
O planejamento familiar abrange um conjunto de medidas e informações essenciais para a gestão reprodutiva, garantindo o direito de limitar ou aumentar a prole. É um pilar fundamental da saúde da mulher e da saúde pública, promovendo a autonomia e o bem-estar de indivíduos, casais e famílias. A escolha do método contraceptivo adequado é uma decisão pessoal e informada, que deve levar em conta as necessidades e características de cada pessoa ou casal.
No Brasil, a Lei 9.263, aprovada em janeiro de 1996, regulamenta o planejamento familiar, estabelecendo os direitos dos casais de tomar suas próprias decisões e a responsabilidade governamental em fornecer meios educacionais e científicos para o controle da natalidade, com prioridade para mulheres em idade fértil (15 a 49 anos). Conhecer as opções disponíveis, seus mecanismos, eficácia, benefícios e potenciais desafios é crucial para uma escolha consciente.
Métodos contraceptivos são estratégias ou ferramentas utilizadas para prevenir a gravidez. Eles funcionam através de diferentes mecanismos de ação, que podem ser físicos (formando uma barreira que impede o encontro do óvulo com o espermatozoide) ou hormonais (bloqueando funções do organismo que levariam à fecundação).
É fundamental destacar que, embora alguns métodos possam oferecer proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), este não é o objetivo principal de todos eles. Portanto, a escolha deve considerar tanto a prevenção da gravidez quanto a proteção contra ISTs, quando necessário.
A eficácia contraceptiva de cada método varia. Alguns apresentam um índice de falha considerável quando comparados a outros. No entanto, o "melhor" método não é necessariamente o mais eficiente em termos de taxa de falha, mas sim aquele que se adapta melhor à realidade, motivação, custo, facilidade de uso e instrução do indivíduo ou casal.
Os métodos contraceptivos podem ser broadly classificados em:
Métodos Naturais ou Comportamentais
Métodos de Barreira
Métodos Hormonais
Métodos Intrauterinos (DIU)
Métodos Definitivos (Cirúrgicos)
Vamos explorar cada categoria em detalhes, do mais fácil de compreender ao mais complexo.
Os métodos naturais baseiam-se na identificação do período fértil feminino e na abstenção de relações sexuais desprotegidas durante essa fase. Eles exigem disciplina, autoconhecimento e um bom entendimento do ciclo menstrual.
Vantagens:
Naturais e sem efeitos colaterais no organismo.
Não geram custos diretos.
Promovem o autoconhecimento do corpo feminino.
Não afetam a fertilidade futura.
São permitidos por algumas religiões, como a Igreja Católica, que os considera formas humanistas e responsáveis de viver a responsabilidade procriadora.
Desvantagens:
Eficácia reduzida comparada a outros métodos, com taxas de falha em uso real de até 25% por ano. Com uso correto e consistente, a taxa de falha pode ser de 1% a 9%.
Não oferecem proteção contra ISTs.
Não são indicados para mulheres com ciclos menstruais irregulares.
Exigem engajamento, motivação e obediência do casal.
A tabelinha, também conhecida como método Ogino-Knaus ou método rítmico, baseia-se no cálculo do período fértil da mulher através da análise do padrão dos ciclos menstruais.
Como Funciona: A mulher deve anotar o dia de início de cada ciclo menstrual por, pelo menos, seis meses. A duração do ciclo é contada do primeiro dia da menstruação até o dia que antecede a próxima menstruação.
Passo a Passo para Determinar o Período Fértil:
Verifique a regularidade do ciclo: A diferença entre o ciclo mais longo e o ciclo mais curto deve ser menor que 10 dias. Se a diferença for de 10 dias ou mais, a eficácia do método será reduzida, e ele não é recomendado.
Exemplo: Ciclo mais longo de 32 dias e mais curto de 24 dias. Diferença = 8 dias. Nesse caso, a mulher pode usar a tabelinha.
Calcule o início do período fértil: Subtraia 18 dias do seu ciclo mais curto.
Calcule o fim do período fértil: Subtraia 11 dias do seu ciclo mais longo.
Exemplo (usando 24 e 32 dias):
Início: 24 - 18 = 6 (o 6º dia do ciclo)
Fim: 32 - 11 = 21 (o 21º dia do ciclo)
Portanto, o período fértil seria do 6º ao 21º dia do ciclo menstrual.
Se a mulher menstruou no dia 1º, ela estaria no período fértil do dia 6 ao dia 21.
Considerações Importantes:
Cada mulher tem um padrão único de ciclo menstrual, então a tabela de uma mulher não serve para outra.
É necessário refazer os cálculos a cada seis meses, considerando os ciclos dos últimos seis meses a um ano.
A eficácia da tabelinha é considerada baixa se não houver uso correto e abstinência nos dias férteis, com taxas de gravidez de nove para cada 100 mulheres no primeiro ano de uso.
Consiste na análise diária da secreção produzida pelo colo do útero, que varia em coloração e textura ao longo do ciclo menstrual. Essas mudanças indicam a proximidade da ovulação.
Eficácia: Entre 96,8% e 99,5% com uso correto.
Baseia-se na verificação da temperatura corpórea basal, que aumenta sutilmente após a ovulação. A temperatura deve ser medida sempre no mesmo local (oral, vaginal ou retal) e antes de a mulher se levantar pela manhã. O período fértil é considerado finalizado no terceiro dia após a elevação da temperatura.
Este método envolve a retirada do pênis da vagina antes da ejaculação, para evitar o depósito de sêmen no corpo da mulher.
Baixa Eficácia: É considerado um método com alta taxa de falha devido à possibilidade de liberação de espermatozoides no líquido pré-ejaculatório e à dificuldade de controle.
Não oferece proteção contra ISTs.
Os métodos de barreira criam um obstáculo físico que impede os espermatozoides de alcançarem os óvulos.
Vantagens:
Preservativos oferecem proteção contra ISTs, como o vírus HIV, o que é uma vantagem crucial para a saúde pública.
São geralmente de fácil acesso e baixo custo.
Desvantagens:
Exigem uso correto a cada relação sexual.
Podem interferir na espontaneidade.
A eficácia depende da aderência e do uso correto.
O preservativo masculino é o método de barreira mais conhecido e difundido. Consiste em um material de látex ou poliuretano que é colocado no pênis ereto antes do início da relação sexual.
Mecanismo: Impede que o esperma entre em contato com o corpo feminino.
Vantagens: Além de evitar a gravidez, é essencial na prevenção de ISTs. É de uso simples, baixo custo e amplamente disponível em farmácias, supermercados e gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Eficácia: Alta quando usado corretamente, mas a eficácia real pode ser comprometida por erros de uso ou rompimento.
O preservativo feminino consiste em dois anéis flexíveis em suas extremidades, sendo um fechado (inserido no interior da vagina) e o outro aberto (permanece do lado externo, protegendo os lábios vaginais).
Mecanismo: Impede o contato do esperma com o corpo feminino.
Vantagens: Assim como o masculino, ajuda na prevenção da gravidez e de várias ISTs. Pode ser utilizado no sexo entre duas mulheres, onde há risco de transmissão de doenças.
Desvantagens: Menos utilizado que o masculino, pode exigir mais prática para a inserção correta.
O diafragma é um anel recoberto por uma borracha fina que é introduzido no interior da vagina, recobrindo o colo do útero.
Mecanismo: Impede a passagem dos espermatozoides.
Uso: Recomenda-se o uso combinado com espermicida para aumentar sua eficácia. Deve ser inserido alguns minutos antes da penetração e retirado cerca de 12 horas após a relação.
Importante: Diferentemente da camisinha, o diafragma deve ser adquirido após consulta médica, pois é necessária a medição da mulher para que o diafragma se encaixe perfeitamente. É reutilizável, seguindo as recomendações do fabricante.
Os métodos hormonais utilizam hormônios femininos sintéticos (estrógeno e/ou progesterona) para inibir a ovulação e/ou alterar as características do muco cervical e do endométrio, impedindo a gravidez. O advento da pílula anticoncepcional representou uma verdadeira revolução na saúde da mulher, concedendo-lhe maior controle sobre seu corpo e a decisão de quando e se quer ser mãe, o que foi crucial para sua inserção no mercado de trabalho e o avanço do feminismo.
Vantagens:
Alta eficácia na prevenção da gravidez quando usados corretamente.
Podem oferecer benefícios adicionais como regulação do ciclo menstrual, redução de cólicas e tratamento de condições como acne, endometriose e síndrome dos ovários policísticos.
Variedade de formas de administração, oferecendo flexibilidade.
Desvantagens e Efeitos Colaterais (Crucial para Concursos Públicos): Os métodos hormonais, especialmente os combinados, podem apresentar efeitos colaterais e contraindicações, sendo imprescindível a orientação e acompanhamento médico.
Os anticoncepcionais orais combinados (AOC), os mais populares desde a década de 1960, contêm estrogênio (geralmente etinilestradiol) e um progestagênio.
Efeitos Colaterais Comuns dos AOCs (muito cobrado):
Cefaleia (dor de cabeça)
Náuseas
Escape (sangramento irregular)
Ganho ou perda de peso. Embora algumas mulheres relatem ganho de peso, não há evidência científica de que o DIU (e por extensão, hormônios isolados) cause ganho de peso diretamente; pode ser influenciado por outros fatores como sedentarismo, dieta e genética.
Sangramento anormal ou fora do período menstrual
Diminuição da libido
Acne
Tontura
Sensibilidade mamária
Inchaço nas pernas
Ansiedade e alterações de humor
Riscos Mais Graves e Complicações (Alta Relevância para Concursos): O uso de anticoncepcionais orais combinados está associado a um aumento do risco de eventos tromboembólicos, como a trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP).
Mecanismo: Os hormônios sintéticos (progesterona e estrogênio) presentes nos AOCs podem aumentar os fatores da cascata de coagulação (como VI, VII, VIII, IX, X, XII, XIII), reduzir os anticoagulantes naturais (Proteína C, Proteína S), aumentar a viscosidade do sangue e a produção de fibrinogênio e trombina, além de afetar a parede vascular.
Exceção/Diferença: Anticoncepcionais orais combinados que contêm ciproterona, drospirenona, gestodeno e desogestrel possuem maior chance de desenvolvimento de trombose venosa profunda quando comparados àqueles que contêm levonorgestrel, noretisterona e norgestimate.
Risco Cardiovascular: Mulheres que usam AOCs podem apresentar níveis plasmáticos mais elevados de Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL) oxidada, o que sugere uma maior agressão vascular e, consequentemente, um maior risco cardiovascular.
Acompanhamento Médico: É imprescindível o acompanhamento por profissionais da saúde para que os sintomas de trombose sejam identificados precocemente, prevenindo um evento trombótico.
Pílulas Anticoncepcionais (Pílula Combinada e Minipílula):
Pílula Combinada: Contém estrogênio e progesterona, sendo o principal mecanismo a inibição da ovulação. São amplamente utilizadas.
Minipílula: Contém apenas progesterona.
Uso: Diário e regular para máxima eficácia. A prescrição é individualizada e feita por ginecologista após avaliação.
Anticoncepcionais Injetáveis:
Administração de hormônios por meio de injeções. Podem ser mensais ou trimestrais.
Mecanismo: Atuam evitando a ovulação e tornando o muco cervical mais espesso.
Implantes Subcutâneos:
Consistem na inserção de uma pequena cápsula ou bastão de silicone contendo hormônio na parte interna do braço ou antebraço.
Mecanismo: O hormônio é liberado lentamente, inibindo a ovulação e alterando o muco cervical.
Adesivo Anticoncepcional:
Método simples de usar, que não exige lembrança diária.
Consiste em um adesivo colado na pele e trocado semanalmente, liberando hormônios.
Pílula do Dia Seguinte (Anticoncepção de Emergência):
Importante: Não é um método contraceptivo de rotina, mas sim de emergência.
Consiste em doses altas de hormônios.
Uso: Deve ser utilizada rapidamente após uma relação desprotegida ou falha de outro método para garantir maior eficácia.
Concursos: É fundamental saber que o uso corriqueiro não é recomendado devido às altas dosagens hormonais e o aumento do risco de efeitos colaterais.
O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um método contraceptivo reversível e de longa duração, altamente eficaz na prevenção da gravidez. Consiste em uma pequena peça flexível em forma de "T" que é inserida no útero pela vagina.
A popularização do DIU tem aumentado significativamente, influenciada pela maior conscientização sobre métodos de longa duração e pelos esforços governamentais em oferecê-los gratuitamente.
Vantagens do DIU:
Não demanda participação diária da mulher, tornando-o prático após a inserção.
Não afeta a fertilidade futura e pode ser retirado facilmente quando a mulher desejar engravidar.
É considerado seguro e eficaz.
O DIU hormonal pode diminuir o sangramento menstrual e, em alguns casos, levar à ausência de menstruação (amenorreia).
Para Quem é Recomendado o DIU:
Mulheres que desejam um método contraceptivo de longo prazo, mas reversível.
Mulheres que não podem ou não querem usar pílulas anticoncepcionais.
Mulheres que apresentam ciclo menstrual intenso (o DIU hormonal pode ser uma excelente opção).
Pode ser usado em qualquer idade do período reprodutivo.
Existem dois tipos principais de DIU:
DIU de Cobre (Não Hormonal):
Feito de plástico biocompatível e filetes de cobre.
Mecanismo: O cobre atua como um espermicida, interferindo na capacidade dos espermatozoides de fertilizar o óvulo. Além disso, provoca uma reação inflamatória no útero, tornando o ambiente desfavorável à gravidez. Não envolve hormônios.
É um método de ação prolongada.
DIU Hormonal (Sistema Intrauterino com Levonorgestrel):
Pequeno dispositivo de plástico em forma de "T" que libera uma pequena quantidade do hormônio progesterona (levonorgestrel) diretamente no útero.
Mecanismo: A progesterona liberada causa mudança no muco cervical (tornando-o mais espesso e dificultando a passagem dos espermatozoides), altera a motilidade das tubas uterinas e provoca atrofia do endométrio (tecido que reveste o útero), dificultando a implantação do embrião.
Exemplos:
DIU Mirena: Libera cerca de 20 mcg de levonorgestrel por dia.
DIU Kyleena: Libera cerca de 15 mcg de levonorgestrel por dia. É um pouco menor, sendo mais indicado para mulheres com úteros menores.
Benefícios Adicionais: Além da contracepção, pode ser usado no tratamento de condições como mioma, endometriose e adenomiose.
É realizada por um ginecologista em consultório médico.
O procedimento é geralmente rápido, levando apenas alguns minutos.
A mulher é posicionada para exame ginecológico, o ginecologista avalia o tamanho e a posição do útero e insere um espéculo para visualização do colo do útero.
O DIU é então colocado no interior do útero por meio de um aplicador especial.
Algumas mulheres podem sentir desconforto, cólicas leves ou sensação de pressão durante a colocação.
O acompanhamento regular com o ginecologista e a realização de exames são fundamentais para garantir que o DIU esteja em posição adequada e que a contracepção seja eficaz.
Embora seja um método muito seguro, o DIU pode apresentar alguns efeitos colaterais e riscos:
Cólicas e dores abdominais nas primeiras semanas após a colocação.
Sangramentos irregulares ou mudanças no padrão menstrual.
Aumento do risco de infecções.
Complicação rara, mas grave: Perfuração uterina. A taxa é abaixo de 1%, e pode ocorrer por erro médico ou características anatômicas da mulher. Por isso, a inserção deve ser feita por um ginecologista em clínicas ou hospitais.
Ganho de Peso: Não há evidência científica de que o DIU cause ganho de peso. Embora algumas mulheres relatem isso, o ganho de peso pode ser influenciado por diversos fatores, como sedentarismo, dieta, genética e outros aspectos hormonais.
Os métodos definitivos são procedimentos cirúrgicos que promovem a esterilização, indicados para homens e mulheres que não desejam mais ter filhos.
Vantagens:
Altíssima eficácia na prevenção da gravidez.
Não exigem adesão diária ou mensal, sendo extremamente convenientes após o procedimento.
Desvantagens:
São considerados permanentes e a reversão é difícil ou incerta.
Não protegem contra ISTs.
Exigem um processo cirúrgico.
A laqueadura, também conhecida como ligadura das trompas, é um método contraceptivo definitivo realizado em mulheres.
Mecanismo: Consiste na ligadura ou no corte das tubas uterinas (trompas de Falópio). Isso impede que os óvulos produzidos no ovário se encontrem com os espermatozoides e cheguem ao útero. A mulher continua a ter ovulação e ciclo menstrual normalmente, mas a fecundação não ocorre.
Eficácia: Altamente eficaz, com apenas 0,41% de falha.
Tipos de Procedimento:
Corte e Cauterização/Sutura: As trompas são cortadas ao meio e suas extremidades são seladas ou amarradas.
Anel ou Grampo: Um anel ou grampo é usado para comprimir as tubas uterinas e evitar a passagem dos óvulos.
Realização da Cirurgia: É um procedimento cirúrgico simples, que dura entre 40 minutos a uma hora e geralmente não necessita de internação. Pode ser realizada com anestesia geral (com sedação) ou raquidiana (apenas local). O acesso às trompas pode ser por corte abdominal ou por videolaparoscopia.
Impacto na Saúde da Mulher: Não interfere no ciclo hormonal ou menstrual, nem afeta o desejo sexual da mulher.
Reversibilidade (Importante para Concursos): A laqueadura é considerada um procedimento permanente e de difícil reversão. Embora existam procedimentos de reversão, o sucesso não é garantido, e as chances de uma mulher voltar a engravidar são menores que 5%, sendo um pouco maiores se a reversão for realizada antes de 10 anos do procedimento original. Novas regras para a realização da laqueadura entraram em vigor recentemente, otimizando seu acesso.
A vasectomia é o método contraceptivo definitivo realizado em homens. É um procedimento mais simples do que a laqueadura.
Mecanismo: Consiste na ligadura ou corte dos canais deferentes. Os ductos deferentes são tubos que transportam os espermatozoides maduros dos testículos, onde são produzidos e armazenados no epidídimo, até se juntarem ao líquido seminal para formar o sêmen. Ao serem cortados e amarrados, a circulação dos espermatozoides é interrompida, e eles não são mais expelidos na ejaculação.
Realização da Cirurgia: É um procedimento simples, realizado com anestesia local, durando cerca de 40 minutos e sem necessidade de internação. O urologista faz um pequeno corte de 1 cm em cada lado da bolsa escrotal para acessar e cortar os ductos deferentes.
Impacto na Saúde do Homem: Não interfere no desejo sexual, orgasmo, volume ejaculado ou causa disfunção erétil. O homem continua a ejacular normalmente, mas sem espermatozoides.
Pós-Procedimento (Exceção/Atenção): O homem não se torna infértil imediatamente após a vasectomia. É recomendado o uso de outros métodos contraceptivos por, pelo menos, 60 dias após o procedimento, pois ainda pode haver espermatozoides residuais nos ductos.
Reversibilidade (Importante para Concursos): A reconstrução dos ductos deferentes oferece maiores chances de sucesso de reversão em comparação com a laqueadura, variando entre 80% e 90%, com 50% de possibilidade de gerar uma gravidez natural.
Ambos os procedimentos de esterilização e suas reversões devem ser realizados por médicos especialistas (ginecologista para laqueadura e urologista para vasectomia).
O Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel fundamental no acesso ao planejamento familiar, oferecendo uma variedade de métodos contraceptivos de forma gratuita. A política nacional de atenção integral à saúde da mulher e o Ministério da Saúde são responsáveis por garantir esse acesso e informações confiáveis.
Atualmente, o SUS oferece os seguintes métodos contraceptivos:
Anticoncepcional Injetável Mensal
Anticoncepcional Injetável Trimestral
Minipílula
Pílula Combinada
Diafragma
Pílula Anticoncepcional de Emergência (Pílula do Dia Seguinte)
Dispositivo Intrauterino (DIU)
Preservativo Feminino
Preservativo Masculino
A ampliação e o fortalecimento das políticas públicas relacionadas ao planejamento familiar são essenciais para que as mulheres (e casais) tenham o conhecimento e os meios necessários para fazer escolhas informadas e adequadas às suas realidades.
A escolha de um método contraceptivo é uma decisão de saúde complexa e altamente pessoal. Não existe um "melhor" método universal, mas sim aquele que melhor se adequa ao estilo de vida, saúde, crenças e objetivos reprodutivos do indivíduo ou casal.
Para Estudantes e Concurseiros:
Domine a classificação dos métodos: Saber categorizá-los (naturais, barreira, hormonais, intrauterinos, definitivos) é o primeiro passo para o entendimento.
Mecanismos de Ação: Compreenda como cada método previne a gravidez. Isso ajuda a entender a eficácia e os potenciais efeitos.
Eficácia vs. Eficácia Real: Diferencie a eficácia teórica (uso correto e consistente) da eficácia na vida real (que pode ser menor devido a erros de uso ou má aderência).
Proteção contra ISTs: Memorize quais métodos oferecem essa proteção (apenas preservativos masculino e feminino).
Efeitos Colaterais e Riscos dos Hormonais: Este é um ponto muito cobrado. Foco especial nos riscos de tromboembolismo e nos hormônios específicos associados a um maior risco.
Reversibilidade: Entenda a diferença de reversibilidade entre laqueadura e vasectomia, e as condições para o sucesso da reversão.
Disponibilidade no SUS: Conhecer os métodos gratuitos oferecidos é importante para questões de saúde pública.
Função do Enfermeiro: A importância da atuação do enfermeiro no planejamento reprodutivo, desde a orientação até o acompanhamento, é um tema relevante.
Questão 1: Qual é um exemplo de método contraceptivo natural mencionado no texto?
a) Pílula anticoncepcional.
b) Dispositivo intrauterino (DIU).
c) Abstinência periódica (método do calendário).
d) Preservativo.
Questão 2: Qual é a função dos dispositivos intrauterinos (DIUs) como método contraceptivo?
a) Inibir a ovulação.
b) Impedir a implantação do embrião no útero.
c) Aumentar a fertilidade.
d) Estimular a produção de espermatozoides.
Questão 3: Por que é importante discutir a escolha do método contraceptivo com um profissional de saúde?
a) Porque os profissionais de saúde podem fornecer os contraceptivos gratuitamente.
b) Porque os métodos contraceptivos não têm efeitos colaterais.
c) Porque o uso de contraceptivos protege contra doenças sexualmente transmissíveis.
d) Porque cada pessoa tem necessidades e circunstâncias individuais que podem influenciar a escolha do método contraceptivo mais adequado.
Gabarito:
c) Abstinência periódica (método do calendário).
b) Impedir a implantação do embrião no útero.
d) Porque cada pessoa tem necessidades e circunstâncias individuais que podem influenciar a escolha do método contraceptivo mais adequado.