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23/04/2024 • 20 min de leitura
Atualizado em 21/07/2025

Interpretação de textos

Interpretação de Textos para sua Aprovação

Você já se sentiu como se estivesse "cara a cara com a esfinge" ao ler um texto em uma prova, com a sensação de "decifra-me ou devoro-te"? A interpretação de textos é, sem dúvida, uma das habilidades mais desafiadoras e, ao mesmo tempo, mais cruciais para o sucesso em qualquer concurso público ou no ENEM. Não se trata apenas de gabaritar as questões de Língua Portuguesa, mas de compreender os enunciados em todas as disciplinas, da Matemática ao Direito.

Este guia foi elaborado para ser o seu material de apoio mais completo e didático, desvendando os segredos da leitura e interpretação textual. Abordaremos as dúvidas mais frequentes, os "macetes" para identificar as pegadinhas, e os conteúdos mais exigidos pelas bancas, sempre com uma ordem didática que vai do mais fácil ao mais complexo. Prepare-se para elevar seu nível de compreensão e garantir sua aprovação!


1. O Que É Texto? Decifrando a Essência da Comunicação

Para começar a interpretar textos, é fundamental entender o que ele realmente é. A palavra "texto" tem origem no latim texere, que significa "construir, tecer", e textus, que remete a "maneira de tecer, coisa tecida, estrutura". Essa etimologia nos oferece uma metáfora poderosa: assim como um tecido é formado pelo entrelaçamento de fios, um texto é uma peça única, coesa, onde ideias se entrelaçam para formar um sentido total.

Segundo o linguista José Luiz Fiorin, um texto é "um todo organizado de sentido", onde "o sentido de uma parte depende do sentido de outra". Isso significa que todas as partes do texto são solidárias, colaborando entre si para a construção do significado global.

A Regra de Ouro: Leia o Texto Por Completo!

A lição mais fundamental e, muitas vezes, negligenciada é: para entender a mensagem expressa em um texto, o primeiro passo é lê-lo por completo. Ler apenas uma parte pode levar a interpretações equivocadas.

Um excelente exemplo disso é a tirinha "As Cobras" de Luís Fernando Veríssimo. Se considerássemos apenas os dois primeiros quadrinhos, a impressão seria de que o time de futebol está indo muito bem, tendo perdido "só duas" partidas. Contudo, a leitura completa revela que o time jogou apenas duas partidas e perdeu ambas, o que muda completamente o sentido e revela o humor irônico da situação. Somente a leitura completa é capaz de mostrar o real significado que o autor deu ao seu texto.

Além das Palavras: Textos Multimodais

É crucial entender que um texto vai além das palavras, orações e parágrafos. Atualmente, as provas de concursos e ENEM trabalham com textos multimodais, que combinam diferentes recursos, como imagens, palavras e até sons (onomatopeias). Charges, tirinhas e infográficos são exemplos clássicos. Para interpretar esses textos, é preciso considerar como a linguagem verbal e não-verbal, juntas, constroem um significado, que pode ser complementar ou até oposto. Em muitas questões, os detalhes da imagem (expressões faciais, cenários) podem ser mais importantes que as palavras.


2. Compreensão e Inferência: Ferramentas Essenciais da Leitura

Chegamos a duas habilidades distintas, porém complementares, que são constantemente cobradas em provas: compreensão e inferência.

2.1. Compreensão Textual: O Que Está Explícito

Compreender um texto significa identificar as informações que estão expostas, explícitas no texto. É a capacidade de decodificar a mensagem literal do autor, percebendo seu objetivo comunicativo.

Para uma boa compreensão, você deve ser capaz de:

  • Identificar as informações mais importantes de cada parágrafo, incluindo o vocabulário utilizado e as palavras-chave.

  • Entender como os sinais de pontuação contribuem para o sentido.

  • Distinguir fatos expressos de opiniões do autor.

  • Compreender figuras de linguagem, humor e ironia.

  • Entender a diferença entre linguagem literal e figurada.

  • Identificar os elementos de coesão: palavras e termos que retomam ideias ou antecipam informações.

Dica de Prova: Questões que pedem compreensão geralmente usam expressões como "segundo o texto...", "o autor afirma/sugere que...", "de acordo com o autor...". A resposta deve ser encontrada diretamente no texto, ainda que reformulada.

2.2. Inferência Textual: Lendo Nas Entrelinhas

Inferência é uma operação lógica que permite chegar a uma conclusão baseada em evidências circunstanciais e conhecimentos prévios, mesmo que a informação não esteja explicitamente dita. É o ato de "ler nas entrelinhas", utilizando pistas deixadas pelo autor para ativar a construção de sentido.

A inferência envolve:

  • Associação de informações explícitas com seu conhecimento de mundo (repertório). Quanto mais você lê e se informa, mais fácil se torna inferir.

  • Identificação de pistas textuais (palavras, frases, contextos, estrutura) que sugerem significados implícitos.

  • Tipos de inferência:

    • Inferência Dedutiva: Baseada em lógica e fatos, parte de uma premissa geral para uma conclusão específica. Exemplo: "Todos os humanos são mortais" e "Sócrates é humano" leva à dedução de que "Sócrates é mortal". Geralmente mais precisa.

    • Inferência Indutiva: Baseada em observações e padrões, envolve generalização a partir de exemplos específicos. Exemplo: "O sol nasceu no leste todos os dias até hoje" leva à inferência de que "o sol nascerá no leste amanhã". Útil para previsões.

Cuidado para Não Extrapolar! O Limite da Inferência

Uma armadilha comum é a extrapolação, ou seja, ir além do que o texto permite ou sugerir algo que não é de responsabilidade do autor. Nem todas as interpretações são possíveis. O texto oferece pistas para ser interpretado dentro de um limite, sem distorcer completamente o sentido expresso e as intenções do autor.

Informações Implícitas: Pressupostos e Subentendidos

O linguista José Luís Fiorin categoriza as informações implícitas em dois tipos:

  • Pressupostos: São ideias implícitas que decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase. Eles devem ser verdadeiros para que a informação explícita faça sentido. O emissor os utiliza para que o receptor os aceite como indiscutíveis.

    • Exemplo: "Miranda tornou-se defensor dos animais". O verbo "tornou-se" pressupõe que Miranda não era defensor dos animais antes, e essa postura mudou. Você pode questionar o grau de defesa, mas não que ele não defendia antes.

    • Marcadores de Pressupostos: Adjetivos (ex: "primeira" em "Julinha foi minha primeira filha" pressupõe outras filhas), certos verbos (ex: "continua" em "Renato continua doente" pressupõe que já estava doente), advérbios (ex: "ainda" em "Eu ainda não conheço a Europa" pressupõe a possibilidade de conhecer), e orações adjetivas (explicativas pressupõem totalidade, restritivas pressupõem parte).

  • Subentendidos: São insinuações não marcadas linguisticamente, contidas em uma frase ou conjunto de frases. A responsabilidade pela inferência é do receptor, e o emissor pode se "esconder" atrás do sentido literal para negar a intenção.

    • Exemplo: Se uma visita diz "está frio hoje, não é?" com uma janela aberta. Isso pode subentender que a pessoa deseja que a janela seja fechada. O dono da casa poderia negar essa intenção, afirmando que apenas constatou o frio.

Dica de Prova: Questões de inferência geralmente usam expressões como "depreende-se do texto...", "conclui-se que...", "o texto permite deduzir que...".


3. Tipos e Gêneros Textuais: A Estrutura por Trás da Mensagem

Entender a diferença entre tipos textuais e gêneros textuais é um passo fundamental para a interpretação textual eficaz.

3.1. Tipos Textuais: Os Modelos Fixos

Os tipos textuais referem-se a características específicas e fixas que os textos apresentam, repetindo-se em diferentes textos que pertencem ao mesmo tipo. São modelos de enunciação estáveis e limitados em número. Basicamente, existem cinco tipos textuais:

  • 1. Narração: Caracteriza-se pela apresentação de personagens em ação em um determinado tempo e espaço. Há um narrador que conta os fatos, e os verbos são predominantemente flexionados no passado.

    • Exemplos: Crônicas, romances, contos, novelas. (Exemplo: "Memórias de um Sargento de Milícias" de Manuel Antônio de Almeida).

  • 2. Descrição: Refere-se a textos em que não há ação propriamente dita, mas sim a indicação de características de uma pessoa, lugar, objeto, animal ou condição meteorológica. Utiliza-se muitos adjetivos e verbos de ligação (ser, estar, permanecer).

    • Exemplos: Retratos, paisagens, descrições em geral. (Exemplo: Trecho da canção "Garota de Ipanema").

  • 3. Dissertação ou Argumentação: É o tipo textual em que se defende um ponto de vista (tese) por meio da apresentação de argumentos que o justificam. O objetivo é convencer o leitor. Não há ação nem personagens.

    • Exemplos: Editoriais de jornal, dissertações escolares, teses de doutorado, artigos científicos. (Exemplo: Trecho de entrevista do El País).

    • Prioridade em Concursos: A argumentação é um tema extremamente cobrado e complexo. É vital compreender que Argumentação é um TIPO textual, não um GÊNERO. Um texto dissertativo tem um assunto e um ponto de vista, buscando persuadir.

      • Objetivo da Argumentação: Não apenas transmitir informação, mas convencer, persuadir o ouvinte a crer no que é dito. Atua no domínio do preferível, não da verdade necessária.

      • Tipos de Argumentos (muito cobrados):

        • Autoridade: Citação de afirmações de pessoas reconhecidas para apoiar uma tese. (Ex: Citando Einstein).

        • Quantidade: Valoriza o que é apreciado pela maioria, o que existe em maior número, etc. "Mais = melhor".

        • Consenso: Fundamenta-se em afirmações aceitas como verdadeiras em determinada época, dispensando comprovações. (Cuidado com lugares-comuns e preconceitos).

        • Existência: Mais fácil aceitar o que comprovadamente existe. Inclui provas documentais (fotos, estatísticas, depoimentos).

        • Quase Lógico: Opera com base em relações lógicas (causa e efeito, analogia), mas não estabelece relações necessárias, apenas prováveis. Um texto logicamente coerente é mais aceito.

        • Atributo: Considera melhor o que tem propriedades socialmente valorizadas (raro, refinado). A competência linguística (uso da norma culta) é um atributo que confere confiabilidade.

      • Orientação Argumentativa: Direção que o falante dá ao texto, destacando ou omitindo fatos, escolhendo palavras para criticar, ridicularizar ou enaltecer.

      • Falhas Comuns na Argumentação: Uso de palavras de sentido amplo sem delimitação (ex: "paz"), afirmações generalistas que podem ser refutadas por um único contraexemplo (ex: "Todos os políticos são ladrões"), uso impreciso de noções científicas.

      • Refutação/Contra-argumentação: Habilidade essencial para discutir um tema, analisar argumentos opostos e desqualificá-los (ex: refutação pelo absurdo, por exclusão).

      • Raciocínio Lógico: Dedutivo (do geral para o particular) e Indutivo (do particular para o geral). Sofisma: Raciocínio errado ou inadequado que leva a conclusões falsas ou improcedentes. (Ex: "Todo abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um abacate." - sofisma de generalização indevida).

  • 4. Exposição: Apresenta informações sobre um tema sem o objetivo de convencer ou argumentar. A informação é organizada de forma lógica para esclarecer o leitor.

    • Exemplos: Verbetes de dicionário, entrevistas informativas, reportagens sobre turismo. (Exemplo: Definição de "Deserto" da Britannica Escola).

  • 5. Injunção: Fornece ao leitor informações sobre a execução de tarefas. Sua principal característica é a utilização do modo imperativo (pedidos ou ordens), em uma sequência cronológica de ações.

    • Exemplos: Receitas culinárias, manuais de instrução, textos de orientação. (Exemplo: Modo de preparo de massa de panqueca).

3.2. Gêneros Textuais: As Manifestações Sociais

Os gêneros textuais são representados pelos mais variados textos que circulam na sociedade, como posts em redes sociais, bulas de remédio, notícias, romances, etc.. Eles são inúmeros e podem surgir novos gêneros a cada dia, dependendo das necessidades comunicativas. Diferentemente dos tipos textuais, os gêneros não apresentam características fixas, podendo variar bastante entre si.

Entender os gêneros textuais é crucial porque eles dão sinais da intenção do autor e do contexto de comunicação.

Exemplos de Gêneros Textuais e Suas Características (muito cobrados):

  • Reportagem: Informar o leitor sobre determinado acontecimento. Linguagem clara e objetiva, buscando imparcialidade. Pode conter trechos narrativos. Estrutura: manchete, título auxiliar, lide (primeiro parágrafo com o assunto em linhas gerais) e corpo do texto.

    • Exemplo: Trecho de reportagem sobre Omar Sy.

  • Charge: Transmite informações com o auxílio de imagens (personagens, locais, fatos) e, por vezes, pequenos diálogos. Objetivo: traçar crítica social ou política, utilizando humor ou ironia. Gênero multimodal.

    • Exemplo: Charge de Laerte ("Perspectiva de governo").

  • Tirinha: Também apresenta imagens e textos, mas com uma sequência de acontecimentos em poucos quadrinhos, diferente da charge que geralmente tem imagem única. Caracterizada pelo humor e reflexões sobre o cotidiano ou fatos políticos.

    • Exemplo: Tirinha de Calvin e Haroldo.

  • Romance: Narrativa longa com muitos personagens, ações complexas em tempo e espaço definidos. Produz mudanças na situação inicial.

    • Exemplos: "Dom Casmurro", "O Guarani".

  • Conto: Texto narrativo breve, com personagens e ação em tempo e espaço definidos. Mais curto e com acontecimentos mais ágeis que o romance.

    • Exemplo: Trecho de "Uma vela para Dario" de Dalton Trevisan.

  • Crônica: Gênero que, com leveza e humor, expõe acontecimentos cotidianos e faz reflexões sobre dramas e episódios sociais. Muitos jornais publicam, focando em temas urbanos e questões sutis.

    • Exemplo: Trecho de "Miau" de Moacyr Scliar.

Importante: É comum que um gênero textual apresente partes de diferentes tipos textuais. Por exemplo, um romance pode ter partes descritivas ou argumentativas, embora predomine a narração.


4. Elementos de Coesão e Coerência Textual: A Liga do Sentido

A coesão e a coerência são a base para a construção de sentido e, portanto, para a interpretação de textos.

  • Coesão: Refere-se à ligação gramatical e lexical entre palavras, frases e parágrafos. É a conexão superficial do texto, garantida pelo uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios) e outros recursos.

    • Principais Regras: Referência (anáfora, catáfora, comparativa), Substituição, Elipse, Conjunção, Coesão Lexical (sinônimos, hiperônimos).

  • Coerência: Diz respeito ao conteúdo, à sequência lógica e ao sentido das ideias no texto. Um texto coerente faz sentido e não apresenta contradições.

    • Princípios: Não contradição (ideias não contraditórias), não tautologia (evitar redundância), relevância (ideias relacionadas), continuidade temática (assunto com seguimento), progressão semântica (informações novas ordenadas).

    • Fatores para Coerência: Amplo conhecimento de mundo (bagagem de informações), inferências adequadas e informatividade (conhecimentos ricos e pouco previsíveis).

Atenção: Um texto pode ser coeso (gramaticalmente correto) mas incoerente (sem sentido lógico), e vice-versa. Ambos são essenciais para uma interpretação completa.


5. Funções da Linguagem: As Intenções do Autor

As funções da linguagem são recursos que dão ênfase à mensagem transmitida, de acordo com o objetivo do emissor e o contexto comunicativo. É um tópico frequentemente cobrado em concursos.

  • Função Referencial ou Denotativa:

    • Objetivo: Informar, referenciar algo, de forma objetiva e impessoal. Focada no contexto/mensagem.

    • Características: Linguagem denotativa (literal), terceira pessoa.

    • Exemplos: Notícias, textos científicos, didáticos.

  • Função Emotiva ou Expressiva:

    • Objetivo: Expressar sentimentos, emoções e impressões pessoais. Focada no emissor.

    • Características: Subjetividade, linguagem não necessariamente clara.

    • Exemplos: Diários, poemas líricos, desabafos.

  • Função Conativa ou Apelativa:

    • Objetivo: Convencer, persuadir, influenciar o receptor. Focada no receptor.

    • Características: Verbos no imperativo, vocativo, segunda ou terceira pessoa.

    • Exemplos: Propagandas, publicidades, discursos políticos. (Ex: Campanhas de conscientização como "Maio Amarelo" que pedem cuidado e respeito aos ciclistas).

  • Função Poética:

    • Objetivo: Enfatizar a construção da mensagem, a escolha das palavras e expressões. Focada na mensagem.

    • Características: Utilização do sentido conotativo (figurado) das palavras, figuras de linguagem.

    • Exemplos: Obras literárias, provérbios, anedotas, músicas.

  • Função Fática:

    • Objetivo: Estabelecer ou manter o canal de comunicação aberto. Focada no canal.

    • Características: Expressões de cumprimento, saudações, frases curtas para checar conexão.

    • Exemplos: "Alô?", "Tudo bem?", "Pois é...".

  • Função Metalinguística:

    • Objetivo: Explicar o próprio código usando o código. Focada no código.

    • Características: A linguagem falando sobre si mesma.

    • Exemplos: Dicionários, gramáticas, textos que descrevem a linguagem textual.


6. Significação das Palavras e Inferência Lexical: Semântica em Destaque

A semântica vocabular é uma das "queridinhas" das bancas. Ela não se limita à simples significação das palavras, mas explora como elas se relacionam dentro de um contexto e como seus sentidos podem variar.

  • Sentido Literal (Denotação) x Sentido Figurativo (Conotação):

    • Denotação: Sentido objetivo, real, dicionário. (Ex: "Pé da mulher").

    • Conotação: Sentido simbólico, figurado, que depende do contexto. (Ex: "Pé da cadeira").

    • Muito Cobrado: Questões que pedem para identificar o sentido de uma palavra ou expressão em um contexto específico, especialmente quando há mudança do sentido literal para o figurado (Ex: "dilúvio democrático" onde "dilúvio" é usado em sentido figurado para um avanço generalizado e negativo).

  • Sinonímia e Antonímia:

    • Sinônimos: Palavras com significado semelhante. (Ex: inteligente <—> esperto).

    • Antônimos: Palavras com significados opostos. (Ex: forte <—> fraco).

  • Paronímia e Homonímia:

    • Parônimos: Grafia e pronúncia semelhantes, mas significados distintos. (Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão)).

    • Homônimos: Mesma pronúncia (homófonos) ou mesma grafia (homógrafos), mas significados diferentes. (Ex: conserto (correção) X concerto (apresentação) / rio (verbo) X rio (curso d'água)).

  • Polissemia e Monossemia:

    • Polissêmicas: Palavras com mais de um significado, dependendo do contexto. (Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo)).

    • Monossêmicas: Palavras com apenas um significado.

  • Hiperonímia e Hiponímia:

    • Hiperônimo: Palavra com sentido mais abrangente, superior. (Ex: Fruta é hiperônimo de limão).

    • Hipônimo: Palavra com sentido mais restrito, inferior, englobada pelo hiperônimo. (Ex: Limão é hipônimo de fruta).

  • Variações Lexicais (Relevante para contexto e intencionalidade):

    • Arcaísmo: Palavras antigas que caíram em desuso.

    • Neologismo: Palavras recém-criadas.

    • Estrangeirismo: Emprego de palavras de outra língua.

    • Jargão: Vocabulário técnico de uma área profissional. (Ex: "juridiquês" pode ser um abuso do jargão jurídico).

    • Gíria: Vocabulário de um grupo específico para marcar identidade.

    • Preciosismo: Léxico excessivamente erudito.

    • Vulgarismo: Contrário do preciosismo, expressões vulgares.


7. Linguagem e suas Variações: Contexto é Chave!

A análise da linguagem predominante no texto é de extrema relevância, pois revela muito sobre o autor, o gênero e o tipo textual escolhido.

  • Linguagem Culta ou Padrão: Ensinada nas escolas, obedece às normas gramaticais, reflete prestígio social e cultural. Mais usada na linguagem escrita e literária, em ambientes formais (aulas, conferências, discursos científicos).

  • Linguagem Popular ou Coloquial: Usada espontaneamente pelo povo, muitas vezes "rebelde" à norma gramatical, com vícios de linguagem (solecismo, barbarismo, pleonasmo), expressões vulgares e gírias. Presente em conversas familiares, novelas, etc..

    • Exemplo: A obra "Quarto de Despejo" de Maria Carolina de Jesus, uma catadora de recicláveis, utiliza a oralidade transposta para o texto escrito, caracterizando a personagem com uma linguagem mais informal e coloquial.

  • Variações Linguísticas: A língua não é uniforme. Existem variações em diferentes planos:

    • Fônico: Pronúncia dos sons (ex: "l" final como "u", redução de proparoxítonas).

    • Morfológico: Formas constituintes da palavra (ex: uso de masculino/feminino, omissão de "s" de plural).

    • Sintático: Correlação entre palavras na frase (ex: ausência de concordância verbal, uso de pronomes).

    • Lexical: Conjunto de palavras, com diferenças entre regiões (ex: Brasil vs. Portugal).

    • Sociocultural, Geográfica, de Situação, Histórica: Essas variações denunciam a origem social, regional, escolaridade, etc. do falante.

Saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais.


8. Técnicas Infalíveis para Melhorar a Interpretação de Textos: Seu Plano de Ação

A habilidade de interpretar textos é desenvolvida com a prática e estratégias eficazes. Não existe uma "fórmula mágica", mas sim aspectos a serem considerados sobre a organização textual e o modo como as informações podem ser acessadas.

Aqui estão as técnicas mais eficazes para você evoluir e se destacar nas provas:

  1. Comece Sempre Pelo Comando da Questão: Antes de ler o texto, leia o comando da questão. Isso orienta sua leitura, fazendo-o procurar a informação específica necessária. Em alguns casos, a resposta pode ser óbvia apenas com o comando, economizando tempo.

  2. Identifique a Teoria Por Trás da Questão: Muitas questões de interpretação testam seu conhecimento sobre função textual, tipologia textual, gêneros do discurso, escolas literárias. Dominar esses conceitos acelera a interpretação.

  3. Identifique e Elimine Alternativas Sinônimas ou Contraditórias: Se duas alternativas remetem ao mesmo conceito, ambas seriam certas ou erradas, tornando a questão anulável. As respostas corretas são únicas.

  4. Nas Questões com Textos Não Verbais, Analise Cada Detalhe da Imagem: Não se prenda apenas às palavras. Charges, caricaturas, expressões de personagens, e detalhes visuais são cruciais para o sentido, podendo indicar ironia, deboche, ou humor.

  5. Em Questões de Texto Literário, Conheça a Escola/Autor: Marcas comuns de períodos literários (Romantismo, Realismo, etc.) podem ajudar a inferir objetivos, intenções e sentimentos do autor.

  6. Em Questões de Texto Jornalístico ou Publicitário, Atente-se ao Gênero: Cada gênero textual tem características particulares e objetivos comunicativos. A linguagem (simples, objetiva, subjetiva), vocabulário, interlocutor e tamanho do texto configuram a mensagem. (Ex: objetivo de humor em propaganda é persuadir).

  7. Leitura Atenta e Constante: Dedique um tempo regular à leitura de diversos materiais (livros, notícias, artigos, textos científicos, reportagens, charges, tirinhas). Isso amplia seu repertório e familiariza você com variadas estruturas linguísticas e temas.

  8. Releia o Texto e Grife Informações Importantes: Em caso de dúvida, volte e releia o texto. Grifar palavras-chave, ideias centrais e o comando da questão facilita a identificação de significados e a conexão entre as partes.

  9. Elabore Resenhas e Resumos: Escrever com suas próprias palavras (paráfrase) o que você entendeu de um texto é uma forma excelente de treinar a compreensão e a capacidade de síntese, sem alterar o sentido original.

  10. Busque a Ideia Principal e o Objetivo do Autor: Tente identificar qual foi a tese ou a mensagem central que o autor quis transmitir. Na maioria das vezes, a ideia central ou a finalidade do texto/autor pode ser encontrada na introdução ou na conclusão. Quando as alternativas são verbos (criticar, alertar, apontar), a resposta tem grandes chances de estar na conclusão, que é onde se apontam posicionamentos de conduta.

  11. Pratique com Diferentes Formas de Leitura:

    • Scanning: Procura informações específicas para responder perguntas, economizando tempo.

    • Leitura Diagonal (Skimming): Leitura superficial para absorver o conteúdo geral, identificando título, datas, figuras.

    • Leitura Ativa: Anotar, visualizar, pensar em aplicações práticas, fazer perguntas e simular a explicação do conteúdo para outra pessoa.

  12. Melhore a Concentração: Um ambiente focado e pausas estratégicas (a cada 50 minutos de estudo) são essenciais para absorver o conteúdo.

  13. Resolva o Máximo de Questões e Justifique Seus Erros: A prática é fundamental. Ao resolver questões, não apenas identifique a resposta correta, mas justifique por que as outras alternativas estão erradas. Use os erros como roteiro para aprimoramento.


9. Erros Comuns na Interpretação de Textos e Como Evitá-los: As "Ciladas" da Prova

As bancas examinadoras frequentemente criam alternativas falsas baseadas em desvios de leitura. Fique atento a estas "ciladas":

  1. Generalizar Afirmações do Texto: O texto pode dizer "muitas" ou "alguns", mas a alternativa generaliza para "todas" ou "todos". Evite absolutismos que não são suportados pelo texto.

  2. Criar Relações Indevidas entre Ideias (Extrapolar): Embora haja informações implícitas a serem inferidas, cuidado para não ir longe demais e construir conclusões equivocadas que o texto não permite.

  3. Descontextualizar Trechos ou Expressões: É crucial considerar a época em que o texto foi escrito, o cenário a que se refere e o uso de figuras de linguagem (como a ironia). Uma frase fora de seu contexto pode ter um sentido completamente diferente.

  4. Intrometer Valores Pessoais que o Texto Não Admite: A interpretação deve se ater ao ponto de vista do autor do texto. Mantenha a imparcialidade e verifique se a alternativa não está introduzindo opiniões alheias às ideias abordadas.

    • Dica: Questões que pedem o que "se depreende" ou "se infere" ainda assim estão vinculadas ao texto. Questões que começam com "para o autor...", "segundo o texto..." são diretas e buscam a informação explícita.


Sua Jornada para a Leitura Proficiente

A interpretação de textos é uma habilidade que transcende as provas e é fundamental para a vida acadêmica, profissional e social. Compreender as nuances entre compreensão e inferência, dominar os tipos e gêneros textuais, e reconhecer os elementos que constroem o sentido (coesão, coerência, funções da linguagem, semântica) são passos essenciais para se tornar um leitor proficiente.

Não há atalho ou fórmula mágica, mas a prática constante, a leitura atenta e a aplicação das técnicas corretas farão de você um intérprete cada vez mais perspicaz. Valorize cada erro como uma oportunidade de aprendizado. Ao aplicar este guia, você estará investindo em uma competência que o acompanhará por toda a vida, preparando-o não apenas para as provas, mas para decifrar o mundo ao seu redor com clareza e criticidade.

Bons estudos e sucesso em sua jornada de aprovação!

Questões múltipla escolha:

  1. Qual é a abordagem que um intérprete ou tradutor deve adotar para compreender o significado e a intenção de um texto, de acordo com a postsura interpretativa?
    A) Abordagem literal e mecânica
    B) Análise profunda do texto e compreensão do seu significado e mensagem
    C) Reprodução palavra por palavra do texto, sem considerar o contexto e a intenção do autor
    D) Adaptação do texto para outro idioma, sem considerar o público-alvo
    E) Ignorar o contexto cultural e histórico do texto

  2. Qual é a modalidade de interpretação em que o intérprete se encontra em uma cabine acústica e traduz o discurso do falante para o público simultaneamente à fala do orador?
    A) Interpretação simultânea
    B) Interpretação consecutiva
    C) Interpretação de chão
    D) Interpretação literal
    E) Interpretação automática

  3. Quais são algumas das situações em que a interpretação é necessária, de acordo com o objeto da interpretação?
    A) Discursos políticos ou diplomáticos
    B) Conferências e palestras
    C) Reuniões de negócios
    D) Teleconferências
    E) Documentos escritos
    F) Reuniões informais
    G) Eventos desportivos
    H) Programas de televisão
    I) Livros
    J) Artigos de jornal

Respostsas:

  1. B) Análise profunda do texto e compreensão do seu significado e mensagem

  2. A) Interpretação simultânea

  3. A) Discursos políticos ou diplomáticos, B) Conferências e palestras, C) Reuniões de negócios, D) Teleconferências, E) Documentos escritos