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14/08/2025 • 28 min de leitura
Atualizado em 14/08/2025

O que é Música Popular Brasileira (MPB)?

MPB: A Alma Sonora do Brasil

A Música Popular Brasileira, amplamente conhecida pela sigla MPB, é muito mais do que um gênero musical; é um fenômeno cultural que reflete a complexidade, as lutas e a riqueza da identidade nacional.


O Que é Música Popular Brasileira (MPB)? – Desvendando o Conceito

Para começar, é fundamental compreender que a expressão "Música Popular Brasileira" (MPB) pode ter dois sentidos importantes:

  1. MPB como um Movimento Cultural Específico: Primordialmente, a MPB refere-se a um gênero musical que surgiu e se desenvolveu de forma proeminente após o golpe militar de 1964. Neste contexto, a MPB era uma manifestação de contestação social e política. Artistas e compositores utilizavam letras inteligentes e, muitas vezes, disfarçadas para questionar a ditadura e as restrições à liberdade impostas pelo regime, trazendo uma visão poética da situação brasileira. Além do engajamento político, a MPB como movimento também abordou temas como as relações amorosas, com um lirismo notável.

  2. Música Brasileira com Caráter Popular (sentido amplo): Num sentido mais vasto e tradicional, "música popular brasileira" pode se referir a todo o conjunto de manifestações culturais sonoras que foram desenvolvidas no país ao longo da história, incorporando influências diversas – indígenas, africanas e europeias.

Este guia focará principalmente na MPB como o movimento cultural pós-1964, mas também explorará suas raízes históricas e a diversidade da música popular brasileira em geral, para que você compreenda a trajetória que levou ao seu surgimento e sua contínua evolução.


Capítulo 1: As Raízes da Música Brasileira – O Berço da MPB (Do Mais Fácil ao Complexo)

A MPB não nasceu do nada; ela é o resultado de um longo e rico processo de miscigenação cultural e musical que remonta aos primórdios do Brasil. Para entender a sua essência, precisamos mergulhar nas suas fundações.

1.1. As Primeiras Batidas: Influências Essenciais

A música sempre esteve intrinsecamente ligada à rotina das populações no Brasil, desde antes do descobrimento.

  • Influência Indígena: As populações nativas do Brasil utilizavam o canto em rituais e festas religiosas. O "bate-pau", por exemplo, era uma dança ritmada embalada pelo canto e o uso do bambu.

  • Influência Portuguesa: A chegada dos colonizadores portugueses trouxe novos elementos sonoros e instrumentos, como o violão, viola, cavaquinho, tambor e pandeiro. Esses instrumentos, inclusive, ainda hoje remetem à identidade musical local, especialmente no samba. A música foi inclusive utilizada como instrumento de catequese pelos padres jesuítas, que musicaram peças teatrais e autos para facilitar a compreensão do evangelho. O Padre José de Anchieta é reconhecido como compositor de muitas dessas peças. Somente no século XVII, instrumentos mais sofisticados como o piano foram incorporados, embora restritos às famílias nobres.

  • Influência Africana: Decisiva para as manifestações musicais nacionais, a tradição das danças, do ritmo e do som africanos deu origem ao batuque, extraído de instrumentos como atabaques, cuíca, reco-reco, pandeiro e tambor. Essa base formaria, mais tarde, o samba.

  • Influência Francesa: Manifestou-se nas tradicionais quadrilhas, danças em pares comuns nas festas de São João, que eram alegorias das danças da corte francesa.

1.2. O Século XIX e o Amanhecer de Novos Gêneros

A partir de 1800, essa mistura de influências começou a resultar em novas composições e ritmos:

  • Modinhas e Lundu: As modinhas se popularizaram, e entre seus compositores mais reconhecidos estão Padre José Maurício Nunes, Francisco Manuel da Silva e Cândido Inácio da Silva. O lundu também ganhou destaque.

  • Novos Ritmos: As composições de modinhas e o lundu, com o incremento da sonoridade erudita, influenciaram o surgimento de ritmos como a polca, o maxixe e o choro.

1.3. O Samba e a Era do Rádio: Consolidando a Música Popular

O final do século XIX e o início do século XX foram cruciais para a consolidação de gêneros que se tornariam pilares da música brasileira:

  • Nascimento do Choro: O ano de 1870 é considerado o ponto de partida do choro, que notabilizou muitos artistas, entre eles Chiquinha Gonzaga. A maestrina e pianista carioca é pioneira, tendo lançado em 1899 "Ó Abre Alas", a primeira marchinha de Carnaval. Seu legado é tão significativo que o dia 17 de outubro, seu aniversário, foi instituído como o "Dia da Música Popular Brasileira" por lei federal. A trajetória de Chiquinha influenciou compositores como Anacleto de Medeiros, Irineu Almeida e Pixinguinha.

  • A Revolução do Samba: O samba, que surge a partir de 1917, é considerado uma revolução na história da música popular brasileira. As composições de Pixinguinha foram um divisor de águas, estando diretamente ligadas ao surgimento do samba, e ele é considerado sua melhor tradução. Outros compositores importantes nesse período foram Ernesto Joaquim Maria dos Santos e Mauro de Almeida.

  • A "Era do Rádio": Até 1950, choro e samba revelaram nomes como Jacob do Bandolim e Nelson Gonçalves. Essa foi a época de ouro do rádio, que popularizou intérpretes como Dalva de Oliveira, Caubi Peixoto e Ângela Maria.

  • Cartola: No início dos anos 50, a influência de Cartola, considerado um dos maiores mestres do samba nacional, se destaca. Sua melodia foi imortalizada também na voz da gaúcha Elis Regina.


Capítulo 2: A Explosão da MPB – Dos Anos 50 aos 70 (Complexidade Média)

A segunda metade do século XX testemunhou a efervescência musical que daria origem à MPB como a conhecemos hoje, marcada por inovação, contestação e uma incrível diversidade.

2.1. A Doçura Inovadora da Bossa Nova

Paralelo ao sucesso do samba e do choro, o movimento da Bossa Nova surge nos anos 50. Caracterizada por uma melodia suave, a Bossa Nova retratava o cotidiano local, especialmente o carioca e sua malemolência.

  • Principais Nomes e Impacto Internacional: A melodia da Bossa Nova foi perpetuada por Tom Jobim, com letras de Vinicius de Moraes. Esse gênero evidenciou a mistura da música erudita com os ritmos nacionais e alcançou reconhecimento internacional. João Gilberto, compositor e intérprete, também é um dos seus maiores representantes.

  • Ponto de Partida: A Bossa Nova é considerada o ponto de partida para outros movimentos que ocorreriam em paralelo no final da década de 50 e na década de 60, como a Tropicália e a Jovem Guarda, que, embora também retratassem o cotidiano, demonstravam rebeldia e questionamento às instituições oficiais.

2.2. O Contexto da Ditadura Militar e o Nascimento da MPB como Movimento

A década de 60 é descrita como um período de ebulição na música brasileira. Neste momento, diferentes gêneros – samba, jazz, bossa nova, sertanejo de raiz, moda de viola, baião nordestino, rock e outros – coexistiam.

  • A MPB como Resistência: O cenário era o da Ditadura Militar, que, ao cassar direitos e restringir a liberdade, também censurou os movimentos culturais. É nessa conjuntura que jovens músicos começaram a contestar o regime e a criar letras inteligentes e de protesto, muitas vezes de forma disfarçada para driblar a censura. A partir dessa fase, a sigla MPB foi popularizada para marcar esse movimento próprio de contestação social e política.

  • Os Festivais da Canção: Os Festivais de Música (ou Festivais da Canção), realizados nos anos 60 e transmitidos pela televisão, foram cruciais para que músicos e compositores do período ganhassem projeção e se tornassem conhecidos. Um exemplo marcante é a apresentação de Chico Buarque e o grupo MPB4 cantando Roda Viva no Festival de Música Brasileira da TV Record em 1967.

2.3. Os Movimentos Paralelos e a Diversidade da Década de 60

A cena musical dos anos 60, caracterizada pela Bossa Nova, Canções de Protesto, Jovem Guarda e o Tropicalismo, não apenas modificou o lugar social da canção – veiculada por discos e televisão – mas também gerou uma série de discussões e conflitos de ordem estética e ideológica.

  • O Tropicalismo: Ruptura e Controvérsia:

    • Definição e Proposta: O Tropicalismo foi um rótulo dado pelo crítico musical Nelson Motta. Sua proposta estética de abertura e explosão musical provocou a ruptura de certos cânones que haviam sido incorporados na música popular brasileira.

    • O Debate das Guitarras: A inserção de guitarras elétricas em um festival de música popular brasileira, cuja vertente principal estava ligada ao nacional-popular, causou indignação e espanto aos puristas da MPB. As guitarras eram vistas como sinônimo de alienação e imperialismo norte-americano. Essa polêmica, na verdade, já se expressava desde a década de 30, focando na presença do elemento estrangeiro na cultura nacional.

    • Visões Divergentes:

      • Para José Ramos Tinhorão, a proposta estética tropicalista, com seu desejo de modernidade sucumbido à dominação estrangeira, apresentava as mesmas aspirações políticas defendidas pelos militares. Ele considerava equivocada a reação dos militares contra o tropicalismo, pois o movimento poderia ser lido como a "trilha sonora perfeita para o governo militar", sintetizando "tudo o que o Poder poderia pedir para sua tranquila perpetuação". Tinhorão era o crítico que via a tecnologia e a modernidade como catastróficas para a "verdadeira" música popular.

      • Para Augusto de Campos, por outro lado, o Tropicalismo representava a "retomada da linha evolutiva de João Gilberto" e a "superação do impasse entre Música Popular Brasileira e Jovem Guarda". Ele via "algo de novo" acontecendo, o chamado "som universal".

  • A "Linha Evolutiva da MPB": Desse amplo debate surgiram duas posições rotuladas: "nacionalistas" e "vanguardistas". No entanto, ambas "convergiam para a indústria cultural, no sentido de acreditar na possibilidade de uma inserção ativa do artista nas suas estruturas". Essa ideia de uma "linha evolutiva" na MPB se tornou um conceito discutido, com Nelson Motta, por exemplo, sugerindo que os Novos Baianos, ao se encontrarem com João Gilberto, teriam suas "raízes" musicais na Bossa Nova, continuando elétricos e frenéticos, mas "para sempre João gilbérticos". Essa análise, contudo, cria ou afirma um "mito de origem".


Capítulo 3: Os Mediadores Culturais e as Lutas Ideológicas na MPB (Complexidade Alta)

A história da música popular brasileira é, também, uma "rede de recados" repleta de conflitos e contradições sociais, políticas, estéticas e ideológicas. Para compreender essa história, é crucial analisar o papel dos críticos musicais e os debates ideológicos que moldaram a percepção da MPB.

3.1. O Papel dos Críticos Musicais e as "Lutas Ideológicas"

Os críticos musicais – entendidos não apenas como profissionais, mas como todos que emitiam juízo de valor sobre a produção musical (escritores, músicos, teóricos etc.) – atuam como "mediadores culturais". Eles são responsáveis pela mediação e cristalização de valores, e, principalmente, pela construção e "invenção" de uma tradição da música popular brasileira. Mesmo com uma relativa autonomia, as manifestações artísticas na música popular não ocorrem sem mediações sociais e interferências mercadológicas.

O conceito de "lutas ideológicas" de Stuart Hall (2003) é fundamental aqui. Hall entende a ideologia como "sistemas de representações" através dos quais representamos a realidade social. Essas representações não são únicas, mas plurais, e estão materializadas em práticas sociais. Uma "luta ideológica" ocorre quando um grupo tenta interromper o campo ideológico e transformar seus significados, buscando um novo conjunto de significados para um termo ou categoria já existente, desarticulando-o de seu lugar na estrutura significativa. Essa premissa teórica é significativa para entendermos as representações da MPB pelos críticos musicais.

Na prática, ao longo das décadas de 70 e 80, e arrisca-se dizer que ainda hoje, existiam duas posições opostas entre os críticos brasileiros: uma que privilegiava a música em suas características nacionais e outra atenta às transformações de uma cultura mundializada.

3.2. Os Grandes Debates e as Vozes dos Críticos

A segmentação da cena musical pós-1968 rotulou posições político-ideológicas gestadas desde a década de 30 e legitimadas na década de 60. Os críticos analisados por Daniela Vieira dos Santos (José Ramos Tinhorão, Nelson Motta, Ana Maria Bahiana, Tárik de Souza, Júlio Medaglia e Walter Silva) demonstram essas "lutas ideológicas".

  • Nacionalismo vs. Universalismo e a Questão do "Bom" e "Mau" Gosto:

    • José Ramos Tinhorão (Nacionalista Radical): Para Tinhorão, a presença do elemento estrangeiro na cultura nacional era um dilema central. Ele criticava o Tropicalismo por alinhar-se ao desejo de modernidade sucumbido à dominação estrangeira. Sua visão era de que a tecnologia e a modernidade eram "catastróficas" para a "verdadeira" música popular.

    • Sérgio Cabral (Nacionalismo Regionalista Carioca): Cabral defendia um caráter nacionalista na música popular, mas com um forte viés regionalista, centrado no Rio de Janeiro. Ele via no samba, e sobretudo no samba carioca e no carnaval, a "verdadeira" música brasileira e a grande expressão da cultura popular. Em seus escritos, era notável a valorização de artistas ligados ao mundo do samba. Mesmo num contexto de "som universal" e internacionalização da cultura, ele buscava no carnaval de rua e no samba a afirmação da cultura popular.

    • Walter Silva (Nacionalista da Música Brasileira): Silva apresentava uma clara posição nacionalista, manifestando-se "contra a invasão" da música estrangeira veiculada pelo rádio. Para ele, não importava tanto a qualidade da música, mas sim que ela fosse nacional e cantada em português. Ele defendia uma "campanha" pela "MÚSICA BRASILEIRA NO RÁDIO E NO DISCO", com um "espírito altamente patriótico". Contudo, ele não condenava a Bossa Nova, vendo Tom Jobim e João Gilberto como "definitivos" e "mil anos luz adiante", e suas "raízes" musicais calcadas na Bossa Nova, além do samba e manifestações regionais. Ele também não era "contra a música de consumo", apreciando Sidney Magal e Hebe Camargo, suspeitando-se que para ele a "verdadeira" cultura nacional popular se expressava nas manifestações do gosto da maioria.

    • Júlio Medaglia (Crítico da Indústria e da Globalização do "Lixo Cultural"): Em contraste com Tinhorão, Medaglia criticava o processo de industrialização da cultura e o que chamava de "música ligeira". Embora classificasse Bossa Nova e Tropicalismo como momentos férteis da imaginação popular, ele era nostálgico e decepcionado com a MPB pós-1960s, chegando a afirmar em 1980: "A MPB hoje é um cocô!". Ele criticava o "baixíssimo saldo criativo" da música brasileira no final do século XX e o fato de músicos "consagrados" viverem dos juros da produção anterior. Medaglia era crítico ao incipiente processo de globalização, lamentando que, após o satélite que transformou a humanidade em uma "aldeia global", as pessoas ouvissem produções de Nova Iorque ou Los Angeles, classificando algumas como "lixo cultural", independente de serem nacionais ou internacionais.

    • Nelson Motta (Conciliador e Universalista): Com uma trajetória "curiosa para não dizer contraditória", Motta advindo da Bossa Nova, demonstrou simpatia pelo Tropicalismo e pela Disco Music. Ele buscava apaziguar as tensões da década de 60, vendo, por exemplo, a interpretação de canções da Jovem Guarda por Nara Leão como uma "síntese dos universos criativos da Bossa Nova e da Jovem Guarda". Motta defendia o Jazz como a "grande música do século XX" e criticava a visão de que seria um "veículo para dominação econômica e cultural", afirmando que não era "moda" nem "consumismo", mas "a cultura de uma raça rica e forte". Essa posição, porém, incorporava ingenuamente o conceito de "raça", já superado nas ciências sociais.

    • Ana Maria Bahiana (Defensora do Rock Nacional e Independente): Jornalista dos anos 70, Bahiana contribuiu para a legitimação de uma vertente do rock na linha do "som universal" (Mutantes, Secos & Molhados, Raul Seixas). Autodenominada "roqueira" e "cabeça contraculturalista", ela não se interessava pelo samba. Bahiana argumentava que o rock não chegou ao Brasil por "imposição de mercado externo", mas se misturou sem correspondência com o "original" e não por necessidade de "copiar o estrangeiro". Para ela, era tarde para discutir a validade do rock na música brasileira, e sim entender o fenômeno. Ela não se importava que o rock viesse de uma "cultura industrial americana" e ressaltava que ele nunca foi campeão de vendas no Brasil, nem, no geral, a música estrangeira. Diferente dos outros críticos, ela não demonstrava saudosismo com a tradição consolidada da MPB. Ela estava atenta às produções independentes, vendo artistas rompendo com a "atitude servil de eterno esperar favores" e "colocando a mão na massa". Embora acrítica em relação à mercantilização da cultura, ela estava consciente da fragmentação da música popular.

    • Tárik de Souza (Contracultural e Crítico do Tropicalismo Comercial): Também ligado à contracultura, Tárik via o rock internacional dos anos 70 diluído, e o punk como "depósito de lixo do capitalismo". Curiosamente, apesar de adepto da contracultura, ele afirmou que o Tropicalismo no final dos anos 70 "anistiou ampla, geral e irrestritivamente o chamado mau gosto nacional". Ele aceitava o conceito de "linha evolutiva da MPB" mas era crítico aos desdobramentos da estética tropicalista, que, segundo ele, após o apuro harmônico e poético da Bossa Nova, permitiu "lambuzar-se de cafonice, vestir-se de acrílicos, boleros e lamês". Ele percebeu que o Tropicalismo, embora revolucionário, com sua consolidação no mercado, acabou abrindo espaço para gêneros que ele considerava de má qualidade. Tárik via Torquato Neto como o "grande filósofo do movimento", contrariando o mito de Caetano como o "cérebro". Ele questionava a permanência da "linha evolutiva da MPB" diante dos "tempos essencialmente mercadológicos", concluindo que o Tropicalismo estava "no poder", sendo "dono das vendagens" e "alimentando o brilho das maiores estrelas". No entanto, a partir da década de 80, ele passou a considerar o samba o principal gênero musical brasileiro, aberto à análise de novos gêneros e manifestações musicais pós-68.

  • A Indústria Cultural e a Comercialização: O debate sobre a indústria cultural é recorrente.

    • Medaglia e a Ação Castradora: Medaglia via os modernos meios de comunicação como "maravilhas da criatividade humana" e, ao mesmo tempo, "insolúveis tragédias culturais". Nos anos 80, suas críticas à indústria cultural se acentuaram, percebendo uma "ação castradora" da forte indústria cultural que não existia na década de 60. Ele criticava a padronização do rock e o via como uma manifestação sem conteúdo. Apesar disso, ele acreditava que o problema não estava na indústria em si, mas na falta de capacidade dos músicos de "municiar essa máquina de consumo com novas e brilhantes ideias e fazê-la trabalhar para si", já que a máquina é "amoral" e veicula "desde que o produto seja profissional e venda".

    • Ana Maria Bahiana e a Autonomia: Bahiana, por outro lado, estava atenta ao processo das "indies" (produções independentes), destacando a chegada de uma "geração sem ilusões e sem fantasias, sem medo de sujar as mãos", que estava rompendo com a "atitude servil do eterno esperar favores" e "colocando a mão na massa" para tomar os "meios de produção".

  • A Música como "Tecnologia Social": A Visão de Felipe Cordeiro

    • O cantor paraense Felipe Cordeiro define a música popular como uma "grande tecnologia social". Para ele, sempre há algo acontecendo coletivamente que gera um resultado, e esses fenômenos são profundamente coletivos.

    • Coletividade e Autonomia na Amazônia: Cordeiro destaca a força da coletividade e da "tecnologia social" na música popular da América Latina, especialmente na Amazônia. A cena musical da região nasce da necessidade de autonomia frente ao centralismo cultural do Brasil, com um protagonismo que reflete a diversidade e a riqueza dos territórios amazônicos.

    • Festas de Afirmação de Comunidade: Ele ressalta que festas populares, como o tecnobrega em Belém (PA), comparado ao funk no Rio de Janeiro (RJ) ou ao pagodão em Salvador (BA), são "festas de afirmação de comunidade", expressões culturais que afirmam identidades e laços sociais em territórios historicamente marginalizados. Ele descreve como músicas "gringas" são transformadas na batida e dança locais.

    • Diálogo Cultural Latino-Americano: Cordeiro também enfatiza o diálogo cultural da Amazônia com a América Latina e o Caribe, afirmando que na costa norte do Brasil, eles se veem "totalmente sendo da cultura latino-americana". Ele aponta a influência de ritmos como salsa, rumba, mambo e bolero na música local, além da prática popular de criar novos nomes para os ritmos na Amazônia.

    • Multiculturalismo como Ativo Nacional: Para Cordeiro, essa riqueza cultural não deve ficar restrita à região, mas ser reconhecida como parte da identidade nacional. Ele defende que o Brasil deve entender que é um país multicultural e que isso é seu "grande ativo", sua "grande força de coesão". Ele acredita em um Brasil mais democrático, onde o território é importante, e é essencial dar voz às próprias regiões e comunidades.


Capítulo 4: Nomes Essenciais da MPB – Quem Você Precisa Conhecer

A MPB é um universo vasto, repleto de talentos que moldaram e continuam moldando a sonoridade brasileira. Conhecer seus principais representantes é fundamental.

4.1. Os Ícones Indispensáveis

Muitos são os grandes nomes da MPB, e é difícil listar todas as personalidades importantes. No entanto, alguns se destacam como figuras centrais do movimento:

  • Chico Buarque: Considerado um dos maiores representantes da MPB. Sua obra se destaca pelo lirismo e pela capacidade de abordar relações amorosas, sendo elevado a uma espécie de "tradutor da alma feminina", revelando desejos, culpas e sonhos no estilo denominado "cantiga e amigo".

  • Caetano Veloso: Figura central da MPB e do Tropicalismo, ao lado de Gilberto Gil. Seus trabalhos, assim como os de Gil, Djavan, Gal Costa, Simone e Leila Pinheiro, também manifestam o lirismo com foco nas relações amorosas.

  • Gilberto Gil: Outro pilar da MPB e do Tropicalismo.

  • Milton Nascimento: Grande nome da MPB.

  • Elis Regina: Destacada intérprete, que emprestou sua voz a sambistas como Cartola.

  • Maria Bethânia: Importante voz da MPB.

  • Tom Zé: Ligado ao Tropicalismo.

  • Os Mutantes: Grupo icônico, especialmente importante para a vertente do rock na linha do "som universal" que Ana Maria Bahiana ajudou a legitimar. Arnaldo Baptista e Liminha, membros da banda, aparecem na lista da Rolling Stone.

  • Raul Seixas: O "baiano" que, revelado pela Jovem Guarda, "muda a era do rock nacional" com letras marcadas pela contrariedade à rotina, à exploração social e do trabalho.

  • Outros Nomes Relevantes: Geraldo Vandré, Edu Lobo, Nara Leão, Gonzaguinha.

4.2. A Lista da Rolling Stone Brasil – Os 100 Maiores Artistas

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone Brasil publicou uma lista dos 100 Maiores Artistas da Música Brasileira, eleita por quase 70 jornalistas convidados. A seleção considerou "artista" como "intérprete", "compositor", "letrista", "músico" ou "arranjador" de maior relevância em uma "escala evolutiva" da música brasileira.

Top 10 da Rolling Stone Brasil:

  1. Tom Jobim

  2. João Gilberto

  3. Chico Buarque

  4. Caetano Veloso

  5. Jorge Ben Jor

  6. Roberto Carlos

  7. Noel Rosa

  8. Cartola

  9. Tim Maia

  10. Gilberto Gil

A lista de 100 nomes revela uma rica distribuição geográfica, embora com concentração:

  • Rio de Janeiro: 50 artistas (incluindo 6 dos 10 maiores).

  • Bahia: 10 artistas (5 dos 20 maiores).

  • São Paulo: 10 artistas (1 dos 20 maiores).

  • Pernambuco: 7 artistas (2 dos 20 maiores).

  • Minas Gerais: 5 artistas (1 dos 30 maiores).

  • Outros estados como Rio Grande do Sul, Paraíba, Espírito Santo, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Acre, Goiás, Paraná e Ceará também contribuem para a lista.

Essa lista é importante para entender o reconhecimento e a valorização dos artistas dentro da crítica musical brasileira.

4.3. A MPB Contemporânea e Suas Nuances – Uma Cena Vibrante

A MPB e a música popular brasileira continuam em constante evolução, mesclando tradição e inovação. A programação de espaços culturais como a Casa de Francisca, por exemplo, demonstra a riqueza e a diversidade da cena atual, com muitos artistas mantendo a essência da MPB enquanto exploram novas sonoridades:

  • Afro-Brasileira e Urbano:

    • Guinu: Com trabalho focado na música Afro Brasileira temperada com Jazz e Afrobeat, apresentando clássicos de Gilberto Gil, João Donato, Djavan.

    • Dadá Joãozinho: Transcende estilos, passeando por rock, samba, pop, jazz, hip-hop, soul e MPB, misturando múltiplas temporalidades (passado, presente, futuro).

    • Josiel Konrad: Apresenta o "Jazz Proibidão", uma fusão "crua e urbana" do jazz com o funk carioca, com musicalidade visceral e autêntica, "um jazz de corpo, do povo e da alma".

    • Baile dos Bicudos: Celebra a cultura afro-brasileira, inspirada nos bailes black e de gafieira, misturando samba, soul, jazz, forró. Inclui releituras de Tim Maia, Beth Carvalho, Cassiano, Sandra de Sá, Zeca Pagodinho, entre outros.

    • Samba de Dandara: Grupo que promove o empoderamento e a exaltação às mulheres sambistas, compositoras e intérpretes, com foco na resistência feminina e negra através de ritmos afro-brasileiros, samba em suas diversas vertentes, ijexás, afoxés, pontos de candomblé e umbanda.

    • Black Balanço: Celebra o Dia do Samba Rock, destacando a cultura preta em São Paulo, com a energia da Banda Embalanço, misturando samba-rock.

  • Samba Tradicional e Suas Vertentes:

    • Roda de Samba da Pedra do Sal (RJ): Um patrimônio cultural do Rio de Janeiro, com grande apelo pela cultura de base, respeito pela história e ancestralidade. Resgata sambas clássicos de compositores como Cartola, Candeia, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa e João Nogueira.

    • Tirambaço (SP): Grupo de samba de São Paulo que reverencia sambistas e conjuntos que escreveram a história do gênero, além de apresentar trabalho autoral.

    • Batuque 011: Grupo de samba do extremo sul de São Paulo, com músicos que acompanharam grandes nomes do samba como Almir Guineto, Leci Brandão e Diogo Nogueira.

  • Regional, Folclórico e Contemporâneo:

    • Rumbo Tumba (AR): Projeto de música eletroacústica que utiliza instrumentos artesanais nativos da América do Sul, projetando o folclore sul-americano para o futuro com ferramentas digitais de vanguarda.

    • Atemporais: Encontro de violeiras e cantoras/compositoras que marcam a virada do século com um riquíssimo material artístico, valorizando a canção e a poesia.

    • Baile dos Fios: Homenageia festas brasileiras, com repertório vibrante de gafieira, maxixes, frevos, forrós e carnaval de rua, com referências a Bandas de Pífanos e Orquestras de Frevo.

    • Baião Lascado: Quinteto de Forró de Rabeca que busca referências em ritmos tradicionais (baião, xote, xaxado, arrasta-pé) e outros gêneros da música popular brasileira como cavalo marinho, coco, embolada, samba de roda, ijexá e maracatu.

    • Filpo e a Feira: Explora timbres de instrumentos peculiares como rabeca e viola dinâmica, inspirando-se em forró, coco, bandas de pífano, samba de roda e cultura caipira/caiçara.

    • Tiziu do Araripe: Músico, cantor e compositor radicado em São Paulo, com mais de 200 músicas gravadas, canta suas próprias composições e de autores consagrados como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.

    • Jéssica Caitano e Jaraguá Dub: Show RIMADUBADA, que celebra a improvisação enraizada em tradições populares (matrizes afro-diaspóricas, indígenas e sertanejas), fundindo cocos de embolada, aboios, repente, rap e raggamuffin com experimentações eletrônicas.

  • Rock, Pop e Hip Hop:

    • Mundo Vídeo: Dupla carioca que mistura informações desconexas do rock à trilha sonora de videogame, passando por música brasileira, reggae, hyperpop e funk.

    • Pietá: Banda que, após três álbuns, consolidou-se como referência por suas letras, contextos e melodias para uma nova geração de talentos.

    • Tatá Aeroplano: Cantor, compositor e performer, com projeto solo que une psicodelia tropical e ritmos quentes, celebrando a pista de dança.

    • niLL: Rapper de São Paulo que redefiniu a originalidade no hip hop brasileiro com mistura ousada de referências nerds, beats sofisticados e letras introspectivas/críticas sociais, fundindo elementos do jazz, lo-fi e rap alternativo.

  • Jazz e Instrumental:

    • Guinu: Já mencionado pela fusão com Afro Brasileira.

    • Josiel Konrad: Com seu Jazz Proibidão.

    • Juçara Marçal e Thais Nicodemo: Apresentam repertório variado de canções contemporâneas, explorando timbres eletrônicos e acústicos, com momentos de improviso.

    • Arthur Nestrovski e João Camarero: No projeto "Canções Sem Palavras", oferecem versões instrumentais de obras-primas de Vinicius de Moraes e seus parceiros (Tom Jobim, Pixinguinha, Chico Buarque, Edu Lobo), onde as palavras ficam na memória, e a música é revelada.

  • DJs e Pesquisa Musical:

    • DJ Márcio Martinez: Colecionador de discos, mistura Jazz, Funk, Soul, Afro internacionais e brasileiros.

    • DJ Deschw: Pesquisa dedicada à música brasileira em vinil, valoriza a cultura brasileira e promove a presença de mulheres na discotecagem.

    • DJ Nobru Izru: Sets versáteis que transitam entre Hip Hop, música brasileira e beats contemporâneos.

    • DJ Marina Lopes: Pesquisadora e exploradora sonora, conecta influências tradicionais e contemporâneas da música brasileira com World Music, fundadora do Samba do Sol.

    • DJ Tutano Nômade: Com repertório de sons recheados de poesias e movimentos, impulsionados por timbres eletrônicos e orgânicos, inspirado pela livre expressão dos corpos negros.

Essa programação ilustra como a MPB continua sendo um caldeirão cultural, reinventando-se e celebrando suas raízes ao mesmo tempo em que absorve novas tendências e tecnologias.


Capítulo 5: MPB em Concursos Públicos – O que Mais Cai (Prioridade para Estudos)

Para quem se prepara para concursos públicos, a MPB é um tema recorrente, frequentemente abordado em questões de história, cultura e atualidades. Fique atento aos seguintes pontos, que tendem a ser mais cobrados:

  1. Contexto Histórico do Surgimento da MPB (pós-1964):

    • A MPB como resposta à Ditadura Militar.

    • O caráter de protesto e resistência das letras, muitas vezes disfarçadas.

    • A importância dos Festivais da Canção para a revelação de artistas e a popularização do gênero.

  2. Os Principais Movimentos e seus Desdobramentos na Década de 60:

    • Bossa Nova: Suas características (melodia suave, temas urbanos cariocas, fusão erudito/nacional) e seus principais expoentes (Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto). Seu reconhecimento internacional.

    • Tropicalismo: Sua proposta de ruptura estética e "explosão musical". A polêmica da guitarra elétrica e o debate nacional vs. estrangeiro. Conhecer as diferentes visões sobre o movimento (Tinhorão vs. Augusto de Campos).

    • A coexistência e o diálogo (ou conflito) entre Bossa Nova, Jovem Guarda, Canções de Protesto e Tropicalismo.

  3. Conceitos Chave e Debates Ideológicos:

    • "Lutas Ideológicas" na música: A forma como a MPB, desde seus primórdios, reflete conflitos sociais, políticos e estéticos. Compreender as diferentes "representações" da MPB pelos críticos.

    • O debate "nacional vs. estrangeiro": Como diferentes críticos e movimentos se posicionaram em relação à influência externa na música brasileira.

    • A "linha evolutiva da MPB": O conceito de uma continuidade e interconexão entre os gêneros e artistas.

  4. Figuras Marcantes da MPB e suas Contribuições:

    • Ter uma boa noção dos nomes essenciais e suas respectivas obras ou estilos: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Elis Regina, Maria Bethânia, Tom Zé, Os Mutantes, Raul Seixas.

    • Conhecer a importância de artistas anteriores ao movimento MPB, mas que são pilares da música popular brasileira: Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Cartola.

    • A relevância da lista da Rolling Stone Brasil para entender o panteão dos maiores artistas e sua distribuição geográfica.

  5. A MPB como "Tecnologia Social":

    • A visão de Felipe Cordeiro sobre a coletividade e a autonomia na produção musical.

    • O papel das festas populares (tecnobrega, funk, pagodão) como "festas de afirmação de comunidade" e expressões culturais que afirmam identidades.

    • A relação da cultura amazônica com a América Latina e o Caribe, e a defesa do multiculturalismo brasileiro como "grande ativo".

  6. A Relação com a Indústria Cultural:

    • As críticas à industrialização da cultura e à mercantilização da música.

    • O debate sobre o papel dos músicos dentro dessa indústria.

    • O surgimento das produções independentes como uma forma de romper com a dependência da indústria fonográfica.

Estudar a MPB sob essas lentes garantirá uma compreensão profunda e estratégica do tema para qualquer avaliação.


A MPB – Um Ativo Multicultural e em Constante Reinvenção

A Música Popular Brasileira é, sem dúvida, um dos maiores ativos culturais do Brasil. Sua trajetória, desde as influências indígenas, africanas e europeias, passando pelos nascimentos do choro e do samba, pela doçura inovadora da Bossa Nova, até se consolidar como um movimento de resistência à ditadura, demonstra uma capacidade ímpar de reinvenção e adaptação.

Os intensos debates e "lutas ideológicas" travados pelos críticos musicais – que questionavam o nacionalismo versus o universalismo, a indústria cultural e a autenticidade da arte – são a prova da vitalidade e da importância da MPB como um campo de reflexão sobre a própria identidade brasileira.

A visão de Felipe Cordeiro de que a música popular é uma "grande tecnologia social" sublinha o seu poder de coesão, coletividade e afirmação de comunidades, especialmente em territórios historicamente marginalizados como a Amazônia. A MPB não é apenas um conjunto de canções; ela é uma expressão viva de laços sociais, identidades e resistências.

Hoje, a MPB continua a florescer em diversas vertentes, mesclando suas raízes com novas sonoridades e tecnologias. Artistas contemporâneos, DJs e produtores seguem explorando a vasta riqueza dos ritmos afro-brasileiros, do samba, do forró, do choro, do jazz e de fusões inovadoras, mostrando que essa "grande força de coesão" multicultural do Brasil está em constante movimento, mantendo sua relevância e encantando novas gerações.

Compreender a MPB é, portanto, mergulhar na história, na política, na sociologia e, acima de tudo, na alma sonora de um país que canta suas alegrias, suas dores e suas infinitas possibilidades.


Glossário de Termos Chave

  • Bate-pau: Dança ritmada com uso de bambu, acompanhada de canto, praticada por populações indígenas no Brasil antes do descobrimento.

  • Batuque: Som extraído de instrumentos africanos como atabaques, cuíca, reco-reco, pandeiro e tambor, base para o samba.

  • Bossa Nova: Movimento musical surgido nos anos 50, caracterizado por melodia suave, temas urbanos e fusão de elementos eruditos e nacionais.

  • Choro: Gênero musical que teve seu ponto de partida por volta de 1870, notabilizando artistas como Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha.

  • CPC (Centros Populares de Cultura): Centros da União Nacional dos Estudantes cujos estilos sonoros foram mesclados com a bossa nova por compositores e intérpretes no período da Ditadura Militar.

  • Ditadura Militar: Regime político instaurado no Brasil após o golpe de 1964, que restringiu a liberdade e censurou movimentos culturais, motivando a música de protesto da MPB.

  • Era do Rádio: Período até 1950, de grande influência do rádio na popularização de músicas e intérpretes como Jacob do Bandolim e Nelson Gonçalves.

  • Festivais da Canção (Festivais de Música): Eventos importantes nos anos 60, transmitidos pela televisão, que revelaram e popularizaram músicos e compositores da MPB.

  • "Lutas Ideológicas": Conceito de Stuart Hall que descreve a tentativa de grupos de transformar significados e rearticular associações dentro de sistemas de representações (ideologias).

  • Lundu: Ritmo popular que, junto com as modinhas, se desenvolveu a partir das misturas culturais no Brasil após 1800.

  • Marchinha de Carnaval: Gênero musical carnavalesco; "Ó Abre Alas" (1899) de Chiquinha Gonzaga foi a primeira.

  • Maxixe: Ritmo surgido da mistura de influências eruditas com modinhas e lundu.

  • Modinhas: Composições populares no Brasil a partir de 1800.

  • MPB (Música Popular Brasileira): Gênero musical e movimento cultural surgido após 1964, focado na contestação política e social, com letras inteligentes e poéticas.

  • Polca: Ritmo surgido da mistura de influências eruditas com modinhas e lundu.

  • Representações: Termo usado por Stuart Hall para definir ideologias, "sistemas de significados através dos quais nos é possível representar a realidade social".

  • Samba: Gênero musical considerado uma revolução a partir de 1917, com Pixinguinha sendo uma de suas melhores traduções.

  • "Som Universal": Termo usado por críticos como Augusto de Campos para descrever o "algo novo" que surgiu com o Tropicalismo, apesar das críticas sobre o elemento estrangeiro.

  • "Tecnologia Social": Conceito usado por Felipe Cordeiro para descrever a música popular como um fenômeno coletivo que gera resultados e afirma comunidades.

  • Tropicalismo: Movimento cultural da década de 60, rotulado por Nelson Motta, caracterizado pela abertura e explosão musical, e pela ruptura de cânones.