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20/07/2024 • 13 min de leitura
Atualizado em 20/07/2025

Vogais Átonas

A Essência das Vogais Átonas: Conceitos Fundamentais

Para iniciar nossa jornada, é crucial entender o que são as vogais átonas. Em qualquer palavra da língua portuguesa, as sílabas são pronunciadas com diferentes intensidades. A sílaba que recebe a maior intensidade de pronúncia é a sílaba tônica, e a vogal que a compõe é a vogal tônica. Em contrapartida, as vogais átonas são aquelas que não recebem essa ênfase. Ou seja, são pronunciadas com menor intensidade.

No português, todas as cinco vogais escritas (a, e, i, o, u) podem ser átonas, assim como tônicas. Além disso, podem ser orais (quando o ar ressoa apenas na cavidade bucal) ou nasais (quando o véu palatino está abaixado e o ar ressoa também na cavidade nasal). A correta utilização das vogais átonas na escrita, muitas vezes, é determinada pela etimologia das palavras e por regras gramaticais específicas.

Classificação e Caracterização das Vogais Átonas

A fonologia da língua portuguesa classifica as vogais de acordo com diversos critérios. Historicamente, a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) utilizava quatro critérios:

  • Zona de Articulação: Indica a posição da língua na boca (anteriores/palatais, médias/centrais, posteriores/velares).

  • Timbre: Refere-se à abertura da cavidade bucal (abertas, fechadas, e as controversas "reduzidas"). O timbre é o traço distintivo das vogais, resultado da distância entre o dorso da língua e o véu palatino, ampliando o som na boca.

  • Papel das Cavidades Bucal e Nasal: Distingue entre vogais orais e vogais nasais.

  • Intensidade: Diferencia as vogais átonas (menor intensidade) das vogais tônicas (maior intensidade).

Mattoso Câmara Jr., um importante linguista estruturalista, contribuiu significativamente para a classificação das vogais, especialmente ao propor um quinto critério que se tornou fundamental: o da altura da língua. Este critério permite distinguir vogais altas (/i/, /u/), médias (divididas em 1º grau ou abertas /ɛ/, /ɔ/ e 2º grau ou fechadas /e/, /o/), e baixa (/a/). Ele argumenta que a posição tônica é a que melhor revela os traços distintivos vocálicos.

A principal característica das vogais átonas do ponto de vista fonológico é a neutralização, que se traduz na redução do número de fonemas. Isso significa que oposições distintivas que existem em sílabas tônicas podem desaparecer quando as vogais estão em posição átona.

Existem três posições átonas principais na palavra:

  • Pretônica: Vogais que vêm antes da sílaba tônica (ex: camisa).

  • Postônica Não-final: Vogais átonas que vêm depois da tônica, mas não são as últimas da palavra (ex: corretíssima).

  • Postônica Final: A última vogal átona da palavra (ex: gato).

O Comportamento Distinto das Vogais Átonas: Português Europeu (PE) vs. Português Brasileiro (PB)

Uma das diferenças mais claras e evidentes na oralidade do português reside no comportamento das vogais em sílabas não acentuadas (átonas), distinguindo nitidamente o Português Europeu (PE) do Português Brasileiro (PB).

1. Tendências Gerais de Redução e Neutralização

No Português Europeu (PE), as vogais átonas tendem a sofrer um processo de elevação e centralização. Isso significa que elas se tornam mais "fechadas" e "neutras" em sua pronúncia:

  • A vogal /a/ tônica passa a ser realizada como [ɐ] (menos baixa) quando átona. Ex: fala > falar.

  • As vogais médias /e/ e /ɛ/ (que em sílaba tônica podem ter timbre diferente) convergem para [ɨ] (uma vogal alta e mais recuada/central). Este é um processo complexo, pois envolve a alteração tanto da altura quanto do ponto de articulação da vogal. Ex: dedo > dedinho ([e] > [ɨ]); festa > festejo ([ɛ] > [ɨ]).

  • As vogais médias /o/ e /ɔ/ também convergem para [u] (uma vogal alta). Ex: forca > enforcar ([o] > [u]); cola > colar ([ɔ] > [u]).

  • As vogais altas /i/ e /u/ geralmente mantêm-se estáveis em sílabas átonas.

Um fenômeno marcante no PE é a supressão frequente de vogais átonas, principalmente da vogal [ɨ], que pode desaparecer entre consoantes ou no final de palavras após uma consoante. Isso resulta em sequências de consoantes que podem ser percebidas como difíceis, até para falantes de PB (ex: meter [mtéɾ], despegar [dʃpgáɾ]).

No Português Brasileiro (PB), a redução das vogais átonas é menos pronunciada do que no PE, e muitas vezes as vogais mantêm um timbre mais próximo ao das vogais tônicas.

  • As vogais /i/ e /u/ permanecem estáveis, assim como no PE.

  • As vogais médias /e/ e /ɛ/ tendem a manter seus traços de vogal média ou convergir para [e].

  • As vogais médias /o/ e /ɔ/ tendem a manter seus traços de vogal média ou convergir para [o].

  • A vogal /a/ geralmente não se altera, exceto em posição final absoluta.

É importante notar que, em dialetos do Norte e Nordeste do Brasil, a neutralização das vogais médias pode favorecer as médias-baixas, enquanto em dialetos do Sul/Sudeste, favorece as médias-altas. Isso demonstra a riqueza e variação fonológica dentro do próprio PB.

2. Fonotática e Vogais Epentéticas

A fonotática é o ramo da fonética que estuda como uma língua modifica seus fonemas em relação à sua posição e a outros fonemas. No português, especialmente no PE, muitas sequências de consoantes em ataque de sílaba podem violar o princípio de sonoridade (que afirma que a sonoridade dos segmentos aumenta do início ao núcleo da sílaba e diminui do núcleo ao fim).

Para evitar essas violações, as variedades do português empregam estratégias de epêntese, ou seja, a inserção de vogais em núcleos vazios da sílaba.

  • No PE, a vogal inserida é frequentemente [ɨ] (ex: afeta [áfɨtɐ], pacto [pákɨtu]).

  • No PB, a vogal inserida é geralmente [i] (ex: psicologia [pi-sikolo Z íɐ], absurdo [abi-súɾ-du], captar [kapi-táɾ]).

Essas estratégias são cruciais para a oralidade e contribuem para as diferenças perceptíveis entre as duas variedades.

Regras Ortográficas para o Uso de Vogais Átonas: Prioridade em Concursos Públicos

Apesar das variações fonéticas, a ortografia das vogais átonas segue regras específicas, muitas vezes ligadas à etimologia e formação histórica das palavras. Dominar essas regras é fundamental para a escrita correta e um tema muito cobrado em concursos públicos.

1. Regras para o Uso de E e I em Sílabas Átonas

A distinção entre e e i em sílabas átonas é uma fonte comum de erros.

  • Derivados de Substantivos e Adjetivos terminados em -elo e -eia: Nessas formações, o e é mantido.

    • Exemplos:

      • Aldeia - aldeão, aldeola

      • Areia - areal, areeiro, areento, areosa

      • Colmeia - colmeal, colmeeiro

  • Derivados de Palavras com E Acentuado: Quando a palavra de origem termina em e acentuado, seus derivados geralmente mantêm o e antes de vogal ou ditongo da sílaba tônica.

    • Exemplos:

      • Galé - galeão, galeota, galeote

      • Polé - poleame, poleeiro

  • Sufixos -iano e -iense: Substantivos e adjetivos derivados com esses sufixos utilizam i antes da sílaba tônica.

    • Exemplos: italiano, flaviense, acriano, camoniano, siniense, torniano, torniense.

  • Substantivos Variáveis com Terminações -io e -ia: Certos substantivos variáveis padronizam suas terminações com i.

    • Exemplos:

      • Cume - cúmio

      • Haste - hástia

      • Veste - véstia

  • Verbos em -ear e Seus Substantivos Derivados: Verbos terminados em -ear frequentemente geram substantivos com e.

    • Exemplos:

      • Aldear - aldeia

      • Alhear - alheio

      • Cear - ceia

      • Encadear - cadeia

2. Regras para o Uso de O e U em Sílabas Átonas

A confusão entre o e u em sílabas átonas também é frequente.

  • Evitamento do U Final Átono em Palavras de Origem Latina: Uma regra importante é evitar o uso de u final átono em palavras que vêm do latim. Nesses casos, usa-se o.

    • Exemplos: moto (e não motu), tribo (e não tribu).

  • Diferenciação de Verbos em -oar e -uar: A conjugação desses verbos é a chave para a distinção.

    • Verbos em -oar: Mantêm o o na raiz.

      • Exemplos: abençoar - abençôo, abençoas; destoar - destôo, destoas.

    • Verbos em -uar: Mantêm o u na raiz.

      • Exemplo: acentuar - acentuo, acentuas.

Exceções Comuns e Casos Específicos

As exceções são particularmente importantes e recorrentes em exames. É crucial memorizá-las ou, pelo menos, entender os contextos que as motivam.

1. Exceções no Português Europeu (PE)

Apesar da regra geral de elevação e centralização das vogais átonas no PE, há situações onde isso não ocorre:

  • Sílabas terminadas por [l] ou com Ditongo em Núcleo de Sílaba: As vogais átonas nessas sílabas não se elevam nem são suprimidas.

    • Exemplos: saltar [a], maldade [a], relvado [ɛ], beleza [ɛ], golpear [ɔ], voltar [ɔ], soltar [o], bairrista [aj], gaitinha [aj], aloirada [oj], boiadeiro [oj], causar [aw].

  • Exceções Lexicais: Algumas palavras simplesmente não seguem a regra geral de elevação e precisam ser memorizadas, pois a pronúncia da vogal átona é marcada no léxico da língua.

    • Exemplos: invasor [a], relator [a], redação [a], protetor [ɛ], absorver [ɔ], adotar [ɔ], pregar [ɐ], corar [ɔ], aquecer [ɛ]. Nota: Algumas dessas vogais resultam de "crase", o que as impede de se elevarem ou serem suprimidas.

2. Variação Não-Distintiva e Regionalismos

É vital diferenciar a variação fonética que não altera o significado das palavras.

  • Vogais seguidas de Consoante Nasal: Em normas padrão do PE e PB, vogais tônicas seguidas de consoante nasal (/m/ ou /n/) não são produzidas como baixas, tornando-se médias. A pronúncia normal brasileira, por exemplo, muitas vezes nasaliza vogais seguidas de 'm', 'n' e 'nh'.

  • Dialetos e Socioletos: A pronúncia de certas vogais átonas pode variar significativamente entre regiões e grupos sociais. Por exemplo, o e e o o pretônicos podem ser pronunciados abertos ou fechados dependendo do dialeto (ex: coletivo em Sergipe vs. Rio de Janeiro/São Paulo). Essas variações não devem ser consideradas erros no ensino da língua, pois fazem parte do contexto dialetal ou social do falante.

Dificuldades e Aquisição das Vogais Átonas

O processo de aquisição das vogais átonas em crianças, especialmente no PE, revela algumas complexidades que podem ser úteis para entender as dificuldades. Estudos mostram que a ordem de aquisição das vogais átonas no PE é, em geral, [u] >> [ɐ] >> [ɨ], sendo [u] e [ɐ] adquiridas relativamente cedo (entre 1 ano e 8 meses e 2 anos e 8 meses), mas [ɨ] é adquirida tardiamente (após os 3 anos de idade), podendo demorar até 4 anos e 1 mês ou mais para ser totalmente dominada.

Por que [ɨ] é de Aquisição Tardia?

Vários fatores contribuem para a aquisição tardia da vogal [ɨ] no PE:

  • Ausência em Posição Tônica: [ɨ] é a única vogal que nunca ocorre em posição tônica no PE. Isso a torna acusticamente menos proeminente e, portanto, mais difícil para a criança integrar em seu sistema gramatical.

  • Produto de Neutralização Complexa: [ɨ] resulta da neutralização de /ɛ/ e /e/ em posição átona. Este processo envolve mudanças tanto na altura (de [-alto, -baixo] para [+alto]) quanto no ponto de articulação (de coronal para dorsal). Essa maior complexidade fonológica pode dificultar sua aquisição.

  • Dupla Função como Preenchedor Prosódico: Além de ser resultado de neutralização, [ɨ] é frequentemente usado pelos falantes do PE como um preenchedor prosódico. Isso ocorre para simplificar a estrutura da sílaba, especialmente em grupos consonantais que violam princípios fonotáticos. Essa "natureza híbrida" de [ɨ] (produto de regra fonológica vs. elemento epentético) pode ter um impacto na velocidade de sua aquisição.

Erros Comuns de Leitura e Ortografia (Contexto de Dislexia)

Embora não sejam regras diretas para o uso de vogais átonas, é importante reconhecer que dificuldades no processamento da linguagem podem se manifestar em erros que afetam a escrita e a leitura de palavras com essas vogais. Observações em contextos como a dislexia, inspiradas por especialistas como Marianne Klees e Arlette Bourgueil, adaptadas por Hornsby, revelam padrões específicos:

  • Confusões Auditivas: Principalmente entre vogais átonas e entre consoantes surdas e sonoras (ex: menino ↔ mininu, dado ↔ tato).

  • Confusões Visuais entre Letras Semelhantes: Embora não diretamente átonas, a confusão de letras como b ↔ d, p ↔ q, n ↔ u, m ↔ n, f ↔ t, e ↔ a pode impactar a escrita de qualquer sílaba, incluindo as átonas.

  • Inversões: Troca de ordem de letras (ex: pai ↔ pia, pata ↔ tapa) ou sílabas.

  • Adição de Letras ou Sílabas: Acréscimo de elementos não existentes na palavra (ex: pata → prata, sapo → sapeu).

  • Omissão de Letras ou Sílabas: Falta de elementos na escrita, especialmente letras que representam consoantes sonoras em sílabas átonas ou prefixos/sufixos (ex: a banana ↔ a nana, pouco → poco). Dificuldades com grafemas complexos (dígrafos) e o registro de vogais nasais são exemplos específicos no PB (ex: palha → palia, tempo → tepo). A omissão de consoantes no final da palavra é rara no PB, mas a escrita fonética afeta mais as vogais pós-tônicas (ex: caso ↔ casu).

  • Substituição de Palavras: Substituir uma palavra por outra, que pode ou não fazer sentido no contexto (ex: ele viu um carro → ele viu uma cadeira).

  • Dificuldade com Ditongos e Encontros Consonantais: Leitores com dislexia podem continuar a cometer erros ao reconhecer ou ortografar ditongos (ex: informshan para information). A grafia da semivogal /w/ é frequentemente confusa, pois pode ser escrita com l, u ou o (ex: animal ↔ animau).

  • Problemas de Segmentação:

    • Infrassegmentação: Fusão de duas palavras em uma (ex: a menina → amenina).

    • Supersegmentação: Divisão de uma palavra em duas (ex: amamos → ama-mos).

  • Escrita Inconsistente: A mesma palavra é grafada de forma diferente no mesmo trecho.

  • Escrita Fonética: Escrever palavras como são pronunciadas, o que pode levar a erros ortográficos devido às diferenças entre fala e escrita.

  • Escrita Espelhada: Escrever da direita para a esquerda.

  • Problemas de Pontuação: Dificuldade em usar letra maiúscula no início da frase e ponto final, ou em aplicar corretamente pontos de interrogação, exclamação, aspas e parênteses.

Essas observações servem para ilustrar como o processamento fonológico e ortográfico das vogais átonas pode ser complexo, especialmente para aprendizes e em casos de dificuldades específicas.

A Importância Didática e a Prática para o Domínio

Aprofundar-se nas vogais átonas é mais do que aprender regras; é compreender a estrutura e a evolução da língua portuguesa. No contexto do ensino, seja como língua materna ou estrangeira/segunda, é indispensável que professores e alunos estejam cientes dessas nuances.

Para melhorar sua ortografia e o entendimento da língua, considere estas dicas práticas:

  • Leitura Atenta: Observe como as palavras são escritas, prestando atenção à grafia das vogais em sílabas não acentuadas.

  • Exercícios de Ortografia: Pratique regularmente com exercícios que focam na aplicação das regras de e/i e o/u em diferentes contextos.

  • Consulta de Materiais Confiáveis: Utilize gramáticas e dicionários como fontes de consulta.

  • Atenção à Etimologia: Quando possível, compreender a origem de uma palavra pode ajudar a inferir a grafia correta de suas vogais átonas.

  • Consciência Fonológica: Ao pronunciar, note as diferenças entre as variedades (PE e PB) e como a redução de vogais átonas pode impactar a percepção da fala, mas lembre-se de que a escrita segue padrões mais fixos.

  • Foco nas Exceções: Dedique tempo para memorizar as exceções às regras, pois elas são pontos de testagem comum.

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa regulamenta essas normas, reforçando a importância de um estudo contínuo e atualizado. A prática constante e uma abordagem reflexiva são as chaves para a internalização dessas regras e para alcançar a maestria na escrita e compreensão do português.

A língua portuguesa, com sua vasta distribuição geográfica e milhões de falantes, apresenta uma variação notória. Estudar essa variação não apenas a torna mais rica e estimulante, mas também fortalece a identidade da língua e facilita a comunicação entre suas diversas comunidades. Compreender o comportamento das vogais átonas é um passo crucial nessa jornada de aprendizado.

Questões de Múltipla Escolha

  1. Qual das palavras abaixo usa a vogal i de acordo com a regra dos sufixos -iano e -iense?
    a) Galeão
    b) Criar
    c) Camoniano
    d) Colmeia
    e) Aldeão

  2. Qual é a correta forma derivada de "galé"?
    a) Galeota
    b) Galeiro
    c) Galeia
    d) Galeano
    e) Galeinha

  3. Assinale a palavra que utiliza a vogal u de acordo com a regra de evitamento de u final átono em palavras de origem latina.
    a) Moto
    b) Motu
    c) Tribu
    d) Tribo
    e) Tábua

Gabarito

  1. c) Camoniano

  2. a) Galeota

  3. d) Tribo