receberam bilhões de dólares em crédito e investimentos.

  • COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua, 1949): A resposta soviética ao Plano Marshall, buscando integrar economicamente as nações do leste europeu e consolidar o Bloco Oriental. Stalin via o Plano Marshall como uma tentativa dos EUA de comprar um realinhamento pró-EUA da Europa e impedir que os países do Bloco Oriental escapassem ao controle soviético.

  • Divisão da Alemanha e Muro de Berlim: A Alemanha foi dividida em quatro áreas de influência, resultando na Alemanha Oriental (socialista) e na Alemanha Ocidental (capitalista). Berlim, situada na área soviética, também foi dividida. Em 1948, o Bloqueio de Berlim, imposto pela URSS para tentar reunificar a cidade sob sua influência, foi contornado por um maciço transporte aéreo ocidental. Em 1961, o Muro de Berlim foi construído pela Alemanha Oriental para impedir a migração para o lado ocidental, tornando-se um símbolo das arbitrariedades da Guerra Fria.

  • Alianças Militares: A ameaça de confronto direto levou à formação de duas grandes alianças:

    • OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, 1949): Aliança militar entre EUA, Canadá e seus aliados na Europa.

    • Pacto de Varsóvia (1955): A resposta soviética à OTAN, unindo a URSS e os países do leste europeu, conhecida como "cortina de ferro".

2. A Corrida Armamentista na Guerra Fria: A Busca por Preponderância Militar

A corrida armamentista foi um processo no qual duas ou mais nações competem para fortalecer suas forças armadas e poderio bélico em busca de hegemonia. Na Guerra Fria, essa disputa foi central, marcada por enormes investimentos em pesquisa bélica, aumento da produção de armas e ampliação dos contingentes militares.

2.1. Causas e Motivações da Corrida Armamentista Nuclear

A principal força motriz por trás da corrida armamentista era o receio recíproco de que o inimigo pudesse ultrapassar o outro na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um lado tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.

  • Fim do Monopólio Americano: Em 29 de agosto de 1949, os soviéticos testaram com sucesso sua primeira bomba nuclear. Para os americanos, as implicações foram assustadoras, pois sem o monopólio atômico, o governo Truman teve que considerar a expansão de suas forças convencionais e a produção de mais bombas atômicas para manter a supremacia quantitativa e qualitativa sobre a URSS.

  • O Dilema de Segurança: Os Estados buscavam o controle de armamentos para preservar e aumentar a sua própria segurança, o que levava a um ciclo vicioso de aumento de arsenais.

  • Ameaça de Destruição Total: A crise dos mísseis cubanos em 1962 é frequentemente citada como o momento de maior tensão nuclear da Guerra Fria. O que evitou uma guerra foi a "irracionalidade do terror absoluto" que tomou conta de ambos os lados, o que Churchill previu como "igualdade de aniquilamento". Essa ameaça de uma guerra sem precedentes, somada à ausência de uma autoridade internacional e à falta de informações sobre o adversário, levou os Estados a buscarem mecanismos para conter a ameaça.

2.2. As Principais Tecnologias Bélicas e o Conceito de MAD

A corrida armamentista impulsionou o desenvolvimento de tecnologias que mudaram para sempre a forma de fazer guerra.

  • Armas Nucleares:

    • Após os testes iniciais, EUA e URSS passaram a desenvolver bombas cada vez mais poderosas, como as de hidrogênio (bombas termonucleares ou "superbombas"), que seriam no mínimo mil vezes mais potentes que as armas que devastaram Hiroshima e Nagasaki. A URSS desenvolveu sua versão da bomba de hidrogênio em 1953, dando início a uma nova geração de ogivas nucleares menores, mais leves e mais poderosas.

    • No auge da Guerra Fria, os EUA chegaram a ter mais de 30 mil bombas nucleares em seu arsenal, e a União Soviética, mais de 40 mil. A maior bomba testada foi a Bomba Tzar, soviética, que liberou 57 megatons de potência, cerca de quatro mil vezes mais do que a bomba lançada em Hiroshima.

    • O Reino Unido (1952), a França (1960) e a China (1964) também alcançaram o status de potências nucleares, o que aumentou a viabilidade de um acordo sobre não-proliferação, pois as negociações não dependeriam mais apenas de dois Estados.

  • Mísseis Balísticos Intercontinentais (ICBMs): Foram foguetes desenvolvidos para carregar bombas, incluindo nucleares, em suas ogivas. Lançados ao espaço, atingem uma órbita baixa e caem em velocidade supersônica em direção ao alvo, tornando sua interceptação muito difícil. A URSS lançou com sucesso o primeiro ICBM em 1957.

  • Submarinos Nucleares: Representaram uma das maiores revoluções na capacidade de dissuasão. A introdução da propulsão nuclear permitiu que os submarinos se tornlicas**:

    • Aviação: Diversos aviões foram desenvolvidos, incluindo caças, bombardeiros e aviões de transporte. O avião de espionagem Blackbird dos EUA, que ultrapassava 20 mil metros de altitude em velocidade supersônica, era imune às defesas soviéticas. Os soviéticos desenvolveram caças como os MiG, também supersônicos.

    • ARPANET: Desenvolvida pelos norte-americanos, foi uma rede que conectava computadores militares e centros de pesquisa, por onde fluíam dados militares secretos, e é considerada o embrião da internet atual.

    • GPS: O primeiro sistema global de posicionamento por satélite foi desenvolvido para uso militar durante a Guerra Fria.

2.3. A Doutrina da Destruição Mútua Assegurada (MAD)

A Destruição Mútua Assegurada (MAD), do inglês mutual assured destruction, é uma doutrina de estratégia militar onde o uso massivo de armas nucleares por um dos lados resultaria na destruição efetiva de ambos – atacante e defensor. É baseada na teoria da intimidação. A doutrina assume que cada lado possui armamento suficiente para destruir o outro e retaliaria com força igual ou maior, resultando em uma escalada que levaria à destruição total. O resultado esperado, portanto, é uma paz estável, mas bastante tensa.

A MAD foi um agente preventivo de conflitos diretos de larga escala entre as superpotências durante a Guerra Fria. Embora a credibilidade da teoria fosse crítica para a segurança de ambos, cada lado continuou a investir substancialmente em seus arsenais nucleares, mesmo sem a intenção de usá-los. Isso levou à diversificação dos sistemas de lançamento de armas nucleares, no que ficou conhecido como "Tripé Nuclear":

  1. Mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) localizados em silos subterrâneos blindados.

  2. Bombardeiros estratégicos nucleares em pontos de segurança ou em voo permanente.

  3. Submarinos nucleares lançadores de mísseis balísticos (SSBNs).

A percepção de que nenhum dos lados sobreviveria a uma guerra nuclear desencorajou um primeiro ataque, tornando o cenário da MAD um eufemismo para a intimidação nuclear.

3. O Regime de Não-Proliferação Nuclear (RNP): Tentativas de Controle Global

A devastação potencial das armas nucleares impulsionou a busca por mecanismos que pudessem frear seu uso e proliferação. O Regime de Não-Proliferação Nuclear (RNP) surgiu durante a Guerra Fria como uma tentativa de controlar os efeitos da tecnologia nuclear, criando um sistema de regras e procedimentos para regular o comportamento dos Estados.

3.1. O Início da Política de Controle de Armamentos

O ideário de controle de armamentos é anterior à era nuclear, com tratados como a Conferência de Genebra (1864) e as Convenções de Haia (1899 e 1907) determinando limites para armamentos e orçamentos de guerra, proibição de certas armas e criação de instituições para mediação de conflitos. Contudo, foi após a Segunda Guerra Mundial que a busca por um mecanismo para frear o uso de armamentos recebeu um impulso decisivo.

  • Comissão de Energia Atômica (CEA/UNAEC, 1946): A primeira resolução da recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU) foi o estabelecimento da CEA, com objetivos de: 1) estender as vantagens da tecnologia para fins pacíficos, 2) criar mecanismos para uso não-militar, 3) futura eliminação de armamentos nucleares, e 4) produção de inspeções para impedir violações.

  • Planos Iniciais (Baruch e Gromyko): Os EUA, principal defensor da não-proliferação, apresentaram o Plano Baruch em 1946, propondo a criação de uma Autoridade Internacional de Desenvolvimento Atômico para controlar e inspecionar atividades nucleares globalmente, sem veto para sanções. A União Soviética, no entanto, discordava, vendo o plano como uma forma de os EUA manterem o monopólio e uma violação da soberania estatal. Em contrapartida, a URSS lançou o Plano Gromyko, que propunha a proscrição e destruição de bombas atômicas existentes, mas foi rejeitado pelos EUA, que não estavam dispostos a abrir mão de seu potencial nuclear. As divergências entre as duas potências impediram qualquer progresso, e ambos os planos fracassaram. A CEA foi desfeita em 1952, sendo substituída pela Comissão de Desarmamento.

3.2. A Criação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)

Um passo crucial para o RNP foi a criação da AIEA.

  • "Átomos para a Paz" (1953): O presidente americano Dwight D. Eisenhower propôs o programa "Átomos para a Paz", que promovia a cooperação nuclear para fins pacíficos, desde que os países aceitassem um sistema de salvaguardas internacionais.

  • Conferência de Genebra (1955): Reuniu cientistas, engenheiros e líderes de Estado para discutir os usos pacíficos da energia atômica, confirmando que diversas aplicações da tecnologia nuclear estavam disponíveis. Isso atraiu o interesse de várias nações na proposta de criação de uma Agência Internacional de Energia Atômica. A única tecnologia mantida em segredo foi a de enriquecimento de urânio.

  • Estabelecimento da AIEA (1957): A AIEA foi criada com a função de encorajar e auxiliar pesquisas e aplicações práticas da energia atômica para fins pacíficos, além de estabelecer e administrar as salvaguardas. A Agência surgiu para garantir que as atividades assistidas por ela não seriam usadas para fins militares. Seu estatuto foi adotado por voto unânime dos membros da ONU em dezembro de 1956.

  • A criação da AIEA foi o primeiro processo de positivação de um regime internacional nuclear, evidenciando a vontade dos Estados em frear a proliferação, embora a agência não abordasse a questão dos países já possuidores da tecnologia (EUA, URSS, Reino Unido).

3.3. O Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP): O Pilar do Regime

As negociações sobre um Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) iniciaram em 1958, com a preocupação da Irlanda sobre a difusão de armamentos nucleares. A emergência de França e China como potências nucleares aumentou a viabilidade de um acordo. EUA e URSS decidiram cooperar para evitar a proliferação de novos Estados nucleares e consolidar seu próprio status no sistema internacional.

  • Ideias Fundamentais: O TNP baseava-se na crença de que "quanto mais dedos nos gatilhos nucleares, mais perigoso será o mundo". A proposta das superpotências dividia as responsabilidades:

    • Estados Nuclearmente Armados (NWS): Obrigação de não transferir tecnologia nuclear a países não-possuidores.

    • Estados Não Nuclearmente Armados (NNWS): Proibidos de adquirir armas nucleares e sujeitos a vistorias/salvaguardas.

  • Divergências e Barganhas: Os NNWS desejavam incluir no tratado questões sobre desarmamento dos NWS e a garantia de acesso a tecnologia nuclear para fins pacíficos

Questões de Múltipla Escolha:

  1. O que motivou a Corrida Armamentista entre os Estados Unidos e a União Soviética durante a Guerra Fria, de acordo com o texto?
    A) Competição por recursos naturais
    B) Medo de um ataque nuclear e busca pela supremacia militar
    C) Disputa por territórios na África

  2. Qual evento intensificou a Corrida Armamentista na década de 1950, conforme mencionado no texto?
    A) Lançamento do Plano Marshall
    B) Desenvolvimento do primeiro satélite artificial, o Sputnik
    C) Assinatura do Tratado de Não Proliferação Nuclear

  3. Como a Corrida Armamentista impactou a economia e a política dos Estados Unidos e da União Soviética, segundo o texto?
    A) Redução dos gastos militares e estabilidade política
    B) Direcionamento de recursos para produção de armamentos e tensão internacional
    C) Aumento dos investimentos em educação e saúde

Gabarito:

  1. B) Medo de um ataque nuclear e busca pela supremacia militar

  2. B) Desenvolvimento do primeiro satélite artificial, o Sputnik

  3. B) Direcionamento de recursos para produção de armamentos e tensão internacional