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22/09/2025 • 12 min de leitura
Atualizado em 22/09/2025

O que é um Soneto?

O Soneto Definitivo: Estrutura, Métrica e Tipos Essenciais para Concursos Públicos

1. Introdução: O Que é um Soneto?

O termo soneto deriva do italiano sonetto, que significa "pequeno som" ou "pequena canção". Ele é a forma fixa de poema mais cultivada na literatura ocidental.

1.1. Definição Básica e Estrutura Fundamental

O soneto é universalmente definido pela regra geral de ser uma composição poética composta por 14 versos.

Tradicionalmente, esses 14 versos são distribuídos em quatro estrofes:

  1. Dois Quartetos (conjuntos de quatro versos).

  2. Dois Tercetos (conjuntos de três versos).

Sua origem é atribuída modernamente a Giacomo da Lentini (c. 1210-1260), um poeta siciliano da corte de Frederico II Hohenstaufen, no século XIII.

1.2. Métrica Central: O Pentâmetro Iâmbico

Embora a métrica possa variar, a regra geral do soneto exige que os versos sigam uma métrica específica: o pentâmetro iâmbico.

  • Pentâmetro (do grego pente, cinco) indica que o verso possui cinco "pés" poéticos.

  • Iâmbico define o ritmo, onde cada "pé" (iambo) é composto por uma sílaba átona seguida por uma sílaba tônica (ta-DUM).

  • Portanto, um verso de pentâmetro iâmbico possui cinco pés iâmbicos, totalizando 10 sílabas poéticas, seguindo o ritmo ta-DUM ta-DUM ta-DUM ta-DUM ta-DUM.

O pentâmetro iâmbico é a métrica de 10 sílabas mais comum na poesia de língua inglesa.

2. Os Tipos Clássicos de Soneto: Petrarquiano vs. Shakespeariano

Embora haja uma regra geral de 14 versos e pentâmetro iâmbico, há uma diferença significativa entre as duas formas de soneto mais comuns. A distinção entre o Soneto Petrarquiano (Italiano) e o Soneto Shakespeariano (Inglês) é um ponto fundamental de cobrança em provas.

2.1. Soneto Italiano ou Petrarquiano

Esta forma, popularizada pelo poeta italiano Francesco Petrarca no século XIV, é mais adequada a temas complexos que necessitam de mais espaço para desenvolvimento.

Estrutura

Dois Quartetos e Dois Tercetos (2Q + 2T).

Esquema de Rimas

Octeto: Segue rigorosamente ABBAABBA. Sexteto: Apresenta variação, mas geralmente utiliza padrões como CDCDCD, CDECDE, CDDCDC, CDECED ou CDCEDC.

Desenvolvimento Temático

O Octeto (os primeiros oito versos) introduz e apresenta um problema. O Sexteto (os seis versos finais) oferece uma nova compreensão ou resolução do dilema.

A Virada (Volta)

Ocorre no começo do sexteto, ou seja, no verso 9. Contudo, poetas podem antecipar a virada, manipulando a forma de acordo com a necessidade do poema.

Exemplo

Soneto CCLXXII, de Petrarca.

2.2. Soneto Inglês ou Shakespeariano

Esta forma foi desenvolvida por William Shakespeare, baseada em modelos trazidos para a Inglaterra por poetas como Sir Thomas Wyatt e Henry Howard.

Estrutura

Três Quartetos Heroicos e Um Dístico Heroico (3Q + 1D).

Esquema de Rimas

Fixo e direto: ABAB CDCD EFEF GG. As letras representam o som no final de cada verso, onde as últimas palavras do 1º e 3º versos rimam, o 2º e 4º rimam, e assim por diante, terminando com um dístico que rima.

Desenvolvimento Temático

Cada quarteto desenvolve um elemento do assunto. A forma é inicial pesada.

A Virada (Volta)

Ocorre na 13ª linha. O dístico final (GG) deve oferecer uma resolução ou compreensão engenhosa e rápida para o problema desenvolvido nos quartetos.

Exemplo

Soneto 18 ("Shall I compare thee to a summer's day?").

3. Métrica e Ritmo: Dominando a Escansão

O domínio da métrica é essencial, pois o soneto exige que todos os 14 versos tenham a mesma medida (o mesmo número de sílabas poéticas).

3.1. Contagem de Sílabas Poéticas (Escansão)

A contagem de sílabas no verso (chamada escansão) difere da contagem gramatical. A contagem de sílabas poéticas segue duas regras principais:

  1. Conta-se o verso apenas até a última sílaba tônica da última palavra.

    • Exemplo: Em "tem / e / xis / tên / cia / cer / ta e / com / pro / va / da!" (decassílabo).

  2. Fenômenos de junção ou separação de vogais entre palavras afetam a contagem.

3.1.1. Fenômenos de Junção de Sílabas (Sinalefa)

A Sinalefa é a junção de duas vogais de palavras diferentes em uma única sílaba, sendo um conceito crucial para a metrificação.

  • Elisão: Supressão da vogal final átona de uma palavra diante da vogal que inicia a palavra seguinte, fundindo-se em uma só sílaba poética.

    • Exemplo: “eu amo a noite” (4 sílabas gramaticais) se torna “eu / a / moa / noi / te” (5 sílabas poéticas).

  • Crase: Fusão de vogais iguais.

  • Sinérese: Passagem de um hiato, no interior da palavra, a ditongo, unindo as vogais em uma única sílaba.

3.1.2. Fenômenos de Separação de Sílabas

  • Hiato: Encontro de duas vogais que permanecem em sílabas poéticas separadas.

  • Diérese: Pronunciar um ditongo como se fosse um hiato, separando as vogais em duas sílabas poéticas.

3.2. Versos Predominantes no Soneto (Foco Decassílabo e Alexandrino)

Tradicionalmente, os sonetos apresentam versos decassílabos (10 sílabas) ou alexandrinos (12 sílabas). Os versos de dez sílabas são os mais usados.

O Decassílabo e Suas Variações Rítmicas (Muito Cobrado)

O decassílabo, base do pentâmetro iâmbico, possui variações de ritmo importantes, definidas pela acentuação tônica:

  • Versos Heróicos: Acentuação tônica obrigatória na 6ª e 10ª sílabas. (Muitas vezes, coincide com o pentâmetro iâmbico).

    • Exemplo: Alma / mi / nha / gen / til / que / te / par / tis / te (Camões).

  • Versos Sáficos: Acentuação tônica obrigatória na 4ª, 8ª e 10ª sílabas.

    • Exemplo: Em / pro / sa e / ver / so / fez / meu / lou / co in / ten / to (Bocage).

  • Martelo: Tônicas nas posições 3, 6 e 10.

  • Gaita Galega (ou Moinheira): Tônicas nas 4ª, 7ª e 10ª sílabas.

O Verso Alexandrino (Dodecassílabo de 12 Sílabas)

O verso alexandrino (12 sílabas) é considerado o mais difícil de ser elaborado na língua portuguesa.

  • Estrutura: O verso de 12 sílabas é a sequência de dois versos de seis sílabas (hexassílabos), chamados hemistíquios.

  • Ritmo Obrigatório: Acentuação tônica obrigatória na 6ª e 12ª sílabas.

  • Cesura: A 6ª sílaba poética é o ponto de cesura (pausa), que divide o verso em dois hemistíquios.

  • Dica Didática: Para que seja um alexandrino "belo", é aconselhável que cada hemistíquio (o verso de 6 sílabas) tenha um sentido completo. A elisão ou o uso de palavras oxítonas na 6ª sílaba ajuda a manter o ritmo sem quebras.

4. O Papel Estruturante das Rimas

As rimas são a repetição de sons iguais ou semelhantes (geralmente no final dos versos) que conferem musicalidade ao poema.

4.1. Classificação das Rimas (Prioridade para Exames)

As rimas são classificadas quanto à fonética, valor, acentuação e posição. As classificações de valor e posição na estrofe são frequentemente exploradas em questões de análise literária.

A. Classificação Quanto ao Valor (Classes Gramaticais)

Tipo de Rima

Definição

Exemplo

Pobre

Palavras que rimam pertencem à mesma classe gramatical.

gato/pato; correr/fazer.

Rica

Palavras que rimam pertencem a diferentes classes gramaticais.

noz/veloz (Substantivo/Adjetivo); altar/desenhar.

Rara (ou Preciosa)

Palavras que rimam com terminações incomuns, pouco utilizadas.

estrelas/vê-las; parabéns/vinténs.

B. Classificação Quanto à Posição na Estrofe (Esquemas)

Tipo de Rima

Esquema

Definição

Exemplo (Petrarquiano)

Interpoladas (ou Abraçadas/Enlaçadas)

ABBA

Combinam-se em ordem oposta. É a rima preferencial nos quartetos do soneto petrarquiano (italiano).

Atento, Banto, Branto, Amento.

Alternadas (ou Cruzadas/Entrelaçadas)

ABAB

Combinam-se alternadamente. É a rima que define os quartetos do soneto shakespeariano.

O meu amor A, importância B, não tem A, rosa de espuma B.

Emparelhadas (ou Paralelas)

AABB

Combinam-se de duas em duas.

Vagueio campos A, Muros soturnos A.

4.2. O Soneto Camoniano (O Modelo em Língua Portuguesa)

O modelo clássico de soneto em língua portuguesa, também chamado de Soneto Camoniano, segue as diretrizes:

  • Versos decassílabos.

  • Rima interpolada (ABBA) nos quartetos.

  • Rima cruzada/alternada (CDC DCD) nos tercetos.

Luís Vaz de Camões, o protagonista do triunfo do soneto em Portugal, seguiu de perto as regras de composição, obedecendo rigorosamente aos princípios da imitação dos clássicos, em especial, Petrarca.

5. Exceções e Manipulações da Forma Fixa

A rigidez da forma do soneto levou poetas, ao longo da história, a manipulá-la para expressar novas ideias, gerando formas que desafiam a tradição. O estudo destas exceções é vital para o entendimento da evolução poética.

5.1. Formas Irregulares Clássicas (Prioridade Didática)

Tipo de Soneto

Estrutura

Base

Característica Principal

Monostrófico

Uma única estrofe de 14 versos.

Varia

Ausência de divisões estróficas visíveis. Mário Quintana apresenta um exemplo com Pauvre Léllian.

Estrambótico

14 versos tradicionais + um acréscimo (estrambote), geralmente de até três versos finais.

Varia

Forma irregular que ultrapassa os 14 versos. O termo deriva do italiano strambotto ("extravagante, irregular"). Carlos Drummond de Andrade tem um exemplo.

Curtal (Encurtado)

Sexteto (ABCABC) + Quinteto (DCBDC ou DBCDC). 10,5 versos.

Petrarquiano

Inventado por Gerard Manley Hopkins, é proporcionalmente 3/4 de um soneto petrarquiano. O último verso tem apenas meia linha de pentâmetro iâmbico, ou menos.

Miltoniano

ABBAABBA CDECDE.

Petrarquiano

O dístico e o sexteto são tratados como fluidos, sem separação, enfatizando o encavalgamento (enjambment).

Spenseriano

ABAB BCBC CDCD EE.

Shakespeariano

Possui rimas entrelaçadas, onde a segunda rima de um quarteto se repete como a primeira rima do próximo quarteto.

5.2. O Soneto Moderno e a Tensão com o Cânone

A partir do Modernismo, a forma fixa passou a ser usada sob uma "clave da oficina irritada".

  • Ruptura Métrica: Alguns poetas modernos abandonaram a métrica do pentâmetro iâmbico ou usaram versos livres (não metrificados) ou versos brancos (não rimados).

  • Procedimentos em Negativo: Muitos sonetos contemporâneos usam procedimentos que tensionam a forma clássica, como o uso de encavalgamentos (enjambements). O enjambement quebra o verso ou a estrofe em um local que não é um final sintático lógico, conferindo ao soneto uma discursividade mais próxima da prosa.

    • Exemplos Notáveis: Carlos Drummond de Andrade (O soneto da perdida esperança), Paulo Henriques Brito (uso de linguagem cifrada e narrativa epistolar em Até segunda ordem), e Antonio Cicero (soneto em redondilhas, rimas toantes, quase escondido).

  • O Desafio Quantitativo (Glauco Mattoso): O poeta contemporâneo Glauco Mattoso transformou o soneto em uma "escrita de si" sistemática e ousada, atingindo mais de 5.000 sonetos. Essa quantidade obsessiva tensiona a finitude da forma com a infinitude da reprodutibilidade, utilizando o rigor do formalismo petrarquista para versar sobre temas de "baixo sexual, social e linguístico".

6. Grandes Sonetistas em Língua Portuguesa

Diversos poetas brasileiros e portugueses se destacaram no gênero, sendo essenciais para o estudo literário.

6.1. Luís Vaz de Camões (Classicismo)

Camões é fundamental, tendo consolidado o soneto em Portugal. Seus sonetos predominam as temáticas do amor e do desconcerto do mundo, explorando a tensão lírica entre o real e o ideal, o eterno e o transitório. Ele utilizava os versos decassílabos e a estética clássica.

6.2. O Parnasianismo (Culto à Forma)

O movimento Parnasiano (surgido na França na década de 1870) reabilitou o soneto e o modernizou, tornando-o um caso único de sobrevivência de um molde literário. O Parnasianismo defendia "A arte pela arte" e o culto à perfeição estética.

  • Olavo Bilac: Considerado o autor mais aclamado do Parnasianismo brasileiro, embora sua poesia, por vezes, recorra a elementos subjetivos.

  • Alberto de Oliveira: Considerado o mais perfeito dos poetas parnasianos.

  • Francisca Júlia: Importante representante feminina do Parnasianismo.

6.3. O Simbolismo e a Transição (Subjetividade na Forma Fixa)

  • Augusto dos Anjos: Seu famoso Versos íntimos (soneto) carrega um tom fúnebre, pessimismo e frustração, contrastando a forma fixa com temas mais densos e sombrios.

6.4. O Modernismo e o Pós-Modernismo

  • Vinicius de Moraes: Um dos grandes nomes, praticando o soneto até os dias atuais. Seu Soneto de Fidelidade (em decassílabos) é um dos poemas de amor mais famosos da literatura brasileira.

  • Outros Importantes: Jorge de Lima e Mario Quintana.

6.5. Grandes Sonetistas Portugueses Adicionais

Além de Camões, destacam-se Manuel Maria du Bocage, Antero de Quental, Camilo Pessanha e Florbela Espanca.

7. Dúvidas Comuns e Revisão Didática

7.1. O que é um Soneto na poesia?

Um soneto é um tipo de poema de forma fixa com 14 versos, geralmente escritos em pentâmetro iâmbico (10 sílabas) e seguindo um esquema de rima específico. Os temas frequentemente explorados incluem amor, natureza e filosofia.

7.2. Qual é a principal diferença entre um soneto shakespeariano e petrarquiano?

A principal diferença reside na estrutura e no esquema de rima. O soneto shakespeariano usa o esquema de rima ABAB CDCD EFEF GG (3 quartetos e 1 dístico). O soneto petrarquiano segue ABBAABBA (nos quartetos), com variações nos tercetos (como CDECDE).

7.3. O que é o Pentâmetro Iâmbico?

É a métrica poética regular que define o ritmo da maioria dos sonetos. É composto por cinco pés iâmbicos, totalizando 10 sílabas poéticas, onde cada pé é um iambo (uma sílaba átona seguida por uma tônica: ta-DUM).

7.4. O que é a "Chave de Ouro" ou "Virada" do soneto?

A chave de ouro (ou fecho de ouro) é o último verso ou a última estrofe (o dístico no soneto shakespeariano) que encerra o poema com uma reflexão, uma resolução ou a conclusão do significado do soneto. A virada (volta) é o ponto de mudança ou nova compreensão do tema, ocorrendo tipicamente no verso 9 (Petrarquiano) ou no verso 13 (Shakespeariano).

7.5. O Soneto precisa rimar?

O soneto tradicional é metrificado e rimado. Contudo, o experimentalismo radical na poesia moderna e contemporânea introduziu o verso branco (não rimado) e o verso livre (não metrificado), manipulando a forma para se adequar às necessidades do poeta.

7.6. Quais sonetistas são mais cobrados em concursos?

Luís Vaz de Camões (pela consolidação no Classicismo e temas como o desconcerto do mundo), e os parnasianos como Olavo Bilac e Alberto de Oliveira (pelo rigor formal), além de modernistas como Vinicius de Moraes, são nomes cuja obra e estilo são frequentemente examinados.