
A história da humanidade é marcada por grandes saltos tecnológicos que redefiniram completamente a sociedade. A Primeira Revolução Industrial nos tirou das oficinas artesanais e nos colocou nas fábricas a vapor. Mas foi a Segunda Revolução Industrial, um período ainda mais dinâmico e impactante, que verdadeiramente moldou o mundo moderno como o conhecemos hoje, introduzindo a eletricidade, o petróleo e uma série de inovações que aceleraram a produção, encurtaram distâncias e, por vezes, intensificaram conflitos globais.
A Segunda Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Tecnológica ou Era da Eletricidade, foi uma fase de rápidas descobertas científicas, padronização, produção em massa e industrialização. Diferentemente da primeira, que se concentrou principalmente na Inglaterra, essa nova fase teve um caráter muito mais global, expandindo-se para países como Alemanha, Estados Unidos, França, Países Baixos, Itália e Japão, além do Reino Unido.
Quando ocorreu? Ela se estendeu do final do século XIX ao início do século XX, comumente datada entre 1870 e 1914, o ano do início da Primeira Guerra Mundial.
Por que é tão importante? Este período representou um salto tecnológico sem precedentes que teve profundas consequências econômicas, sociais e políticas. As inovações tornaram a vida cotidiana mais fácil, alimentaram a crença em uma prosperidade futura e impulsionaram o crescimento econômico e urbano em escala exponencial. Em essência, as grandes invenções e inovações desse período continuaram a ser os motores da economia global até mesmo depois da Segunda Guerra Mundial.
Para compreender a Segunda Revolução Industrial, é fundamental diferenciá-la de sua predecessora. Veja as principais distinções, um tópico frequentemente abordado em exames e concursos:
Período e Abrangência Geográfica:
1ª Revolução Industrial: Começou no século XVIII (por volta de 1760) e se estendeu até meados do século XIX (por volta de 1850), restrita principalmente à Inglaterra.
2ª Revolução Industrial: Ocorreu entre a segunda metade do século XIX (a partir de 1850) e o início do século XX (até 1914), expandindo-se para outros países como Alemanha, EUA, França, Bélgica, Itália, Holanda e Japão.
Fontes de Energia:
1ª Revolução Industrial: Caracterizada pela máquina a vapor (aperfeiçoada por James Watt) e o uso do carvão mineral como principal combustível.
2ª Revolução Industrial: Marcou a ascensão da eletricidade como fonte de energia principal, substituindo o vapor em muitas aplicações, e o surgimento do petróleo como uma nova e vital matriz energética.
Matérias-Primas e Indústrias-Chave:
1ª Revolução Industrial: Foco na indústria têxtil (teares a vapor) e no ferro.
2ª Revolução Industrial: Caracterizada pelo surgimento e aprimoramento de novas indústrias, como a automobilística, a química e a siderúrgica (produção de aço em larga escala), que exigiram o desenvolvimento de novos materiais como o aço, o petróleo e a borracha.
Métodos de Produção e Organização do Trabalho:
1ª Revolução Industrial: Concentração do trabalho em fábricas (maquinofatura) e início da disciplina de tempo.
2ª Revolução Industrial: Introdução da produção em massa, da linha de montagem (liderada por Henry Ford), da padronização de peças intercambiáveis e das teorias de racionalização do trabalho como o Fordismo e o Taylorismo. Isso permitiu a fabricação de produtos complexos em grandes volumes e a custos mais baixos.
Avanços Tecnológicos e Comunicações:
1ª Revolução Industrial: Máquina a vapor, locomotiva a vapor, tear mecânico.
2ª Revolução Industrial: Eletricidade (lâmpada, motor elétrico), telefone, telégrafo, rádio, automóvel, avião, e avanços na metalurgia e química.
Este período foi marcado por transformações profundas em diversas frentes:
A mudança das fontes de energia foi, talvez, o principal motor dessa nova fase, permitindo a automação da produção fabril e ampliando a capacidade das fábricas.
A Eletricidade:
Tornou-se a principal fonte de energia, substituindo o vapor em muitas aplicações industriais e domésticas.
Invenção da Lâmpada Incandescente: Heinrich Goebel (1854) e posteriormente a versão viável de Sir Joseph Swan (1879) e Thomas Edison (1880). Isso dilatou o tempo produtivo, tornando as noites mais claras e seguras para o trabalho e a vida urbana.
Motor Elétrico: Michael Faraday (1821) estabeleceu a base para o conceito de campo eletromagnético, e o primeiro motor CC bem-sucedido foi desenvolvido por Frank J. Sprague (1886).
Usina Elétrica Moderna: Sebastian de Ferranti construiu a primeira usina moderna em Londres em 1891, usando corrente alternada de alta tensão, essencial para a eletrificação da indústria e do lar.
A eletrificação foi considerada "a mais importante conquista da engenharia do século XX", possibilitando avanços como a linha de montagem e a produção em massa. Além disso, reduziu riscos de incêndio nas fábricas e permitiu a produção barata de produtos eletroquímicos como alumínio e cloro.
O Petróleo:
A indústria petrolífera começou em 1848 na Escócia, com o refino de óleo bruto para obter produtos como o óleo de parafina (querosene).
A perfuração do primeiro "poço de petróleo moderno" de Edwin Drake em 1859 nos EUA impulsionou a produção.
Inicialmente, o querosene foi o principal produto para iluminação e aquecimento, sendo mais eficiente e menos custoso que óleos vegetais e de baleia.
A gasolina era um subproduto indesejado até a produção em massa de automóveis após 1914. Invenções como o craqueamento térmico (processo de Burton) dobraram o rendimento da gasolina.
Derivados do petróleo, como plásticos e lubrificantes, também se tornaram importantes.
A proliferação de novas fontes de energia impulsionou o surgimento e a expansão de setores industriais até então incipientes:
Indústria Siderúrgica (Aço):
O aço tornou-se um produto-chave da Segunda Revolução Industrial. Antes, seu uso era restrito devido às técnicas rudimentares de produção, alto custo e heterogeneidade.
A grande inovação foi o processo Bessemer (Sir Henry Bessemer, 1856), que permitiu a produção em massa de aço, removendo impurezas do ferro-gusa por oxidação com ar soprado. Isso aumentou drasticamente a escala e velocidade de produção e diminuiu a mão de obra necessária.
O processo Thomas (Sidney Gilchrist Thomas, 1878) superou a limitação do processo Bessemer de exigir minério de baixo fósforo, tornando a produção de aço mais acessível em regiões com minério fosfórico.
A disponibilidade de aço barato, mais durável e resistente permitiu a construção de pontes maiores, ferrovias, arranha-céus e navios. O aço se tornou um material mais leve, maleável e resistente, reconquistando seu papel como insumo fundamental para a indústria.
Indústria Automobilística:
O primeiro automóvel foi patenteado por Karl Benz em 1886.
Henry Ford e sua linha de montagem móvel (1913) revolucionaram a produção. A produção em massa do Ford Modelo T tornou o carro acessível ao trabalhador médio, com o preço caindo drasticamente.
A indústria automobilística exigiu o desenvolvimento de diversas matrizes, como metal, petróleo e borracha.
Indústria Química:
Teve um maior desenvolvimento, sendo responsável por produtos derivados do petróleo (plásticos, lubrificantes), fertilizantes, adubos e medicamentos.
A descoberta do corante sintético (William Henry Perkin, 1856) foi um marco, transformando a anilina em substâncias com cores intensas.
Desenvolvimento de fertilizantes artificiais (Justus von Liebig, John Bennet Lawes) revolucionou a agricultura, aumentando a produtividade.
A circulação de informações e pessoas foi drasticamente transformada, encurtando distâncias e acelerando os ritmos da vida.
Transportes:
Ferrovias: O aumento da produção de aço a baixo custo permitiu a construção de trilhos de aço mais duráveis e resistentes, que duravam mais de dez vezes mais que os de ferro. Isso possibilitou o uso de locomotivas mais potentes, puxando trens e vagões mais longos e aumentando drasticamente a produtividade. Os trens se tornaram a forma dominante de infraestrutura de transporte.
Navios a Vapor: Melhorias na eficiência dos motores a vapor (expansão múltipla) permitiram que os navios transportassem mais carga e menos carvão, resultando em um volume muito maior de comércio internacional. A introdução da hélice de parafuso (Francis Pettit Smith, 1835) e o desenvolvimento de condensadores de superfície melhoraram a navegação em longas viagens.
Bicicletas: O design da bicicleta moderna (Harry John Lawson, 1876) e a invenção do pneu pneumático prático (John Boyd Dunlop, 1887) impulsionaram sua popularidade e a melhoria das redes rodoviárias.
Automóveis e Aviões: A invenção do automóvel (Karl Benz, 1886) e o primeiro voo motorizado dos irmãos Wright (1903) marcaram o início de novas eras no transporte individual e aéreo.
Comunicações:
Telégrafo: O primeiro sistema telegráfico comercial foi instalado em 1837. A rápida expansão das redes telegráficas, incluindo cabos submarinos transatlânticos (concluído em 1866), permitiu um movimento sem precedentes de pessoas e ideias e a rápida transmissão de informações comerciais em escala global.
Telefone: Patenteado por Alexander Graham Bell em 1876, o telefone revolucionou as comunicações, embora alguns autores apontem que ele também causou uma desvalorização do contato humano em favor da praticidade. A introdução do telefone também abriu espaço para a mulher no mercado de trabalho, principalmente como operadoras de telefonia.
Rádio: Guglielmo Marconi comercializou com sucesso o rádio na virada do século, realizando a primeira transmissão transatlântica em 1901.
A Segunda Revolução Industrial não foi apenas sobre novas máquinas, mas também sobre novas maneiras de organizar o trabalho para maximizar a produtividade.
Produção em Massa e Linha de Montagem: Liderada por Henry Ford, a produção em massa visava fabricar grandes volumes de produtos idênticos a custos reduzidos. A linha de montagem (Ford, 1913) otimizou o processo, eliminando movimentos desnecessários e tornando o trabalho e as ferramentas acessíveis aos operários através de transportadores.
Fordismo: Termo que descreve esse regime de acumulação, caracterizado pela linha de montagem, produção em massa, barateamento de bens de consumo duráveis e uma coalizão política que incluía capitalistas, a emergente classe profissional e trabalhadores com salários crescentes.
Taylorismo (Racionalização do Trabalho): Desenvolvido por Frederick Taylor, focava na racionalização e otimização da produção através do estudo científico dos movimentos e tempos de trabalho. O objetivo era maximizar a eficiência e a produtividade, dividindo tarefas complexas em etapas simples e repetitivas.
O período viu uma sinergia crescente entre ciência, engenharia e indústria.
Metalurgia: Avanços como a metalografia (Henry Clifton Sorby) permitiram uma compreensão científica dos metais e a produção em massa de aço com propriedades específicas.
Eletromagnetismo: As equações de James Clerk Maxwell descreveram eletricidade, magnetismo e óptica como manifestações do mesmo fenômeno (campo eletromagnético), fundamental para o desenvolvimento de geradores, motores e transformadores elétricos.
Teoria de Controle: Maxwell também publicou o primeiro tratamento científico da teoria de controle, base da automação e controle de processos.
Gestão Empresarial Moderna: As ferrovias, com suas operações complexas e grande volume de capital e negócios, foram pioneiras na criação do empreendimento empresarial moderno. Isso incluiu a organização em departamentos com linhas claras de autoridade e o desenvolvimento da contabilidade ferroviária, que se tornou a base da contabilidade moderna.
As transformações tecnológicas e produtivas da Segunda Revolução Industrial tiveram ramificações profundas em todas as esferas da sociedade.
Aumento Exponencial da Produção Industrial: Houve um crescimento maciço da produção de bens e serviços.
Melhoria dos Padrões de Vida: Os preços dos produtos caíram drasticamente devido ao aumento da produtividade, o que melhorou os padrões de vida nos países industrializados.
Crescimento das Cidades (Urbanização): A industrialização dinamizou as sociedades e as modernizou, intensificando o êxodo rural (migração em massa da população do campo para as cidades).
Cidades se tornaram polos de atração devido às oportunidades de emprego nas indústrias e, indiretamente, em outros setores da economia, como o terciário (comércio e serviços).
A relação entre campo e cidade se inverteu: as cidades, modernizadas pela indústria, passaram a subordinar o campo, que se tornou dependente do meio urbano para máquinas, tecnologia e conhecimentos.
Expansão do Capitalismo Global: A acumulação contínua de capital e a transformação da indústria levaram à formação de monopólios e oligopólios, dando origem ao capitalismo financeiro.
Apesar do progresso, a Segunda Revolução Industrial também exacerbou problemas sociais existentes e criou novos desafios:
Intensificação da Exploração do Trabalho: Assim como na Primeira Revolução Industrial, o período viu a intensificação da exploração do trabalho. Embora a produtividade aumentasse, as condições de trabalho e a desigualdade muitas vezes pioravam, especialmente para a classe operária.
Aumento da Desigualdade: A competição por mercados e recursos levou a tensões e desigualdades. Embora a classe operária nos países avançados tenha começado a partilhar dos benefícios do sistema com o aumento de salários, isso não eliminou a exploração e a desigualdade.
Desemprego: A automação da produção, impulsionada pelas novas tecnologias, resultou em desemprego, aumentando a pobreza urbana em algumas regiões.
Organização dos Trabalhadores: Como resposta às condições de trabalho e desigualdade, este período também testemunhou a organização dos sindicatos trabalhistas e partidos políticos, bem como a ascensão do Socialismo como ideologia.
A busca por matérias-primas e novos mercados consumidores, impulsionada pela produção em massa da Segunda Revolução Industrial, teve um impacto direto nas relações internacionais.
Imperialismo e Neocolonialismo: As nações industrializadas, multiplicando suas grandes empresas e acumulando capital, voltaram-se para o exterior, especialmente para a Ásia, Oceania e África, em busca de recursos e novos mercados.
Essa expansão econômica rapidamente adquiriu um caráter político e ideológico, conhecido como imperialismo ou neocolonialismo.
Um marco foi a Conferência de Berlim (1884-1885), onde o continente africano foi partilhado entre as potências europeias, formando colônias.
Crescimento das Tensões Geopolíticas: A competição acirrada entre as nações por mercados e recursos intensificou as rivalidades, culminando na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que marcou o fim da Segunda Revolução Industrial e da chamada Belle Époque.
Apesar das tensões geopolíticas latentes, o período da Segunda Revolução Industrial, especialmente entre 1871 e 1914, é também conhecido como a Belle Époque ("bela época").
Características: Foi um período de grande otimismo e paz desfrutado pelas potências ocidentais (principalmente europeias), uma atmosfera de avanço tecnológico e desenvolvimento cultural.
Luxo e Vida Social: Caracterizou-se pelo estilo de vida luxuoso das elites sociais e uma intensa vida social da população europeia.
Cultura Urbana Cosmopolita: O forte êxodo rural e os avanços nos meios de comunicação e transporte favoreceram o desenvolvimento de uma cultura urbana cosmopolita e de divertimento.
Centro Cultural: A França, especialmente Paris, foi o epicentro dessa época, com criações notáveis como as políticas de saneamento e urbanização de Haussmann, cabarés (Moulin Rouge), a Torre Eiffel (1889), o metrô de Paris, e o desenvolvimento da indústria cinematográfica (Auguste e Louis Lumière).
Produção Cultural: Houve uma multiplicação de livrarias, salas de concerto, galerias de arte, com o surgimento do estilo artístico Art Nouveau e o destaque na pintura do Impressionismo (Claude Monet).
Fim: A Belle Époque terminou abruptamente com o início da Primeira Guerra Mundial.
O professor Luiz Carlos Bresser-Pereira, em "As Duas Fases da História e as Fases do Capitalismo", oferece uma análise sobre como a Segunda Revolução Industrial se encaixa nas etapas do capitalismo.
Marx e as Fases da História: Marx propôs fases como comunismo primitivo, escravismo, feudalismo, capitalismo, socialismo e comunismo. Bresser-Pereira argumenta que Marx falhou em suas previsões de curto prazo sobre o socialismo por superestimar a luta de classes interna ao sistema e subestimar o desenvolvimento das forças produtivas e a construção democrática. A nova classe dominante, em geral, não é a classe dominada, mas um subgrupo que se diferencia e assume o controle de um novo fator estratégico de produção determinado pelo avanço tecnológico.
Duas Grandes Fases da História Humana: Bresser-Pereira distingue uma fase pré-capitalista e a fase capitalista, intermediadas pela Revolução Capitalista (um período longo que vai do século XIV à Revolução Industrial do final do século XVIII).
Fases do Capitalismo: Dentro da fase capitalista, o autor propõe três grandes estágios, tomando Inglaterra e França como referência:
Capitalismo Mercantil (Século XIV ao XVIII): Fruto das grandes navegações e da revolução comercial, com a aristocracia ainda dominante, mas uma grande classe média burguesa emergindo.
Capitalismo Clássico ou Liberal (Século XIX): Com a formação dos primeiros Estados-nação e a Revolução Industrial, o capitalismo se considera "completo" em cada sociedade nacional desenvolvida. Caracterizado pelo trabalho assalariado generalizado, lucro como objetivo e acumulação de capital com progresso técnico.
Capitalismo dos Profissionais ou Tecnoburocrático (Início do Século XX até hoje): Esta fase se desencadeia com a Segunda Revolução Industrial. É impulsionada por dois fatos novos:
A organização substitui a família como unidade básica de produção.
O conhecimento substitui o capital como fator estratégico de produção.
Nesse contexto, a burguesia passa a partilhar poder e privilégio com uma nova classe média profissional.
Empresas ainda são orientadas para o lucro e acumulação de capital, mas o conhecimento se torna decisivo na administração da sociedade, garantindo poder e privilégio aos que o detêm. John Kenneth Galbraith e Peter Drucker já identificaram o conhecimento como o novo fator estratégico e a sociedade capitalista como a "sociedade do conhecimento".
Bresser-Pereira argumenta que o capitalismo fordista (início do século XX até os anos 1970) já era um capitalismo do conhecimento, e a revolução da tecnologia da informação e comunicação apenas o tornou ainda mais estratégico.
A Classe Operária e o Capitalismo: A classe operária, fruto do capitalismo industrial, declina com o declínio dos empresários industriais. Marx falhou em prever o socialismo no curto prazo porque a classe operária nos países capitalistas avançados, a partir de 1850, passou a se beneficiar do sistema (salários cresceram com a produtividade), entrando em um processo de acomodação política que lhes tirou a possibilidade revolucionária no século XX.
Enquanto as potências ocidentais vivenciavam a plenitude da Segunda Revolução Industrial, o Brasil estava em um ritmo diferente, sendo um exemplo de industrialização tardia.
Contexto no Final do Século XIX e Início do XX: O Brasil vivia o auge e posterior declínio do ciclo do café. Esse período foi, no entanto, marcado pela grande acumulação de capitais e pelo início da história ferroviária do país, bem como do processo inicial de industrialização.
Chegada dos "Signos" da Segunda Revolução Industrial: Os elementos que caracterizaram a Segunda Revolução Industrial, como a eletrificação e o desenvolvimento da indústria siderúrgica e petrolífera em maior escala, só chegaram à economia brasileira a partir da década de 1930, durante a Era Vargas. Isso ocorreu com a crise cafeeira e a implantação da política de substituição de importações, que direcionou investimentos para o setor industrial.
A Segunda Revolução Industrial foi muito mais do que um conjunto de invenções; foi uma ruptura profunda que transformou radicalmente o modo de vida, a economia e as relações sociais e políticas em escala global. Ela estabeleceu as bases do desenvolvimento das economias industrializadas ao final do século XIX.
Ela consolidou o papel da eletricidade e do petróleo, impulsionou o aço como material essencial, e revolucionou os transportes e as comunicações, tornando o mundo mais interconectado.
As teorias de racionalização do trabalho, como o Fordismo e o Taylorismo, otimizaram a produção em massa, gerando uma variedade e volume sem precedentes de bens de consumo.
Enquanto trouxe um período de otimismo e desenvolvimento cultural (Belle Époque), também intensificou problemas sociais como a desigualdade e a exploração do trabalho.
A competição econômica e a busca por recursos e mercados desencadearam o Imperialismo e o Neocolonialismo, que, por sua vez, contribuíram para as tensões geopolíticas que culminaram na Primeira Guerra Mundial.
A Segunda Revolução Industrial representou um salto tecnológico sem precedentes que moldou o mundo moderno e teve profundas consequências econômicas, sociais e políticas, cujos impactos ressoam e são perceptíveis até os dias de hoje. Compreender este período é essencial para qualquer estudante que deseje ter uma visão completa da formação do cenário global contemporâneo.
Questões de múltipla escolha sobre a Segunda Revolução Industrial:
Qual foi um dos principais avanços tecnológicos da Segunda Revolução Industrial?
A) Máquina a vapor
B) Telégrafo
C) Roda d'água
D) Arado de madeira
O que foi fundamental para a expansão dos mercados durante a Segunda Revolução Industrial?
A) Redução da produção industrial
B) Restrição do comércio internacional
C) Introdução do telégrafo e telefone
D) Diminuição da circulação de bens e pessoas
Como a Segunda Revolução Industrial impactou a sociedade?
A) Reduziu o número de empregos
B) Desacelerou o processo de urbanização
C) Transformou as condições de trabalho nas fábricas
D) Diminuiu a produção em massa
Gabarito:
B) Telégrafo
C) Introdução do telégrafo e telefone
C) Transformou as condições de trabalho nas fábricas