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19/08/2025 • 8 min de leitura
Atualizado em 19/08/2025

Potássio (K)

O Potássio (K): Essencial para a Vida, a Agricultura e a Indústria

O potássio (K) é um elemento químico vital, classificado como metal alcalino e o sétimo mais abundante na crosta terrestre. Possui cor branco-prateada, é mole em temperatura ambiente, um bom condutor de calor e eletricidade, e é o segundo metal menos denso da Tabela Periódica.

1. Importância Fundamental do Potássio

O potássio é um macronutriente essencial para plantas e seres humanos.

1.1. Para as Plantas e a Agricultura

  • É o segundo nutriente mais requerido pelas plantas, atrás apenas do nitrogênio.

  • É crucial para a ativação de enzimas, síntese proteica e crescimento celular.

  • Aumenta a produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas.

  • Melhora a resistência das plantas a estresses abióticos (como secas e geadas) e bióticos (pragas e doenças).

  • Contribui para um sistema radicular forte e saudável e aumenta a eficiência na absorção e uso de nitrogênio e outros nutrientes.

  • Regula o conteúdo de água nas plantas e o turgor celular, essencial para uma fotossíntese eficiente.

  • É fundamental para o transporte de açúcares e outros produtos da fotossíntese das folhas para órgãos de armazenamento (grãos, frutos, raízes), impactando a produtividade e o armazenamento de energia.

  • Plantas bem supridas com potássio têm maior resistência a pragas e doenças, devido a tecidos mais rígidos, melhor metabolismo, e produção de compostos inibidores.

  • Melhora a qualidade pós-colheita e durante o transporte, reduzindo perdas por umidade, apodrecimento e danos fisiológicos.

  • Pode aumentar o teor de vitamina C, proteínas, amido e sólidos solúveis em diversas culturas, e melhorar aspectos como tamanho, forma, cor, sabor e aroma.

1.2. Para a Saúde Humana

  • É o principal cátion do líquido intracelular e participa do equilíbrio ácido-base, regulação da pressão osmótica, condução de impulsos nervosos, contração muscular e função da membrana celular.

  • Alta ingestão de potássio protege contra doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial (pressão alta) e acidente vascular cerebral (AVC), diminuindo a pressão sistólica e diastólica.

  • Associa-se à melhora da saúde óssea, reduzindo a excreção de cálcio na urina e melhorando sua retenção, o que pode impactar positivamente a massa óssea e o risco de osteoporose.

  • O consumo elevado de potássio reduz o risco de formação de pedras nos rins e pode retardar a progressão de doenças renais.

  • Níveis baixos de potássio no sangue estão ligados a um alto risco de diabetes tipo 2.

  • A Ingestão Diária Adequada (IA) de potássio é de 4700 mg/dia para adultos, embora a ingestão em muitas dietas modernas seja inferior ao recomendado.

  • As principais fontes de potássio na dieta são frutas e vegetais não refinados, além de produtos lácteos e carnes. Indivíduos saudáveis com função renal normal geralmente não apresentam risco de saúde com ingestão acima da IA, pois o excesso é eliminado na urina.

2. O Ciclo do Potássio no Solo e Métodos de Análise

A compreensão da dinâmica do potássio no solo é crucial para um manejo eficiente. O potássio no solo é dividido em diferentes "reservatórios" ou "pools", que consideram sua velocidade e disponibilidade para as plantas.

2.1. Reservatórios e Dinâmica do Potássio no Solo

  • Modelo Ampliado: Modelos mais recentes do ciclo do potássio no solo reconhecem 10 "reservatórios" e seus fluxos.

  • Potássio em solução: A forma mais prontamente disponível para absorção pelas plantas, constantemente abastecida pelos outros reservatórios.

  • Potássio adsorvido (K-Trocável): O segundo mais disponível, associado a componentes de carga negativa, como a matéria orgânica.

  • Potássio fortemente retido (K-Fixado): De disponibilização mais lenta.

  • Potássio integrante da rede cristalina (K-Não Trocável): Sua liberação é mais demorada, ocorrendo quando a superfície do material é exposta e dissolvida por raízes e microrganismos.

  • Entradas: Incluem fertilizantes e matéria orgânica.

  • Saídas: Ocorrem por exportação pelas plantas (colheita), lixiviação, escoamento subterrâneo e erosão.

2.2. Métodos de Análise de Potássio no Solo Determinar com precisão o estado de fertilidade do potássio nas amostras de solo é um desafio. Extratores são soluções químicas que simulam a capacidade das culturas de extrair nutrientes do solo.

  • Limitação dos Métodos Comuns: Métodos como Mehlich e Resina, embora muito utilizados, quantificam apenas o potássio nos reservatórios de disponibilidade mais rápida (em solução e trocável), podendo levar a um manejo ineficiente se usados isoladamente.

Para superar essa limitação, diversos outros extratores foram desenvolvidos:

  1. Cloreto de Cálcio (CaCl2): Reflete concentrações de potássio na solução do solo; solubiliza menos K que outros extratores e tem eficiência limitada pela presença de argila.

  2. H3A multinutriente: Busca simular a solução da rizosfera; ainda pouco utilizado e com estudos de calibração limitados.

  3. Mehlich-1 (M-1): Composto por ácido clorídrico e sulfúrico; pode extrair maiores quantidades de potássio do que a resina e Mehlich-3, mas pode ter menor sensibilidade a variações de pH e efeito das correções de solo.

  4. Mehlich-3 (M-3): Multinutriente, mais sensível a variações de tipos de solo; contém íons de fluoreto que complexam alumínio, facilitando a extração de potássio.

  5. Resina de troca iônica: Simulam a absorção de nutrientes pela planta, aferindo a taxa de liberação de potássio de vários reservatórios; o potássio extraído por resinas catiônicas em certos solos é semelhante ao extraído por acetato de amônio e ácido sulfúrico.

  6. Tetrafenilborato de Sódio (NaB(C6H5)4 - TPB): Explora o forte poder de complexação para metais alcalinos, refletindo a taxa de liberação de potássio de minerais secundários (tempos curtos) e primários (tempos prolongados); bom indicador para potássio da matéria orgânica.

  7. Ácido Nítrico (HNO3): Usado para análise de potássio não-trocável; visa dissolver silicatos contendo potássio através de fervura. O potássio dissolvido de micas primárias e feldspatos não está disponível no primeiro ano de cultivo.

  8. Acetato de Amônio (CH3COONH4): Utiliza o íon amônio (NH4+) para extrair potássio adsorvido; geralmente realizado em pH 7; pode estimar o potássio “não trocável”.

  9. Cloreto de Amônio (NH4Cl): Alternativa para agilizar a extração conjunta de potássio, alumínio e outros cátions; demonstrou capacidade de extração de potássio superior ao Mehlich-1.

  10. Bicarbonato de Amônio (AB-DTPA): Extrator multinutriente que otimiza tempo e custo; cada íon tem uma finalidade específica (amônio para cátions, bicarbonato para fosfato, DTPA para micronutrientes); eficácia semelhante ao acetato de amônio para extrair potássio e sódio.

  11. Lactato de Amônio (C3H9O3N): Sal orgânico que forma complexos com cátions na superfície das partículas do solo; apresenta a menor concentração de amônio.

  12. Cowell (NaHCO3): Usa íons de sódio para deslocar o potássio trocável; poucas pesquisas para extração de potássio.

  13. Morgan Modificado (NaC2H2O2 + CH3COOH): Também usa íons de sódio; a principal limitação para extratores com sódio é a dificuldade em penetrar nas intercamadas de minerais, principalmente em solos com argilas silicatadas 2:1.

  14. CALS (Cálcio): Agrupa extrações com íons de cálcio, como lactato de cálcio ou acetato de cálcio.

  15. Cloreto de Bário (BaCl2): Usa íons de bário (Ba2+) para deslocar e extrair potássio adsorvido.

  16. Kelowna (HOAc + NH4F): Extrator com múltiplos reagentes; sua versão modificada pode aumentar o potássio extraído.

  17. Lancaster: Desenvolvido para fósforo, mas efetivo para potássio e outros nutrientes; apresenta correlação significativa com Mehlich-3, mas a eficiência pode ser afetada pela concentração de cálcio no solo.

2.3. Escolha do Método de Análise A escolha do método de análise de potássio no solo é sugerida com base na duração do ciclo da cultura.

  • Para culturas de curta duração (vegetais, grãos), o foco é o potássio prontamente disponível nas camadas superficiais do solo, pois o sistema radicular não terá tempo para degradar minerais.

  • Para culturas de safra mais longa (cana-de-açúcar), é importante avaliar a capacidade do solo em fornecer potássio a médio prazo, ou seja, os reservatórios de liberação lenta.

3. Aplicações Industriais e Obtenção do Potássio

O potássio é amplamente utilizado em diversos ramos industriais.

  • Cerca de 95% do potássio produzido globalmente é empregado como fertilizante, e mais de 90% dessa fração destina-se ao setor agrícola, comercializado principalmente na forma de cloreto de potássio (KCl) e sulfato de potássio.

  • Outras aplicações incluem:

    • Síntese de peróxido de potássio (K2O2), usado para remover gás carbônico e água do ar (em submarinos, por exemplo).

    • Em liga com sódio metálico, como fluido de transferência de calor em reatores nucleares.

    • Carbonato de potássio para vidros especiais.

    • Nitrato (KNO3) e clorato (KClO3) na produção de explosivos e fogos de artifício; nitrato também como conservante e fertilizante.

    • Dicromato (K2Cr2O7) no processo de curtição de couros.

    • Isótopos radioativos de potássio (K40) para determinar o tempo de formação de rochas.

3.1. Obtenção e Desafios no Brasil

  • É encontrado abundantemente em minerais como muscovita e feldspatos, que são insolúveis em água, e em fontes de água natural como rios e oceanos.

  • O Brasil é dependente da importação de fertilizantes potássicos, suprindo apenas 11% da demanda nacional.

  • Pesquisas buscam alternativas para a produção de fertilizantes potássicos a partir de rejeitos de mineração, como os rejeitos de corte de granito, que contêm potássio.

  • Dois métodos preliminares foram testados para extração de potássio desses rejeitos:

    • Rota 1: Calcinação/solubilização (com cloreto de cálcio): Apresentou melhores resultados na extração de potássio (entre 33% e 70%), sendo a massa de CaCl2 a variável de maior influência.

    • Rota 2: Tratamento térmico: Não se mostrou efetiva, com porcentagens de extração extremamente pequenas.

4. Reatividade do Potássio Metálico: Uma Nota de Segurança

É fundamental diferenciar o potássio metálico do íon potássio (K+).

  • O potássio metálico é extremamente reativo, especialmente com a água, em uma reação mais rápida e espetacular do que com o sódio metálico.

  • A reação entre o potássio metálico e a água resulta na combustão imediata do hidrogênio, produzindo uma chama lilás (devido à combustão do próprio potássio) e uma pequena explosão. A equação química é: 2 K(s) + 2 H2O(l) → 2 KOH(aq) + H2(g).

  • Esta é uma reação muito perigosa devido à explosão do hidrogênio e à possibilidade de projeções de potássio metálico corrosivo, devendo ser realizada apenas por profissionais e com distância de segurança.

  • Quando o potássio é ingerido em alimentos, não estamos ingerindo o potássio puro (metálico), mas sim o íon potássio (K+), que é formado quando o átomo de potássio perde um elétron. Esses íons formam ligações químicas com ânions (como cloreto em KCl), e muitos desses compostos são solúveis em água, sendo assim seguros para o consumo e essenciais para o nosso organismo.