
O coração é um órgão muscular vital, presente em humanos e em outros animais, responsável por bombear o sangue através dos vasos sanguíneos do sistema circulatório. Este processo garante que o sangue forneça oxigénio e nutrientes para todo o corpo e ajude a eliminar resíduos metabólicos. A compreensão de seu funcionamento é fundamental para a saúde e bem-estar.
Para entender como o coração funciona, é essencial conhecer sua estrutura.
O coração humano está situado na cavidade torácica, entre os pulmões, em um espaço chamado mediastino médio, na altura das vértebras dorsais T5 a T8. Sua forma é cónica, com a base orientada para a parte superior do corpo e o ápice para a parte inferior, localizado ligeiramente à esquerda do esterno. Em média, o coração de um adulto pesa entre 250 e 350 gramas e tem o tamanho aproximado de um punho cerrado. É importante notar que atletas de competição podem apresentar corações maiores devido ao efeito do exercício físico no músculo cardíaco.
A parede do coração é composta por três camadas principais, envolvidas por um saco protetor:
Endocárdio: A camada mais interna do coração. É um revestimento de tecido epitelial escamoso simples que forra as cavidades e as válvulas cardíacas. Ele forma uma camada contínua com o endotélio das veias e artérias e está conectado ao miocárdio por uma fina camada de tecido conjuntivo. O endocárdio também secreta endotelina, que pode ajudar a regular a contração do miocárdio.
Miocárdio: A camada intermédia e mais robusta, composta pelo músculo cardíaco. É um tecido muscular estriado com um padrão intrincado e complexo, que permite ao coração bombear sangue de forma eficaz. As células musculares organizam-se em espirais ao redor das cavidades.
Epicárdio: A camada mais externa do coração, que é a membrana serosa interna do pericárdio. Através do epicárdio, os vasos sanguíneos e os nervos irrigam o músculo cardíaco.
O coração é envolvido pelo pericárdio, um saco de duas membranas (epicárdio, que é o pericárdio visceral, e uma membrana fibrosa externa, o pericárdio parietal) que contém uma pequena quantidade de líquido pericárdico. Este líquido lubrifica o coração e o pericárdio ajuda a regular o ritmo cardíaco.
O coração humano é dividido em quatro cavidades ou câmaras:
Duas aurículas (ou átrios) na parte superior, que têm a função de receber o sangue.
Dois ventrículos na parte inferior, que são responsáveis por bombear o sangue para fora do coração.
É comum referir-se ao conjunto da aurícula e do ventrículo direitos como "coração direito" e ao conjunto da aurícula e do ventrículo esquerdos como "coração esquerdo".
As cavidades são separadas por septos:
Septo atrioventricular: Separa as aurículas dos ventrículos e contém as válvulas atrioventriculares.
Septo interventricular: Separa os dois ventrículos. É muito mais espesso que o septo interauricular, dada a maior pressão gerada pelos ventrículos durante a contração.
Septo interauricular: Separa as duas aurículas.
O coração direito é composto pela aurícula direita e pelo ventrículo direito, separados pela válvula tricúspide.
A aurícula direita recebe sangue pobre em oxigénio (venoso) de duas grandes veias do corpo: a veia cava superior (VCS), que coleta sangue das regiões acima do diafragma, e a veia cava inferior (VCI), que coleta sangue das regiões abaixo do diafragma. Também recebe uma pequena quantidade de sangue da circulação coronária através do seio coronário.
Da aurícula direita, o sangue flui para o ventrículo direito através da válvula tricúspide.
O ventrículo direito bombeia o sangue para a artéria pulmonar (tronco pulmonar), que o leva aos pulmões para ser oxigenado. A passagem do sangue do ventrículo direito para o tronco pulmonar é controlada pela válvula pulmonar.
O coração esquerdo consiste na aurícula esquerda e no ventrículo esquerdo, separados pela válvula mitral.
A aurícula esquerda recebe sangue rico em oxigénio (arterial) dos pulmões através das quatro veias pulmonares.
Da aurícula esquerda, o sangue passa para o ventrículo esquerdo através da válvula mitral.
O ventrículo esquerdo é significativamente mais espesso e forte que o ventrículo direito, pois tem a tarefa de bombear o sangue oxigenado para a artéria aorta, a maior artéria do corpo, que o distribui para todas as células do organismo. A saída do sangue do ventrículo esquerdo para a aorta é regulada pela válvula aórtica. Acima da válvula aórtica, existem pequenos orifícios que transportam sangue para o próprio coração através das artérias coronárias.
O coração possui quatro válvulas que garantem que o sangue flua em sentido único, impedindo seu refluxo e ajudando a manter a pressão necessária. Elas se abrem e fecham em resposta às diferenças de pressão.
Existem dois tipos principais de válvulas:
Válvulas Atrioventriculares (AV): Localizadas entre as aurículas e os ventrículos.
Válvula Tricúspide: Entre a aurícula direita e o ventrículo direito. Possui três cúspides (folhetos).
Válvula Mitral (ou bicúspide): Entre a aurícula esquerda e o ventrículo esquerdo. Possui dois cúspides.
Importância para Concurso: As cúspides destas válvulas estão ligadas aos músculos papilares nas paredes dos ventrículos por meio de cordas tendinosas. Estes músculos e cordas impedem que as válvulas se projetem para as aurículas durante a contração ventricular.
Válvulas Semilunares: Localizadas na saída de cada ventrículo para as grandes artérias.
Válvula Pulmonar: Na base da artéria pulmonar, saindo do ventrículo direito. Possui três cúspides.
Válvula Aórtica: Na base da artéria aorta, saindo do ventrículo esquerdo. Também possui três cúspides.
Diferença Importante: Ao contrário das válvulas AV, as válvulas semilunares não estão ligadas a músculos papilares ou cordas tendinosas. O fechamento delas ocorre pela pressão do sangue que tenta retornar aos ventrículos quando estes relaxam.
Vamos descrever o fluxo sanguíneo passo a passo, começando pelo sangue desoxigenado que retorna ao coração:
Sangue desoxigenado (rico em dióxido de carbono e pobre em oxigénio) do corpo entra na aurícula direita via Veia Cava Superior (VCS) e Veia Cava Inferior (VCI), e também do seio coronário.
Quando a aurícula direita se contrai, o sangue é forçado a passar para o ventrículo direito através da válvula tricúspide.
Quando o ventrículo direito se contrai, a válvula tricúspide se fecha e o sangue é bombeado para o tronco pulmonar através da válvula pulmonar.
O tronco pulmonar se ramifica nas artérias pulmonares, que transportam o sangue para os pulmões. Nos alvéolos pulmonares, o sangue libera dióxido de carbono e recebe oxigénio.
O sangue oxigenado (arterial) retorna dos pulmões para a aurícula esquerda através das veias pulmonares.
Da aurícula esquerda, o sangue é bombeado para o ventrículo esquerdo através da válvula mitral.
Quando o ventrículo esquerdo se contrai, o sangue é ejetado para a artéria aorta através da válvula aórtica, entrando na circulação sistémica.
A aorta se ramifica em artérias menores, arteríolas e, finalmente, em capilares em todo o corpo. Nos capilares, o oxigénio e os nutrientes são entregues às células, e o dióxido de carbono e outros resíduos são recolhidos pelo sangue.
O sangue, agora desoxigenado, retorna ao coração via vênulas e veias, desaguando nas veias cavas, reiniciando o ciclo no coração direito.
Uma dúvida comum é: como o próprio coração recebe sangue e oxigénio? A resposta está na circulação coronária. O tecido cardíaco, como todas as células do corpo, precisa de oxigénio, nutrientes e um método para remover resíduos metabólicos. A circulação coronária é o sistema de artérias, veias e vasos linfáticos que irrigam o coração.
O sangue é fornecido ao coração por duas artérias principais que se originam logo acima da válvula aórtica:
Artéria Coronária Esquerda: Ramifica-se em:
Artéria Descendente Anterior Esquerda: Irriga a parte anterior, exterior e o septo do ventrículo esquerdo.
Artéria Circunflexa Esquerda: Irriga a parte posterior e inferior do ventrículo esquerdo.
Artéria Coronária Direita: Irriga a aurícula direita, o ventrículo direito e as partes mais inferiores do ventrículo esquerdo. Em 90% das pessoas, também irriga o nódulo atrioventricular e, em 60%, o nódulo sinusal.
A maior parte do sangue venoso do coração é coletada pelo seio coronário, uma grande veia que termina na aurícula direita. Ele recebe sangue de:
Veia Cardíaca Maior.
Veia Cardíaca Posterior.
Veia Cardíaca Média.
Veia Cardíaca Menor. As veias cardíacas anteriores coletam sangue da parte anterior do ventrículo direito e o descarregam diretamente na aurícula direita.
O batimento cardíaco é o resultado de contrações coordenadas do músculo miocárdico, provocadas por estímulos elétricos rítmicos. Este processo é conhecido como ciclo cardíaco.
Cada ciclo cardíaco é dividido em duas fases principais:
Sístole: O período de contração das câmaras cardíacas, durante o qual o sangue é bombeado para fora do coração.
Sístole Atrial: Contração das aurículas, que força o sangue restante para os ventrículos.
Sístole Ventricular: Contração dos ventrículos, que ejetam o sangue para as artérias pulmonar e aorta.
Diástole: O período de relaxamento das câmaras cardíacas, quando elas se enchem de sangue.
Diástole Atrial: Relaxamento das aurículas, recebendo sangue das veias.
Diástole Ventricular: Relaxamento dos ventrículos, permitindo que o sangue flua das aurículas para dentro deles.
Volume Diastólico Final (Pré-carga): O volume total de sangue no ventrículo no final da diástole.
Volume Sistólico Final (Pós-carga): A pequena quantidade de sangue que permanece no ventrículo ao final da sístole.
As aurículas e os ventrículos trabalham em conjunto, de forma coordenada, para garantir um bombeamento eficiente do sangue.
O coração possui um sistema elétrico próprio que gera e conduz impulsos, garantindo seu ritmo regular. É um tópico extremamente cobrado em concursos.
Nódulo Sinoatrial (SA): É o marca-passo natural do coração. Localiza-se na parede superior da aurícula direita, perto da veia cava superior. As células do nó SA geram impulsos elétricos (potenciais de ação cardíacos) espontaneamente, fazendo com que as aurículas se contraiam. O ritmo normal do coração em repouso, chamado ritmo sinusal, é produzido por este nódulo.
Feixe de Bachmann: Conduz o sinal elétrico do nó SA para a aurícula esquerda, garantindo que ambas as aurículas se contraiam ao mesmo tempo.
Nódulo Atrioventricular (AV): Localizado na parte inferior do septo atrioventricular. Há um pequeno atraso na transmissão do impulso neste nó, o que permite que as aurículas completem sua contração antes que os ventrículos se despolarizem. Este nódulo é crucial porque o septo cardíaco (esqueleto cardíaco) é composto por tecido colagenoso que não conduz eletricidade, forçando o sinal a passar apenas pelo nó AV.
Feixe de His (ou feixe atrioventricular): Liga o nó AV à rede de fibras que se estendem pelos ventrículos.
Ramos Esquerdo e Direito: O feixe de His se bifurca nesses ramos, que percorrem o septo interventricular e se ramificam para suprir os ventrículos.
Fibras de Purkinje: Numerosos ramos que se estendem dos ramos do feixe de His e suprem o miocárdio dos ventrículos, transmitindo rapidamente o sinal elétrico e causando a contração ventricular.
As células cardíacas (cardiomiócitos) são únicas por sua capacidade de gerar e transmitir atividade elétrica de forma independente, formando um sincício que permite a contração quase simultânea do músculo cardíaco.
Os sons que ouvimos ao auscultar o coração são o resultado do fechamento das válvulas cardíacas. Entender sua origem é importante para diagnósticos:
Primeiro Som Cardíaco (S1): O som "tum". É causado pelo fechamento das válvulas atrioventriculares (tricúspide e mitral) no início da sístole ventricular.
Segundo Som Cardíaco (S2): O som "tá". É causado pelo fechamento das válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) no início da diástole ventricular.
Terceiro Som Cardíaco (S3): Por vezes normal, mas pode indicar aumento do volume de sangue no ventrículo, causado por uma entrada súbita de sangue nos ventrículos a partir dos átrios (meio da diástole).
Quarto Som Cardíaco (S4): Geralmente denominado "galope auricular", é produzido pela passagem forçada do sangue num ventrículo rígido.
Sopros Cardíacos: Sons anormais adicionais causados pela circulação do sangue, que podem ser benignos ou sinal de doença cardíaca, como valvulopatias ou comunicações anormais.
A frequência cardíaca é o número de vezes que o coração bate por minuto.
Ritmo Sinusal Normal: Em adultos, varia de 60 a 100 batimentos por minuto (bpm) em repouso.
Bradicardia: Ritmo cardíaco anormalmente baixo, inferior a 60 bpm (ou 50 bpm em algumas diretrizes recentes, especialmente em atletas).
Taquicardia: Ritmo cardíaco anormalmente elevado, superior a 100 bpm.
Fatores que influenciam a frequência cardíaca incluem idade (mais elevada em crianças e idosos), temperatura corporal, taxa metabólica basal, hormonas (epinefrina, norepinefrina, hormonas da tiroide), níveis de eletrólitos (cálcio, sódio, potássio), baixo oxigénio no sangue, baixa pressão arterial, desidratação, exercício físico, excitação emocional e febre.
Um conceito fisiológico importante é o mecanismo de Frank-Starling. Ele descreve a capacidade notável do coração de acomodar um aumento no volume de sangue que entra nele. Essencialmente, o coração bombeia todo o sangue que chega a ele, dentro dos limites fisiológicos. Isso ocorre porque um aumento no volume diastólico final (pré-carga) causa distensão do ventrículo e dos cardiomiócitos, otimizando o contato dos componentes de actina e miosina das fibras musculares. Consequentemente, as fibras musculares se contrairão com maior força para bombear o sangue adicional.
Embora o coração possua seu próprio sistema excitatório, ele também é influenciado pelo sistema nervoso autônomo, que modula seu ritmo e força de contração.
Nervo Vago (Sistema Nervoso Parassimpático): Atua para diminuir o ritmo cardíaco.
Nervos do Tronco Simpático: Atuam para aumentar o ritmo cardíaco e a força de contração. A estimulação simpática libera noradrenalina, que se liga aos receptores beta 1 adrenérgicos, aumentando a taxa de despolarização e contração.
Barorreceptores: Receptores sensoriais que detectam o alargamento dos vasos sanguíneos. Quando esticados, enviam sinais ao cérebro para diminuir a estimulação simpática e aumentar a parassimpática, regulando o ritmo cardíaco.
Quimiorreceptores: Sensíveis aos níveis de oxigénio e dióxido de carbono no sangue, sendo ativados quando os níveis gasosos estão reduzidos.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade em todo o mundo. Elas são frequentemente não transmissíveis e estão ligadas a fatores de estilo de vida e outros. A prevalência de DCV na população adulta brasileira, em 2019, foi de aproximadamente 5,3%. O aumento dos casos está relacionado ao envelhecimento da população e a fatores de risco clássicos.
Conhecer os fatores de risco é crucial para a prevenção e tratamento:
Idade avançada: É o fator mais significativo, com maior prevalência de DCV em pessoas com 60 anos ou mais.
Sexo: Homens tendem a apresentar maior prevalência de DCV em análises multivariadas, embora em análises bivariadas mulheres possam ter maior prevalência. Isso pode ser explicado por fatores comportamentais, culturais e maior acesso aos serviços de saúde por parte das mulheres, levando a mais diagnósticos.
Raça/Cor: No Brasil, houve menor prevalência de DCV em pessoas de raça parda e preta em estudos, o que pode ser influenciado por disparidades socioeconômicas e de acesso a serviços de saúde, bem como viés de sobrevivência.
Escolaridade: Ter ensino fundamental completo e médio incompleto pode estar associado a maior prevalência.
Possuir plano de saúde: Indivíduos com plano de saúde apresentam maior prevalência de DCV, possivelmente devido a um maior acesso ao diagnóstico médico.
Autoavaliação da saúde: Avaliar a saúde como "regular" ou "ruim/muito ruim" está fortemente associado a uma maior prevalência de DCV.
Hipertensão Arterial (Pressão Alta): É um dos principais fatores de risco. Aumenta substancialmente o risco de doença coronária e AVC.
Colesterol Alto (Dislipidemias): Fator de risco significativo para DCV ateroscleróticas.
Diabetes descontrolada: Aumenta o risco de mortalidade por DCV e é associada a insuficiência cardíaca e doença arterial periférica.
Tabagismo (Fumar): Fator de risco proeminente. Ex-fumantes podem ter maior prevalência devido à cessação do hábito após diagnóstico de DCV, configurando causalidade reversa.
Sedentarismo / Inatividade Física: A prática regular de atividade física é um fator protetor. A inatividade física no lazer está associada a maior prevalência de DCV.
Dieta Inadequada: Baixo consumo de frutas e hortaliças e alto consumo de alimentos ultraprocessados. O consumo recomendado de frutas e hortaliças pode estar associado a maior prevalência de DCV, o que pode indicar uma mudança de comportamento após o diagnóstico.
Consumo Abusivo de Álcool: Estar associado a menor prevalência de DCV em alguns estudos, o que também pode refletir uma mudança de hábito após o diagnóstico.
Obesidade e Sobrepeso: Fatores de risco conhecidos.
Estresse: Também um fator de risco.
É a causa mais comum de cardiopatia isquêmica, causada por aterosclerose, o acúmulo de placas de material degenerativo (lipídios) nas paredes internas das artérias coronárias, o que provoca seu estreitamento e diminui o fluxo sanguíneo para o coração (isquemia miocárdica).
Angina Pectoris (Angina do Peito): Dor no peito causada pela isquemia do miocárdio, insuficiente para provocar necrose. Geralmente descrita como uma dor constritiva transitória.
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) / Ataque Cardíaco: Ocorre com a oclusão súbita de uma artéria coronária (geralmente por um coágulo sobre uma placa aterosclerótica), resultando na falta de sangue (infarto) e morte (necrose) de uma área do miocárdio por falta de oxigénio. A capacidade de bombeamento do coração após um IAM depende da extensão e localização do tecido lesionado. Cerca de um terço dos adultos brasileiros com DCV realizaram cirurgia de revascularização miocárdica (ponte de safena) ou angioplastia coronariana.
Acidente Vascular Cerebral (AVC) / Encefálico (AVE): A oclusão de uma artéria que irriga o encéfalo causa um AVC isquêmico, afetando visão, cognição ou função motora. Hemorragias também podem causar AVC hemorrágico.
Doenças que afetam as válvulas cardíacas.
Insuficiência Mitral (Prolapso da Válvula Mitral - PVM): A válvula mitral (entrada do ventrículo esquerdo) não se fecha completamente, permitindo o refluxo de sangue para o átrio esquerdo durante a sístole. É muito comum, especialmente em mulheres jovens.
Estenose Pulmonar: As válvulas da válvula pulmonar (saída do ventrículo direito) se fundem, formando uma abertura central estreita, restringindo o fluxo de saída do ventrículo direito.
Incompetência da Válvula Pulmonar: A válvula não se fecha completamente, causando refluxo de sangue para o ventrículo direito durante a diástole.
Estenose Aórtica: A anormalidade valvar mais frequente, caracterizada pelo estreitamento da válvula aórtica (saída do ventrículo esquerdo). A maioria dos casos é causada por calcificação degenerativa, levando à hipertrofia ventricular esquerda.
Insuficiência Aórtica: Resulta em regurgitação de sangue para o ventrículo esquerdo, produzindo um sopro cardíaco e um pulso colapsante.
Doenças do músculo cardíaco (miocárdio) que podem levar a insuficiência cardíaca grave.
Miocardiopatia Dilatada: Dilatação das cavidades ventriculares, com depósito de fibras de colágeno, causando progressiva debilidade e diminuição da força contrátil do músculo cardíaco.
Miocardiopatia Hipertrófica: Espessamento e endurecimento irregulares das paredes dos ventrículos devido à desorganização das células musculares, o que pode levar a um aumento do coração e insuficiência cardíaca. É uma causa de morte súbita em jovens atletas.
Miocardiopatia Restritiva: As paredes dos ventrículos perdem elasticidade e capacidade de dilatação devido ao depósito de substâncias que endurecem o tecido muscular.
Pericardite: Inflamação do pericárdio (o saco externo que reveste o coração). Pode ter causas infecciosas, autoimunes ou traumáticas. Se houver acúmulo de líquido (derrame pericárdico), pode comprimir o coração (tamponamento cardíaco).
Miocardite: Inflamação do miocárdio, geralmente causada por vírus (como o de Chagas) ou doenças autoimunes. Pode evoluir sem sintomas ou causar insuficiência cardíaca.
Endocardite: Inflamação das estruturas internas do coração, principalmente as válvulas cardíacas, causada por agentes infecciosos (bactérias, como Streptococcus ou Staphylococcus). Pode levar à formação de vegetações nas válvulas e evoluir para insuficiência cardíaca.
As arritmias cardíacas são distúrbios na regularidade do ritmo cardíaco, causados por anomalias na geração ou condução dos impulsos elétricos. Podem ser taquicardia (coração bate rápido demais) ou bradicardia (coração bate devagar demais).
Sintomas Comuns: Palpitações, consciência de um ritmo cardíaco anormal, fraqueza, dispneia (falta de ar), vertigem, síncope (desmaio) e, ocasionalmente, dor torácica. Muitos pacientes podem ser assintomáticos.
Classificação das Arritmias:
Pela Frequência:
Taquiarritmias: Frequência cardíaca > 100 bpm.
Bradicardias: Frequência cardíaca < 60 bpm (ou 50 bpm em alguns contextos).
Pela Origem do Impulso:
Supraventriculares (TSV): Originam-se acima dos ventrículos (no nó sinusal, átrios ou nó AV). Geralmente com complexos QRS de duração normal no ECG.
Taquicardia Sinusal: Frequência > 100 bpm, origem normal no nó SA. Pode ser inapropriada se sintomática sem doença estrutural.
Bradicardia Sinusal: Frequência < 60 bpm, origem normal no nó SA. Frequentemente uma resposta fisiológica.
Fibrilação Atrial (FA): As aurículas contraem-se de forma muito rápida e irregular (até 500 bpm), originando contrações ventriculares irregulares e de magnitude variável. As ondas de atividade elétrica são caóticas e sem coordenação mecânica.
Flutter Atrial: As aurículas contraem-se continuamente a uma frequência entre 250 e 350 bpm, com um padrão elétrico mais organizado que a FA (padrão de "dente de serra" no ECG). Geralmente causado por um único circuito reentrante no átrio direito. A embolia arterial é mais rara aqui do que na FA.
Taquicardia Atrial: Impulsos elétricos originados de forma anômala em qualquer ponto dos átrios (foco ectópico ou circuito reentrante). Frequência atrial de 100 a 250 bpm (média de 150 bpm em adultos), com ondas P idênticas, mas anormais no ECG.
Extrassístoles Atriais: Batimentos prematuros dos átrios.
Taquicardia Supraventricular Paroxística (TSVP): Origem em outros pontos dos átrios que não o nó sinusal, com frequência cardíaca regular entre 120 e 200 bpm. Geralmente transitória e em jovens saudáveis.
Síndrome de Wolff-Parkinson-White: Fenômeno especial de pré-excitação, onde há uma condução anômala do impulso, que pode gerar complicações.
Ventricular: Originam-se nos ventrículos. São consideradas ameaças à vida.
Taquicardia Ventricular (TV): Arritmia grave em que os ventrículos se contraem a um ritmo regular até 250 bpm, afetando principalmente pessoas com problemas cardíacos pré-existentes. Caracterizada por complexos QRS mais largos que o normal no ECG. Pode ser transitória (dura até 30 segundos) ou sustentada (mais de 30 segundos ou exige intervenção). Doença coronariana crônica é a causa mais comum.
Fibrilação Ventricular (FV): Arritmia grave e caótica em que os ventrículos se contraem de forma irregular e dessincronizada, impedindo o bombeamento eficaz do sangue. Frequentemente uma complicação do IAM.
Extrassístoles Ventriculares: Contrações espontâneas e isoladas dos ventrículos. Normalmente benignas em pessoas saudáveis.
Pela Regularidade: Regular ou irregular.
Pela Condução do Impulso: Atrioventricular, ventrículo-atrial ou obstruída por bloqueios.
Bloqueio Cardíaco: Interrupção ou passagem mais lenta dos impulsos elétricos.
Parada Cardíaca: Ausência de contrações dos ventrículos, uma emergência que pode ser complicação de outras arritmias ou patologias cardiovasculares.
Condição em que o coração não consegue bombear sangue em quantidade suficiente para atender às necessidades do corpo. Geralmente é crônica e se agrava gradualmente.
Disfunção Sistólica: Ocorre pela diminuição da contratilidade dos ventrículos ou pelo aumento da resistência ao fluxo sanguíneo.
Disfunção Diastólica: Ocorre quando os ventrículos não relaxam adequadamente ou suas paredes ficam muito rígidas, prejudicando o enchimento cardíaco.
Insuficiência Cardíaca Esquerda: Geralmente associada a hipertensão crônica, insuficiência valvar ou cardiomiopatia dilatada. Sintomas incluem dispneia, dispneia paroxística noturna, ortopneia e tosse.
Insuficiência Cardíaca Direita: Pode ser causada por hipertensão pulmonar, insuficiência tricúspide ou insuficiência cardíaca esquerda. Sintomas incluem edema periférico, ascite, anasarca e hepatoesplenomegalia.
Malformações ou defeitos na anatomia do coração e vasos sanguíneos presentes desde o nascimento.
Comunicação Interatrial (CIA): Abertura no septo interatrial (geralmente fechamento incompleto do forame oval) que permite o desvio de sangue oxigenado do átrio esquerdo para o direito, sobrecarregando o sistema vascular pulmonar.
Comunicação Interventricular (CIV): Defeito no septo interventricular, causando desvio de sangue da esquerda para a direita. Grandes desvios aumentam o fluxo pulmonar e podem causar insuficiência cardíaca.
Persistência do Canal Arterial: Um vaso fetal que conecta a aorta à artéria pulmonar não se fecha após o nascimento.
Coartação da Aorta: Estreitamento da artéria aorta.
Tetralogia de Fallot: Combinação de quatro malformações (estenose pulmonar, CIV, hipertrofia do ventrículo direito e deslocamento da raiz da aorta), causando passagem de sangue desoxigenado para o lado esquerdo do coração e coloração azulada da pele (cianose).
Transposição dos Grandes Vasos: Artéria aorta e artéria pulmonar têm origens invertidas.
O diagnóstico de doenças cardíacas envolve uma combinação de avaliação clínica e exames especializados.
Historial Médico: Informações sobre sintomas, histórico familiar e fatores de risco.
Exame Físico:
Inspeção e Palpação: Observação do tórax e palpação para detectar vibrações.
Auscultação Cardíaca: Com um estetoscópio, para ouvir os sons cardíacos normais (S1, S2) e quaisquer sons anormais, como sopros ou galopes.
Pulsação e Pressão Arterial: Medição da pulsação (geralmente na artéria radial) e da pressão arterial (com esfigmomanômetro) para avaliar o ritmo, força e sinais de hipertensão.
Análises ao Sangue:
Hemograma: Para detectar anemia.
Metabólitos e Eletrólitos: Para detectar alterações nos eletrólitos (potássio, sódio, cálcio), que são cruciais para a geração e propagação dos potenciais de ação. Desequilíbrios (hipercalemia, hipocalemia) podem ser fatais e visíveis no ECG.
Perfil Lipídico e Glicose em Jejum: Para avaliar níveis de colesterol e diabetes.
Coagulograma: Para determinar a dose correta de anticoagulantes.
Troponina: Biomarcador específico para doenças cardíacas, sensível à insuficiência de sangue no coração. Liberada 4 a 6 horas após a lesão e atinge o pico em 12-24 horas.
Peptídeos Natriuréticos Cerebrais (BNP): Biomarcador cujos níveis aumentam com maior esforço do ventrículo esquerdo, útil na avaliação da insuficiência cardíaca.
Eletrocardiograma (ECG): Regista a atividade elétrica do coração através de elétrodos na pele. Permite detectar distúrbios do ritmo (arritmias) e falta de irrigação sanguínea (isquemia).
Ondas do ECG:
Onda P: Despolarização atrial.
Complexo QRS: Despolarização ventricular.
Onda T: Repolarização ventricular.
Provas de Esforço: ECG realizado durante exercício para provocar anomalias que não são visíveis em repouso.
Monitor Holter: ECG portátil que registra continuamente por 24 horas ou mais, útil para arritmias esporádicas.
Exames de Imagem:
Ecocardiografia: Ultrassom do coração que avalia a função cardíaca, doenças valvares e anomalias estruturais.
Angiografia: Visualiza os vasos sanguíneos.
Tomografia Computorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM): Avaliam a morfologia do coração e da aorta, sinais de edema pulmonar e derrames pericárdicos.
Radiografia de Tórax: Útil para avaliar o tamanho do coração e sinais de congestão pulmonar.
Cateterismo Cardíaco e Angioplastia Coronária: Exames invasivos que podem diagnosticar e tratar obstruções nas artérias coronárias, frequentemente com a inserção de um stent.
O tratamento das DCV é multifacetado, envolvendo mudanças no estilo de vida, medicações e, se necessário, intervenções cirúrgicas.
São a primeira linha de defesa e tratamento para muitas DCV:
Deixar de Fumar: Reduz significativamente o risco cardiovascular.
Diminuir o Consumo de Bebidas Alcoólicas: Importante para a saúde cardiovascular.
Praticar Exercício Físico Regular: Um fator protetor, associado inversamente à mortalidade por todas as causas.
Modificar a Dieta: Diminuir o consumo de gordura e açúcar, aumentar o consumo de frutas e hortaliças.
Perder Peso: A obesidade é um fator de risco.
Reduzir o Estresse: Contribui para a saúde geral do coração.
Os medicamentos cardíacos são divididos em "classes" com base em como ajudam a controlar o problema cardíaco. Seu médico decidirá quais são os melhores para você. O farmacêutico pode fornecer mais informações.
Classes de Medicamentos Comuns:
Anticoagulantes:
Ação: Diminuem a coagulação do sangue.
Prescrição Comum: Pessoas com válvulas cardíacas artificiais, fibrilação atrial.
Benefícios: Impedem a formação de coágulos prejudiciais, diminuem o risco de derrame.
Efeitos Colaterais Comuns: Sangramento nasal, sangramento nas gengivas, hematomas, mais sangramento que o normal.
Nomes Comuns: Varfarina (Marevan), Dalteparina (Fragmin), Heparina, Dabigatrana (Pradax), Rivaroxabana (Xarelto).
Observação: Exames de sangue regulares para ajustar a dose. Alguns alimentos podem alterar seu funcionamento.
Antiplaquetários:
Ação: Impedem que as plaquetas se grudem e formem coágulos.
Prescrição Comum: Pessoas com doença da artéria coronariana, angina instável, que tiveram ou têm risco de ataque cardíaco ou derrame isquêmico.
Benefícios: Reduzem o risco de formação de coágulos que podem causar ataque cardíaco ou derrame.
Efeitos Colaterais Comuns: Hematomas, náusea, vertigem, tontura, dor abdominal, úlceras sangrando.
Nomes Comuns: Ácido acetilsalicílico (AAS - Aspirina), Clopidogrel (Plavix), Ticagrelor (Brilinta).
Inibidores de ECA (Enzima de Conversão da Angiotensina):
Ação: Abrem os vasos sanguíneos.
Prescrição Comum: Pessoas com pressão alta, insuficiência cardíaca.
Benefícios: Diminuem a pressão sanguínea, permitem que mais sangue e oxigénio cheguem ao coração, podem impedir danos ao coração.
Efeitos Colaterais Comuns: Tosse seca (muito comum), erupção cutânea, inchaço rápido dos lábios ou rosto, pressão baixa, tontura.
Nomes Comuns: Captopril (Capoten), Ramipril (Altace), Enalapril (Vasotec), Lisinopril (Prinivil).
Bloqueadores/Inibidores do Receptor da Angiotensina II (BRAs/ARBs):
Ação: Abrem os vasos sanguíneos.
Prescrição Comum: Pessoas com pressão alta, insuficiência cardíaca, especialmente aqueles que não podem tomar inibidores de ECA devido a efeitos colaterais (ex: tosse seca).
Benefícios: Diminuem a pressão sanguínea, permitem mais sangue e oxigénio ao coração.
Efeitos Colaterais Comuns: Náusea, pressão baixa, tontura, dor de cabeça.
Nomes Comuns: Losartana (Cozaar), Valsartana (Diovan), Telmisartana (Micardis).
Betabloqueadores:
Ação: Fazem o coração bater mais devagar e com menos força.
Prescrição Comum: Pessoas com taquicardia, pressão alta, insuficiência cardíaca.
Benefícios: Diminuem o batimento cardíaco, diminuem a pressão sanguínea, reduzem o risco de angina ou ataque cardíaco.
Efeitos Colaterais Comuns: Batimentos cardíacos lentos, pressão baixa, tontura, dor de cabeça, piora nos sintomas de asma, sinais de hipoglicemia disfarçados, depressão, distúrbios do sono, disfunção sexual, falta de energia.
Nomes Comuns: Metoprolol (Lopressor), Carvedilol (Coreg), Atenolol (Tenormin).
Bloqueadores do Canal de Cálcio:
Ação: Abrem os vasos sanguíneos; alguns também diminuem o batimento cardíaco.
Prescrição Comum: Pessoas com pressão alta, arritmia.
Benefícios: Diminuem a pressão sanguínea, permitem mais sangue e oxigénio ao coração, reduzem a quantidade de oxigénio necessária ao coração, controlam batimentos irregulares, reduzem a angina.
Efeitos Colaterais Comuns: Dor de cabeça, inchaço (edema de tornozelo), náusea, rosto vermelho, tontura, prisão de ventre.
Nomes Comuns: Anlodipino (Norvasc), Diltiazem (Cardizem), Verapamil (Calan).
Diuréticos ("Pílulas de Água"):
Ação: Ajudam o corpo a eliminar o excesso de líquidos.
Prescrição Comum: Pessoas com pressão alta, insuficiência cardíaca.
Benefícios: Diminuem a pressão sanguínea, ajudam a controlar a insuficiência cardíaca, reduzem o excesso de líquido nos pulmões, pernas e tornozelos, reduzem o esforço do coração.
Efeitos Colaterais Comuns: Pressão baixa, problemas nos rins, quantidade reduzida de potássio, magnésio e sódio (desequilíbrio eletrolítico).
Nomes Comuns: Furosemida (Lasix), Hidroclorotiazida (HCTZ), Espironolactona (Aldactone).
Observação: Causam micção mais frequente; tomar pela manhã para evitar interrupção do sono.
Nitratos:
Ação: Abrem os vasos sanguíneos.
Prescrição Comum: Pessoas com angina, insuficiência cardíaca.
Benefícios: Permitem mais sangue e oxigénio ao coração, reduzem o esforço do coração, ajudam a aliviar a angina.
Efeitos Colaterais Comuns: Dor de cabeça, vermelhidão, pressão baixa, desmaio/tontura ao se levantar rapidamente.
Nomes Comuns: Nitroglicerina (sublingual, adesivo, spray), Dinitrato de isossorbida (Isordil).
Agentes Digitálicos:
Ação: Ajudam o coração a bater mais forte e desaceleram o batimento cardíaco.
Prescrição Comum: Pessoas com insuficiência cardíaca não controlada por inibidores de ECA ou diuréticos, pessoas com fibrilação atrial.
Benefícios: Reduzem o excesso de líquido nas mãos e tornozelos, impedem que o coração bata rápido demais.
Efeitos Colaterais Comuns: Perda de apetite, náusea, vômito, dor de cabeça (se a dose for alta demais), batimentos cardíacos irregulares.
Nomes Comuns: Digoxina (Lanoxin).
Agentes Redutores de Colesterol:
Estatinas:
Ação: Impedem que o fígado produza colesterol em excesso.
Benefícios: Diminuem o colesterol LDL (ruim), aumentam o colesterol HDL (bom), diminuem os triglicerídeos.
Efeitos Colaterais Comuns: Dor muscular, fraqueza muscular, problemas no fígado.
Nomes Comuns: Rosuvastatina (Crestor), Atorvastatina (Lipitor), Sinvastatina (Zocor). Observação: Aumento da fraqueza e dor muscular pode ser um efeito colateral raro e grave; procurar médico imediatamente.
Resinas:
Ação: Ligam-se à bile no intestino, forçando o fígado a usar mais colesterol do corpo para produzir mais bile.
Nomes Comuns: Colestiramina (Questran).
Ácido Nicotínico (Niacina):
Ação: Diminui a produção de colesterol LDL (ruim) e aumenta o HDL (bom) pelo fígado.
Efeitos Colaterais Comuns: Vermelhidão, coceira, formigamento.
Nomes Comuns: Niaspan (Niacor).
Observação: É uma vitamina B, mas doses terapêuticas maiores exigem prescrição.
Fibratos:
Ação: Impedem o fígado de produzir certos tipos de colesterol e diminuem os triglicerídeos.
Nomes Comuns: Fenofibrato (Lipidil), Genfibrozila (Lopid).
Observação: Semelhante às estatinas, dor e fraqueza muscular podem ser um sinal de efeito colateral grave.
Terapia Combinada: Um medicamento que contém duas classes de medicamentos cardíacos. Exemplos incluem Benicar (Losartana + Hidroclorotiazida), Adalat XLPlus (Nifedipina + AAS), Caduet (Anlodipino + Atorvastatina).
As cirurgias cardíacas tratam lesões, deformidades e doenças que afetam o coração e o sistema circulatório. Podem ser minimamente invasivas ou abertas.
Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (Ponte de Safena): Uma das mais comuns no Brasil. Cria um desvio nas artérias bloqueadas do coração usando vasos sanguíneos de outras partes do corpo para restaurar o fluxo sanguíneo.
Angioplastia Coronária com Stent: Intervenção menos invasiva, onde um pequeno arame é inserido pelas artérias periféricas para abrir um vaso sanguíneo bloqueado e inserir um stent (pequena malha) para mantê-lo aberto.
Troca Valvar / Reparação de Válvulas: Cirurgias para reparar ou substituir válvulas cardíacas doentes. Implantes valvares percutâneos são um avanço que não exige abertura do tórax.
Ablação Cardíaca: Procedimento para tratar arritmias, onde a fonte elétrica anormal da arritmia é destruída, geralmente com corrente de radiofrequência, usando eletrodos-cateteres. Pode ser uma solução para taquicardia atrial e ventricular refratárias.
Implante de Marca-passo ou Cardio-desfibrilador (CDI): Para ritmos cardíacos lentos (bradicardias) ou bloqueios cardíacos, ou para prevenir eventos em pacientes com taquicardia ventricular.
Transplante de Coração: Em casos de insuficiência cardíaca terminal.
É difícil gerenciar muitos medicamentos. Converse com seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas, especialmente sobre efeitos colaterais.
Perguntas Importantes para Fazer:
Como este medicamento me ajudará?
Quais são os efeitos colaterais?
O que faço se tiver efeitos colaterais?
Como sei se sou alérgico?
Quando devo tomar este medicamento?
É seguro com outros medicamentos?
Preciso mudar minha alimentação?
Como sei se está funcionando?
É um tópico menos comum, mas que pode aparecer como exceção em provas! O coração varia significativamente entre os diferentes filos animais.
Peixes: Geralmente descrito com duas cavidades (uma aurícula e um ventrículo), mas pode ser visto como três ou quatro dependendo da classificação dos compartimentos. O sangue flui do seio venoso para a aurícula, ventrículo, infundíbulo e, em seguida, para as guelras.
Répteis e Anfíbios Adultos: Possuem três cavidades (duas aurículas e um ventrículo). O ventrículo, no entanto, é parcialmente dividido por um septo com aberturas. Apesar disso, há pouca mistura entre as correntes sanguíneas na maioria das espécies. Exceção: Crocodilos têm coração com quatro cavidades distintas.
Aves e Mamíferos: Possuem um coração completamente separado em duas bombas, totalizando quatro cavidades (duas aurículas e dois ventrículos), assim como os humanos. Esta separação garante que as correntes sanguíneas sistêmica e pulmonar sejam totalmente separadas.
Visualização: Use os diagramas e imagens anatômicas fornecidos nas fontes para entender as estruturas e o fluxo sanguíneo.
Mnemônicos: Crie mnemônicos para memorizar as classes de medicamentos, seus efeitos e efeitos colaterais.
Foco em Fisiopatologia: Entenda "o que acontece" quando algo dá errado (ex: aterosclerose leva à isquemia, que pode levar ao infarto). Isso ajuda a correlacionar sintomas e tratamentos.
Questões de Concurso: Priorize a compreensão do ciclo cardíaco, sistema de condução elétrica, principais fatores de risco, classificação de arritmias e mecanismos de ação das classes de medicamentos mais comuns.
Não Abandone a Medicação: É essencial seguir a prescrição médica e discutir quaisquer preocupações ou efeitos indesejáveis apenas com o médico. Nunca pare de tomar um medicamento sem orientação médica.
Este material busca ser o seu guia mais completo e didático para dominar o sistema cardiovascular, preparando você para qualquer desafio, seja na vida acadêmica ou profissional. Mantenha-se atualizado e aprofunde-se nos temas que mais despertam seu interesse.
Questão 1: Qual é a principal função do sistema cardiovascular?
a) Transportar oxigênio para os pulmões
b) Transportar sangue e nutrientes pelo corpo
c) Regular a temperatura corporal
d) Controlar a digestão
Questão 2: Qual é a estrutura principal do coração?
a) Um átrio e um ventrículo
b) Quatro átrios
c) Quatro ventrículos
d) Dois átrios e dois ventrículos
Questão 3: Como o coração é controlado?
a) Pelo sistema nervoso autônomo e hormônios
b) Apenas pelo sistema nervoso central
c) Pelo sistema digestivo
d) Pela respiração
Gabarito:
b) Transportar sangue e nutrientes pelo corpo
d) Dois átrios e dois ventrículos
a) Pelo sistema nervoso autônomo e hormônios