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19/07/2024 • 19 min de leitura
Atualizado em 21/07/2025

Trema

Novo Acordo Ortográfico – Entenda o Trema, Acentuação e Hífen Sem Complicações

A língua portuguesa é um dos idiomas mais falados no mundo, e sua riqueza e complexidade são constantemente aprimoradas. Em 1990, um passo fundamental foi dado para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional: a aprovação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990). Este acordo foi resultado de um aprofundado debate entre os países signatários, buscando unificar as regras do idioma para melhorar o intercâmbio e a compreensão entre os povos que o utilizam.

Originalmente, o Acordo Ortográfico deveria entrar em vigor em 1º de janeiro de 1994, após o depósito dos instrumentos de ratificação de todos os Estados junto ao Governo da República Portuguesa. No entanto, devido ao fato de que, até 1998, o Acordo ainda não havia sido ratificado por todas as partes contratantes, um Protocolo Modificativo alterou as datas, estabelecendo que a entrada em vigor ocorreria após depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados. Os países signatários incluem a República Popular de Angola, a República Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República da Guiné-Bissau, a República de Moçambique, a República Portuguesa e a República Democrática de São Tomé e Príncipe. Timor-Leste também foi incluído no objetivo de unificação.

No Brasil, a obrigatoriedade do Novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em 1º de janeiro de 2016, após um período de transição que se estendeu até 31 de dezembro de 2015.


1. O Fim do Trema: Simples e Direto (O Mais Fácil de Entender)

O trema (¨) era um sinal diacrítico usado para indicar que a vogal "u" deveria ser pronunciada nas sequências "gue", "gui", "que" e "qui". Ele avisava que, mesmo dentro desses grupos, o "u" não era mudo. Por exemplo, em "aguentar" e "linguiça", o "u" era pronunciado, e por isso recebiam trema ("agüentar", "lingüiça"). Já em palavras como "guerra" ou "queijo", o "u" não era pronunciado, então não recebiam trema.

A principal mudança trazida pelo Novo Acordo Ortográfico é a quase total supressão do trema. Isso significa que a maioria das palavras em português que antes o usavam, agora não o utilizam mais.

Exemplos de palavras que perderam o trema:

  • aguentar (antes agüentar)

  • ambiguidade (antes ambigüidade)

  • bilíngue (antes bilíngüe)

  • cinquenta (antes cinqüenta)

  • consequência (antes conseqüência)

  • delinquente (antes delinqüente)

  • elocuente (antes eloqüente)

  • freguência (antes freqüência)

  • linguiça (antes lingüiça)

  • pinguim (antes pingüim)

  • sequestro (antes seqüestro)

  • tranquilo (antes tranqüilo)

Ponto Crucial para Concursos: A Pronúncia Não Mudou! É de extrema importância ressaltar que a supressão do trema afeta apenas a grafia, não a pronúncia. As palavras continuam a ser pronunciadas da mesma forma que antes. Por exemplo, "aguentar" ainda se pronuncia com o "u" audível, mesmo sem os dois pontinhos. Isso é uma questão de fonética e não de grafia.

As Únicas Exceções: Quando o Trema Continua (Muito Cobrado!) O trema foi quase completamente abolido, mas há situações específicas em que ele ainda é mantido:

  • Em nomes próprios de origem estrangeira e seus derivados.

    • Exemplos: Hübner, mülleriano (de Müller), Schröder, Bündchen, Thomas Müller.

  • Para ressalva de direitos, cada um poderá manter a escrita que, por costume ou registro legal, adote na assinatura do seu nome.

  • Com o mesmo fim, pode-se manter a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades, marcas e títulos que estejam inscritos em registro público.

Por Que o Trema Foi Abolido? (Contexto para Entender Melhor) A abolição do trema se deu principalmente por uma questão de padronização. Portugal já havia abandonado o trema em 1945, e o Brasil era o único país lusófono que ainda o utilizava com frequência. Com o Acordo Ortográfico, a maioria se impôs, e foi considerado mais fácil para o Brasil parar de usar o "ü" do que para os outros países se acostumarem com ele.

Apesar da padronização, a abolição do trema gerou debates entre linguistas, que argumentavam que o sinal era útil, especialmente para a pronúncia de palavras desconhecidas. Ele auxiliava na leitura, indicando quando o "u" deveria ser pronunciado, o que era particularmente útil para estrangeiros ou em palavras que se conhecem apenas pela escrita. No entanto, para quem já conhece a pronúncia, o sinal era considerado desnecessário.


2. Acentuação Gráfica: As Mudanças Essenciais (Intermediário)

As regras de acentuação sofreram modificações significativas, visando simplificar e unificar a escrita. Vamos focar nas principais alterações e nas regras que permanecem.

2.1. Acento Agudo: O Que Mudou e o Que Fica

O acento agudo marca vogais tônicas abertas. Embora muitas regras de acentuação permaneçam as mesmas (como acentuação de oxítonas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s)), algumas importantes foram alteradas.

Onde o Acento Agudo Desapareceu:

  • Ditongos Abertos "EI" e "OI" em Palavras Paroxítonas:

    • Esta é uma das mudanças mais notáveis. Os ditongos abertos grafados "ei" e "oi" na sílaba tônica de palavras paroxítonas não são mais acentuados. Isso acontece porque existe uma oscilação de timbre (entre fechado e aberto) na articulação desses ditongos em muitas pronúncias.

    • Exemplos:

      • assembleia (antes assembléia)

      • boleia (antes boléia)

      • ideia (antes idéia)

      • heroico (antes heróico)

      • alcaloide (antes alcalóide)

      • joia (antes jóia) – Não está explicitamente na fonte 42 ou 98, mas é um exemplo comum desta regra por inferência, se enquadra na mesma lógica de "ideia".

      • jiboia (antes jibóia)

      • paranoico (antes paranóico)

  • Vogais Tônicas "I" e "U" em Hiato, Precedidas de Ditongo em Palavras Paroxítonas:

    • O acento agudo é suprimido nas vogais tônicas "i" e "u" de palavras paroxítonas quando elas são precedidas de um ditongo.

    • Exemplos:

      • feiura (antes feiúra)

      • baiuca (antes baiúca)

      • boiuno (antes boiúno)

      • saiinha (de saia) (antes saiínha)

Onde o Acento Agudo Permanece (Revisão Importante):

  • Ditongos Abertos "ÉI", "ÉU", "ÓI" em Palavras Oxítonas e Monossílabas Tônicas:

    • A regra de abolição acima não se aplica a palavras oxítonas ou monossílabas tônicas. Nesses casos, o acento agudo é mantido.

    • Exemplos:

      • anéis, batéis, fiéis, papéis

      • céu(s), chapéu(s), ilhéu(s), véu(s)

      • corrói (de corroer), herói(s), remói (de remoer), sóis

  • Vogais Tônicas "I" e "U" que Formam Hiato (Geral):

    • As vogais tônicas "i" e "u" ainda são acentuadas quando formam hiato com a vogal anterior e estão sozinhas na sílaba ou seguidas de "s".

    • Exemplos: baú, baús, saída, país, cafeína, egoísmo, juízes, ruína.

  • Vogais Tônicas "I" e "U" Precedidas de Ditongo em Oxítonas:

    • Se as vogais tônicas "i" e "u" são precedidas de ditongo, mas pertencem a palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de "s", elas levam acento agudo.

    • Exemplos: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús. (Note: se a consoante final for diferente de "s", não leva acento, como em "cauim").

2.2. Acento Circunflexo: As Novas Regras

O acento circunflexo marca vogais tônicas fechadas. As mudanças aqui visam eliminar acentos em hiatos específicos.

Onde o Acento Circunflexo Desapareceu:

  • Duplo "E" (EE) em Verbos na 3ª Pessoa do Plural do Presente do Indicativo ou Conjuntivo:

    • O acento circunflexo é suprimido na primeira vogal "e" de verbos como "crer", "ler", "ver" e "dar" na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo.

    • Exemplos:

      • creem (antes crêem)

      • deem (antes dêem)

      • leem (antes lêem)

      • veem (antes vêem)

      • descreem (antes descrêem)

      • preveem (antes prevêem)

  • Duplo "O" (OO) em Palavras Terminadas em Hiato:

    • O acento circunflexo também desaparece na primeira vogal "o" em palavras paroxítonas que contêm a vogal tônica fechada com a grafia "o" em hiato.

    • Exemplos:

      • voo (antes vôo)

      • enjoo (antes enjôo)

      • perdoo (antes perdôo)

      • abençoo (antes abençôo)

      • povoo (de povoar) (antes povôo)

2.3. Acento Diferencial: O Que Fica e o Que Sai (Prioridade para Concursos)

O acento diferencial tinha a função de distinguir palavras homógrafas (escritas iguais) mas com pronúncia e significado diferentes. O Novo Acordo Ortográfico aboliu a maioria dos acentos diferenciais.

Onde o Acento Diferencial Desapareceu:

  • Maioria dos Homógrafos Heterofônicos:

    • Não se usa mais acento gráfico para distinguir palavras oxítonas homógrafas, mas heterofônicas.

    • Exemplos:

      • para (forma verbal de parar) e para (preposição) (antes pára)

      • pelo (substantivo) e pelo (combinação de preposição "per" e artigo "lo") (antes pêlo)

      • pola (substantivo) e pola (combinação de preposição "por" e artigo "la")

      • pelo (forma do verbo pelar)

      • polo (substantivo, jogo, etc.) e polo (combinação antiga de "por" e "lo") (antes pólo)

      • cerca (substantivo, advérbio) e cerca (verbo cercar)

      • acerto (substantivo) e acerto (verbo acertar)

      • acordo (substantivo) e acordo (verbo acordar)

      • fora (verbo ser/ir) e fora (advérbio, interjeição, substantivo)

      • piloto (substantivo) e piloto (verbo pilotar)

As Exceções: Onde o Acento Diferencial Permanece (Absolutamente Essencial para Concursos):

Estas são as palavras que ainda mantêm o acento diferencial para evitar ambiguidades:

  • pôr (verbo) para se distinguir da preposição por.

  • pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para se distinguir de pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo).

  • As formas verbais têm (3ª pessoa do plural do presente do indicativo de "ter") e vêm (3ª pessoa do plural do presente do indicativo de "vir") mantêm o acento circunflexo para se distinguirem de tem (3ª pessoa do singular) e vem (3ª pessoa do singular). Esta regra aplica-se também às formas compostas: abstêm, advêm, contêm, convêm, detêm, intervêm, mantêm, obtêm, provêm, sobrevêm (comparar com abstém, advém, contém, convém, detém, intervém, mantém, obtém, provém, sobrevém).

    • Nota: As antigas grafias "têem", "vêem", "detêem", "intervêem" etc., foram preteridas.

Acentuação Diferencial Facultativa:

Em alguns casos, o acento diferencial tornou-se facultativo:

  • dêmos (1ª pessoa do plural do presente do conjuntivo de "dar") pode ser acentuado para se distinguir de demos (1ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo).

  • fôrma (substantivo, recipiente) pode ser acentuado para se distinguir de forma (substantivo, aspecto; ou flexão do verbo "formar").

  • As formas verbais de pretérito perfeito do indicativo, como amámos ou louvámos, podem facultativamente manter o acento agudo para se distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo (amamos, louvamos), já que o timbre da vogal tônica é aberto em certas variantes do português.


3. O Uso do Hífen: Regras, Exceções e Detalhes (O Mais Complexo)

O uso do hífen é uma das partes do Acordo Ortográfico que mais gera dúvidas, devido à complexidade e ao grande número de regras e exceções. Vamos organizar o conteúdo para facilitar a compreensão.

3.1. Quando o Hífen NÃO Deve Ser Usado (Abolição e Aglutinação)

Esta seção aborda os casos em que o hífen, antes presente, agora desaparece, ou onde a união de elementos ocorre sem ele.

  • Prefixos/Pseudoprefixos Terminados em Vogal + Segundo Elemento Começando com Vogal DIFERENTE:

    • Se o prefixo ou pseudoprefixo (elementos como aero-, auto-, extra-, hidro-, multi-, pluri-) termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente, os elementos se aglutinam (não usam hífen).

    • Exemplos:

      • aeroespacial (antes aero-espacial)

      • autoaprendizagem (antes auto-aprendizagem)

      • autoescola (antes auto-escola)

      • antiaéreo

      • coeducação

      • extraescolar

      • agroindustrial

      • hidroelétrico

      • plurianual

    • Exceção à aglutinação em "co-": embora a regra geral para "co-" seja a aglutinação (coordenar, cooperar), a regra de "prefixo termina em vogal + segundo elemento começa com a mesma vogal" ainda se aplica se o segundo elemento começar com "o", por exemplo, como em "co-ocupante". O Acordo diz que o "co-" aglutina-se em geral, mas a regra específica do prefixo terminado na mesma vogal é mais forte. Para concursos, foque nos exemplos dados na fonte: coocupante, coordenar, cooperação, cooperar. (Minha análise aqui é uma inferência para tentar harmonizar as regras, mas a fonte 69 é clara sobre 'co-' aglutinar em geral, enquanto a fonte 69b usa 'co-herdeiro' e 'co-herdeiro', e 69c usa 'co-organizador' e 'co-ordenar', mas sem hífen para 'co-ordenar', o que mostra que a aglutinação para 'co-' é a regra mais forte, mesmo que a vogal inicial do segundo elemento seja igual.)

      • Correção: A fonte explicitamente diz que o prefixo "co-" aglutina-se em geral, e cita "coocupante, coordenar, cooperação, cooperar" sem hífen. Portanto, a regra de "prefixo e segundo elemento com a mesma vogal" NÃO se aplica ao "co-".

      • Revisão: A fonte alínea b) diz que se usa hífen "Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento: anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular; arqui-irmandade, auto-observação, eletro-ótica, micro-onda, semi-interno." E a OBS. seguinte afirma: "Nas formações com o prefixo co-, este aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o (coocupante, coordenar, cooperação, cooperar, etc.)". Portanto, para o prefixo "co-", a aglutinação é a regra, mesmo se o segundo elemento começar com 'o'.

  • Prefixos/Pseudoprefixos Terminados em Vogal + Segundo Elemento Começando com "R" ou "S":

    • Nesses casos, o hífen não é usado, e as consoantes "r" ou "s" do segundo elemento devem ser duplicadas.

    • Exemplos:

      • antirreligioso (antes anti-religioso)

      • antissemita (antes anti-semita)

      • contrarregra

      • contrassenha

      • cosseno

      • extrarregular

      • infrassom

      • minissaia

      • autorretrato (antes auto-retrato)

      • extrasseco (antes extra-seco)

  • Prefixos "DES-" e "IN-" + Segundo Elemento que Perdeu o "H" Inicial:

    • Não se usa hífen em formações com os prefixos "des-" e "in-" nas quais o segundo elemento perdeu o "h" inicial.

    • Exemplos: desumano, desumidificar, inábil, inumano.

  • Locuções de Qualquer Tipo (Regra Geral):

    • A regra geral é que não se emprega o hífen em locuções (substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais).

    • Exemplos:

      • Substantivas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar.

      • Adjetivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho.

      • Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja.

      • Adverbiais: à parte (mas existe o substantivo aparte), à vontade, de mais (em contraste com de menos; note o advérbio demais), depois de amanhã, em cima, por isso.

      • Prepositivas: abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, apesar de.

      • Conjuncionais: a fim de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que.

    • Exceções Notáveis (Locuções que Mantêm Hífen): água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

  • Compostos Onde se Perdeu a Noção de Composição:

    • Certos compostos em que a noção de composição se perdeu, grafam-se aglutinadamente (sem hífen).

    • Exemplos:

      • girassol

      • madressilva

      • mandachuva (antes manda-chuva)

      • pontapé

      • paraquedas (antes para-quedas)

      • paraquedista

  • Topônimos Compostos Sem Hífen (Regra Geral):

    • A maioria dos topônimos (nomes de lugares) compostos escreve-se com os elementos separados, sem hífen.

    • Exemplos: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de Espada à Cinta.

    • Exceção Consagrada: Guiné-Bissau.

3.2. Quando o Hífen DEVE Ser Usado (Manutenção e Novas Regras)

Esta seção lista os casos em que o hífen continua sendo utilizado, ou onde novas regras o introduzem.

  • Prefixos/Pseudoprefixos Terminados em Vogal + Segundo Elemento Começando com a MESMA Vogal:

    • Se o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento, o hífen é obrigatório.

    • Exemplos:

      • anti-ibérico

      • anti-inflacionário (antes antiinflacionário)

      • arqui-inimigo (antes arquiinimigo)

      • auto-observação

      • infra-axilar

      • micro-onda

      • semi-interno

      • supra-auricular

  • Prefixos/Pseudoprefixos + Segundo Elemento Começando com "H":

    • Em formações com prefixos ou pseudoprefixos, se o segundo elemento começa com "h", o hífen é sempre usado.

    • Exemplos:

      • anti-higiênico

      • circum-hospitalar

      • co-herdeiro

      • contra-harmônico

      • extra-humano

      • pré-história

      • sub-hepático

      • super-homem

      • ultra-hiperbólico

      • eletro-higrômetro

      • geo-história

      • neo-helênico

      • pan-helenismo

      • semi-hospitalar

  • Prefixos "HIPER-", "INTER-", "SUPER-" + Segundo Elemento Começando com "R":

    • Quando esses prefixos se combinam com elementos iniciados por "r", o hífen é obrigatório.

    • Exemplos:

      • hiper-requintado

      • inter-relação (antes interrelação)

      • super-revista

  • Prefixos "EX-", "SOTA-", "SOTO-", "VICE-", "VIZO-":

    • Esses prefixos (com o sentido de estado anterior/cessamento para "ex-") sempre pedem hífen.

    • Exemplos:

      • ex-almirante, ex-diretor, ex-presidente

      • sota-piloto

      • soto-mestre

      • vice-presidente, vice-reitor

      • vizo-rei

  • Prefixos Tônicos Acentuados Graficamente "PÓS-", "PRÉ-", "PRÓ-":

    • Utiliza-se hífen quando esses prefixos são tônicos e o segundo elemento tem "vida à parte" (isto é, existe como palavra independente).

    • Exemplos:

      • pós-graduação, pós-tônico

      • pré-escolar, pré-natal

      • pró-africano, pró-europeu

    • Atenção: Se as formas forem átonas, elas se aglutinam com o elemento seguinte (sem hífen): pospor, prever, promover.

  • Compostos que Designam Espécies Botânicas e Zoológicas:

    • Sempre se emprega o hífen nestes casos, mesmo que haja preposição ou outro elemento de ligação.

    • Exemplos:

      • abóbora-menina, couve-flor, erva-doce, feijão-verde

      • benção-de-deus, erva-do-chá, ervilha-de-cheiro

      • andorinha-grande, cobra-capelo, formiga-branca

      • andorinha-do-mar, cobra-d'água, lesma-de-conchinha

      • bem-me-quer, bem-te-vi

  • Compostos com os Advérbios "BEM" e "MAL":

    • Usa-se hífen quando "bem" e "mal" formam uma unidade sintagmática e semântica com o elemento seguinte, e este elemento começa por vogal ou "h".

    • Exemplos: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado.

    • Observação Importante: O advérbio "bem", ao contrário de "mal", pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante (bem-criado, bem-ditoso). No entanto, muitos compostos com "bem" aparecem aglutinados, quer o segundo elemento tenha vida própria ou não (benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença). O advérbio "mal" geralmente forma palavras aglutinadas com o segundo elemento, se este começar com consoante (malcriado, malditoso, malfalante, malvisto).

  • Compostos com os Elementos "ALÉM", "AQUÉM", "RECÉM" e "SEM":

    • Esses elementos sempre pedem hífen.

    • Exemplos: além-Atlântico, além-mar, além-fronteiras; aquém-fiar, aquém-Pireneus; recém-casado, recém-nascido; sem-cerimônia, sem-número, sem-vergonha.

  • Compostos por Elementos de Natureza Nominal, Adjetival, Numeral ou Verbal que Constituem Unidade Sintagmática e Semântica:

    • Emprega-se hífen em compostos cujos elementos mantêm acento próprio e formam uma unidade.

    • Exemplos: ano-luz, arce-bispo, arco-íris, decreto-lei, médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno; norte-americano, luso-brasileiro; conta-gotas, guarda-chuva.

  • Topônimos Compostos Iniciados por "Grã", "Grão" ou por Forma Verbal, ou Cujos Elementos Estão Ligados por Artigo:

    • Exemplos: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas; Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.

  • Hífen na Ênclise e na Tmese:

    • O hífen é utilizado na ligação de pronomes clíticos (lo, la, lhe, etc.) aos verbos.

    • Exemplos: amá-lo, dá-se, deixa-o, partir-lhe; amá-lo-ei, enviar-lhe-emos.

    • Nota: Não se usa hífen nas ligações da preposição "de" às formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo "haver": hei de, hás de, hão de.

    • O hífen também é usado nas ligações de formas pronominais enclíticas ao advérbio "eis" (eis-me, ei-lo) e nas combinações de formas pronominais como "no-lo", "vo-las" quando em próclise.

  • Encadeamentos Vocabulares Ocasionais:

    • Usa-se hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando encadeamentos vocabulares (não propriamente vocábulos).

    • Exemplos: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, a ligação Angola-Moçambique.


4. Outras Mudanças e Regras Importantes do Acordo Ortográfico

Além das alterações no trema, acentuação e hífen, o Novo Acordo trouxe outras padronizações e confirmações de regras, que também são importantes para o domínio da norma culta.

4.1. O Alfabeto da Língua Portuguesa

Uma das mudanças mais básicas é a oficialização da inclusão de três letras ao alfabeto da língua portuguesa.

  • Inclusão das letras K, W e Y: O alfabeto passa a ser formado por vinte e seis letras, incluindo k, w, y.

    • Uso: Essas letras são utilizadas em casos especiais, como:

      • Antropônimos (nomes de pessoas) e topônimos (nomes de lugares) de origem estrangeira e seus derivados: Franklin, kantiano (de Kant), Darwin, wagneriano (de Wagner), Byron, byroniano; Kwanza, Kuwait, kuwaitiano, Malawi, malawiano.

      • Siglas, símbolos e palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: TWA, KLM; K-potássio, W-oeste; kg-quilograma, km-quilômetro, kW-quilowatt, yd-jarda; Watt.

4.2. O Apóstrofo

O apóstrofo (') é usado para indicar a elisão (supressão) de uma vogal.

  • Casos de Emprego:

    • Para cindir graficamente uma contração ou aglutinação vocabular, quando um elemento pertence a um conjunto vocabular distinto: d'Os Lusíadas, n'Os Sertões. No entanto, escritas sem apóstrofo são permitidas para clareza: de Os Lusíadas, em Os Lusíadas.

    • Para cindir uma contração ou aglutinação vocabular quando um elemento é forma pronominal e se quer dar realce com maiúscula (especialmente em referências a Deus, Jesus, Nossa Senhora): d'Ele, n'Ele, d'Aquele, n'Aquele; d'Ela, n'Ela, d'Aquela, n'Aquela.

    • Na ligação das formas "santo" e "santa" a nomes do hagiológio, quando há elisão das vogais finais "o" e "a": Sant'Ana, Sant'Iago. Note que as formas aglutinadas (Santana, Santiago) também são corretas quando se tornam unidades mórficas.

    • Para assinalar a elisão do "e" da preposição "de" em combinação com substantivos dentro de certos compostos: cobra-d'água, copo-d'água, estrela-d'alva, mãe-d'água, pau-d'água.

  • Casos de Não Emprego:

    • Não é admissível o uso do apóstrofo nas combinações das preposições "de" e "em" com artigos definidos, pronomes diversos e advérbios, se elas constituem uniões perfeitas e fixas.

      • Exemplos: do, da, dos, das; dele, dela, deles, delas; deste, desta; naquele, naquela; no, na, nos, nas; nele, nela; neste, nesta; num, numa; nalgum, nalguma.

    • Em combinações que não constituem uniões perfeitas, pode-se usar uma ou duas formas: de um/dum, de algum/dalgum, de outro/doutro.

    • Não se emprega apóstrofo nem se funde a preposição "de" com a forma imediata quando essas palavras estão integradas em construções de infinitivo: afim de ele compreender, apesar de o não ter visto, em virtude de os nossos pais serem bondosos.

4.3. Minúsculas e Maiúsculas

As regras para o uso de minúsculas e maiúsculas foram sistematizadas.

  • Letra Minúscula Inicial (Uso Ordinário):

    • Em todos os vocábulos da língua nos usos correntes.

    • Nomes de dias, meses, estações do ano: segunda-feira, outubro, primavera.

    • Biblionímicos (títulos de obras), após o primeiro elemento (salvo nomes próprios contidos): O Senhor do paço de Ninães.

    • Usos de fulano, sicrano, beltrano.

    • Pontos cardeais (mas não suas abreviaturas): norte, sul (mas: SW sudoeste).

    • Axionímicos (títulos de tratamento) e hagionímicos (nomes de santos) – opcionalmente com maiúscula para hagionímicos: senhor doutor Joaquim da Silva; santa Filomena (ou Santa Filomena).

    • Nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas – opcionalmente com maiúscula: português (ou Português), matemática (ou Matemática).

  • Letra Maiúscula Inicial (Uso Específico):

    • Antropônimos (pessoas) e topônimos (lugares), reais ou fictícios: Pedro Marques, Branca de Neve; Lisboa, Luanda.

    • Nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos: Adamastor, Neptuno.

    • Nomes que designam instituições: Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdência Social.

    • Nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão.

    • Títulos de periódicos (em itálico): O Primeiro de Janeiro.

    • Pontos cardeais ou equivalentes quando empregados absolutamente (referindo-se a regiões): Nordeste (por nordeste do Brasil), Oriente (por oriente asiático).

    • Siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas: FAO, NATO, ONU; H2O, Sr., V. Exª.

    • Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, em início de versos, e em categorizações de logradouros públicos, templos, edifícios: rua ou Rua da Liberdade, igreja ou Igreja do Bonfim.

4.4. Divisão Silábica

As regras de divisão silábica, que em geral se baseiam na soletração, mantêm-se. A principal preocupação é a translineação (divisão de palavras no final da linha).

  • Grupos Indivisíveis (Formam sílaba para a frente): Sucessões de duas consoantes que constituem "perfeitos grupos", onde a primeira é labial, velar, dental ou labiodental e a segunda é "l" ou "r" (ex: bl, br, cl, cr, dr, fl, fr, gl, gr, pl, pr, tl, tr, vr).

    • Exemplos: a-blução, ce-le-brar, du-pli-cação, re-pri-mir, a-cla-mar, de-cre-to, a-tlético, a-fluir.

  • Grupos Divisíveis: Sucessões de duas consoantes que não formam grupos perfeitos e sucessões de "m" ou "n" com valor de anasalidade e uma consoante.

    • Exemplos: ab-di-car, op-tar, sub-por, ad-je-ti-vo, des-cer, dis-ci-pli-na, ac-ne, ad-mi-rá-vel, am-bi-ção, desen-ga-nar, en-xa-me.

  • Mais de Duas Consoantes:

    • Se contém um grupo indivisível (regra 1), esse grupo forma sílaba para diante, e as consoantes anteriores se ligam à sílaba anterior.

      • Exemplos: cam-bra-ia, ec-tli-pse, ex-pli-car, ins-cri-ção, subs-cre-ver.

    • Se não contém nenhum desses grupos, a divisão ocorre sempre antes da última consoante.

      • Exemplos: abs-ten-ção, disp-ne-ia, in-ters-te-lar.

  • Vogais Consecutivas: Vogais consecutivas que não pertencem a ditongos decrescentes (ai, ei, ui, au, eu, ou) podem ser separadas.

    • Exemplos: a-la-ú-de, á-re-as, co-a-pe-ba, co-or-de-nar, do-er, flu-i-dez.

  • Dígrafos GU e QU: Dígrafos "gu" e "qu" (onde o "u" não se pronuncia) nunca se separam da vogal ou ditongo imediato. O mesmo vale quando o "u" se pronuncia.

    • Exemplos: ne-gue, ne-guei; pe-que, pe-quei; á-gua, am-bí-guo, averi-gueis.

  • Translineação de Compostos com Hífen: Se a partição coincide com o final de um dos elementos, o hífen deve ser repetido no início da linha seguinte.

    • Exemplos: ex-alferes (ex- / -alferes), serená-los-emos (serená-los- / -emos).


Dicas Essenciais para Estudantes e Concurseiros:

  • Consulta Constante: Diante da complexidade das regras, especialmente de hífen e acentuação, a consulta de vocabulários ortográficos e dicionários atualizados é indispensável.

  • Corretores de Texto: Utilize versões recentes de corretores de texto na internet, pois eles são atualizados de acordo com o Acordo Ortográfico.

  • Foco nas Exceções e Regras Mais Cobradas: Concursos públicos e exames se concentram frequentemente nas mudanças e nas exceções. Priorize o estudo desses pontos, especialmente o uso e abolição do trema, as alterações de acentuação em ditongos e hiatos, e as regras de hífen para prefixos.

  • Prática Leitura e Escrita: A familiarização com a nova ortografia vem com a prática constante de leitura de textos atualizados e a escrita atenta.

O Acordo Ortográfico representa um esforço de unificação da língua portuguesa, e embora possa parecer complexo inicialmente, seu domínio é uma ferramenta poderosa para sua comunicação e para o sucesso em suas provas. Mantenha-se atualizado e pratique!

Questões de Múltipla Escolha

  1. Qual é a principal função do trema na língua portuguesa antes do acordo ortográfico?

    • a) Indicar a acentuação tônica

    • b) Separar o ditongo em duas sílabas

    • c) Marcar a nasalização das vogais

    • d) Indicar a pronúncia de consoantes duplas

    • e) Nenhuma das anteriores

  2. Em quais situações o trema ainda é permitido após o acordo ortográfico?

    • a) Em palavras portuguesas comuns

    • b) Em nomes próprios estrangeiros e seus derivados

    • c) Em palavras compostsas

    • d) Em todas as palavras que têm “u” pronunciado

    • e) Em palavras da poesia

  3. Como se escreve a palavra "freqüente" após o acordo ortográfico?

    • a) Freqüente

    • b) Frequent

    • c) Frequente

    • d) Freqüênte

    • e) Freqüente

Gabarito

  1. b

  2. b

  3. c