A música sertaneja é, sem dúvida, um dos pilares mais fortes da cultura brasileira, evoluindo de suas raízes rurais para se tornar um fenômeno pop que encanta milhões em todo o país e além. Este guia completo foi elaborado para estudantes e entusiastas que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre o gênero, desde sua origem humilde até suas complexas variações modernas, com uma abordagem didática e otimizada para buscas online.
A música sertaneja transcende a simples categoria de gênero musical; ela é uma expressão viva da identidade cultural brasileira, um espelho das tradições do interior e uma ponte que conecta gerações, refletindo as transformações sociais e culturais do país. Com a capacidade de emocionar profundamente e de se reinventar constantemente, o sertanejo se mantém relevante e amado. Segundo uma pesquisa do Real Time Big Data em 2024, 7 em cada 10 brasileiros afirmam gostar do ritmo, e para 83% da população, o sertanejo representa a cultura brasileira. Sete dos dez artistas mais ouvidos da década (2014-2023) no Brasil pelo Spotify são representantes do sertanejo.
O sertanejo é um gênero musical brasileiro que, em sua definição moderna, refere-se a uma variação da música caipira, integrada à cultura caipira do interior do estado de São Paulo. Embora o conceito abranja ritmos mais amplos do interior do Brasil, como baião e xaxado, a música sertaneja que conhecemos hoje incorpora elementos como guitarras elétricas e arranjos inspirados pela Jovem Guarda, e é tradicionalmente interpretada por duplas, geralmente de tenores, com características vocais marcadas pelo uso de falsetes e uma tonalidade nasal.
Ele se compõe de músicas da tradição caipira, canções românticas e as populares canções do sertanejo universitário. Sua evolução é constante, com novas gerações de músicos buscando inovar e, ao mesmo tempo, preservar as tradições.
A jornada da música sertaneja é um fascinante percurso que reflete as mudanças do Brasil, do campo para a cidade, da tradição à modernidade.
A música sertaneja raiz tem suas origens profundas nas zonas rurais do Brasil, no início do século XX, onde a vida era moldada pela natureza e pela simplicidade do dia a dia. Ela nasceu da moda de viola, uma tradição que trouxe à tona a sonoridade única da viola caipira, um instrumento que se tornou o coração do sertanejo original.
O Pioneirismo de Cornélio Pires: O responsável por criar e difundir o gênero musical sertanejo foi o jornalista e folclorista paulista Cornélio Pires. Em 1910, ele lançou o livro Musa caipira, a primeira obra literária a registrar poesias com dialeto caipira. Em 1929, em São Paulo, Pires deu origem à primeira música sertaneja gravada em disco, que narrava a vida do interior do estado no estilo caipira. Essa canção, "Jorginho do Sertão", foi a primeira gravação independente da história brasileira, arcada financeiramente pelo próprio Pires.
Temáticas e Características: As canções do sertanejo raiz retratam a vida no campo, com letras que falam de amor, decepções, belezas e desafios da vida rural. Abordavam o cotidiano da vida do campo, a tranquilidade, a paz e o contato com a natureza, trazendo as vivências do interior, os famosos “causos”. Além disso, o humor politizado era uma marca de algumas canções dessa geração, como "Racionamento da gasolina", de Alvarenga e Ranchinho, que podiam até gerar censura por desagradar líderes políticos.
Difusão e Indumentária: Os circos e os programas de rádio foram os principais meios de difusão desse estilo. A indumentária era associada ao Jeca Tatu, com roupas inspiradas nos tropeiros: camisas de botão com manga comprida e estampas xadrez ou floridas.
Manifestações Culturais: Outras manifestações culturais, como o cururu, catira, Folia de Reis e modas de viola, eram comuns nas práticas da música caipira. Muitos versos eram falados, quase uma recitação, e não havia grande preocupação com o ritmo.
Principais Nomes do Sertanejo Raiz:
Tonico e Tinoco: Uma das duplas mais consagradas, popularizaram-se na década de 1940 com sucessos como "Chico Mineiro".
Alvarenga e Ranchinho: Conhecidos por letras bem-humoradas e críticas sociais, chegaram a ser presos por suas canções.
Milionário e José Rico: Considerados ícones da música sertaneja raiz.
Outros artistas notáveis incluem: Zé Carreiro e Carreirinho, Vieira e Vieirinha, Caçula e Mariano, Pedro Bento & Zé da Estrada, Nenete & Dorinho, Tibagi & Miltinho, Belmonte & Amaraí, Cascatinha e Inhana, Pena Branca e Xavantinho.
Diferença Crucial: Música Caipira vs. Música Sertaneja Para fins didáticos e de concursos, é vital entender a distinção:
Música Caipira: Caracterizada por letras que tematizam a vida no campo, a simplicidade e as vivências do interior. A viola é o principal instrumento.
Música Sertaneja (Moderna): Embora inclua a tradição caipira em sua primeira geração (sertanejo raiz), é caracterizada por outros aspectos. As influências estrangeiras (música mexicana, paraguaia) e o uso de outros instrumentos musicais (como a guitarra elétrica) determinaram a evolução para o que é a música sertaneja hoje.
A partir dos anos 1970, a música sertaneja passou por uma grande transformação, impulsionada por inovações técnicas, instrumentais e narrativas poéticas.
A Virada Elétrica: A introdução da guitarra elétrica e o chamado "ritmo jovem" pela dupla Léo Canhoto e Robertinho no final da década de 1960 marcou o início da música sertaneja moderna. Essa fase se afastava da música caipira e sofria influência da música country dos Estados Unidos. Artistas como Sérgio Reis, com um visual de cowboy, ajudaram na penetração do gênero.
Ascensão Comercial e Temática Urbana: Na década de 1990, o sertanejo alcançou maior projeção em rádios FM e televisão, consolidando-se como um gênero de massa. Essa fase, conhecida como "música sertaneja romântica", destacou artistas que abordavam temas mais urbanos e individuais, mantendo referências à tradição vocal caipira.
Recordes de Vendas: A marca de 1,5 milhão de cópias vendidas do disco Somos Apaixonados (1982) de Chitãozinho e Xororó impulsionou o sertanejo, abrindo portas para o gênero em rádios FM e emissoras de TV como a Rede Globo. Canções como "Fio de Cabelo" e "Evidências" se tornaram clássicos.
Principais Nomes do Sertanejo Romântico:
Chitãozinho e Xororó: Dupla icônica que marcou época com sucessos como "Evidências".
Zezé Di Camargo e Luciano: Outra dupla de grande sucesso, com canções como "É o Amor".
Leandro e Leonardo: Dupla que dominou as rádios com músicas como "Pense em Mim".
Outros incluem: Roberta Miranda, Rio Negro e Solimões, Chrystian e Ralf, Edson e Hudson, João Mineiro e Marciano, Gian e Giovani, Rick e Renner, Bruno e Marrone, João Paulo e Daniel, Mato Grosso e Mathias, Paula Fernandes.
O sertanejo universitário surgiu na década de 1990, mas se consolidou e explodiu em popularidade no início dos anos 2000.
Urbanização e Modernização: Este subgênero promoveu uma "urbanização" e modernização da música sertaneja, deixando de focar predominantemente o campo. As letras são empolgantes, de fácil memorização e promovem grande interação com o público nos shows. Segundo Marcelo de Assis, o teor das canções universitárias buscava apresentar "refrões fáceis de serem decorados, direcionado para um âmbito mais comercial".
Temáticas Modernas: Os principais temas abordados incluem: relações afetivas amorosas (traição, sofrimento, desapego), bebida alcoólica, vivências em baladas e festas, ostentação e autoestima.
Estilo e Alcance: Quanto à vestimenta, os artistas não utilizam mais roupas que remetem à vida no interior, mas sim roupas vinculadas a uma cultura globalizada. O sertanejo universitário conquistou o público jovem e ampliou ainda mais o sucesso do gênero, com 91 das 100 músicas mais tocadas no Brasil em 2017 sendo sertanejas. Ele se misturou ao funk, trap, gospel, country e até ao pop queer, assumindo formas e ritmos próprios em cada região.
Principais Nomes do Sertanejo Universitário:
Jorge e Mateus: Uma das duplas mais antigas e famosas do subgênero.
Luan Santana: Revelação e um dos novos ídolos do gênero.
Michel Teló: Com hits internacionais como "Ai Se Eu Te Pego".
Gusttavo Lima: Destacou-se com músicas como "Balada".
Marília Mendonça: Embora também ícone da sofrência e feminejo, suas colaborações e estilo também se inserem no universitário.
Outros nomes importantes incluem: Fernando e Sorocaba, Maiara e Maraísa, Henrique e Juliano, Zé Neto e Cristiano, Matheus e Kauan, Naiara Azevedo, Cristiano Araújo, João Bosco e Vinicius, Munhoz e Mariano, Bruno & Barretto, Cesar Menotti & Fabiano, Eduardo Costa, Felipe Araújo, Fred & Gustavo, Israel Novaes, Jads & Jadson, Maria Cecília & Rodolfo, Marcos & Belutti, Paula Fernandes, Simone & Simaria, Thaeme & Thiago, Thiago Brava, Victor & Leo, Zé Felipe.
A constante capacidade de reinvenção do sertanejo deu origem a diversas vertentes, cada uma com suas particularidades.
O feminejo é um subgênero em que mulheres compõem e cantam músicas sob uma perspectiva feminina. Historicamente, o sertanejo foi protagonizado por homens, tornando o feminejo um movimento de protagonismo e empoderamento feminino no gênero.
Pioneiras e Consagradas: Inezita Barroso foi uma das primeiras representantes, popularizando canções da tradição caipira. As Irmãs Galvão também iniciaram suas carreiras ainda crianças no final dos anos 1940. Roberta Miranda foi a primeira mulher no sertanejo a vender mais de 1,5 milhão de discos em seu primeiro lançamento.
Nova Geração: A nova geração de cantoras garantiu canções de muito sucesso e alcance nacional. Dentre elas, destacam-se: Marília Mendonça (conhecida como "Rainha da Sofrência" ou "Rainha do Sertanejo"), Maiara e Maraísa, Naiara Azevedo, Simone e Simaria, Paula Fernandes e Lauana Prado. Marília Mendonça foi a cantora mais ouvida no Brasil no Spotify em 2022.
Surgido por volta de 2020, o agronejo exalta o campo, a agropecuária e o agronegócio, refletindo as vivências e valores das comunidades agrárias em crescimento econômico-social.
Fusões Sonoras: A essência do agronejo reside na fusão de elementos da música sertaneja tradicional com influências modernas, como funk, rap e música eletrônica, além de uma inspiração no Bro-country dos EUA. Essa combinação eclética atrai tanto fãs tradicionais quanto aficionados por gêneros mais contemporâneos.
Artistas em Destaque: Entre os artistas que se destacam nesse movimento estão: Ana Castela (a "Boiadeira", que popularizou o estilo com hits como "Nosso Quadro" e "Pipoco"), Luan Pereira, Léo & Raphael, Fiduma & Jeca, DJ Chris no Beat, Us Agroboy (Gabriel Vittor e Jota Lennon), Bruna Viola e Loubet.
A evolução do sertanejo levou à fusão do gênero com o pop, resultando em canções que se popularizaram intensamente em rádios e plataformas de streaming.
Colaborações (Feat.): Essa vertente intensificou o trabalho de "featuring" (conhecido como "feat" no Brasil), onde artistas modernos testam estilos não experimentados anteriormente na indústria musical.
Exemplos: "Suíte 14" (Henrique e Diego), "Te Assumi pro Brasil" (Matheus e Kauan), "O Que Acontece Na Balada" (Thaeme e Thiago). Ana Castela, embora associada ao Agronejo por seu conteúdo, também se encaixa no Sertanejo Pop devido ao estilo de seus hits.
O arrocha, com influência do arrocha baiano e da bachata, tornou-se um ritmo muito popular no Brasil nos últimos anos.
Temas Românticos: As canções dessa vertente são predominantemente voltadas a temas românticos.
Artistas: Representantes incluem Tierry, Pablo, Tayrone, Thiago Brava e Nadson O Ferinha. Hits como "Porque Homem Não Chora" (Pablo) e "Rita" (Tierry) marcaram o gênero.
Popularizado principalmente pelas vozes femininas, a sofrência é um dos estilos mais ouvidos nas plataformas de streaming.
Sentimento e Identificação: O ritmo descreve intensamente o sentimento de tristeza, melancolia e sofrimento amoroso, criando uma forte identificação com os ouvintes que passaram por desilusões românticas.
Rainha da Sofrência: Marília Mendonça liderou esse movimento e se tornou o nome mais forte da sofrência, com canções como "Infiel", "Todo Mundo Vai Sofrer" e "Esqueça-me se For Capaz".
Outros Nomes: Além de Marília, Maiara & Maraísa, Naiara Azevedo, Paula Mattos e Lauana Prado também representam o subgênero.
Os instrumentos são o coração da música sertaneja, contribuindo para sua melodia, harmonia e ritmo característicos.
São fundamentais e os mais populares, destacando-se:
Viola Caipira: Com suas 10 ou 12 cordas, é um símbolo da música rural e possui um timbre característico que remete às tradições do interior do Brasil. É o principal instrumento da música caipira.
Violão: Por sua versatilidade, é amplamente utilizado tanto em duplas sertanejas quanto em bandas, servindo como base para a maioria das composições.
Violão de Doze Cordas: Também listado como um instrumento típico do sertanejo.
Agregam riqueza e diversidade ao som:
Sanfona (Acordeão): Um dos principais instrumentos utilizados em festas e apresentações ao vivo. Sua capacidade de produzir melodias envolventes e sua presença marcante nas músicas de raiz a tornam uma escolha frequente, especialmente no sertanejo universitário.
Gaita: Traz um toque especial às canções, principalmente nas interpretações mais intimistas.
Essencial na construção rítmica:
Pandeiro: Comum em apresentações, proporciona um ritmo contagiante.
Sanfona de Boca (Gaita de Boca): Também contribui para o ritmo.
Triângulo: Mencionado como instrumento típico.
Tambores e Outros Instrumentos de Percussão: Frequentes, criando uma base sólida que complementa as melodias e harmonias dos instrumentos de cordas e sopro.
Com a evolução do gênero, os instrumentos elétricos ganharam espaço, trazendo novas sonoridades e possibilidades.
Guitarras Elétricas: Freqüentemente incorporadas às performances, permitindo uma fusão de estilos que atrai um público mais jovem. Sua introdução marcou o início do sertanejo moderno.
Teclados: Também presentes nas performances modernas, contribuindo para a fusão de estilos.
Baixo e Bateria: A combinação desses instrumentos enriquece a sonoridade e pode transformar uma simples melodia em um verdadeiro espetáculo sonoro.
Elementos Eletrônicos: Incorporados em versões mais modernas, criando uma sonoridade contemporânea.
Os arranjos instrumentais são fundamentais na música sertaneja para a criação de atmosferas e emoções nas canções. A combinação de diferentes instrumentos enriquece a sonoridade e, com arranjos bem elaborados, os artistas conseguem transmitir a essência da cultura sertaneja, valorizando a musicalidade brasileira.
A interpretação na música sertaneja tradicionalmente é feita por duplas, geralmente de tenores, com características vocais marcadas pelo uso de falsetes e uma tonalidade nasal. A harmonia vocal entre as duas vozes é uma das marcas registradas, criando uma conexão mágica com o público. A emoção transmitida pelas vozes, muitas vezes cantadas de forma simples e sincera, é capaz de tocar profundamente quem ouve.
As duplas sertanejas são uma das principais formas de expressão do gênero. Os instrumentos utilizados variam de acordo com o estilo e a proposta de cada artista: algumas optam por uma abordagem mais tradicional (viola e sanfona), enquanto outras buscam inovar com guitarra e bateria. Essa diversidade enriquece o repertório e permite a conexão com diferentes públicos.
A música sertaneja é uma manifestação cultural que reflete a vida no campo e as tradições do povo brasileiro. Ela é uma parte essencial da identidade cultural do Brasil, representando tanto a tradição quanto a modernidade.
Símbolo de Identidade e Resistência: Os instrumentos, além de ferramentas de trabalho, são símbolos de identidade e resistência cultural. Com o crescimento do gênero, a popularidade da viola caipira e da sanfona se expandiu, influenciando outros estilos e aproximando gerações.
Coesão Social: A música sertaneja tem a notável habilidade de unir diversas gerações, regiões, gêneros e classes sociais, atuando como um fator de coesão em um contexto cultural por vezes fragmentado. Como afirmou a socióloga Lúcia Lippi, "Não existe um sertão, mas muitos sertões — e o sertão pode e deve ser tomado como metáfora do Brasil".
Presença no Cotidiano: As músicas sertanejas estão no ouvido do público brasileiro e fazem parte do cotidiano do povo. Há uma identificação profunda do público com cada refrão e frase que o artista exprime em suas canções, uma relação que se adequa a cada época, mantendo o sertanejo sempre atual.
Moda e Estética: A estética sertaneja evoluiu. Antes limitada ao rural, hoje o luxo impera dentro e fora dos eventos do agronegócio. A moda sertaneja é expressão e aspiração, indo do look raiz (Jeca Tatu, tropeiros, xadrez, floridos) às influências do country americano, da estética boho, e ao luxo das grifes, dizendo muito sobre os desejos do Brasil.
Domínio Digital e Eventos: O sertanejo domina o streaming, movimenta as redes sociais e conquista os rankings musicais. Além disso, os eventos e festivais sertanejos, como a famosa Festa do Peão de Barretos, são momentos cruciais para a promoção da cultura e dos instrumentos, reunindo milhares de pessoas e celebrando a identidade cultural brasileira. Os "bailões" na região Centro-Oeste e a dança sertaneja moderna (Dança Caipira Sertaneja ou Sertanejo Universitário), com influências de forró e samba-rock, também são importantes manifestações.
Um tópico que tem sido objeto de estudo e pode ser relevante para concursos públicos que abordam interdisciplinaridade é a relação da música sertaneja com temas sociais. Uma pesquisa da Unileste analisou as letras das músicas sertanejas mais tocadas, investigando a presença de comportamentos que indicam dependência emocional nos relacionamentos conjugais.
Identificação e Representação: Para os pesquisadores, os ouvintes de músicas reconhecem sentimentos e histórias, identificando-se com as letras. As letras funcionam como uma representação de formulações, tensões e sentimentos sobre assuntos do cotidiano, incluindo a dependência.
Resultados da Pesquisa: Observou-se que 90% das músicas analisadas apresentam a dependência emocional de maneira positiva e habitual, indicando que o gênero musical sertanejo exerce grande influência sobre o comportamento dos indivíduos. Além disso, notou-se um padrão de controle aversivo (sofrimento e emoções negativas) e como a cultura reforça determinados padrões de comportamentos em relacionamentos conjugais. A pesquisa concluiu que as letras da música sertaneja retratam a dependência emocional como uma normalidade, e que fatores socioculturais interferem nos relacionamentos amorosos e estão presentes nas letras.
Relevância: Este estudo destaca como a música, além de entretenimento, pode ser um espelho e um reforçador de padrões culturais e comportamentais, tornando-se um tema de análise sociológica e psicológica relevante para concursos que cobram entendimento sobre cultura, comportamento e sociedade.
O futuro dos instrumentos na música sertaneja é promissor, impulsionado por novas gerações de músicos que buscam tanto inovar quanto preservar as tradições. A combinação de instrumentos clássicos com novas tecnologias e influências de outros gêneros musicais pode resultar em uma evolução constante da sonoridade sertaneja.
O grande desafio será manter a essência da cultura sertaneja enquanto se adapta às novas demandas do público, garantindo que a música continue a tocar os corações de todos, como vem fazendo há mais de um século. A "maturidade" dos artistas, que encararam a transição para as plataformas de streaming e as novas parcerias, é crucial para que suas obras sejam perpetuadas para as novas gerações.
Para consolidar o aprendizado e sanar dúvidas comuns, veja algumas perguntas e respostas essenciais:
Qual a principal diferença entre Sertanejo Raiz e Sertanejo Universitário?
O Sertanejo Raiz foca na vida do campo, simplicidade e tradições rurais, utilizando instrumentos como viola caipira e violão. Suas letras narram "causos" e dramas rurais.
O Sertanejo Universitário (surgido nos anos 2000) representa uma modernização e "urbanização" do gênero. As letras são mais empolgantes, de fácil memorização, abordam relações amorosas urbanas, festas e ostentação, e incorporam instrumentos elétricos e eletrônicos, com forte apelo ao público jovem.
Quais são os instrumentos essenciais da música sertaneja?
Os instrumentos fundamentais são a viola caipira (símbolo do gênero raiz) e o violão (presente em todas as fases). A sanfona (acordeão) é crucial, especialmente para melodias envolventes e em festas. Instrumentos de percussão como o pandeiro e tambores fornecem a base rítmica. Na fase moderna, guitarras elétricas, baixos e baterias são amplamente utilizados.
O que é Feminejo e Agronejo?
Feminejo é um subgênero onde mulheres são as protagonistas, compondo e cantando músicas a partir de uma perspectiva feminina. Marília Mendonça é a maior expoente.
Agronejo é uma vertente recente que exalta o agronegócio e a vida no campo, misturando o sertanejo tradicional com elementos de funk, rap e música eletrônica. Ana Castela é um nome proeminente.
Por que a música sertaneja é tão popular no Brasil?
Sua popularidade advém da capacidade de se reinventar e se adaptar às mudanças culturais e sociais, mantendo a identificação com o público ao abordar temas que fazem parte do cotidiano das pessoas. A evolução do gênero, que inclui a incorporação de novos estilos musicais e tecnologias, além de sua habilidade de unir diferentes gerações e classes sociais, contribui para seu sucesso duradouro.
Quem foi Cornélio Pires e qual sua importância?
Cornélio Pires foi um jornalista, poeta, escritor e músico paulista que é considerado o "criador" da música sertaneja ao gravar pela primeira vez uma música caipira em disco em 1929. Ele foi fundamental para levar os costumes e a sonoridade caipira para a cidade grande, popularizando o gênero.
A música sertaneja é um fenômeno cultural em constante movimento, capaz de honrar suas raízes enquanto abraça as inovações. Estudar suas nuances é compreender uma parte essencial da identidade e da alma brasileira.