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02/03/2024 • 18 min de leitura
Atualizado em 28/07/2025

O Ciclo do Nitrogênio e Impactos Humanos


Ciclo do Nitrogênio

1. O Que é Nitrogênio e Por Que Ele é Tão Importante?

O nitrogênio (N) é um macronutriente essencial para o funcionamento do metabolismo de todos os seres vivos. Imagine-o como um dos "tijolos" fundamentais para a construção da vida!

  • Abundância e Acessibilidade: Apesar de ser o elemento mais abundante na atmosfera terrestre, compondo cerca de 78% do ar que respiramos em sua forma molecular diatômica (N2), o nitrogênio gasoso é considerado inerte e pouco reativo. Isso significa que a maioria dos organismos, incluindo plantas e animais, não consegue utilizá-lo diretamente do ar.

  • Componente Vital: O nitrogênio é indispensável para a formação de biomoléculas complexas e cruciais para a vida, tais como:

    • Proteínas: Essenciais para a estrutura e função celular.

    • Ácidos Nucleicos (DNA e RNA): As moléculas que carregam a informação genética e são a base da hereditariedade.

    • Aminoácidos: Blocos construtores das proteínas.

    • Adenosina Trifosfato (ATP): A principal moeda de energia das células.

  • Formas Reativas: Para ser absorvido e utilizado pelas plantas, o nitrogênio precisa ser convertido em formas reativas (Nr), principalmente os íons nitrato (NO3-) e amônio (NH4+). Os animais, por sua vez, obtêm o nitrogênio necessário ao seu crescimento consumindo plantas ou outros organismos.

2. As Etapas do Ciclo do Nitrogênio: Do Simples ao Complexo

O Ciclo do Nitrogênio é um processo biogeoquímico complexo que envolve uma série de transformações desse elemento entre o reino mineral, a atmosfera e os seres vivos. Ele contribui para o equilíbrio dos ecossistemas. Para facilitar a compreensão, dividimos o ciclo em cinco etapas principais:

  1. Fixação do Nitrogênio

  2. Assimilação

  3. Amonificação (Mineralização)

  4. Nitrificação

  5. Desnitrificação

Vamos detalhar cada uma delas:

2.1. Fixação do Nitrogênio (Fixação)

A fixação do nitrogênio é a etapa inicial e fundamental do ciclo, responsável por converter o nitrogênio gasoso (N2) da atmosfera em formas quimicamente úteis, como amoníaco (NH3), nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-). Sem essa etapa, a grande reserva de N2 atmosférico seria inacessível para a maioria dos seres vivos.

A fixação pode ocorrer por processos naturais ou artificiais:

  • Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN):

    • Esta é a fonte natural dominante de nitrogênio reativo para os ecossistemas terrestres, responsável por cerca de 90% do Nr natural.

    • É realizada por microrganismos diazotróficos (bactérias e algumas cianobactérias) que possuem a enzima nitrogenase, capaz de quebrar a forte ligação tripla do N2 e convertê-lo em amônia (NH3).

    • Existem dois tipos principais de FBN:

      • Bactérias de Vida Livre no Solo: Algumas bactérias vivem livremente no solo e são capazes de fixar o N2 atmosférico. Um exemplo é o gênero Azospirillum, que pode ser encontrado na rizosfera das plantas e produz hormônios que estimulam o crescimento das raízes.

      • Bactérias Simbióticas: São as mais conhecidas e importantes. Elas estabelecem uma relação de mutualismo (simbiose) com certas espécies de plantas, principalmente as leguminosas (como feijões, soja, lentilhas, ervilhas). Essas bactérias (do grupo dos rizóbios, como Rhizobium, Bradyrhizobium, Sinorhizobium, Mesorhizobium) vivem em nódulos nas raízes das plantas. A planta fornece um ambiente protegido e açúcares para as bactérias, e em troca, as bactérias convertem o N2 em amônia, que é rapidamente incorporada pela planta como aminoácido. O gênero Frankia é outro exemplo, sendo um actinomiceto que nodula casuarinas. Algumas cianobactérias (Cyanophyta), como Anabaena verrucosa e Nostoc, também realizam FBN, seja de vida livre ou em simbiose com plantas como Azolla.

  • Fixação Atmosférica:

    • Este processo ocorre naturalmente devido à ação dos relâmpagos (raios). A alta energia das descargas elétricas dissocia as moléculas de nitrogênio (N2) e oxigênio (O2) presentes no ar, permitindo que seus átomos se liguem, formando monóxido de nitrogênio (NO).

    • O NO é então dissolvido na água da chuva, favorecendo a formação de ácido nítrico e sua deposição no solo.

    • A fixação atmosférica contribui com uma porção menor, cerca de 3 a 4% do nitrogênio total fixado.

  • Fixação Industrial (Processo Haber-Bosch):

    • Este é um processo antrópico (causado pelo homem) crucial e de grande escala. Descoberto por Fritz Haber em 1908 e otimizado por Carl Bosch em 1913, ele permite a produção de amônia (NH3) a partir de N2 e hidrogênio (H2) em condições industriais.

    • A amônia produzida industrialmente é a base para a fabricação de fertilizantes nitrogenados sintéticos.

    • Importância e Impacto: A aplicação desses fertilizantes sustenta aproximadamente 40% da população mundial. A partir da década de 1970, a produção artificial de NH3 superou a fixação biológica natural em ecossistemas não manejados. Atualmente, cerca de 75% da produção antrópica de nitrogênio reativo (Nr) vem da fixação industrial, e o restante (25%) da queima de combustíveis fósseis e biomassa. Sem o nitrogênio adicional do processo Haber-Bosch, estima-se que apenas cerca de 3 bilhões de pessoas teriam alimento suficiente, dadas as dietas e práticas agrícolas atuais.

2.2. Assimilação

A assimilação é o processo pelo qual as plantas absorvem as formas reativas de nitrogênio presentes no solo.

  • As plantas conseguem absorver o nitrogênio principalmente nas formas de íons amônio (NH4+) e nitrato (NO3-).

  • Uma vez absorvidos, esses íons são transformados em compostos carbonados para produzir aminoácidos e outras moléculas orgânicas de nitrogênio, que são essenciais para o crescimento e desenvolvimento da planta. Essa incorporação ocorre majoritariamente nas células jovens e em crescimento das raízes.

  • Os animais obtêm seu nitrogênio consumindo essas plantas ou outros animais que, por sua vez, se alimentaram de plantas.

2.3. Amonificação (ou Mineralização)

A amonificação é o processo de conversão do nitrogênio orgânico de volta para a forma inorgânica de amônio (NH4+).

  • Quando organismos (plantas e animais) morrem, ou quando animais liberam resíduos metabólicos (como a ureia na urina), sua matéria orgânica rica em nitrogênio é decomposta.

  • Bactérias decompositoras (aeróbicas e anaeróbicas) e alguns fungos no solo liberam enzimas extracelulares (como celulase, protease e urease) que degradam a matéria orgânica do solo (MOS).

  • Essa degradação libera o nitrogênio orgânico dissolvido e o converte em íons de amônio (NH4+).

  • O amônio pode então ser novamente assimilado pelas plantas ou imobilizado (absorvido) por outros microrganismos.

2.4. Nitrificação

A nitrificação é um processo de oxidação do amoníaco (NH3), que ocorre em duas etapas distintas, produzindo nitratos a partir do amônio. É um processo realizado por bactérias nitrificantes, que são microrganismos quimiotróficos, ou seja, retiram sua energia de compostos nitrogenados inorgânicos.

  • Primeira Fase (Nitrosação): O amoníaco (ou amônio, NH4+) é convertido em nitritos (NO2-).

    • Bactérias responsáveis: Gêneros como Nitrosomonas e Nitrosococcus.

  • Segunda Fase (Nitração): Os nitritos (NO2-) são então convertidos em nitratos (NO3-).

    • Bactérias responsáveis: Gêneros como Nitrobacter e Nitrospira.

Os nitratos (NO3-) resultantes são a forma de nitrogênio preferencialmente absorvida pela maioria das plantas. Condições como pH do solo acima de 5,5 e saturação de água podem influenciar e acelerar o processo de nitrificação.

2.5. Desnitrificação

A desnitrificação é a etapa final do ciclo, onde o nitrogênio reativo é devolvido à atmosfera na forma de nitrogênio gasoso (N2), completando o ciclo.

  • Este processo é realizado principalmente por bactérias desnitrificantes facultativas, como as do gênero Pseudomonas, Clostridium, Paracoccus denitrificans e Thiobacillus denitrificans.

  • A desnitrificação ocorre em ambientes anaeróbicos (com baixa concentração de oxigênio, geralmente abaixo de 10%). Nessas condições, as bactérias utilizam os nitratos (NO3-) como aceptor de elétrons em vez do oxigênio para sua respiração.

  • Durante a desnitrificação, o nitrato (NO3-) é reduzido através de uma série de produtos intermediários gasosos de óxido de nitrogênio, resultando na produção final de dinitrogênio (N2).

  • Importante Exceção: A desnitrificação pode liberar óxido nitroso (N2O), um potente gás de efeito estufa e destruidor da camada de ozônio, como um produto intermediário antes da formação completa de N2.

3. Reservatórios de Nitrogênio no Planeta

O nitrogênio está distribuído em diversos "repositórios" ou reservatórios no planeta, onde pode permanecer por diferentes períodos de tempo.

  • Atmosfera: O maior repositório global, contendo 78% do ar como N2. Também possui óxidos de nitrogênio (NOx) e óxido nitroso (N2O). O tempo de residência do N2 na atmosfera é de cerca de 10 milhões de anos.

  • Litosfera: Rochedos, sedimentos e o fundo dos oceanos contêm cerca de 98% do nitrogênio existente no planeta.

  • Solos: Contêm nitrogênio na forma orgânica, amônio e nitrato. A matéria orgânica do solo atua como uma fonte vital de nutrientes. Estima-se que os solos contenham cerca de 9,5 x 10^4 TgN, com um tempo de residência médio de 2000 anos.

  • Plantas e Animais: O nitrogênio é parte integrante de suas biomoléculas. Existem cerca de 3 x 10^4 TgN em plantas e animais, com um tempo de residência de 50 anos.

  • Oceanos: O nitrogênio existe dissolvido organicamente na superfície e como sedimentos no fundo.

4. A Influência Humana no Ciclo do Nitrogênio: O Período do Antropoceno

Este é um dos pontos mais importantes para concursos públicos e para a compreensão dos desafios ambientais atuais.

O período do Antropoceno, marcado pela intensa ação humana no planeta desde meados do século XX (a chamada "Grande Aceleração", a partir de 1950), tem alterado drasticamente o equilíbrio biogeoquímico da Terra. O ciclo do nitrogênio foi mais alterado que o ciclo do carbono, com cerca de dois terços do fluxo anual de nitrogênio reativo (Nr) para a atmosfera desde o início do século XXI sendo de origem antrópica.

4.1. Principais Fontes Antrópicas de Nitrogênio Reativo

As atividades humanas que mais contribuem para o aumento do Nr no ambiente são:

  • Produção e Uso de Fertilizantes Nitrogenados Sintéticos: A produção industrial de amônia pelo processo Haber-Bosch para fertilizantes é a maior fonte antrópica. A aplicação excessiva ou inadequada de fertilizantes (principalmente ureia, sulfato de amônio e nitrato de amônio) faz com que grande parte do nitrogênio não seja aproveitada pelas plantas e se perca para o ambiente. A ineficiência no uso do nitrogênio em cereais é de apenas 33%.

  • Queima de Combustíveis Fósseis: Libera grandes quantidades de óxidos de nitrogênio (NOx, como NO e NO2) para a atmosfera.

  • Queima de Biomassa: Contribui para a emissão de NOx.

  • Dejetos de Animais: O manejo inadequado de dejetos de animais libera amônia (NH3) e outros compostos nitrogenados.

  • Desmatamento e Mudança do Uso do Solo: Essas práticas alteram as condições físicas e químicas do solo, impactando a atividade microbiana e aumentando as emissões de gases de efeito estufa.

4.2. Consequências e Riscos da Alteração do Ciclo do Nitrogênio (A "Cascata do Nitrogênio")

As grandes emissões de nitrogênio reativo têm gerado impactos ambientais e na saúde humana em cascata, onde um único átomo de Nr pode desencadear uma série de efeitos negativos.

  • Excedendo Limites Planetários: As ações antrópicas já ultrapassaram as "fronteiras planetárias seguras" para o ciclo do nitrogênio. A quantidade de N2 convertida em Nr por atividades humanas excede o limite crítico em uma larga margem, o que contribui para a perda de biodiversidade e as mudanças climáticas.

  • Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE):

    • Óxido Nitroso (N2O): É um dos gases mais preocupantes. É o terceiro gás de efeito estufa mais importante, com um potencial de aquecimento global 298 a 310 vezes maior que o CO2. Possui uma longa vida útil na atmosfera (114 a 150 anos). É emitido por fontes biológicas no solo e na água, pela combustão, e, sobretudo, pela agricultura (uso de fertilizantes). Na estratosfera, é a principal fonte de nitrogênio reativo e contribui para a deterioração da camada de ozônio.

    • Óxidos de Nitrogênio (NOx): Principalmente monóxido (NO) e dióxido (NO2), são altamente reativos e contribuem para a formação de smog fotoquímico e ozônio troposférico (O3).

    • Metano (CH4): A deposição de Nr em zonas úmidas pode aumentar a produção de plantas vasculares, elevando a exsudação de compostos de carbono que servem de substrato para microrganismos metanogênicos, aumentando a liberação de CH4 para a atmosfera.

  • Eutrofização de Corpos d'Água:

    • O excesso de nitrogênio (e fósforo) em ecossistemas aquáticos leva ao crescimento descontrolado de algas (florações de algas).

    • A decomposição dessas algas consome o oxigênio dissolvido na água, criando "zonas mortas" (áreas com hipóxia ou anoxia). Essas zonas afetam peixes, invertebrados e outros organismos aquáticos, levando à mortandade. O número de zonas costeiras mortas dobrou nas últimas quatro décadas.

    • Lixiviação: A lixiviação é o processo de escoamento de nutrientes do solo (como nitrato) para corpos d'água. O nitrato (NO3-) é facilmente lixiviado porque não é adsorvido pelos componentes do solo, facilitando seu deslocamento para lençóis freáticos. Isso leva à poluição da água doce e subterrânea.

  • Acidificação: Óxidos de nitrogênio (NOx) transformam-se em ácido nítrico, contribuindo para a chuva ácida, que acidifica solos e sistemas aquáticos, danificando ecossistemas e até monumentos.

  • Poluição do Ar e Impactos na Saúde Humana:

    • A formação de smog fotoquímico, material particulado (MP) e ozônio troposférico (O3) afeta diretamente a saúde humana.

    • A inalação de O3 troposférico causa problemas respiratórios como tosse, asma, e reduções na função pulmonar, além de estar associado a mortes prematuras. O MP é uma das maiores causas de efeitos adversos à saúde, incluindo problemas cardíacos e respiratórios.

  • Impactos na Vegetação e Biodiversidade:

    • A deposição elevada de Nr pode aumentar a suscetibilidade da vegetação ao estresse.

    • O ozônio (O3) é absorvido pelas plantas e causa danos celulares, reduzindo a fotossíntese e a produtividade das culturas. Estima-se perdas significativas de rendimento em culturas como trigo, arroz, milho e soja devido à exposição ao ozônio.

    • O excesso de nitrogênio também contribui para a perda de biodiversidade, alterando as comunidades vegetais e afetando insetos, pássaros e outros animais que dependem dessas plantas. Isso reduz a resiliência dos ecossistemas e compromete os serviços ecossistêmicos.

5. Desafios e Soluções para Minimizar os Impactos no Ciclo do Nitrogênio

Apesar da gravidade dos problemas causados pelo excesso de nitrogênio reativo, a conscientização sobre o tema é menor do que a do ciclo do carbono. No entanto, é urgente adotar medidas integradas para mitigar esses impactos.

5.1. Desafios Atuais

  • Falta de Conhecimento e Conscientização: O tema é complexo e não recebe tanta atenção midiática quanto as mudanças climáticas ou a perda de biodiversidade, o que dificulta a tradução dos riscos para o público geral e tomadores de decisão.

  • Políticas Fragmentadas: Muitas políticas focam em compartimentos ambientais isolados (ar, água, solo) ou em formas únicas de nitrogênio (nitratos, óxidos de nitrogênio), sem uma visão holística dos problemas.

  • Uso Ineficiente de Fertilizantes: A consultoria e extensão rural muitas vezes priorizam o aumento da produtividade sem enfatizar a eficiência da aplicação de fertilizantes para reduzir perdas ambientais.

5.2. Medidas e Estratégias de Mitigação

As soluções mais eficazes são aquelas que visam reduzir a demanda por nitrogênio reativo e melhorar sua gestão.

  • Melhorar a Eficiência do Uso de Nitrogênio na Agricultura:

    • Substituição de Fertilizantes Sintéticos: Incentivar alternativas naturais como a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), utilizando leguminosas em rotação de culturas (alternando plantas que consomem e repõem nitrogênio), e a adubação verde (usando restos de leguminosas).

    • Fechamento dos Ciclos de Nutrientes: Prevenir a perda de nutrientes no sistema de produção através de um uso balanceado de nutrientes, melhor reciclagem do N (compostagem de resíduos animais e vegetais) e melhoria da qualidade do solo.

    • Adoção de Princípios da Agroecologia: Otimizar práticas agrícolas de acordo com as características do ecossistema, fortalecendo a biodiversidade funcional do solo (que melhora a eficiência de nutrientes e a resiliência a secas e inundações).

    • Monitoramento da Adubação Nitrogenada:

      • Utilização de tecnologias de monitoramento para determinar a necessidade exata de nitrogênio na planta e no solo, otimizando a época e dose de aplicação.

      • Clorofilômetro: Permite a medição rápida e não destrutiva do teor relativo de clorofila na folha (TRC), que se correlaciona com o teor de N na planta. Métodos como o Teor Relativo Crítico de Clorofila (TRCC) e o Índice de Suficiência (IS) (geralmente 0,95) são eficazes para indicar a necessidade de adubação. Estudos mostram que o monitoramento aumenta a eficiência do uso do N e pode levar a economia de fertilizantes sem perdas de produtividade.

      • Teste de Nitrato no Solo: Determinar o teor de nitrato no solo (especialmente na profundidade de 0-30 cm) para auxiliar na decisão sobre a aplicação de N.

      • O monitoramento integrado (planta e solo) ainda necessita de mais estudos para comprovar superioridade, mas não deve ser descartado.

    • Fertilizantes de Liberação Controlada e Aplicação Profunda: Tecnologias que reduzem significativamente a quantidade de nitrogênio liberada para o ambiente, aumentando a produtividade das culturas.

  • Melhorar a Eficiência do Uso de Nitrogênio na Cadeia Alimentar:

    • Redução do Desperdício de Alimentos: Diminuir o desperdício ao longo de toda a cadeia alimentar reduz a demanda por bens agrícolas e, consequentemente, a carga de nitrogênio reativo.

    • Promoção de Dietas Saudáveis: Incentivar dietas com menor consumo de proteína animal em países desenvolvidos e em desenvolvimento, onde o consumo per capita de produtos de origem animal está crescendo. Isso traz benefícios à saúde, melhora a eficiência do uso de nutrientes, e reduz a poluição ambiental.

  • Reduzir a Queima de Combustíveis Fósseis:

    • Substituição por Alternativas Renováveis: Migrar para fontes de energia renováveis e sustentáveis, como a energia solar e eólica.

    • Cautela com Biomassa: Assegurar que os substitutos dos combustíveis fósseis na forma de biomassa não induzam um aumento da demanda por nitrogênio reativo (que exigiria mais fertilizantes para sua produção).

  • Estimular a Remoção do Nitrogênio da Cascata:

    • Desnitrificação Natural e Artificia: Promover a conversão de nitrogênio reativo de volta para N2 inativo através da desnitrificação em zonas úmidas e em estações de tratamento de esgoto. Essas estações realizam a oxidação biológica de amônia para nitrato (nitrificação), seguida da redução do nitrato para N2 gasoso, que é liberado para a atmosfera.

    • Segregação da Urina: Em saneamento, a segregação da urina na fonte é uma alternativa promissora. A urina contém a maior parte dos nutrientes excretados pelo homem (85-90% de N, 50-80% de P, 80-90% de K), e seu tratamento separado pode reduzir o consumo de água, os custos de tratamento de esgoto e promover a reciclagem de nutrientes para a agricultura.

5.3. Compromissos e Iniciativas Globais

  • Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono): Criado pelo Brasil para cumprir os compromissos de redução de GEE assumidos na COP 15 (Copenhague, 2009). Busca reduzir de 36,1% a 38,9% das emissões de GEE (incluindo N2O) até 2020. É composto por programas como Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Sistema Plantio Direto, Fixação Biológica de Nitrogênio, Tratamento de Dejetos Animais e Florestas Plantadas.

  • Acordo de Paris (COP21, 2015): O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de GEE em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025, e em 43% até 2030. Isso inclui metas de aumento da bioenergia sustentável, restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares de florestas, e 45% de energias renováveis na matriz energética.

  • ENREDD+ (Estratégia Nacional para REDD+): Instrumento que fornece incentivos financeiros a países em desenvolvimento para combater o desmatamento, a degradação florestal, e promover o aumento da cobertura florestal, gerando benefícios econômicos, sociais e ambientais.

  • Ferramentas da UNEP: Desenvolvimento de ferramentas como o N-calculator, N-Sink e N-visualization para aumentar a conscientização e educar sobre a gestão de nutrientes.

  • Investimento em Pesquisa, Monitoramento e Fiscalização: Essencial para o crescimento sustentável do país e para minimizar os danos ambientais.

6. Considerações Finais: A Urgência da Ação no Ciclo do Nitrogênio

O nitrogênio é, sem dúvida, um nutriente vital, mas seu uso descontrolado e as emissões antrópicas alteraram profundamente seu ciclo natural. As atividades humanas já convertem mais nitrogênio atmosférico em formas reativas do que todos os processos naturais do planeta combinados.

As consequências são vastas e interconectadas: poluição do ar (smog, ozônio troposférico, material particulado) com impactos diretos na saúde humana, contaminação da água doce por nitratos, eutrofização e a formação de "zonas mortas" nos ecossistemas aquáticos, destruição da camada de ozônio estratosférico, e uma das principais causas da perda de biodiversidade planetária.

É preocupante que, apesar da magnitude desses problemas, a sociedade ainda careça de conhecimento aprofundado sobre o nitrogênio reativo e suas consequências, em parte devido à menor visibilidade midiática em comparação com o ciclo do carbono. No entanto, a questão central é que o desequilíbrio no ciclo do nitrogênio já ultrapassou limites de segurança considerados e continua a gerar impactos negativos cada vez maiores, com potencial destrutivo.

Ações imediatas e integradas são necessárias. Aumentar a eficiência do uso do nitrogênio na agricultura, reduzir o desperdício na cadeia alimentar, promover dietas com menos proteína animal, e mudar de combustíveis fósseis para fontes de energia renováveis são passos cruciais. Além disso, a sociedade precisa se engajar mais em projetos relacionados não apenas ao carbono, mas também ao nitrogênio. A prevenção e mitigação desses impactos dependem da atuação conjunta da sociedade e do poder público, através de regulamentações e mecanismos de controle focados nessa questão vital para o futuro do nosso planeta.


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Lista de Exercícios:

Questão 1: Qual é um dos ciclos biogeoquímicos mais importantes mencionados no texto?

a) Ciclo do Carbono
b) Ciclo do Nitrogênio
c) Ciclo da Água
d) Ciclo do Enxofre

Questão 2: Como o nitrogênio atmosférico é convertido em compostsos nitrogenados utilizáveis pelos organismos?

a) Através da fotossíntese
b) Por meio da respiração celular
c) Pela fixação do nitrogênio
d) Por processos de precipitação

Questão 3: Qual é o impacto da atividade humana no ciclo do nitrogênio, de acordo com o texto?

a) Aumento da biodiversidade
b) Diminuição da poluição atmosférica
c) Utilização excessiva de fertilizantes nitrogenados e poluição atmosférica
d) Melhoria na qualidade do solo

Gabarito:

  1. b) Ciclo do Nitrogênio

  2. c) Pela fixação do nitrogênio

  3. c) Utilização excessiva de fertilizantes nitrogenados e poluição atmosférica