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14/08/2025 • 17 min de leitura
Atualizado em 14/08/2025

Valor de uso x Valor de troca em relação às mercadorias em Marx

Desvendando a Mercadoria em Marx: Guia Completo sobre Valor de Uso, Valor de Troca e Fetichismo

Se você está buscando compreender as bases do pensamento de Karl Marx, especialmente em sua obra seminal O Capital, o ponto de partida é a mercadoria. Longe de ser um conceito simples, a mercadoria é a célula fundamental que Marx dissecou para revelar as leis de movimento da sociedade moderna e as relações de produção capitalistas.

A Mercadoria como Chave para Entender o Capitalismo

Para Karl Marx, e posteriormente para seu intérprete Lukács, o trabalho é a categoria central e geradora da vida social humana. No entanto, no modo de produção capitalista, o trabalho se manifesta de uma forma peculiar: possui uma dupla face. Essa dualidade é a essência do presente texto, que visa explicar como o trabalho, ao mesmo tempo que constitui o homem (em seu aspecto geral), também o nega e aliena (em sua manifestação capitalista).

A sociedade onde predomina o modo de produção capitalista é caracterizada por uma "imensa coleção de mercadorias". Por isso, Marx inicia sua investigação analisando a mercadoria individual como sua forma elementar. Compreender a mercadoria é, portanto, o primeiro passo para desvendar as complexidades do sistema capitalista, incluindo suas relações de produção, o dinheiro, o capital e a exploração.

1. O Ponto de Partida: A Mercadoria – Uma Simplicidade Enganosa

A mercadoria, à primeira vista, pode parecer um objeto simples, sem necessidade de grandes definições. No entanto, para Marx, ela é um "objeto externo que pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie". A complexidade surge quando se percebe que a mercadoria não é apenas uma coisa útil; ela é, antes de tudo, um produto do trabalho posto em circulação para ser trocado e gerar valor.

Marx não parte da riqueza em geral, mas da mercadoria como a forma em que a riqueza se apresenta nas sociedades capitalistas. Isso se deve ao fato de que, sob o ponto de vista da economia política, a mercadoria é a realidade imediata.

Dúvida Comum: Por que Marx começa por um conceito tão específico como a mercadoria, em vez de algo mais amplo como a riqueza ou o trabalho? Marx começa pela mercadoria porque ela é a forma concreta e predominante na qual a riqueza se manifesta no capitalismo. Embora o trabalho seja a categoria fundante, a mercadoria é a célula visível do sistema, onde as relações sociais de produção se materializam e se tornam "misteriosas". A análise da forma desenvolvida (a mercadoria plenamente formada) permite compreender seu desenvolvimento e as relações sociais que a sustentam.

2. A Primeira Face da Mercadoria: O Valor de Uso – A Utilidade Essencial

Toda mercadoria, para ser considerada tal, deve possuir um valor de uso.

  • Definição: O valor de uso refere-se à utilidade de um objeto, ou seja, sua capacidade de satisfazer uma ou mais necessidades ou carências humanas. Essas necessidades podem ser as mais diversas, desde as mais básicas (fome, sede) até as mais complexas (intelectuais, estéticas). Marx afirmava que o valor de uso satisfaz "do estômago ao espírito".

  • Características Principais:

    • Qualitativo e Físico: O valor de uso é determinado pelas propriedades físicas e qualidades intrínsecas do objeto. Por exemplo, a utilidade de um alimento reside em sua capacidade de nutrir, a de um casaco em sua capacidade de aquecer.

    • Diversidade: As mercadorias, enquanto valores de uso, são qualitativamente diversas e incalculáveis. Uma mesa é diferente de um livro, e ambos são diferentes de uma música.

    • Não Imediatamente Ligado ao Trabalho Quantificado: O valor de uso de um objeto não tem relação direta e imediata com a quantidade de trabalho humano que custou para ser produzido. Sua utilidade existe independentemente da forma social específica de sua produção.

    • Base Material da Riqueza: Qualquer que seja a forma social da riqueza, seu conteúdo material sempre será o valor de uso.

  • Relação com o Trabalho: Embora o valor de uso não dependa da quantidade de trabalho abstrato para existir, ele é criado pelo trabalho concreto. É através do trabalho que o homem transforma a natureza, adaptando-a às suas necessidades e criando novos objetos úteis. A mesa, por exemplo, ganha sua forma mediante o trabalho, a partir de uma prévia ideação humana.

  • Exemplos:

    • Um casaco tem valor de uso por aquecer e proteger.

    • Uma mesa tem valor de uso por servir de apoio.

    • Uma música tem valor de uso por proporcionar prazer ou reflexão.

  • Dúvida Comum: O valor de uso é subjetivo? O valor de uso está relacionado ao consumo e à satisfação de necessidades, que podem ser subjetivas (o que eu valorizo em um casaco). No entanto, muitas coisas têm um valor de uso que é socialmente designado (como uma cadeira), não dependendo apenas da preferência individual. O trabalho que as produziu é um processo objetivo.

  • Cuidado! (Exceção e Ponto de Concurso):

    • É importante frisar que nem tudo que possui valor de uso é uma mercadoria. Por exemplo, o ar, o solo virgem, as matas não cultivadas têm grande valor de uso (são úteis para a vida), mas não são produzidos pelo trabalho para a troca no mercado. Uma calça feita pela mãe para sua filha tem valor de uso, mas não é uma mercadoria se não for produzida para ser vendida.

    • A produção de valores de uso é uma condição natural e eterna da vida humana, independente de qualquer forma social de vida.

3. A Segunda Face da Mercadoria: O Valor de Troca – A Medida Invisível do Trabalho

Enquanto o valor de uso foca na utilidade, o valor de troca é a dimensão que permite que diferentes mercadorias sejam comparadas e trocadas no mercado.

  • Definição: O valor de troca aparece primeiramente como uma relação quantitativa, a proporção em que as mercadorias são trocadas umas pelas outras. Por exemplo, 'x' quantidade de milho pode ser trocada por 'y' quantidade de ferro.

  • O "Algo em Comum": Tempo de Trabalho Socialmente Necessário (TTSN):

    • Para Marx, o que torna duas mercadorias diferentes (como um casaco e linho) comparáveis em valor de troca é o fato de que ambas são produtos de trabalho humano abstrato e contêm em si a mesma quantidade de tempo de trabalho socialmente necessário.

    • Tempo de Trabalho Socialmente Necessário (TTSN): Refere-se à quantidade de tempo de trabalho que, em média, é exigida para produzir uma mercadoria sob as condições normais de produção e com o grau médio de habilidade e intensidade de trabalho de uma determinada sociedade e época. Essa medida varia com as circunstâncias históricas e sociais da produtividade.

  • Características Principais:

    • Abstrato e Quantitativo: Diferentemente do valor de uso, o valor de troca abstrai as qualidades físicas e utilitárias das mercadorias, focando apenas em sua quantidade de trabalho abstrato. O trabalho se torna "trabalho humano abstrato", destituído de suas especificidades.

    • Expressão em Dinheiro (Preço): O valor de troca das mercadorias pode ser expresso teoricamente em uma quantidade de dinheiro, ou seja, um preço. O dinheiro é o equivalente universal que permite a troca de mercadorias.

    • Independente da Vontade Individual: O valor das mercadorias é determinado independentemente dos produtores individuais, e cada produtor deve produzir para satisfazer necessidades alheias.

  • Contradição Essencial com o Valor de Uso:

    • As mercadorias são qualitativamente diversas (valor de uso).

    • Mas, como valores de troca, são qualitativamente iguais (pois são todas trabalho humano abstrato) e apenas quantitativamente diferentes (pela quantidade de TTSN).

    • Essa dualidade é a contradição real, sensível e materialmente existente na mercadoria.

  • Dúvida Comum: O valor de troca é apenas o preço de mercado? Não. O valor de troca é a substância social que determina a proporção de troca, baseada no tempo de trabalho socialmente necessário. O preço de mercado é a expressão monetária do valor de troca, que pode sofrer variações de curto prazo por fatores como oferta e demanda. Contudo, para Marx, a fonte primária do lucro e da exploração no capitalismo não reside nessas flutuações de oferta e demanda, mas sim na extração de mais-valia do trabalho do operário, que é uma questão de valor, não de preço.

  • Ponto de Concurso: A teoria de Marx sobre o valor de troca se baseia fortemente na teoria do valor-trabalho, cujas proposições já eram encontradas em economistas clássicos como Adam Smith e David Ricardo, mas Marx aprofundou-a e a criticou.

4. A Dupla Natureza do Trabalho: A Descoberta Crucial de Marx

A compreensão da mercadoria em suas duas faces (valor de uso e valor de troca) é inseparável da compreensão da dupla natureza do trabalho, o que Marx considerou uma de suas descobertas mais importantes para a crítica da economia política.

O trabalho, em geral, é um processo de transformação da natureza pelo homem, uma condição natural e eterna da vida humana. No entanto, no capitalismo, o trabalho adquire duas formas distintas:

  • 1. Trabalho Concreto (Produtor de Valor de Uso):

    • É o trabalho específico, qualitativo e útil que produz um determinado valor de uso.

    • Refere-se à atividade real e à finalidade do trabalho (ex: o trabalho do sapateiro que faz sapatos, o trabalho do tecelão que faz tecidos).

    • É o dispêndio de força de trabalho humana em uma forma específica e definida por seu fim.

    • Não se altera pelo fato de ser realizado para um capitalista ou para si mesmo.

  • 2. Trabalho Abstrato (Produtor de Valor de Troca):

    • É o trabalho genérico, quantitativo e homogêneo, que produz valor de troca.

    • É o dispêndio de força de trabalho humano no sentido fisiológico, sem levar em conta a finalidade específica ou a qualidade do produto. Interessa apenas o tempo socialmente gasto na produção.

    • No capitalismo, as diversas formas concretas de trabalho são reduzidas a trabalho humano igual, a trabalho humano abstrato. Isso ocorre porque, para a troca, o que importa não é a utilidade particular do trabalho, mas o fato de ele ser uma quantidade de trabalho humano indiferenciado.

    • É a forma de trabalho típica do sistema capitalista, que não tem correspondente em nenhum outro.

    • A mercadoria é a "condensação ou objetivação do tempo de trabalho social" (trabalho morto).

Ponto Crucial para Concursos: A distinção entre trabalho concreto e trabalho abstrato é a pedra angular da teoria do valor de Marx. É essa dupla natureza do trabalho que permite a equivalência e a troca entre mercadorias qualitativamente diferentes e, mais importante, é o fundamento para a explicação da mais-valia e da exploração no capitalismo.

5. O Mistério da Mercadoria: O Fetichismo e a Reificação

Aprofundando a compreensão do valor de troca, Marx introduz o conceito de fetichismo da mercadoria, um fenômeno central para sua crítica ao capitalismo e que explica por que as relações sociais parecem se manifestar como relações entre coisas.

  • Definição: O fetichismo da mercadoria é a percepção distorcida de que as relações sociais entre as pessoas no processo de produção aparecem como características objetivas dos produtos do trabalho, ou seja, como propriedades sociais naturais das coisas. As relações entre os homens são "dissimuladas em relações entre coisas".

  • Origem do Mistério:

    • Quando o produto do trabalho se transforma em mercadoria, ele adquire um caráter misterioso. Como valor de uso, não há mistério, mas como mercadoria (valor de troca), ela se torna "sensivelmente suprassensível", cheia de "sutilezas metafísicas e caprichos teológicos".

    • Para Marx, o mistério da mercadoria não provém de seu valor de uso, mas do fato de ser uma relação social que assume a "forma fantasmagórica de uma relação entre coisas".

    • Isso ocorre porque, no capitalismo, a troca de mercadorias é a única maneira pela qual produtores isolados se relacionam entre si. O valor das mercadorias é determinado de forma independente, e a mercadoria parece determinar a vontade do produtor.

  • Analogia Religiosa (Ponto de Concurso):

    • Marx compara o fetichismo da mercadoria à crença religiosa. Assim como no mundo religioso, os produtos do cérebro humano (deuses, figuras independentes) parecem ter vida própria e se relacionar entre si e com os homens, o mesmo acontece no mundo das mercadorias com os produtos das mãos humanas.

    • Ele chama isso de fetichismo, que "sela os produtos do trabalho quando são produzidos como mercadorias, e que, por isso, é inseparável da produção de mercadorias".

  • Reificação das Relações Humanas:

    • O fetichismo leva à reificação, onde o trabalho humano se torna simplesmente um atributo de uma coisa. As qualidades sociais das coisas (valor, dinheiro, lucro, capital, salário) são vistas como propriedades naturais inerentes a elas, e não como resultados de relações sociais historicamente determinadas.

    • Isso faz com que as coisas pareçam ter um poder autônomo e passem a dominar os homens. As leis do capitalismo (ex: as "leis de mercado") parecem leis naturais onipotentes que reduzem os indivíduos à impotência.

    • No mundo invertido da mercadoria, os homens se transformam em objetos, e os objetos em sujeitos das relações sociais. O trabalhador, por exemplo, é reconhecido apenas como proprietário de sua força de trabalho (que ele vende como mercadoria), não como um ser humano em sua totalidade.

  • Especificidade do Capitalismo (Ponto de Concurso):

    • Embora outras sociedades anteriores ao capitalismo pudessem ter formas de mistificação ou dependência, o estranhamento sob a forma de fetichismo da mercadoria só ocorre plenamente no capitalismo.

    • Nas sociedades pré-capitalistas, as relações sociais eram mais transparentes, ou seja, as relações entre as pessoas em seus trabalhos eram mais visíveis como relações pessoais, não disfarçadas por relações entre coisas. O estranhamento nessas sociedades era mais devido ao subdesenvolvimento ou relações diretas de domínio (como a escravidão).

    • No capitalismo, ocorre a mistificação e reificação das relações sociais, tornando o "senhor capital" um fantasma que age como característica social e, ao mesmo tempo, como coisa.

6. Trabalho Alienado/Estranhado: A Negação do Homem no Capitalismo

O fetichismo da mercadoria é uma manifestação proeminente da dimensão negativa do trabalho no capitalismo, que Marx chama de trabalho alienado ou estranhado.

  • Trabalho como Atividade Consciente: Para Marx, o trabalho é a atividade pela qual o homem se autoconstrói e se distingue do animal. Enquanto os animais agem por instinto, o ser humano idealiza e planeja o resultado de seu trabalho antes de executá-lo (a "teleologia" ou "pôr teleológico"). O homem é um "ser genérico" por transformar a natureza de forma universal e consciente.

  • A "Alienação Necessária" vs. "Estranhamento Contingente" (Ponto Crucial para Concursos):

    • Alienação Necessária: É um aspecto intrínseco e positivo do processo de objetivação do trabalho. Para que o homem transforme a natureza (objetive um fim), ele precisa subordinar sua vontade à causalidade externa e às condições objetivas da natureza. Essa "alienação" da vontade é necessária para a própria realização do trabalho e do conhecimento.

    • Estranhamento (ou Alienação Contingente): Esta é a face negativa e superável do trabalho, manifestada no modo de produção capitalista. No estranhamento, o produto da atividade humana se torna um poder autônomo frente aos produtores. O trabalho, em vez de ser uma autoafirmação e satisfação pessoal, torna-se um sofrimento, uma obrigação, apenas um meio para manter o trabalhador vivo. O trabalhador se vê alienado:

      • Do produto de seu trabalho: O produto não lhe pertence, é uma mercadoria que o domina.

      • Da atividade de trabalho: O trabalho não é livre, mas uma imposição externa e forçada.

      • De sua própria essência genérica: Sua atividade consciente e transformadora é reduzida a um meio de subsistência.

      • De outros seres humanos: As relações entre as pessoas se tornam relações entre coisas.

    • O fetichismo da mercadoria é uma manifestação desse estranhamento contingente, que não é uma condição natural ou eterna do homem, e, portanto, pode ser superada.

  • Impacto sobre Capitalistas e Trabalhadores: O estranhamento atinge tanto trabalhadores quanto capitalistas, embora de formas diferentes. No entanto, a classe trabalhadora é a mais afetada, pois seu trabalho se torna puro meio de existência, perdendo seu potencial de humanização.

7. A Crítica de Marx à Economia Política Clássica

Um ponto essencial para entender a profundidade da análise de Marx é que O Capital não é meramente uma descrição econômica, mas uma crítica filosófica à economia política clássica.

  • O Erro dos Clássicos: Marx critica economistas como Smith e Ricardo por considerarem as categorias econômicas (como valor, dinheiro, capital, lucro) como dadas, prontas ou características naturais das próprias coisas. Eles não percebiam que, por trás das relações sociais entre as coisas (produtos), estão as relações humanas historicamente determinadas.

  • A "Religião da Vida Cotidiana": A economia clássica, apesar de seus méritos em dissipar certas ilusões, permanecia presa no "mundo da aparência", não compreendendo que fenômenos como o dinheiro e o capital são resultados do processo de reificação das relações de produção. Marx chamava essa visão de "religião da vida cotidiana", uma personificação das coisas e objetivação das relações de produção.

  • O Verdadeiro Objetivo de Marx: O objetivo de Marx era "desvelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna" e reintegrar a economia política em seu campo originário da ética e filosofia. Ele busca demonstrar como o modo de produção capitalista transforma as relações sociais humanas em "relações sociais entre coisas".

8. Superação da Dimensão Negativa: O Caminho para a Genericidade Humana

A análise de Marx não se limita a diagnosticar os males do capitalismo; ela aponta para a necessidade de superar a dimensão negativa e predominante do trabalho estranhado.

  • Transformação Radical: A superação do estranhamento e do fetichismo da mercadoria só será possível quando o ser humano puder controlar de maneira consciente o processo de produção. Isso implica uma revolução nas relações de produção e distribuição dos meios de vida.

  • Abolição da Propriedade Privada: Para Marx, o caminho envolve a abolição da propriedade privada dos meios de produção, transformando-os em propriedade coletiva, e acabando com o caráter mercantil dos bens, para que prevaleça somente o valor de uso.

  • O "Segundo Salto Ontológico": Essa transformação social permitiria o resgate da "genericidade humana para-si", onde o "eu não mais-particular" de Lukács e o "amor" de Marx poderiam florescer. Trata-se do campo da ética, onde o homem daria um "segundo salto ontológico" enquanto ser social.

  • Restauração da Unidade: A luta pela superação visa restaurar a unidade entre o homem e seu trabalho, entre a produção e a satisfação real das necessidades, desfazendo a coisificação do homem e priorizando o "ser" sobre o "ter".

Considerações Finais e Pontos Essenciais para Concursos

A compreensão da mercadoria em Marx, com suas duas faces (valor de uso e valor de troca) e a dupla natureza do trabalho (concreto e abstrato), é fundamental para entender a crítica marxiana ao capitalismo. O conceito de fetichismo da mercadoria é a síntese mais elaborada de como as relações sociais se invertem e se objetificam neste sistema, gerando o estranhamento.

Pontos de alta incidência em concursos e essenciais para fixação:

  • Definição e Distinção Clara:

    • Valor de Uso: Utilitário, qualitativo, propriedades físicas. Criado pelo trabalho concreto. Pode existir sem ser mercadoria.

    • Valor de Troca: Quantitativo, abstrato, relação de proporção. Determinado pelo Tempo de Trabalho Socialmente Necessário (TTSN). Criado pelo trabalho abstrato.

  • A Dupla Natureza do Trabalho:

    • Trabalho Concreto: Produz valores de uso. É o trabalho específico e qualitativo.

    • Trabalho Abstrato: Produz valores de troca. É o dispêndio de energia humana, homogêneo, medido pelo tempo. É a base da comparabilidade e da exploração no capitalismo.

  • Fetichismo da Mercadoria:

    • Conceito: Relações sociais entre pessoas aparecem como relações entre coisas. As propriedades sociais dos produtos parecem propriedades naturais intrínsecas.

    • Origem: Inseparável da produção de mercadorias no capitalismo.

    • Consequência: Reificação (coisificação do homem, humanização das coisas). O dinheiro adquire "poder mágico".

    • Exclusividade: É um fenômeno que se manifesta de forma completa apenas no capitalismo, diferenciando-se de outras formas de dependência em sociedades anteriores.

  • Alienação/Estranhamento:

    • Diferenciar a alienação necessária (inerente à objetivação do trabalho) do estranhamento contingente (a negação da essência humana no capitalismo). O fetichismo é uma forma de estranhamento.

  • A Crítica de Marx à Economia Política: Marx não descreve; ele critica a visão que naturaliza as categorias econômicas, mostrando-as como produtos históricos e sociais.

Estudar esses conceitos não é apenas memorizar definições, mas sim compreender a complexa dialética entre homem, natureza e sociedade que Marx desvendou. Ao dominar a dupla face do trabalho e o mistério da mercadoria, você estará apto a uma análise muito mais profunda das relações sociais e econômicas do mundo contemporâneo, além de garantir um diferencial em suas provas e concursos.