A Morfologia é um dos pilares da Língua Portuguesa, essencial para quem busca dominar o idioma e se destacar em concursos públicos, vestibulares e até mesmo na comunicação diária, compreender a estrutura e a formação das palavras é mais do que uma exigência gramatical; é uma ferramenta para aprimorar a leitura, a escrita e, consequentemente, o desempenho em provas como o Concurso Nacional Unificado (CNU), vestibulares tradicionais e concursos militares.
Para começar, é fundamental definir o que é morfologia. A palavra "morfologia" tem origem grega: morfo (forma) e logia (estudo). Portanto, a Morfologia é o estudo da forma ou da estrutura das palavras, bem como dos processos que levam à sua formação. Ela analisa as palavras isoladamente, sem considerar suas relações sintáticas com outras palavras na frase, focando-se em seus elementos internos e como eles se combinam.
Ao contrário do que muitos pensam, a palavra não é a menor unidade de significado na língua portuguesa. Existem elementos ainda menores, que se unem para dar forma às palavras. Essas partículas são chamadas de morfemas.
Os morfemas são as unidades mínimas de sentido que compõem as palavras. Cada parte de uma palavra pode carregar um significado específico ou uma informação gramatical. Por exemplo, na palavra "gatinhos", podemos identificar quatro morfemas: "gat-" (significado básico), "-inh-" (diminuição), "-o" (gênero masculino) e "-s" (plural).
Existem dois tipos gerais de morfemas:
Lexicais (Lexemas): Remetem a um referente extralinguístico, ou seja, algo que existe no mundo real ou imaginário. O radical é um morfema lexical.
Gramaticais (Gramemas): Não têm um referente no mundo real, mas indicam categorias formais da língua, como gênero, número, pessoa, tempo, modo ou a qual classe (conjugação) os verbos e nomes pertencem. Desinências, vogais temáticas e afixos (em sua função derivacional) são morfemas gramaticais.
Vamos detalhar os principais morfemas da Língua Portuguesa:
O radical é a parte principal e invariável da palavra, contendo sua base de significação. É a raiz da palavra, aquela parte que não se altera tanto na palavra base quanto na formação de suas derivadas. Palavras que compartilham o mesmo radical são chamadas de palavras cognatas ou da mesma família semântica.
Como identificar o radical?
Em nomes: Liste palavras da mesma família e identifique o elemento comum.
Exemplos:
Certo: O radical é "Cert-".
Casa: O radical é "Cas-" (de casinha, casarão, casebre, casamento).
Ferro: O radical é "Ferr-" (de ferragem, ferreiro).
Pedra: O radical é "Pedr-" (de pedreiro, pedrada, pedregulho).
Em verbos: Retire as terminações "-ar", "-er", "-ir" do infinitivo.
Exemplos:
Cantar: O radical é "Cant-" (cantar - ar).
Vender: O radical é "Vend-" (vender - er).
Dormir: O radical é "Dorm-" (dormir - ir).
Embora o radical seja geralmente invariável, existem casos em que ele sofre alterações em sua forma por questões de eufonia (bom som). Essa variação na forma do radical é chamada de alomorfe. A forma mais frequente é a base, e a menos frequente é o alomorfe.
Exemplos:
Ouvir: O radical base é "Ouv-". No entanto, em "eu ouço", o radical assume a forma "Ouç-", que é um alomorfe. Não dizemos "eu ouvo".
Pedir: O radical base é "Ped-". Em "eu peço", o radical assume a forma "Peç-", um alomorfe. Não dizemos "eu pido".
Fazer: O radical base é "Faz-". Em "eu faço", "façamos", o radical assume a forma "Faç-", um alomorfe. Não dizemos "fazo".
É crucial não confundir radical com raiz da palavra. O estudo da raiz envolve a etimologia, buscando a origem da palavra em línguas antigas como o grego ou latim, o que é um campo mais complexo da filologia. O radical, por sua vez, é a base da palavra dentro do sistema atual da língua.
As vogais temáticas são vogais que se ligam ao radical e são responsáveis por incluir a palavra em uma determinada classe ou por ligar o radical às desinências ou sufixos. Elas também colaboram para a eufonia da palavra.
Vogais Temáticas Verbais: Nos verbos, as vogais temáticas são -a, -e, -i, e indicam a qual conjugação o verbo pertence:
-a: 1ª Conjugação (Ex: Cantar, Amar, Falar).
-e: 2ª Conjugação (Ex: Vender, Comer).
-i: 3ª Conjugação (Ex: Partir, Cair).
O verbo "pôr" (e seus derivados como "compor", "depor", "repor") pertence à 2ª conjugação, e sua vogal temática é -e. Isso ocorre porque sua forma antiga era "poer". Essa vogal temática pode ser observada em formas como "puser", "puseste", "puséssemos".
Vogais Temáticas Nominais: Nos nomes (substantivos), as vogais temáticas são as vogais átonas -a, -e, -o.
-a: Artista, Colega, Telefonema.
-e: Gerente, Triste, Hóspede.
-o: Povo, Corpo, Cabelo.
É muito comum confundir as vogais temáticas nominais "-a" e "-o" com as desinências de gênero. A distinção é crucial:
As terminações -o e -a são desinências de gênero APENAS quando for possível a alternância entre masculino e feminino.
Exemplo: aluno / aluna (possível alternância, -o e -a são desinências de gênero).
Exemplo: gato / gata (possível alternância, -o e -a são desinências de gênero).
Se a alternância para expressar gênero não for possível, -a e -o são vogais temáticas.
Exemplo: artista (não existe artisto para o masculino; o gênero é marcado pelo artigo: o artista / a artista).
Exemplo: povo (não existe pova para o feminino).
Exemplo: telefonema (substantivo masculino terminado em -a; o gênero é marcado pelo artigo: o telefonema).
Outros exemplos de masculinos terminados em -a: programa, problema, clima, mapa.
Outros exemplos de femininos terminados em -o: tribo, libido, foto, moto.
Algumas palavras, especialmente aquelas terminadas em vogais tônicas ou em "i" e "u" (átonos ou tônicos), não apresentam vogal temática. São consideradas atemáticas.
Exemplos: maracujá, café, jiló, saci, urubu.
Em alguns nomes terminados em consoante, a vogal temática pode estar latente no singular e aparecer no plural (ex: mar / mares, mal / males).
O tema é a junção do radical com a vogal temática. É a parte da palavra que está pronta para receber as desinências.
Fórmula: Radical + Vogal Temática = Tema.
Exemplos:
Na palavra "certo", o tema é "certo" (Radical "Cert-" + Vogal Temática "o").
Para o verbo "cantar", o tema é "canta" (cantar - r).
Para o verbo "vender", o tema é "vende" (vender - r).
Para o verbo "partir", o tema é "parti" (partir - r).
Na palavra "podemos", o radical é "pod-", a vogal temática é "e", então o tema é "pode".
Afixos são morfemas que se adicionam ao radical para formar novas palavras, modificando seu sentido. Eles são morfemas derivacionais, ou seja, sua função é derivar palavras a partir de outras.
Prefixos: Adicionados antes do radical.
Exemplos: acerto, subemprego, refazer, infeliz, infeliz. O acréscimo de prefixos altera o sentido (ex: "refazer" não é o mesmo que "fazer").
Sufixos: Adicionados depois do radical.
Exemplos: certeza, livrinho, jornalista, felizmente, pincelada, artista. Sufixos também alteram o sentido ou a classe gramatical da palavra (ex: "jornalista" não é o mesmo que "jornal").
Sufixos Nominais: Formam substantivos e adjetivos (ex: jornalista, pesaroso).
Sufixos Verbais: Formam verbos (ex: atualizar, gotejar).
Sufixo Adverbial: Em português, há um único sufixo que forma advérbios: -mente (ex: fielmente, sabiamente). Se o adjetivo tiver forma feminina, o sufixo -mente se junta a ela (ex: sossegadamente).
Assim como o radical, os afixos também podem apresentar alomorfes.
Exemplos:
O prefixo "vice-" (sentido de substituição, como em "vice-reitor") pode aparecer como "vis-" em "visconde".
O prefixo "i-" (sentido de negação, como em "ilógico") pode aparecer como "in-" (ou "im-" antes de b/p) em "infeliz", "insatisfeito", "imprudente".
O sufixo diminutivo "-inho" (como em "livrinho") pode ter o alomorfe "-zinho" (como em "cafezinho", "indiozinho"). Alguns gramáticos consideram o "z" como consoante de ligação neste caso.
Essa é uma distinção fundamental:
Afixos formam palavras novas, podendo inclusive mudar a classe gramatical da palavra primitiva (ex: leal (adj.) -> lealdade (subst.); rápido (adj.) -> rapidamente (adv.)).
Desinências não formam palavras novas; elas apenas indicam flexões, ou seja, variações gramaticais de gênero, número, pessoa, tempo e modo (ex: aluna, doentes, cantei).
Desinências são morfemas adicionados ao final das palavras que indicam suas flexões. Elas expressam categorias gramaticais como gênero, número, pessoa, tempo e modo. Por indicarem flexões, são chamadas de morfemas flexionais.
Existem dois tipos principais de desinências:
Indicam as categorias de gênero (masculino/feminino) e de número (singular/plural) em nomes (substantivos, adjetivos, pronomes, numerais).
Gênero:
-o para masculino (ex: menino, aluno).
-a para feminino (ex: menina, aluna).
Número:
-s para plural (ex: certos, certas, concurseiros, livros).
O singular não é marcado por uma desinência visível, mas por uma desinência zero (Ø). Por exemplo, em "doutor" (masculino) e "doente" (singular), a desinência é zero, enquanto "doutora" tem "-a" e "doentes" tem "-s".
Indicam, nos verbos, as categorias de número (singular, plural), pessoa (1ª, 2ª, 3ª), tempo (presente, pretérito, futuro) e modo (indicativo, subjuntivo, imperativo).
Desinências Número-Pessoais: Indicam a pessoa do discurso (1ª, 2ª, 3ª) e o número (singular ou plural).
Exemplo: em "cantássemos", "-mos" indica 1ª pessoa do plural.
Exemplo: em "canto", o "-o" indica 1ª pessoa do singular.
Exemplo: em "estudais", "is" indica 2ª pessoa do plural.
Desinências Modo-Temporais: Indicam o tempo (presente, pretérito, futuro) e o modo (indicativo, subjuntivo, imperativo).
Exemplo: em "amávamos", "-va" indica pretérito imperfeito do indicativo.
Exemplo: em "cantássessemos", "-sse" indica pretérito imperfeito do subjuntivo.
Desinências também podem apresentar alomorfes.
Exemplos:
A desinência "-ra" (pretérito mais-que-perfeito do indicativo, ex: "amara") alterna para "-re" na 2ª pessoa do plural (ex: "amáreis").
A desinência modo-temporal "-va" (pretérito imperfeito do indicativo da 1ª conjugação, ex: "amava") assume a forma "-ve" na 2ª pessoa do plural (ex: "amáveis").
As vogais e consoantes de ligação são elementos que aparecem entre morfemas para facilitar a pronúncia (eufonia). É importante destacar que não são morfemas, pois são desprovidas de significado. Sua função é meramente fonética, para evitar cacofonias ou dificuldades na articulação.
Exemplos de Vogais de Ligação:
Marezia (o "e" entre "mar" e "zia").
Gasômetro (o "o" entre "gás" e "metro").
Bibliófilo (o "o" entre "biblio" e "filo").
Facilidade (o "i" entre "fácil" e "dade").
Exemplos de Consoantes de Ligação:
Cafeteira (o "t" entre "café" e "eira").
Paulada (o "l" entre "pau" e "ada").
Cháleira (o "l" entre "chá" e "eira").
Pezinho (o "z" entre "pé" e "inho").
Bambuzal (o "z" entre "bambu" e "al").
Após entender os morfemas, passamos para a Formação de Palavras, que é o estudo de como novas palavras são criadas na língua portuguesa. Existem dois grandes processos: Derivação e Composição.
A derivação é o processo de formação de palavras novas a partir de apenas um radical, por meio do acréscimo de afixos (prefixos e/ou sufixos).
Existem vários tipos de derivação:
Derivação Prefixal (ou Prefixação): Adição de um prefixo ao radical.
Exemplos: acerto, infeliz, reler, super-homem, compor.
Derivação Sufixal (ou Sufixação): Adição de um sufixo ao radical.
Exemplos: certeza, pincelada, boiada, felizmente, artista.
Derivação Prefixal e Sufixal (Concurso: Cuidado com a Parassíntese!): Adição simultânea de um prefixo e um sufixo ao radical, mas de forma que ambos podem ser removidos, e a palavra restante continua tendo sentido.
Exemplos: deslealdade (desleal / lealdade), infelizmente (infeliz / felizmente).
É possível dizer "leal", "desleal", "lealdade". E "feliz", "infeliz", "felizmente".
Derivação Parassintética (ou Parassíntese / Circunfixação - Muita Atenção!): Adição simultânea de um prefixo e um sufixo ao radical, de forma que a remoção de apenas um deles (prefixo ou sufixo) resultaria em uma palavra sem sentido na língua portuguesa. É um dos tipos mais cobrados e que gera mais confusão em concursos.
Exemplos: entristecer.
Não existe "entriste" nem "tristecer". A palavra só existe com ambos os afixos.
Anoitecer.
Não existe "anoite" nem "noitecer".
Abraçar
Não existe "abrace" nem "braçar".
Amanhecer, desalmado.
Derivação Regressiva: Formação de uma palavra pela redução da palavra primitiva, geralmente transformando um verbo em um substantivo que indica ação. Ocorre uma perda de elementos.
Exemplos: boteco (de botequim), combate (de combater), ajuda (de ajudar).
Derivação Imprópria (ou Conversão - Super Relevante para Provas!): Ocorre quando uma palavra muda de classe gramatical sem sofrer qualquer alteração em sua forma. A mudança é apenas de função sintática e significado contextual.
Exemplos:
"O jantar estava muito saboroso". Aqui, "jantar" (originalmente um verbo) funciona como substantivo.
"Você que ama velocidade, agora pode chegar ao finalmente". "Finalmente" (originalmente um advérbio) foi substantivado.
"O sim dos noivos emocionou a todos." ("Sim", originalmente advérbio, vira substantivo).
"Era um dia de céu azul." ("Azul", adjetivo, vira substantivo em "O azul do céu é lindo").
A composição é o processo de formação de palavras novas pela união de dois ou mais radicais.
Existem dois tipos principais de composição:
Composição por Justaposição: A união dos radicais ocorre sem que haja alteração fonética em nenhum deles. As palavras são "justapostas", lado a lado.
Exemplos: guarda-sol, passa-tempo, guarda-chuva, abelha-rainha, pontapé, segunda-feira.
Podem ou não ter hífen.
Composição por Aglutinação: A união dos radicais resulta em uma alteração fonética em pelo menos um deles (perda ou fusão de fonemas).
Exemplos:
Fidalgo (filho + de + alguém).
Boquiaberto (boca + aberto).
Vinagre (vinho + acre).
Aguardente (água + ardente).
Pernalta (perna + alta).
Agredoce (agre + doce).
As flexões referem-se às variações que as palavras sofrem para indicar diferentes categorias gramaticais. As desinências são os morfemas que marcam essas flexões. A compreensão das flexões é fundamental para garantir a concordância gramatical e a clareza textual.
A flexão nominal refere-se às variações que substantivos, adjetivos, pronomes e numerais sofrem para indicar as categorias gramaticais de gênero, número e grau. Essas variações são essenciais para a harmonia da frase e a concordância entre os elementos.
Distingue as palavras em feminino e masculino. Em português, o gênero é frequentemente determinado pelo artigo que antecede a palavra.
Biformes: Possuem formas diferentes para os dois gêneros.
Exemplos: gato/gata, menino/menina, aluno/aluna.
Uniformes: Possuem uma única forma para ambos os gêneros.
Epicenos: Referem-se a animais e têm um único gênero gramatical, que se especifica com "macho" ou "fêmea" (ex: a cobra macho, a cobra fêmea) [Não explícito nos textos, mas comum em material didático sobre flexão de gênero].
Comuns de Dois Gêneros: A forma da palavra é a mesma para masculino e feminino; o gênero é indicado pelo artigo ou outro determinante.
Exemplos: o/a artista, o/a estudante, o/a cliente, o/a pianista.
Sobrecomuns: Referem-se a pessoas, mas têm um único gênero gramatical fixo, independentemente do sexo do indivíduo.
Exemplos: a criança, o cônjuge, o indivíduo, a pessoa, a vítima.
Indica a quantidade, distinguindo entre singular (um só ser ou objeto) e plural (mais de um elemento). Geralmente, o plural é formado pela adição do sufixo "-s".
Exemplos: livro/livros, casa/casas, certo/certos.
Exceções e Casos Especiais: Palavras terminadas em "-ão" podem variar para "-ões", "-ães" ou "-ãos" (ex: pão/pães, cidadão/cidadãos). Existem diversas regras para o plural de substantivos, incluindo os compostos, que são frequentemente cobradas.
Serve para intensificar ou atenuar a ideia de grandeza ou pequenez de substantivos e adjetivos, podendo também expressar afeto.
Grau Aumentativo: Indica maior tamanho ou intensidade.
Geralmente, usa o sufixo "-ão" (ex: casarão, amigão).
Outras formas: fogaréu, sabichão.
Grau Diminutivo: Reduz ou suaviza a ideia, ou expressa afeto.
Geralmente, usa o sufixo "-inho(a)" (ex: casinha, amiguinho).
Outras formas: gotícula, criancinha.
Atenção às Exceções: Aumentativos e diminutivos podem ser formados por sufixos irregulares (ex: rocha/rochedo).
Na flexão verbal, os verbos variam para concordar com o sujeito e para indicar diversas informações gramaticais, como pessoa, número, tempo, modo e voz verbal. As alterações nas terminações verbais (desinências) permitem a conjugação adequada dos verbos.
O verbo se altera para concordar com a pessoa (1ª, 2ª, 3ª) e o número (singular ou plural) do sujeito.
Exemplos com o verbo "estudar":
Eu estudo (1ª pessoa do singular)
Tu estudas (2ª pessoa do singular)
Ele/Ela estuda (3ª pessoa do singular)
Nós estudamos (1ª pessoa do plural)
Vós estudais (2ª pessoa do plural)
Eles/Elas estudam (3ª pessoa do plural)
Indica o momento em que a ação ocorre, situando-a no tempo. Essa flexão é crucial para a clareza das narrativas.
Presente: Expressa o momento atual, ações regulares ou situações permanentes.
Exemplos: "Estou com fome agora", "Eu estudo todos os dias".
Pretérito (Passado): Refere-se a ações anteriores.
Pretérito Perfeito: Ações concluídas (ex: "Eu estudei").
Pretérito Imperfeito: Ações habituais ou contínuas no passado (ex: "Eu estudava todos os dias", "Quando você chegou, eu já estudava").
Pretérito Mais-que-Perfeito: Ação anterior a outra ação passada (ex: "Eu já estudara quando ele chegou").
Futuro: Indica ações ou acontecimentos que serão realizados posteriormente.
Futuro do Presente: Ação futura certa (ex: "Eu estudarei amanhã").
Futuro do Pretérito: Ação condicional ou hipotética no futuro (ex: "Eu estudaria mais, se houvesse tempo").
Os modos verbais distinguem a atitude do falante em relação à ação: certeza, desejo, hipótese, ordem.
Indicativo: Expressa realidade e certeza sobre o que está sendo dito, afirmações de fato.
Exemplo: "Eu estudo todos os dias" (certeza).
Subjuntivo: Expressa dúvida, desejo, hipótese, incerteza.
Exemplo: "Talvez eu estude todos os dias" (possibilidade).
Exemplo: "Que ninguém se engane" (desejo, presente do subjuntivo).
Imperativo: Expressa ordem, pedido, convite, conselho. Pode ser afirmativo ou negativo.
Exemplo: "Estude todos os dias!" (ordem/conselho).
Indica a relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo.
Voz Ativa: O sujeito realiza a ação.
Exemplo: "O professor explicou a lição" (o professor realiza a ação de explicar).
Voz Passiva: O sujeito gramatical recebe ou sofre a ação.
Exemplo: "A lição foi explicada pelo professor" (a lição recebe a ação de ser explicada).
Voz Reflexiva: O sujeito realiza e recebe a ação ao mesmo tempo. Usa-se um pronome oblíquo para indicar que a ação recai sobre o próprio sujeito.
Exemplo: "Ele se machucou" (ele realiza e sofre a ação de machucar-se).
A classe gramatical (ou classe de palavras) é um assunto da morfologia, que classifica as palavras de acordo com sua semelhança morfológica e distribuição sintática. No português, a classificação tradicional divide as palavras em dez classes gramaticais.
Variáveis: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome e Verbo. Essas classes flexionam (em gênero, número, grau, pessoa, tempo, modo).
Invariáveis: Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição. Essas classes não flexionam.
Historicamente, essa classificação deriva da gramática grega, com figuras como Platão (que separou ónoma - nome e rhema - verbo) e Aristóteles (que adicionou sýndesmos - coesivos). Posteriormente, os estoicos e Dionísio, o Trácio, contribuíram para as oito classes que foram passadas para o latim e línguas modernas.
É importante notar que, embora os substantivos e verbos sejam considerados classes centrais, as outras classes ("adjuntas" como artigo, numeral, pronome, adjetivo, advérbio) geralmente os especificam, e as "conectivas" (preposição, conjunção, pronome) servem para ligar palavras. Há também as palavras denotativas que, apesar de se assemelharem a advérbios, não possuem uma classificação específica.
Críticos da gramática tradicional, como Bagno, apontam inconsistências na classificação, sugerindo novas categorias para o português. No entanto, para fins de concursos, a classificação tradicional das 10 classes é a mais frequentemente cobrada.
Dominar a Morfologia é a base: A compreensão da estrutura e formação das palavras é fundamental para a análise sintática (que estuda a função das palavras na frase) e para a interpretação textual.
Atenção às exceções: Casos de alomorfia (radical, desinências, afixos), distinção entre derivação prefixal-sufixal e parassintética, e derivação imprópria são pontos recorrentes e eliminatórios em provas.
Pratique com questões: A melhor forma de fixar o conteúdo e identificar como ele é cobrado é resolver questões de concursos anteriores.
Construa seu vocabulário: Ao aprender novas palavras, tente identificar seus morfemas, radicais, afixos e processos de formação. Isso solidifica o conhecimento morfológico.
A morfologia não é apenas uma parte da gramática a ser memorizada; é um universo de lógica e beleza que nos permite entender como as palavras são construídas e como podemos utilizá-las com precisão e eficácia. Ao dominar esses conceitos, você não apenas estará preparado para qualquer desafio em provas, mas também aprimorará sua capacidade de comunicação em todos os aspectos da vida.
Video volitivoCast:
Qual é o morfema responsável por indicar o gênero feminino em palavras como "cadeira", "tia" e "mulher"?
A) "-o"
B) "-e"
C) "-a"
D) "-m"
E) "-s"
Qual morfema indica o número plural em palavras como "livros", "cadeiras" e "tios"?
A) "-m"
B) "-as"
C) "-s"
D) "-a"
E) "-o"
Qual morfema indica o futuro do indicativo em verbos como "cantarei", "comerei" e "correremos"?
A) "-ou"
B) "-ei"
C) "-s"
D) "-va"
E) "-ou"
C) "-a"
C) "-s"
A) "-ou"