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27/07/2024 • 21 min de leitura
Atualizado em 14/07/2025

Teóricos de destaque - Qualidade

Gurus da Qualidade: A Base Essencial para a Excelência e a Produtividade Empresarial

A busca incessante pela excelência e aprimoramento de produtos e serviços é uma constante no mundo dos negócios. A Qualidade, um conceito que pode parecer abstrato à primeira vista, é definida pela capacidade de um produto ou serviço satisfazer as expectativas de seus consumidores, embora seu significado específico só possa ser mensurado quando relacionado a uma função ou objetivo particular. Mais do que a simples ausência de defeitos ou a conformidade com especificações, a qualidade é uma jornada contínua de melhoria.

Ao longo da história, essa jornada foi impulsionada por mentes brilhantes que revolucionaram a forma como empresas e nações pensam e operam. Esses visionários, conhecidos como os Gurus da Qualidade, estabeleceram as bases para os sistemas de gestão que hoje impulsionam a produtividade, a satisfação do cliente e a competitividade global. Graças a eles, o mundo experimentou saltos de desenvolvimento inimagináveis, reconstruindo países e elevando os níveis de produção em todos os sentidos.

Compreendendo a Gestão da Qualidade Total (GQT)

Antes de mergulharmos nas contribuições individuais dos gurus, é importante entender o contexto da Gestão da Qualidade Total (GQT), também conhecida como Total Quality Management (TQM) ou Controle da Qualidade Total (CQT). A GQT é um modelo de gestão que eleva a consciência de qualidade em todos os processos organizacionais, buscando garantir a satisfação do cliente, promover o trabalho em equipe em toda a organização e reduzir erros. Ela integra efetivamente o trabalho de pessoas, equipamentos e informações, pois a qualidade total só é alcançada se presente em todas as etapas do processo, da matéria-prima ao pós-venda.

Originária do Japão nas décadas de 1980 e 1990 como uma reação à competitividade da indústria japonesa, a GQT incorporou e reinterpretou diversas teorias e ferramentas existentes. Ela transformou a qualidade de uma simples forma de prevenir defeitos em uma estratégia para agregar valor aos produtos, diferenciar-se da concorrência e manter-se à frente do mercado. Os benefícios de sua aplicação incluem a redução de custos pela diminuição de erros, otimização de recursos, redução do tempo de produção e aumento da satisfação dos trabalhadores, o que, em última instância, eleva os lucros.

Os princípios básicos da qualidade total são:

  • Produzir bens ou serviços que atendam concretamente às necessidades dos clientes.

  • Garantir a sobrevivência da empresa através de lucros contínuos, dominando a qualidade.

  • Identificar e solucionar o problema mais crítico com a mais alta prioridade (Princípio de Pareto).

  • Falar, raciocinar e decidir com base em dados e fatos.

  • Administrar a empresa ao longo do processo, e não apenas por resultados.

  • Reduzir metodicamente as dispersões (variações) isolando as causas fundamentais.

  • O cliente é o "Rei" – servindo-o apenas com produtos de qualidade.

  • A prevenção deve ser aplicada o mais cedo possível no processo.

Com essa base, vamos aos mestres que construíram esse legado.

Os 6 Gurus da Qualidade que Revolucionaram a História

Não é necessário definir qual guru é mais importante, pois todos contribuíram significativamente para o fantástico universo da Qualidade. Aqui, eles serão apresentados em uma ordem didática que segue a evolução histórica e conceitual da qualidade.

1. Walter Shewhart (1891-1967): O Pioneiro do Controle Estatístico

Walter Andrew Shewhart, nascido em março de 1891, é reconhecido como um dos pioneiros no mundo da qualidade e o "pai do controle estatístico de qualidade". Suas contribuições foram fundamentais para a introdução de métodos científicos na gestão da produção e da qualidade.

Principais Contribuições:

  • Desenvolvimento da Ferramenta Base para o PDCA: Shewhart foi o responsável por desenvolver a ferramenta fundamental que mais tarde daria origem ao Ciclo PDCA.

  • Controle Estatístico de Processos (CEP): Ele desenvolveu o CEP, uma ferramenta que ainda hoje é amplamente utilizada em programas de monitoramento de processos e no estímulo à melhoria contínua. O CEP permite às empresas monitorar e controlar seus processos de produção, identificando variações e garantindo que os produtos estejam dentro das especificações desejadas. A implementação do CEP, por exemplo, pode levar a resultados animadores, com operadores se familiarizando com a análise de dados e melhorando significativamente os resultados, como visto em estudos de caso onde a capacidade do processo (Cp) aumentou.

Shewhart estabeleceu as bases para a compreensão e controle da variabilidade, um conceito crucial para a qualidade.

2. William Edwards Deming (1900-1993): O Difusor da Qualidade e Mentor do Japão

William Edwards Deming, nascido em 1900, é talvez o mais famoso dos Gurus da Qualidade. Sua influência foi monumental, especialmente na reconstrução do Japão pós 2ª Guerra Mundial, sendo considerado um dos agentes diretos do sucesso de produção do país. Embora suas ideias tenham sido fundamentais para a melhoria da produção norte-americana durante a Segunda Guerra Mundial, Deming só ganhou amplo reconhecimento nos EUA após sua morte, enquanto no Japão era visto como um herói.

Deming definia qualidade como "tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente". Ele defendia que as especificações de qualidade devem ser alteradas frequentemente, pois as exigências e necessidades dos consumidores estão em permanente mudança.

Principais Contribuições:

  • Difusão do Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act): Embora Shewhart tenha desenvolvido a base, Deming foi responsável pela ampla difusão do PDCA, que se tornou uma das ferramentas mais utilizadas no mundo para promover a melhoria contínua. O PDCA é um método consagrado de gestão empresarial, gestão da qualidade e solução de problemas. Ele estabelece que qualquer mudança em um sistema ou processo deve passar por quatro passos essenciais:

    • P – Planejar (Plan): Identificar e analisar o problema, seja ele "bom" ou "ruim", e montar um plano de ação para solucioná-lo. Significa atacar as causas fundamentais e definir as mudanças necessárias para atingir os resultados desejados. O líder deve ser o "dono" da mudança, estimulando o envolvimento da equipe desde o planejamento, utilizando ferramentas como brainstorming e o Diagrama de Ishikawa, e construindo o plano com ferramentas como o 5W2H para maior motivação e adesão.

    • D – Fazer (Do): Executar o plano de mudança. Recomenda-se executar algumas mudanças em caráter experimental (um "piloto") em grupos reduzidos, mantendo a equipe informada. Se o piloto alcançar o resultado desejado, a mudança integral é implementada. O líder deve estar atento ao processo de mudança da equipe, tratando questões como procrastinação, medo ou interesses próprios.

    • C – Avaliar (Check/Study): Avaliar o impacto ou o resultado da mudança efetuada. O líder deve sempre verificar se os resultados pretendidos foram atingidos. Se o plano de mudança não deu certo, o problema deve ser reanalisado com a equipe para a construção de um novo plano.

    • A – Agir (Act): Quando os resultados do plano de mudança são alcançados, é hora de estabelecer e padronizar o "novo normal", incorporando as mudanças nos processos ou sistemas para evitar que os problemas reapareçam. O líder deve promover a capacitação das pessoas para que as mudanças sejam adotadas com sucesso, recapitular o processo em formato de treinamento e otimizar trabalhos futuros. O PDCA promove resultados em paralelo com a busca constante por conhecimento.

  • Os 14 Pontos para a Gestão de Deming (Altamente Cobrado em Concursos!): Deming propôs diversos princípios de gestão que, até hoje, são consideradas importantes diretrizes organizacionais. Seus 14 pontos descrevem o caminho para a qualidade total, que deve ser continuamente aperfeiçoado. Eles representam a essência de sua filosofia, focada na constância de propósitos, liderança, conhecimento, e melhoria contínua.

    1. Criar uma constância de propósitos de aperfeiçoamento do produto e do serviço: Tornar produtos e serviços competitivos, perpetuá-los no mercado e gerar empregos.

    2. Adotar a nova filosofia: Reconhecer que vivemos em uma nova era econômica e que a administração ocidental deve assumir a liderança na transformação.

    3. Acabar com a dependência de inspeção para a obtenção da qualidade: Eliminar a necessidade da inspeção em massa, priorizando a internalização da qualidade do produto desde o início.

    4. Acabar com a prática do negócio compensador baseado apenas no preço: Minimizar o custo total. Insistir em um único fornecedor para cada item, desenvolvendo relacionamentos duradouros baseados na qualidade e confiança.

    5. Aperfeiçoar constante e continuamente todo o processo de planejamento, produção e serviço: Aumentar a qualidade e a produtividade, e consequentemente, reduzir os custos.

    6. Fornecer treinamento no local de trabalho: Capacitar os colaboradores para que possam desempenhar suas funções com qualidade.

    7. Adotar e estabelecer liderança: O objetivo da liderança é ajudar as pessoas a realizar um trabalho melhor, exigindo uma reformulação da liderança empresarial.

    8. Eliminar o medo: Criar um ambiente onde os colaboradores não tenham receio de apontar problemas ou propor melhorias.

    9. Quebrar barreiras entre departamentos: Promover o trabalho em equipe entre todos os setores (pesquisa, projetos, vendas, compras, produção) para antecipar problemas.

    10. Eliminar slogans, exortações e metas dirigidas aos empregados: Evitar métodos que buscam motivar sem resolver as causas sistêmicas dos problemas.

    11. Eliminar padrões artificiais (cotas numéricas) para o chão de fábrica, a administração por objetivos (APO) e a administração através de números e metas numéricas: Focar na qualidade, não apenas em números que podem distorcer o comportamento.

    12. Remover barreiras que despojem as pessoas de orgulho no trabalho: A atenção dos supervisores deve se voltar para a qualidade, e não para números. Abolir avaliações de desempenho ou de mérito que tiram o orgulho do trabalho.

    13. Estabelecer um programa rigoroso de educação e autoaperfeiçoamento para todo o pessoal: Promover o aprendizado contínuo para todos os níveis da empresa.

    14. Colocar toda a empresa para trabalhar de modo a realizar a transformação: A transformação da qualidade é uma tarefa de todos.

Deming criticou fortemente o sistema empresarial norte-americano por não adotar a participação dos trabalhadores no processo de decisão, argumentando que a maior parte dos problemas de qualidade eram de responsabilidade dos gestores, cujo principal papel era remover as barreiras para um bom trabalho. Ele enfatizava o uso de instrumentos de controle estatístico de qualidade em vez da mera inspeção, e a seleção criteriosa de fornecedores.

3. Joseph Moses Juran (1904-2008): O Evangelista da Qualidade e da Trilogia

Joseph Moses Juran, nascido em 1904, foi outro influente estudioso a atuar na reconstrução do Japão pós-guerra, juntamente com Deming. Juran é lembrado como um "evangelista da qualidade" por seus vários livros influentes sobre o assunto. Ele lecionou sobre gestão de qualidade para executivos japoneses em 1954, uma ideia que não havia sido bem aceita nos EUA até então.

Juran definia qualidade como "a ausência de deficiências".

Principais Contribuições:

  • Trilogia Juran (Altamente Cobrado em Concursos!): Juran desenvolveu sua própria técnica de incentivo à melhoria contínua, conhecida como a Trilogia Juran, composta por:

    • Planejamento da Qualidade: Identificar os clientes, suas necessidades e projetar características do produto/serviço para atendê-las.

    • Controle da Qualidade: Monitorar o desempenho real, comparar com as metas de qualidade e agir sobre as diferenças.

    • Melhoria da Qualidade (Aperfeiçoamento): Melhorar a qualidade para níveis sem precedentes (o "avanço" da qualidade).

  • Adaptação do Princípio de Pareto para Uso Empresarial (Altamente Cobrado em Concursos!): Uma contribuição muito importante e utilizada de Juran foi a adaptação e difusão do Princípio de Pareto (ou Regra 80/20) para uso organizacional. Ele foi responsável pela elaboração e difusão do Gráfico de Pareto, que ajuda profissionais na priorização de atividades, tarefas e projetos, focando nos "poucos vitais" que causam a maioria dos problemas.

  • Qualidade é a Adequação ao Uso: Juran popularizou a ideia de que a qualidade deve ser vista como "adequação ao uso", o que implica que um produto ou serviço deve ser capaz de atender às necessidades de seus usuários para ser considerado de qualidade.

4. Kaoru Ishikawa (1915-1989): O Pai da Cultura da Qualidade e do Diagrama de Causa e Efeito

Kaoru Ishikawa, nascido em Tóquio em 1915, é considerado por muitos, junto com Deming e Juran, um dos 3 Gurus da Qualidade mais importantes de todos os tempos. Formado em engenharia Química, Ishikawa foi professor universitário e membro da União Japonesa de Cientistas e Engenheiros (JUSE). Em sua homenagem, a American Society for Quality (ASQ) criou a Medalha de Ishikawa em 1993, concedida por liderança excepcional na melhoria dos aspectos humanos da qualidade.

Ishikawa visionou uma mudança na maneira como as pessoas pensavam sobre o trabalho, desafiando gestores a sempre levarem a qualidade um passo à frente, em vez de se contentarem em apenas melhorar um produto. Sua definição de qualidade é "desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto que é mais econômico, mais útil e sempre satisfatório para o consumidor".

Principais Contribuições (Altamente Cobrado em Concursos!):

  • Difusão dos Círculos da Qualidade (CCQs): Ishikawa foi um dos principais disseminadores dos Círculos de Qualidade, um conceito criado por ele em conjunto com outros membros da JUSE. Os CCQs são reuniões de grupos de colaboradores de um mesmo setor para discutir maneiras de melhorar a qualidade ou resolver problemas do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).

  • Criação do Diagrama de Causa e Efeito (Altamente Cobrado em Concursos!): Conhecido também como Diagrama de Ishikawa, Diagrama Espinha de Peixe ou Diagrama dos 6M, esta é a contribuição mais famosa de Ishikawa para a Qualidade. Sua repercussão se deu porque a ferramenta foi desenvolvida para ser utilizada por qualquer pessoa, dispensando a obrigatoriedade de um especialista, o que permitiu que colaboradores comuns atuassem na qualidade das empresas. É uma ferramenta versátil para promover a melhoria de processos, resolver problemas, encontrar causas-raízes e analisar processos. Os 6Ms geralmente se referem a:

    • Método

    • Máquina

    • Mão de Obra

    • Materiais

    • Medição

    • Meio Ambiente

  • Organização e Divulgação das 7 Ferramentas da Qualidade (Altamente Cobrado em Concursos!): Embora já fossem conhecidas, Ishikawa reuniu e indicou as ferramentas mais adequadas à realidade das empresas, criando um conjunto que, segundo ele, poderia resolver até 95% dos problemas existentes. Assim como o Diagrama de Causa e Efeito, ele se preocupou em indicar ferramentas que pudessem ser utilizadas por qualquer trabalhador, propiciando o aperfeiçoamento do Controle de Qualidade nas empresas. As 7 Ferramentas da Qualidade são:

    1. Diagrama de Causa e Efeito (ou Diagrama de Ishikawa)

    2. Folhas de Verificação (Check Sheets)

    3. Gráficos de Controle (Control Charts)

    4. Histogramas

    5. Diagramas de Dispersão (Scatter Diagrams)

    6. Gráficos de Pareto

    7. Fluxogramas (Flowcharts)

  • Revolução do Pensamento e Filosofia da Qualidade: A maior contribuição de Ishikawa foi a disseminação da Filosofia da Qualidade, que ele chamava de "Revolução do Pensamento", e que hoje atribuímos o nome de Cultura da Qualidade. Antes dele, a qualidade japonesa se resumia a aplicar técnicas americanas, mas com a nova Cultura da Qualidade, o Japão alcançou patamares de qualidade superiores, competindo de igual para igual no mercado internacional. Ishikawa lutou para conscientizar pessoas e organizações sobre a importância da qualidade para o desenvolvimento econômico, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento da Qualidade no Japão e no mundo.

5. Armand Vallin Feigenbaum (1922-2014): O Defensor do Controle da Qualidade Total

Armand Vallin Feigenbaum, nascido em Nova York em 1922, foi um Mestre e Doutor pelo MIT e diretor de operações industriais da General Electric. Ele é um grande defensor do Controle da Qualidade Total (CQT ou TQC).

Feigenbaum definia qualidade como "a correção dos problemas e de suas causas ao longo de toda a série de fatores relacionados com marketing, projetos, engenharia, produção e manutenção, que exercem influência sobre a satisfação do usuário". Sua visão sistêmica da qualidade é evidente em sua definição, onde um sistema é uma configuração de trabalho com interação de atividades humanas, máquinas e informações, orientadas para um objetivo comum de satisfação do cliente com qualidade e custos econômicos.

Principais Contribuições (Altamente Cobrado em Concursos!):

  • Controle da Qualidade Total (TQC): Feigenbaum pregava que a Qualidade era responsabilidade de todos na organização, algo que nem sempre foi visto dessa maneira e que marcou sua carreira, contribuindo para uma mudança na mentalidade da qualidade mundial. Para ele, o TQC abrange não apenas as atividades da função de controle de qualidade, mas principalmente as atividades multifuncionais e mutuamente dependentes em toda a organização. O TQC deve começar com a identificação das exigências do consumidor e terminar apenas quando o produto em uso satisfaz essas exigências. A responsabilidade pela qualidade recai sobre todos os que contribuem para a qualidade dos itens e produtos, desde o engenheiro de projetos até o pessoal de assistência técnica.

  • A "Planta Oculta" (Hidden Plant): Feigenbaum atuou fortemente no debate sobre custos da qualidade. Ele desenvolveu o conceito da Planta Oculta, que mostrava o quanto certos desperdícios (custos desnecessários) podiam afetar o resultado final da empresa. Isso significa que a ineficiência e os erros não apenas resultam em retrabalho, mas também em um "custo da não-qualidade" que pode ser substancial, como visto na redução de sucata e materiais não conformes após a implantação do TQC.

  • 9 M's da Qualidade (Fatores que Influenciam a Qualidade): Feigenbaum considerava que a qualidade de produtos e serviços é diretamente influenciada por nove áreas básicas, conhecidas como os "9 M's":

    1. Mercados (Markets): A expansão de produtos novos e aperfeiçoados, e a exigência crescente dos consumidores por melhor qualidade e variedade, tornam essencial o conhecimento do mercado e a flexibilidade.

    2. Capital (Money): A competição e as flutuações econômicas reduzem as margens de lucro, e perdas por retrabalho e refugo tornam-se críticas, focando a atenção na área de custo da qualidade para melhorar lucros.

    3. Gerenciamento (Management): A responsabilidade pela qualidade deve ser distribuída entre diversos grupos durante todo o ciclo produtivo, com a alta gerência decidindo os programas e obtendo o comprometimento de todos.

    4. Pessoas (Man): O crescimento do conhecimento técnico e novas técnicas de organização do trabalho exigem profissionais mais qualificados. A gerência deve administrar as condições para a composição de sua mão de obra através de treinamentos e políticas de recrutamento.

    5. Motivação (Motivation): Funcionários exigem realização e reconhecimento, o que requer um sistema de comunicação e comprometimento com aspectos qualitativos.

    6. Materiais (Materials): As especificações de materiais tornaram-se mais restritas e diversas devido aos custos e exigências de qualidade, exigindo equipamentos especializados e parcerias com fornecedores.

    7. Máquinas e Mecanização (Machines and Mechanization): A crescente mecanização e automação tornam a qualidade resultante mais crítica, com a manutenção e uso correto de equipamentos sendo fundamentais.

    8. Métodos Modernos de Informação (Modern Information Methods): A tecnologia do computador permite acesso a informações úteis e oportunas para decisões, e informações transmitidas aos funcionários desempenham um papel importante na melhoria e manutenção de programas de qualidade.

    9. Exigências na Montagem dos Produtos (Mounting Product Requirements): A complexidade dos projetos de engenharia exige controle mais estrito sobre os processos industriais, com fatores antes ignorados, como poeira ou vibração, ganhando importância potencial.

A implantação do TQC, como em um caso de estudo em uma indústria de pneus, envolveu a definição de subsistemas de qualidade, procedimentos documentados, treinamentos intensivos e avaliações de desempenho. O treinamento, antes visto como custo, tornou-se um investimento que melhorou o relacionamento chefia/subordinado, o clima organizacional e reduziu faltas.

6. Philip Crosby (1926-2001): O Apóstolo da Qualidade como Conformidade

Philip Crosby, nascido em 1926, foi autor de diversos livros e iniciou sua carreira como inspetor de linha de montagem antes de se tornar vice-presidente corporativo. Ele fundou sua própria empresa de consultoria e publicou best-sellers internacionais traduzidos para 15 idiomas.

Crosby foi um dos primeiros a definir qualidade como "o cumprimento de requisitos pré-estabelecidos" ou "conformidade do produto às suas especificações". Essa definição foi primordial para os rumos que a qualidade tem tomado.

Principais Contribuições (Altamente Cobrado em Concursos!):

  • "Defeito Zero" (Zero Defects): Crosby foi um forte defensor do conceito de Defeito Zero. Ele promovia a ideia de "Fazer certo na primeira vez" ("Do it right the first time!"). Para Crosby, se um produto atende aos requisitos, ele é de qualidade, e a meta deve ser produzi-lo sem defeitos desde o início, evitando retrabalho e desperdícios.

  • Custo da Não Qualidade: Ele falou muito sobre o Custo da Não Qualidade, que inclui todos os custos associados a falhas, retrabalho, inspeção e outras atividades que não agregam valor e que são necessárias porque o trabalho não foi feito corretamente na primeira vez.

  • Os 4 Absolutos de Crosby (Síntese da Obra): Uma síntese de sua obra que ajuda a definir a Qualidade como um todo:

    1. Qualidade é conformidade com os requisitos: Não é bondade, beleza ou luxo; é atender ao que foi especificado.

    2. O sistema de qualidade é a prevenção: É mais eficaz prevenir defeitos do que inspecioná-los e corrigi-los depois.

    3. O padrão de desempenho é "Defeito Zero": A meta deve ser não cometer erros, e não um nível aceitável de erros.

    4. A medição da qualidade é o Custo da Não Qualidade: É a forma de quantificar os impactos financeiros da falta de qualidade.

Outros Teóricos Relevantes para a Qualidade

Embora a lista de "6 Gurus" seja comum, é importante mencionar outros nomes que também deixaram um impacto significativo.

Genichi Taguchi (1924-1998): O Engenheiro da Qualidade e da Robustez

Genichi Taguchi, nascido em 1924 no Japão, tornou-se um dos principais especialistas em engenharia de qualidade do século XX. Ele iniciou sua jornada como engenheiro elétrico e estatístico, com forte influência de William Edwards Deming.

A filosofia de Taguchi é enraizada em sua crença de que a qualidade deve ser projetada nos produtos e processos desde o início, em vez de depender apenas de inspeções finais. Ele argumentava que, ao considerar a variação desde o estágio de design, as empresas poderiam economizar recursos e evitar problemas dispendiosos.

Principais Contribuições:

  • Metodologia Taguchi: Enfatiza a otimização do desempenho do produto ou processo, mesmo diante de variações naturais. Sua abordagem considera a robustez, ou seja, a capacidade de um produto ou processo de funcionar consistentemente, independentemente das variações nas condições de produção ou uso.

  • O Experimento Taguchi (Projeto de Experimento Taguchi): Este método permite às empresas avaliar e otimizar sistematicamente seus processos e produtos com eficiência. Envolve a identificação e avaliação de variáveis críticas que afetam um processo ou produto, e a realização de experimentos controlados para determinar as configurações ideais, visando minimizar a sensibilidade do desempenho às variações.

  • Redução de Variação e Economia de Custos: Seu trabalho ajudou a reduzir a variação nos processos de fabricação, resultando em produtos mais consistentes e de alta qualidade. Ao evitar retrabalho e garantir a conformidade desde o início, as empresas economizaram significativamente em custos de qualidade.

  • Função Perda de Qualidade: Taguchi introduziu o conceito de que a perda de qualidade não ocorre apenas quando um produto está fora das especificações, mas também quando ele se desvia do valor-alvo ideal, mesmo que ainda esteja dentro dos limites de tolerância. Essa "perda" representa um custo para a sociedade.

O trabalho de Taguchi lhe rendeu a Medalha Deming em 1960, e o Prêmio Taguchi foi estabelecido em sua homenagem, reconhecendo realizações notáveis na aplicação de suas técnicas.

Vicente Falconi (1940-2024): O Principal Propagador do PDCA no Brasil

Embora não listado como um dos "6 Gurus da Qualidade" originais de influência global nos moldes dos teóricos americanos e japoneses, Vicente Falconi é uma figura de extrema importância no contexto da qualidade no Brasil.

Principal Contribuição:

  • Propagação do Ciclo PDCA no Brasil: Falconi é amplamente conhecido como um dos maiores propagadores do método PDCA no Brasil. Ele defendia que "gestão é solução de problemas para atingir objetivos", tornando o PDCA facilmente aplicável como um método de gestão da mudança. Sua atuação foi fundamental para disseminar a cultura de gestão por resultados e a aplicação de ferramentas da qualidade em empresas brasileiras.

A Importância e o Legado Contínuo dos Gurus da Qualidade (Relevância para Concursos)

A contribuição coletiva desses Gurus da Qualidade criou um ciclo de melhoria e desenvolvimento que mudou a história da humanidade. Suas teorias não são apenas marcos históricos, mas ferramentas e filosofias que continuam a ser aplicadas e aperfeiçoadas em empresas de todos os portes e setores.

Para concursos públicos e provas de certificação, é crucial não apenas memorizar os nomes e suas principais contribuições, mas também compreender a aplicação prática de seus conceitos. Tópicos como:

  • Os 14 Pontos de Deming.

  • O Ciclo PDCA (suas fases e o papel de Deming e Shewhart).

  • A Trilogia Juran.

  • O Gráfico de Pareto.

  • O Diagrama de Ishikawa (Causa e Efeito ou Espinha de Peixe).

  • As 7 Ferramentas da Qualidade (e quais são elas).

  • O conceito de Controle da Qualidade Total (TQC) de Feigenbaum.

  • A "Planta Oculta" e os 9 M's de Feigenbaum.

  • O "Defeito Zero" e os 4 Absolutos de Crosby.

  • A qualidade como responsabilidade de todos (Feigenbaum).

  • A importância da prevenção.

  • A visão do treinamento como investimento.

  • As definições de qualidade de cada guru.

Esses são pontos de estudo obrigatórios, pois demonstram a evolução do pensamento da qualidade de uma abordagem puramente de inspeção para uma visão sistêmica e preventiva. A capacidade de interligar esses conceitos e entender como eles se complementam é um diferencial significativo.

O legado dos Gurus da Qualidade nos convida a continuar o trabalho, buscando incessantemente a excelência na empresa e na vida. A qualidade verdadeira é uma busca interminável, e compreender esses pilares é o primeiro passo para contribuir para essa contínua evolução.

Questões de Múltipla Escolha

  1. Qual é a famosa definição de qualidade de Armand Feigenbaum?
    a) A ausência de deficiências
    b) A conformidade do produto às suas especificações
    c) A correção dos problemas e de suas causas ao longo de todos os fatores
    d) Tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente
    e) Desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto que é mais econômico, mais útil e sempre satisfatório para o consumidor

  2. Qual foi a principal contribuição de Kaoru Ishikawa para a qualidade?
    a) Criação do ciclo PDCA
    b) Desenvolvimento dos 14 pontos de Deming
    c) Desenvolvimento dos círculos de qualidade e do Diagrama de Ishikawa
    d) Promoção do conceito de zero defeitos
    e) Introdução do conceito de Trilogia da Qualidade

  3. Qual teórico é conhecido por sua definição de qualidade como "a conformidade do produto às suas especificações"?
    a) Armand Feigenbaum
    b) Joseph Juran
    c) Kaoru Ishikawa
    d) Philip Crosby
    e) William Edwards Deming

Gabarito

  1. c) A correção dos problemas e de suas causas ao longo de todos os fatores

  2. c) Desenvolvimento dos círculos de qualidade e do Diagrama de Ishikawa

  3. d) Philip Crosby