
O aquecimento global é o aumento anormal da temperatura média do planeta Terra, tendo como referência os níveis pré-industriais. A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) estima que, em 2023, a Terra estava 1,36 ºC mais quente do que a média pré-industrial, com a maior parte desse aquecimento ocorrendo a partir da segunda metade da década de 1970. Este fenômeno é considerado um grave problema ambiental e, devido ao seu agravamento, o ex-secretário-geral da ONU, António Guterres, chegou a cunhar a expressão “ebulição global” em 2023 para descrever a fase atual.
Para entender o aquecimento global, é fundamental compreender o efeito estufa. O efeito estufa é um fenômeno natural e essencial para a vida na Terra, pois ele retém parte do calor emanado do Sol na superfície terrestre, permitindo o desenvolvimento e a manutenção de diferentes formas de vida. O problema surge com a intensificação desse efeito estufa causada pela ação humana.
Como o Efeito Estufa é Intensificado pela Ação Humana? A principal causa do aquecimento global é a intensa emissão de gases poluentes na atmosfera, conhecidos como Gases de Efeito Estufa (GEE), provenientes da atividade antrópica (humana). Os principais GEE incluem:
Dióxido de Carbono (CO₂)
Metano (CH₄)
Clorofluorcarboneto (CFC)
Óxido Nitroso (N₂O)
Esses gases funcionam como os vidros de um carro estacionado ao sol: o calor entra, mas fica aprisionado na atmosfera, tornando o ambiente cada vez mais quente.
Causas Antrópicas do Aquecimento Global (muito cobrado em concursos!): As atividades humanas se tornaram cada vez mais complexas desde a Primeira Revolução Industrial no século XIX, intensificando a emissão de GEE e a exploração do meio ambiente. As principais causas incluem:
Aumento da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural): Usados em veículos e na indústria, inclusive para geração de eletricidade. A transição energética busca reduzir essa dependência.
Remoção da cobertura vegetal e ampliação das áreas desmatadas: Promove a liberação de uma grande quantidade de carbono na atmosfera. O desmatamento, especialmente na Amazônia, é uma das maiores causas de emissão de GEE no Brasil.
Promoção de queimadas na vegetação: Muitas vezes associadas à abertura de áreas para agropecuária ou infraestrutura, intensificam a liberação de carbono.
Atividade industrial e agropecuária: A pecuária, por exemplo, é uma grande emissora de metano.
Produção e descarte de lixo eletrônico (e-lixo): O aumento do consumo de dispositivos eletroeletrônicos e seu descarte incorreto geram um problema ambiental significativo para o aquecimento global. Quando e-lixos acabam em lixões, a decomposição de seus componentes (plásticos, metais pesados) libera GEE. A queima irregular de resíduos eletrônicos libera gases altamente poluentes como dioxinas e furanos, que contribuem para o aquecimento global e são riscos à saúde. A produção de novos dispositivos eletrônicos também exige a exploração de minérios e grandes quantidades de energia, liberando CO₂ e outros GEE.
Consequências do Aquecimento Global (ponto chave para provas!): Os efeitos do acúmulo de GEE na atmosfera são vastos e prejudiciais, afetando o meio ambiente e os seres humanos:
Mudanças climáticas extremas: Ondas de calor mais intensas, secas prolongadas, tempestades mais destrutivas e chuvas muito volumosas.
Derretimento das calotas polares e geleiras: Eleva o nível do mar, ameaçando cidades costeiras e diminuindo reservas de água doce.
Perda de biodiversidade: Afeta ecossistemas e coloca espécies em risco de extinção devido à não adaptação às novas condições.
Impactos na agricultura: Redução da produtividade, perda de lavouras e risco à segurança alimentar.
Problemas de saúde: Aumento da poluição do ar, disseminação de doenças tropicais e aumento do número de doenças devido ao calor.
Aquecimento das águas dos oceanos, resultando em sua acidificação.
Desequilíbrio de ecossistemas e ciclos biogeoquímicos.
Aumento do número de refugiados do clima.
As mudanças climáticas são as transformações nos padrões de temperatura e clima observadas no médio e longo prazo no planeta Terra. Elas estão diretamente relacionadas ao aquecimento global, sendo uma das principais consequências do aumento da temperatura média do planeta. A ONU as define como resultado das ações cumulativas dos seres humanos ao longo dos séculos.
Principais Manifestações das Mudanças Climáticas: Uma das principais evidências é o aumento da temperatura média global, que já subiu 1,1 ºC desde o início da industrialização. Se nada for feito, o aumento pode chegar a 1,5 ºC nas próximas duas décadas, um ponto de irreversibilidade. As mudanças climáticas causam a ocorrência cada vez mais frequente de fenômenos atmosféricos extremos:
Períodos de frio muito intenso ou calor exacerbado (ondas de calor mais duradouras).
Intensificação do El Niño e La Niña.
Chuvas muito volumosas e inundações.
Secas severas e prolongadas.
Incêndios devastadores.
Essas alterações afetam o equilíbrio natural e são extremamente prejudiciais, especialmente para as populações urbanas.
A poluição é um problema ambiental global que ocorre em diversos lugares do mundo, causando danos à saúde humana, de animais e de ecossistemas. Pode ser de diferentes tipos e é causada principalmente por atividades humanas.
Tipos e Fontes de Poluição: Os principais tipos de poluição incluem:
Atmosférica (do ar)
Hídrica (da água)
Dos solos
Sonora
Visual
Química
As fontes de poluição são predominantemente antrópicas (humanas), como:
Queimadas.
Descarte inadequado do lixo.
Lançamento de esgoto sem tratamento.
Uso de defensivos agrícolas.
Queima de combustíveis fósseis.
Derramamento de petróleo.
Eventos naturais, como erupções vulcânicas, também podem lançar gases e partículas na atmosfera, contribuindo para a poluição.
Poluição Plástica: Uma Ameaça Global Emergente (tema atual e relevante!): A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que a poluição plástica já é a segunda maior ameaça ambiental ao planeta. Anualmente, a humanidade produz cerca de 460 milhões de toneladas de plástico, e cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos escapam para os oceanos. O Brasil é o 8º maior poluidor global de plásticos e o maior da América Latina, injetando 500 bilhões de itens de plásticos de uso único no mercado todos os anos.
A situação é urgente porque o aumento na produção de produtos plásticos descartáveis supera a capacidade do mundo em lidar com ele. Apenas 9% dos plásticos são reciclados globalmente, e no Brasil, essa taxa é ainda mais crítica: apenas 1,3% dos plásticos passam pelo processo de reciclagem. O plástico é um material resistente, que pode levar entre 400 e 500 anos para se decompor, o que significa que tudo o que foi produzido desde a década de 1940 ainda está no ar, na água ou no solo.
Um movimento em direção ao banimento do uso do plástico em produtos de uso único é visto como uma solução para “fechar a torneira” da poluição. Esse movimento faz parte do Tratado Global do Plástico, uma negociação em curso na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, visando políticas públicas globais para proibir plásticos descartáveis mais nocivos e evitáveis.
Lixo Eletrônico (e-lixo): Um Contribuinte Silencioso: O volume de lixo eletroeletrônico atingiu níveis recordes e cresce cinco vezes mais rápido do que as taxas de reciclagem. O descarte incorreto desse lixo agrava o aquecimento global de diversas maneiras:
Emissão de gases tóxicos em lixões: A decomposição de componentes eletrônicos, especialmente plásticos e metais pesados, libera GEE.
Queima irregular: Libera gases altamente poluentes como dioxinas e furanos, que contribuem para o aquecimento global e causam sérios riscos à saúde e ao meio ambiente.
Exploração de recursos naturais: A produção de novos dispositivos exige a extração de minérios escassos, impactando fauna e flora, demandando muita energia e liberando CO₂ e outros GEE. A reciclagem é fundamental para evitar a necessidade de extrair mais recursos.
O desmatamento é um grave problema ambiental que consiste na remoção da cobertura vegetal, com impactos significativos e interligações com outras questões ambientais. Ele ameaça biomas cruciais, como a Amazônia, que abriga a maior floresta equatorial e biodiversidade do mundo.
Causas do Desmatamento (importante para concursos!): O desmatamento na Amazônia, por exemplo, teve início na década de 1970 e suas causas estão diretamente ligadas ao desenvolvimento histórico-econômico do Brasil:
Abertura de áreas para obras de infraestrutura: Como a construção de estradas (ex: Rodovia Transamazônica).
Expansão da fronteira agrícola: Ampliação de áreas para monocultivos (soja, algodão) e pecuária extensiva. A agropecuária é uma das principais atividades responsáveis pelo desmatamento.
Mineração: Exploração de recursos como minério de ferro e bauxita.
Extração de madeira para uso na indústria.
Especulação com terras.
Queimadas: Utilizadas para abrir novas áreas na vegetação, intensificam a liberação de carbono na atmosfera e têm aumentado na Amazônia.
Flexibilização das normas ambientais: Redução na fiscalização e menor aplicação de multas, o que tem contribuído para o aumento das taxas de desmatamento.
Consequências do Desmatamento (muito relevante!): Os impactos do desmatamento ocorrem em escala local, regional e global, uma vez que as florestas, como a Amazônia, atuam como grandes reservas de carbono, ajudando a reter o CO₂ e a controlar o clima global:
Maior vulnerabilidade e degradação do solo: Tornando-o suscetível a processos erosivos e desertificação.
Assoreamento dos rios.
Perda de biodiversidade: Destruição de habitats naturais e extinção de espécies.
Desequilíbrio ecossistêmico.
Poluição atmosférica devido às queimadas.
Agravamento das mudanças climáticas: Pelo aumento das emissões de GEE e redução da absorção de CO₂.
Escassez de água: As florestas regulam o ciclo da água; o desmatamento compromete essa capacidade, levando a problemas hídricos.
Impacto na saúde humana: A degradação ambiental pode aumentar o risco de doenças.
O Brasil é um dos maiores emissores de GEE do mundo, principalmente devido ao desmatamento e à agropecuária. Nos últimos anos, as taxas de desmatamento na Amazônia voltaram a subir de forma contínua, com um aumento de 87,6% entre 2017 e 2021. Na COP 27, o Brasil se comprometeu a zerar a taxa de remoção da cobertura vegetal nos biomas do país até 2030.
A escassez de água é uma das maiores crises climáticas e sociais do mundo contemporâneo, afetando regiões com baixos índices de precipitação ou má gestão dos recursos hídricos. Mesmo países com abundância aparente, como o Brasil, enfrentam desafios hídricos.
Por que a Água Está Acabando? A crise hídrica global é resultado de múltiplos fatores interligados:
Crescimento populacional e consumo elevado: O uso global de água cresceu seis vezes desde o século XX, impulsionado pela agricultura irrigada, superando a capacidade de reposição natural.
Mudanças climáticas e padrões irregulares de precipitação: Aumento de períodos de seca e alteração dos regimes de chuva, impactando rios e aquíferos.
Manejo inadequado dos recursos hídricos: Sistemas hídricos explorados de forma insustentável, como o uso excessivo de rios baseado em dados superestimados de vazão.
Impactos da Escassez de Água: A falta de água tem consequências severas em diversas áreas:
Prejuízos econômicos e sociais: Redução da produtividade agrícola e industrial.
Conflitos por água: Disputas pelo controle de recursos hídricos limitados.
Impacto ambiental: Degradação de ecossistemas aquáticos, transformação de áreas ricas em biodiversidade em desertos, e erosão do solo.
Ameaça à segurança alimentar: A agricultura depende da água, e sua escassez compromete a produção de alimentos.
Alterações no microclima de uma região.
Perda de biodiversidade em habitats aquáticos e terrestres.
A perda de biodiversidade é um problema ambiental global que ocorre pela destruição de habitats naturais, pela introdução de espécies invasoras e pela exploração excessiva de recursos naturais. É um dos principais desafios para a saúde do planeta.
Causas da Perda de Biodiversidade:
Destruição de Habitats: A forma como as pessoas utilizam a terra e o mar, incluindo desflorestação, urbanização desordenada e destruição de habitats para atividades humanas.
Mudanças Climáticas: Afetam a distribuição das espécies, a dinâmica das populações e a estrutura dos ecossistemas.
Poluição: Contaminação ambiental (ar, água, solo) contribui para a redução da diversidade biológica.
Espécies Exóticas Invasoras: Podem causar impactos devastadores na biodiversidade local, levando ao declínio ou extinção de espécies nativas.
Consequências da Perda de Biodiversidade:
Impacto na Saúde Humana: Afeta a disponibilidade de recursos essenciais como alimentos, água e medicamentos, comprometendo a segurança alimentar.
Desestabilização dos Ecossistemas: Torna-os mais vulneráveis a perturbações e menos capazes de se adaptar a mudanças ambientais, resultando na perda de serviços ecossistêmicos.
Riscos para a Natureza e a Sociedade: Ameaça a resiliência dos ecossistemas, a saúde pública e a economia.
Diante de tantos desafios, a sustentabilidade surge como um conceito fundamental, envolvendo ações que visam a conservação dos recursos naturais e a promoção de um desenvolvimento econômico e social sustentável. A colaboração global e a implementação de ações concretas são essenciais.
7.1. Transição Energética (muito cobrado em provas de atualidades!): A transição energética é a mudança de uma matriz baseada em combustíveis fósseis para fontes renováveis. O Brasil está bem posicionado nesse cenário, com cerca de 47% de sua oferta interna de energia vinda de fontes renováveis em 2022. No setor elétrico, a geração já conta com 88% de fontes renováveis.
Desafios e Oportunidades na Transição Energética:
Substituição de combustíveis fósseis: O grande desafio é a substituição de combustíveis fósseis por energias de fontes renováveis no uso industrial e nos transportes, que foram responsáveis por 68% das emissões de GEE da matriz energética brasileira em 2022.
Biomassa: A contribuição de derivados da biomassa (etanol, biodiesel, biometano, carvão vegetal, resíduos agrícolas) é relevante e pode ser ampliada.
Eletrificação dos transportes: Oferece oportunidades, mas com limitações em setores como a aviação. Implica na substituição de equipamentos existentes.
Fontes intermitentes: A excessiva instalação de geradores eólicos e solares exige suporte de usinas hidrelétricas e térmicas. A variação da oferta deve ser manejada com mais armazenamento, como baterias e usinas hidrelétricas reversíveis (UHR).
Energia Nuclear: A conclusão de Angra III é uma questão relevante para futuras usinas nucleares.
Captura de Carbono: Necessária para absorver emissões remanescentes, podendo ser alcançada no Brasil pelo plantio de florestas energéticas.
Hidrogênio Verde (H2V): Apontado como recurso para a descarbonização da economia, obtido pela eletrólise da água por energia elétrica renovável. No entanto, requer altos investimentos e o custo de produção ainda é elevado (cerca de US$ 5/kg, comparado a US$ 2/kg do hidrogênio de combustíveis fósseis, que emite 10 kg de CO₂/kg de H2). Seu uso como forma de armazenar energia para geração elétrica é discutível devido à baixa eficiência global (15%).
Interesses dos produtores de combustíveis fósseis: Um fator negativo na transição é o interesse em manter as vendas.
Custos ambientais das novas tecnologias: A obtenção de lítio e hidrogênio eletrolítico exige grandes quantidades de água; a reciclagem de placas fotovoltaicas (vida útil de 20 anos) é um desafio; a dependência de "terras raras" de poucos países também é uma preocupação.
7.2. Consumo Responsável (tema essencial para o dia a dia e concursos!): O consumo é uma ação essencial, mas a produção e o consumo de bens e serviços geram impactos ambientais, especialmente o aquecimento global e as mudanças climáticas. É crucial que o consumidor repense seu modo de consumo, baseado na acumulação de bens e na geração de resíduos. Consumir de forma consciente não significa parar de comprar, mas fazer escolhas que beneficiem o meio ambiente e a economia pessoal.
Ações Individuais para um Consumo Consciente (muitas vezes presentes em questões de prova!): O Procon-SP apresenta diversas atitudes que o consumidor pode adotar:
Reduza o consumo ao essencial: Adquira apenas o que é realmente necessário, evitando a substituição rápida de itens que ainda funcionam.
Evite compras impulsivas: Guiadas por emoções, muitas vezes resultam em produtos desnecessários.
Evite o desperdício: Planeje suas compras, especialmente alimentos.
Informe-se sobre as práticas dos fornecedores: Escolha fabricantes comprometidos com a sustentabilidade e responsabilidade social.
Priorize a qualidade em vez da quantidade: Opte por produtos com maior durabilidade e eficiência energética, evitando descartáveis ou de vida útil curta.
Obtenha informações básicas sobre os produtos: Fabricante, origem, materiais, selos e certificados ecológicos.
Prefira produtos e embalagens de menor impacto ambiental: Materiais reutilizáveis (refil), biodegradáveis ou reciclados.
Compre regionalmente: Menos recursos são utilizados na logística e transporte.
Peça emprestado em vez de comprar: Uma opção econômica e mais sustentável para itens de uso ocasional.
Prefira produtos com materiais naturais: Causam menos impacto ambiental e podem ser mais duráveis.
Não se deixe orientar por modismos: Evite descartar produtos ainda funcionais para seguir tendências.
Repare em vez de jogar fora: Tente consertar ou encontrar novos usos para itens quebrados.
Compartilhe em vez de descartar: Doe, troque ou venda produtos em bom estado (roupas, móveis, eletrônicos).
7.3. Logística Reversa e Reciclagem (conceitos fundamentais para a gestão de resíduos!): Como resultado da produção e consumo, um grande volume de resíduos é gerado diariamente, causando problemas como poluição do solo, água e ar. A legislação brasileira (Lei Federal n°. 12.305, de 2010) estabelece que a responsabilidade pelo lixo é compartilhada por fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores.
A logística reversa é o sistema pelo qual fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes facilitam a devolução de produtos usados pelos consumidores, visando reintegrar esses resíduos pós-consumo à cadeia produtiva. Produtos como eletrônicos, pilhas e baterias, lâmpadas e pneus possuem programas de logística reversa. A Green Eletron, por exemplo, promove a logística reversa e incentiva a reciclagem de eletroeletrônicos, pilhas e baterias, com milhares de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) pelo Brasil.
Ações do Consumidor na Gestão de Resíduos:
Separação dos produtos e embalagens por tipo de material: Papel, plástico, vidro, metal, têxteis, pilhas e baterias, óleo de cozinha, medicamentos vencidos, etc..
Encaminhamento para pontos de coleta e/ou reciclagem: Mantidos por prefeituras, empresas privadas e ONGs.
Compostagem de resíduos alimentares: Transformação em adubo.
É proibido o descarte de produtos ou resíduos a céu aberto, em ruas, praças, terrenos abandonados ou lixões, pois isso gera contaminação de águas subterrâneas, danos à biodiversidade, emissão de gases tóxicos e problemas urbanos.
7.4. Educação Ambiental e Conscientização: A conscientização e a educação ambiental são ferramentas poderosas para enfrentar os desafios ambientais. É fundamental que governos e organizações invistam em campanhas educativas para conscientizar as populações sobre o valor da água, os riscos da escassez e a importância das práticas sustentáveis. Isso incentiva a mudança de comportamento, o consumo responsável e a adoção de políticas públicas eficazes.
No Brasil, a educação ambiental do consumidor é um princípio norteador da Política Nacional de Relações de Consumo, visando assegurar que o consumidor faça escolhas conscientes, considerando o impacto ambiental.
7.5. Acordos Climáticos e Cooperação Global: Desde a década de 1970, a comunidade internacional discute o equilíbrio ambiental e a degradação causada pelas intervenções humanas. Os acordos climáticos são fundamentais para nortear a atuação dos países na contenção do aquecimento global. Exemplos notáveis incluem:
Protocolo de Montreal (1987)
Protocolo de Kyoto (1997)
Acordo de Paris (2015)
A ONU tem um papel central, com fóruns como a COP (Conferência das Partes) e outras agendas climáticas onde o aquecimento global é discutido.
7.6. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (conhecimento indispensável!): Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), também conhecidos como Objetivos Mundiais para o Desenvolvimento Sustentável, são uma coleção de 17 metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Eles fazem parte da Resolução 70/1 da Assembleia Geral da ONU, intitulada "Transformando o nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável".
Os ODS são amplos e interdependentes, abrangendo questões de desenvolvimento social e econômico, incluindo:
Erradicação da pobreza: Acabar com a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares.
Fome zero e agricultura sustentável: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e promover a agricultura sustentável.
Saúde e bem-estar: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Educação de qualidade: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Igualdade de gênero: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Água limpa e saneamento: Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.
Energia limpa e acessível: Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.
Trabalho decente e crescimento econômico: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
Indústria, inovação e infraestrutura: Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.
Redução das desigualdades: Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.
Cidades e comunidades sustentáveis: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Consumo e produção responsáveis: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
Ação contra a mudança global do clima: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
Vida na água: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Vida terrestre: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade.
Paz, justiça e instituições eficazes: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Parcerias e meios de implementação: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Os ODS são únicos porque se aplicam a todos os países do mundo (não apenas em desenvolvimento), abrangem as três dimensões da sustentabilidade (ambiental, social e econômica), e foram desenvolvidos com um processo mais aberto e transparente, com participação de base. O Brasil, inclusive, propôs um décimo oitavo objetivo: Igualdade Étnico-Racial. Apesar dos desafios e do pessimismo sobre o potencial de alcançá-los, eles têm influenciado debates globais e nacionais, embora a transformação política e institucional ainda enfrente dificuldades, com uma tendência a privilegiar aspectos socioeconômicos sobre os ambientais.
Os problemas ambientais globais, como o aquecimento global, a poluição, o desmatamento, a escassez de água e a perda de biodiversidade, estão intrinsecamente interligados e representam ameaças existenciais à saúde do nosso planeta e à qualidade de vida de todas as espécies. A compreensão de suas causas — predominantemente antrópicas, resultantes de práticas insustentáveis de produção e consumo — é o primeiro passo para a mudança.
As soluções são complexas e exigem uma abordagem multifacetada: desde a transformação individual por meio do consumo consciente e da correta gestão de resíduos, até grandes mudanças sistêmicas como a transição energética para fontes renováveis e o fortalecimento de políticas públicas e acordos climáticos globais, como os ODS. A educação ambiental e a conscientização são a base para mobilizar a sociedade, governos e empresas em direção a um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
O futuro que queremos depende das ações que tomamos hoje. Ao fazer escolhas informadas e apoiar iniciativas sustentáveis, cada um de nós contribui para a preservação dos recursos naturais e para a construção de um planeta mais saudável e equilibrado para as gerações presentes e futuras.
Questões de múltipla escolha:
Qual é um dos principais problemas ambientais globais mencionados no texto?
A) Aumento da produção agrícola.
B) Expansão da indústria sustentável.
C) Escassez de água.
D) Diminuição da biodiversidade.
O que causa a mudança climática, de acordo com o texto?
A) Uso excessivo de energias renováveis.
B) Emissão de gases do efeito estufa, principalmente pelo uso de combustíveis fósseis.
C) Redução das atividades industriais.
D) Reflorestamento em larga escala.
Qual é um dos impactos da poluição mencionado no texto?
A) Benefícios para a saúde humana.
B) Danos à saúde humana, de animais e de ecossistemas.
C) Melhoria na qualidade do ar e da água.
D) Estímulo ao crescimento da biodiversidade.
Gabarito:
C) Escassez de água.
B) Emissão de gases do efeito estufa, principalmente pelo uso de combustíveis fósseis.
B) Danos à saúde humana, de animais e de ecossistemas.