Volitivo
  • Home
  • Questões
  • Material de apoio
  • Disciplina
  • Blog
  • Sobre
  • Contato
Log inSign up

Footer

Volitivo
FacebookTwitter

Plataforma

  • Home
  • Questões
  • Material de apoio
  • Disciplina
  • Blog
  • Sobre
  • Contato

Recursos

  • Política de privacidade
  • Termos de uso
Aprenda mais rápido com a Volitivo

Resolva questões de concursos públicos, enem, vestibulares e muito mais gratuitamente.

©Todos os direitos reservados a Volitivo.

30/08/2025 • 18 min de leitura
Atualizado em 30/08/2025

Internet em Cuba

Conectividade em Cuba: Um Guia para Estudantes e Nômades Digitais

A internet em Cuba é, sem dúvida, um dos temas que mais geram dúvidas e curiosidade. Longe dos padrões de conectividade global, a ilha caribenha apresenta um cenário único e desafiador para moradores e visitantes.


1. Desvendando a Internet em Cuba: O Cenário Geral

Para compreender o funcionamento da internet em Cuba, é essencial partir do princípio de que as coisas não funcionam como no resto do mundo. A conectividade na ilha é marcada por um modelo centralizado, com limitações significativas e um custo considerado alto para os padrões locais.

1.1. ETECSA: O Monopólio Estatal da Conectividade

A Empresa de Telecomunicaciones de Cuba, S.A. (ETECSA) é a única operadora responsável por fornecer todos os serviços de telefonia e internet no país, tanto para os cidadãos cubanos quanto para turistas. Isso significa que não existe concorrência no setor, e o acesso segue um modelo centralizado com regras e limites bem definidos. A ETECSA é a maior organização com alocações de IP em Cuba, com 295.936 endereços IPv4 e 2.322 redes IPv6.

1.2. A Realidade do Acesso Pago: Não Existe Internet de Graça

Uma das primeiras e mais importantes informações para qualquer pessoa em Cuba é que não existe internet de graça. O acesso é pago na maioria dos casos, seja através de pacotes de dados móveis ou cartões pré-pagos para Wi-Fi.

1.3. Os Múltiplos Fatores da Exclusão Digital em Cuba

A exclusão digital em Cuba é resultado de uma combinação de fatores históricos, políticos e econômicos:

  • Embargo Comercial dos EUA: O longo embargo imposto pelos Estados Unidos desde os anos 1960 dificultou o acesso do governo cubano à infraestrutura necessária para oferecer conexão de qualidade aos seus cidadãos. Essa dificuldade se estende à compra de tecnologias e à conexão a cabos operados por empresas estadunidenses que passam perto da ilha.

  • Custo Elevado: As tarifas de acesso à internet, sejam pacotes de dados ou cartões Wi-Fi, ainda são pesadas para os cubanos, que recebem salários médios de cerca de US$30 por mês.

  • Infraestrutura Precária e Instabilidade: Apesar dos avanços, a infraestrutura digital do país ainda é precária em muitas regiões, resultando em cobertura de sinal fraca ou inexistente, especialmente no interior ou em cidades menos turísticas. A velocidade da conexão varia e é frequentemente instável, podendo ficar lenta ou cair em horários de pico.

  • Restrições e Censura: O governo cubano tem implementado políticas que veem as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) como uma "arma para a defesa da Revolução", o que pode limitar o acesso de atores críticos e oposicionistas. A censura de sites e aplicações é uma realidade, com domínios bloqueados por serem "contrários à ideologia do governo cubano".


2. Modalidades de Acesso à Internet: Como se Conectar

Cuba tem dado passos importantes em direção à conectividade nos últimos anos, especialmente com a chegada da internet móvel e a ampliação dos pontos Wi-Fi públicos.

2.1. Internet Móvel: Conectividade na Palma da Mão

A chegada da internet móvel em Cuba, em dezembro de 2018, foi um divisor de águas para a população, que passou a ter a possibilidade de acessar a internet por meio de seus celulares sem depender exclusivamente dos pontos Wi-Fi públicos. Turistas também podem se beneficiar dessa modalidade.

  • Como Funciona: Para usar os dados móveis, é necessário adquirir um chip local pré-pago da operadora ETECSA (marca Cubacel). Existe um "tourist SIM" específico para estrangeiros, que pode ser comprado em aeroportos internacionais (como o José Martí em Havana) ou nas lojas da ETECSA nas principais cidades. É preciso apresentar o passaporte para a compra.

  • Cobertura e Velocidade: O chip turístico dá acesso às redes 3G e 4G, dependendo da região. Em cidades como Havana, Varadero, Cienfuegos e Trinidad, a conexão geralmente funciona de forma aceitável, especialmente durante o dia. Contudo, em áreas menos turísticas ou em horários de pico, o sinal pode oscilar ou desaparecer. É a forma mais prática e autônoma de acessar a internet na ilha.

  • Custos dos Pacotes de Dados:

    • 600 MB custam cerca de US$7.

    • 4 GB custam cerca de US$30.

    • Outros pacotes incluem 1 GB por US$10 e 2,5 GB por US$20.

    • Esses pacotes têm validade de 30 dias e podem ser recarregados.

    • Sem pacotes de dados, cada 100 MB podem custar cerca de US$10.

    • Ponto para Concursos: O custo ainda é elevado, considerando o salário médio cubano de US$30 por mês.

  • Roaming Internacional: Turistas podem usar planos de roaming internacional de suas operadoras de origem, desde que tenham parceria com a Cubacel. Por exemplo, a Vivo no Brasil tem parceria com a Cubacel, permitindo o uso de 3G em Cuba, embora com limitações de velocidade.

2.2. Pontos Públicos de Wi-Fi: As Praças Conectadas

Os pontos públicos de Wi-Fi continuam sendo uma das formas mais populares de acesso à internet em Cuba, tanto para cubanos quanto para turistas. É comum ver pessoas aglomeradas em praças e calçadas com seus celulares, utilizando os cartões da ETECSA.

  • Localização: Estão espalhados por praças, calçadas de avenidas movimentadas, áreas próximas a hotéis, centros culturais e em frente a algumas lojas da ETECSA. Em 2015, já existiam mais de 700 espaços de acesso à internet, incluindo 339 salas de navegação e 35 zonas Wi-Fi em praças públicas, com planos de expansão para mais 100 salas e 80 zonas Wi-Fi em 2016.

  • Como Conectar: É preciso comprar um cartão pré-pago (Nauta) com login e senha, que é vendido por tempo de uso (ex: 1 hora, 5 horas). Após comprar o cartão, conecta-se a uma rede Wi-Fi da ETECSA e acessa o site portal.nauta.cu para inserir o usuário e a senha.

  • Custos dos Cartões Wi-Fi (2025):

    • Nas lojas oficiais da ETECSA:

      • Cartão de 30 minutos: 12,50 CUP.

      • Cartão de 1 hora: 25 CUP.

      • Cartão de 5 horas: 125 CUP.

    • No mercado informal: Os preços podem ser mais altos (ex: 1 hora por 70 CUP ou mais), mas também é possível encontrar boas ofertas no câmbio paralelo, por volta de 25 CUP.

  • Dica Importante: Após usar, é essencial fazer log-out do sistema no portal.nauta.cu, caso contrário, o tempo continuará sendo consumido.

  • Velocidade: A velocidade da conexão nesses pontos é bastante variável e geralmente lenta, sendo pessoalmente considerada "muito lenta" por quem a usou.

2.3. Internet nos Hotéis e Resorts

O acesso à internet em hotéis e resorts varia de acordo com o padrão da hospedagem.

  • Disponibilidade e Custo: Em estabelecimentos mais simples, o Wi-Fi é cobrado à parte e disponível apenas em áreas comuns. Em resorts all inclusive e hotéis de categoria superior, a conexão é mais acessível, embora nem sempre gratuita.

  • Método de Conexão: Geralmente por meio de cartões com login e senha vendidos na recepção ou em lojas da ETECSA dentro dos hotéis.

  • Qualidade: A velocidade é suficiente para aplicativos de mensagem e navegação leve, mas chamadas de vídeo ou streaming raramente funcionam sem interrupções. Hotéis de alto padrão, especialmente para turismo internacional, podem oferecer uma conectividade melhor.

2.4. Internet Doméstica (Nauta Hogar)

A conexão à internet nas residências cubanas, conhecida como Nauta Hogar, começou a ser introduzida recentemente (após 2013), mas ainda não há adesão significativa devido aos preços proibitivos para a maioria da população. Em abril de 2017, após testes, a ETECSA anunciou a prontidão para levar internet às casas, mas os custos continuavam elevados. Os preços em 2016 variavam de 15 CUC (cerca de R$47) por 256 Kbps até 70 CUC (cerca de R$222) por 2048 Kbps.


3. Desafios e Peculiaridades da Conectividade Cubana (Nível Médio-Avançado)

Além das modalidades de acesso, é fundamental entender os desafios e as características únicas que moldam o cenário da internet em Cuba.

3.1. Censura e Restrições Digitais: A Barreira Ideológica

A internet em Cuba enfrenta restrições e censura, especialmente para conteúdos considerados "contrários à ideologia do governo".

  • Monitoramento e Bloqueio: O grupo cubano Guardianes Digitales revelou em seu sexto relatório (publicado em outubro de 2024) que, de quase 280 domínios analisados, 73 sofrem censura. Isso inclui determinados sites de notícias, plataformas de mídias sociais e alguns serviços de streaming.

  • Política de Informatização da Sociedade: Em março de 2017, o governo cubano aprovou uma política que considera as TICs uma "arma para a defesa da Revolução", visando garantir a segurança no ciberespaço contra "ameaças, riscos e ataques de qualquer natureza". Isso levanta a questão de como essa política pode limitar o acesso de atores críticos e oposicionistas.

  • A Esfera Pública Fragmentada: A mídia estatal contribui para a fragmentação da esfera pública e a escassa visibilidade de espaços de debate independentes. Estratégias "discursivas superficiais e/ou difamatórias" são usadas para conter a visibilidade de oposicionistas e ativistas, com figuras como o blogueiro Iroel Sánchez atuando como "policiais ideológicos".

  • Ponto para Concursos: Entender que a internet, além de uma ferramenta de comunicação, é vista pelo Estado cubano como um instrumento de controle e defesa ideológica.

  • Solução para Turistas e Nômades Digitais: Uso de VPN (Rede Privada Virtual)

    • Uma VPN permite contornar essas limitações, acessando a internet como se estivesse em outro país.

    • Crucial: É preciso instalar a VPN antes de entrar no país, pois, uma vez em Cuba, pode ser impossível fazê-lo.

3.2. O Papel da Google: Entre a Conectividade e a Geopolítica

A empresa Google emergiu como um ator importante no debate sobre a internet em Cuba a partir de 2014, especialmente devido à sua proximidade com o Departamento de Estado dos EUA durante a gestão de Barack Obama.

  • Iniciativas da Google:

    • Em março de 2016, a Google inaugurou seu primeiro centro tecnológico em Cuba, no estúdio de um artista plástico, oferecendo acesso gratuito à internet com velocidade superior às conexões da ETECSA.

    • No final de 2016, a ETECSA e a Google assinaram um Acordo Google Global Cache, visando permitir que os usuários em Cuba acessassem os conteúdos da Google com mais rapidez e melhorassem a velocidade e qualidade da rede internacional da ETECSA.

  • Pós-Obama: Após a gestão Obama, o cenário tecno-político mudou, com Donald Trump freando as negociações e Joe Biden se negando a retomar as políticas de diálogo, o que agravou a já complexa situação econômica e social de Cuba.

3.3. Internet e a Dinamização da Esfera Pública em Cuba

Apesar das limitações, a internet tem desempenhado um papel crucial na dinamização da esfera pública em Cuba.

  • Proliferação de Espaços: A socialização do acesso à internet, juntamente com o debate promovido pelo governo cubano (na gestão Raúl Castro), tem favorecido a proliferação de espaços (físicos e virtuais) que contribuem para a visualização da pluralidade política da sociedade cubana contemporânea.

  • Visibilidade e Desmonopolização da Informação: O ciberespaço tornou visíveis temas que antes permaneciam no âmbito privado ou restrito. Blogs, revistas virtuais e redes sociais refletem a pluralidade de pontos de vista. A interação dos cubanos com a internet tem contribuído para diminuir a eficácia simbólica do monopólio informativo estatal.

  • Conceito de Esfera Pública em Regimes Pós-Totalitários: A noção ideal de esfera pública de Habermas (baseada na troca argumentativa, livre acesso e paridade de status) é limitada para países socialistas pós-totalitários como Cuba. Nessas nações, a esfera pública oficial coexiste com esferas críticas e oposicionistas, muitas vezes precárias e fragmentadas, mas que conseguem florescer apesar dos constrangimentos.

  • O Regime Cubano como Pós-Totalitário: Autores como López-Levy (2014) e Chaguaceda (2016) classificam o sistema político cubano como pós-totalitário, caracterizado por pluralismo social e econômico limitado, persistência de uma ideologia oficial, perda de interesse na mobilização massiva e repressão seletiva. No entanto, Hoffman (2011) argumenta que Cuba, com a longa permanência de Fidel Castro, misturava elementos de militarismo, personalismo e partido único com autoridade carismática e racional-legal, caracterizando-o como um "socialismo carismático de estado".

  • Esfera Pública Oficial e Alternativas:

    • Esfera Pública Política Oficial: Integrada pelo Partido Comunista, organismos do Estado e do Governo.

    • Esfera Pública Cultural/Intelectual: Produz publicações e expressões artísticas, sendo um foco de tensão com as autoridades.

    • Esfera Pública Oposicionista: Promovida por organizações que advogam pela mudança do sistema político, utilizando a internet e a mídia internacional para divulgar suas ideias. Exemplos incluem Estado de SATS e o jornal digital 14 y medio.

    • Esfera Pública Crítica Alternativa Oficialmente Tolerada: Espaços de debate com posicionamentos moderados, como Periodismo de Barrio, Red Protogónica Observatorio Crítico (OCC), e a revista católica Espacio Laical.

      • Espacio Laical: Destaca-se como um espaço anômalo ou laboratorial, onde apoiadores do governo, críticos e oposicionistas convergem para trocar pontos de vista. A Igreja tem desempenhado um papel de mediador, com iniciativas que buscam o diálogo respeitoso e a compreensão. É um exemplo de pluralidade em um contexto restritivo e tem sido elogiada por contribuir para uma esfera pública "beligerante e pluralista".

  • Fragmentação e Limites: A esfera pública em Cuba é precária e fragmentada, com espaços desconectados e autocensura induzida. A presença de pessoas "indesejadas" em espaços institucionais é limitada, dificultando o fluxo de ideias entre as diferentes esferas.


4. Nômade Digital em Cuba: Como Viver e Trabalhar na Ilha

A experiência de ser um nômade digital em Cuba é única e desafiadora, diferentemente de destinos cosmopolitas. Exige adaptação, flexibilidade e um coração aberto para viver algo incomum.

4.1. Conectividade e Internet para Nômades Digitais

A internet, embora cara e instável, pode ser suficiente para as necessidades de trabalho remoto com planejamento.

  • Priorizar o 4G: A rede móvel 4G teve melhorias de velocidade e acesso antes da pandemia. É comum comprar um chip local e compartilhar a internet do telefone com o computador.

  • Custo da Internet para Nômades: Um pacote com 4 GB (4G) + 12 GB (3G) pode custar 950 pesos (equivalente a cerca de US$4 na taxa de câmbio não oficial, mas os preços podem variar devido à inflação). Para duas pessoas trabalhando em tempo integral, isso pode durar 5 a 7 dias, totalizando um gasto de aproximadamente US$170 em dados móveis em três meses para um casal. Uma estimativa sugere gastar pelo menos US$30 por mês em dados para trabalho em tempo integral.

  • Wi-Fi Público e Hotéis: Embora disponíveis, o Wi-Fi público é frequentemente lento. Hotéis de alto padrão podem oferecer melhor conectividade, e é possível comprar cartões Wi-Fi na recepção e usar no lobby.

  • Dicas Essenciais de Conectividade:

    • Baixe tudo antes da viagem: Mapas offline (Google Maps, Maps.me), roteiros, reservas, frases no Google Tradutor.

    • Compre o chip local no aeroporto: Evite as filas longas e atendimento demorado nas lojas da ETECSA nas cidades.

    • Controle o uso de dados: Desative atualizações automáticas, evite vídeos ou mídias pesadas na rede móvel.

    • Tenha flexibilidade: A internet pode ser instável e cair, exigindo baixar as expectativas e ajustar o ritmo de trabalho.

4.2. Vistos e Regulamentações de Permanência

  • Visto de Turista (Tarjeta de Turismo): Desde novembro de 2022, a maioria dos estrangeiros com visto de turista pode permanecer em Cuba por 90 dias (anteriormente 30 dias, renováveis por mais 30).

  • Como Obter: A Tarjeta de Turismo é um formulário simples que custa cerca US$20. Na maioria das vezes, pode ser comprado no check-in no aeroporto, diretamente no balcão da companhia aérea. Importante: Não está disponível na chegada, e a multa por viajar sem visto é alta. Recomenda-se confirmar com a companhia aérea ou comprar em uma agência de vistos.

4.3. Seguro Viagem Obrigatório

O seguro viagem para Cuba é obrigatório para todos os viajantes.

  • Aplicação Rigorosa: A política é rigorosamente aplicada na entrada, e pode ser solicitado o comprovante do seguro na imigração.

  • Consequência da Não Apresentação: Se não houver comprovante, o viajante será obrigado a adquirir uma apólice de uma seguradora cubana no aeroporto, que geralmente é mais cara e menos completa.

  • Recomendação: A Assist Card é a única seguradora com parceria direta com a rede hospitalar cubana, garantindo atendimento mais ágil e eficiente sem custos extras no momento do uso. Outras seguradoras operam via reembolso, onde o viajante paga do próprio bolso e solicita a devolução depois.

4.4. Onde se Hospedar como Nômade Digital

Encontrar acomodação em Cuba é relativamente fácil, com opções para diferentes preferências.

  • Casas Particulares: Escolha principal para turistas e nômades digitais. Oferecem hospitalidade autêntica, são acessíveis e permitem interação com locais. É possível encontrar quartos e estúdios com cozinha/banheiro independentes.

  • Airbnb: A plataforma tem opções crescentes de apartamentos, quartos e estúdios. Oferecem mais privacidade, mas é importante perguntar sobre a velocidade e disponibilidade da internet.

  • Hotéis e Resorts: Para mais conforto e comodidades, especialmente em Havana e Varadero. São mais caros, mas com qualidade e serviços consistentes, incluindo internet mais estável.

  • Hostels: Opções econômicas e sociáveis, ideais para viajantes solo.

  • Onde Reservar: Airbnb, sites dedicados a Casas Particulares (ex: MyCasaParticular.com, CubaCasa.co.uk), Hostelworld.

4.5. Custo de Vida em Cuba para Nômades Digitais

O custo de vida varia, mas um nômade digital pode esperar gastar entre US$800 e US$1200 por mês.

  • Acomodação: A maior despesa. Apartamentos custam entre US$600 a US$1000 por mês.

  • Alimentação: Restaurantes locais (paladares) são baratos (US$3-US$5 por refeição). Fazer compras para cozinhar pode ser econômico, mas com variedade limitada.

  • Transporte: Local é superbarato (ônibus quase de graça). Táxis e aluguel de carros são mais caros para turistas, que pagam em dólares. Usar o aplicativo La Nave (equivalente ao Uber) pode reduzir os custos de táxi pela metade.

  • Lazer e Entretenimento: Museus e espaços culturais são baratos, mas baladas e atividades turísticas podem ser caras (cobradas em dólar). A cerveja pode custar US$0,50 por lata.

  • Diversos: Produtos de higiene pessoal e itens essenciais podem ser mais caros ou de disponibilidade limitada.

  • Dicas para Economizar: Comer em paladares, alugar a longo prazo, usar transporte local.

4.6. Dinheiro e Compras: A Peculiaridade Monetária

  • Moeda: O Peso Cubano (CUP), também conhecido como "moneda nacional". O CUC (convertible) não existe mais.

  • Câmbio: Em 2024, a taxa de câmbio nas ruas era de cerca 240 pesos por dólar (enquanto a taxa oficial em lojas governamentais e bancos era de 110 pesos por dólar).

  • Recomendação: Levar euros ou dólares em espécie e trocar nas ruas, com alguém confiável, para obter uma taxa de câmbio mais vantajosa.

  • Cartões de Crédito/Débito: Cartões não emitidos por bancos dos EUA podem ser aceitos em lojas e restaurantes do governo, mas raramente são aceitos em estabelecimentos privados. Os caixas eletrônicos são pouco confiáveis.

  • Mercearias:

    • Lojas Estatais (MLCs): Operam em uma moeda equivalente ao dólar e aceitam apenas cartões de crédito. A variedade de produtos pode variar muito.

    • Mercados Privados (Mipymes): Podem oferecer mais opções, pois têm permissão para importar, mas os preços são mais altos.

    • Racionamento: Cuba opera um sistema de racionamento para bens essenciais, que são subsidiados para cubanos, mas em quantidades limitadas. Estrangeiros podem comprar no mercado negro a preços altos (ex: 30 ovos por US$15 em 2023).

    • Agros (Mercados Agrícolas): Ótimos para comprar vegetais frescos, carne e outros produtos locais, todos orgânicos.

4.7. Aplicativos Essenciais (Baixar Antes da Viagem)

  • VPN: Para contornar restrições e acessar serviços online.

  • La Nave: Funciona como Uber para transporte local, com preços mais justos do que táxis de rua.

  • Maps.me: Aplicativo de mapas offline confiável.

  • Mandao: Para delivery de comida (com poucos restaurantes disponíveis).

4.8. Comunidade e Espaços de Coworking

Cuba não é um destino comum para nômades digitais, então a comunidade é escassa. É uma oportunidade para interagir com os locais, que são sociáveis e abertos a conversas. Espaços de coworking em Havana fecharam, mas lobbies de hotéis, cafés e paladares servem como alternativas para trabalhar.

4.9. O Que Levar para Cuba

  • Produtos de Higiene e Beleza: Marcas ou produtos específicos podem não estar disponíveis.

  • Medicamentos e Suprimentos de Saúde: Medicamentos prescritos e de venda livre (analgésicos, antidiarreicos).

  • Proteção Solar: Protetor solar, óculos de sol, chapéu (difíceis de encontrar em Havana).

  • Eletrônicos: Carregadores, adaptador para tomadas cubanas (110V, estilo americano).

  • Ponto de Atenção: Não é permitido entrar no país com drones.

  • Dica Extra: Levar itens para doar aos cubanos necessitados é um gesto apreciado.


5. Conclusão e Perspectivas Futuras

Ser um nômade digital em Cuba é uma experiência repleta de desafios e recompensas. Embora a internet limitada e a infraestrutura básica possam ser obstáculos, a imersão cultural, a história fascinante e a chance de desacelerar e refletir tornam Cuba um destino incomparável para nômades adaptáveis e que não tem medo de passar perrengues.

A dinamização da esfera pública em Cuba por meio da internet e de espaços de debate (oficiais, críticos e oposicionistas) indica um processo complexo de evolução social e política. A coexistência dessas diferentes esferas, especialmente o papel de mediação e diálogo da revista Espacio Laical, aponta para a possibilidade de uma democratização política e econômica "de baixo para cima".

Para que uma esfera pública democrática se consolide, é fundamental que haja a adoção de uma cultura política que democratize as relações Estado-sociedade, reconhecendo a legitimidade do dissenso e promovendo o diálogo entre diferentes imaginários.

As expectativas para o futuro, especialmente após a saída de Raúl Castro e a ascensão de Miguel Díaz-Canel, envolvem desafios significativos: garantir o sucesso das reformas econômicas, gerenciar as relações com os Estados Unidos sob diferentes gestões (pós-Trump e Biden) e lidar com uma sociedade cada vez mais diversa e plural, buscando evitar a exclusão e criminalização do dissenso. O desenvolvimento da internet e a contínua, embora fragmentada, emergência de espaços de debate terão um papel crucial nesse cenário em constante transformação.