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19/07/2024 • 16 min de leitura
Atualizado em 20/07/2025

Vogais Nasais

As vogais nasais são um aspecto essencial da fonética e ortografia da língua portuguesa. Elas ocorrem quando o som da vogal passa pelo nariz devido à posição do palato mole. Historicamente, o uso das vogais nasais foi padronizado para facilitar a leitura e a escrita.


1. O Que São Sons Nasais? A Essência da Nasalidade no Português

É crucial entender a definição física e acústica de um som nasal.

  • Definição Fundamental: Um som nasal é produzido quando o ar escapa simultaneamente pela boca e pelo nariz. Isso ocorre porque o palato mole (ou véu palatino), uma parte do aparelho fonador, é abaixado, permitindo que o ar também flua pela cavidade nasal.

  • Contraste com Sons Orais: Diferentemente dos sons nasais, os sons orais são produzidos com a passagem do ar exclusivamente pela boca, pois a úvula (extremidade do palato mole) veda a passagem para o nariz.

  • Percepção Física: Para sentir a diferença, experimente colocar a mão no nariz enquanto pronuncia uma vogal oral, como /a/, e depois uma vogal nasal, como /ã/. Você notará uma vibração no nariz ao produzir o som nasal, pois o ar está saindo por ali.

Em português, a nasalidade é um traço distintivo de alguns sons, o que significa que ela pode alterar o significado das palavras. Isso é diferente de línguas como o inglês ou o espanhol, onde as vogais podem ser "tecnicamente nasais" devido à assimilação com consoantes nasais adjacentes, mas essa nasalidade não é fonologicamente distintiva e poucos falantes a percebem. No português, porém, a distinção é crucial, como veremos nos exemplos a seguir.


2. As Vogais Nasais do Português: Reconhecendo e Produzindo

O português brasileiro possui cinco vogais nasais fonêmicas: [ɐ̃], [ẽ], [ĩ], [õ], [ũ]. Embora o alfabeto conte apenas com cinco vogais orais (a, e, i, o, u), o português, em suas variedades, tem 12 sons de vogais diferentes, sendo 5 deles nasais e 7 orais.

2.1. Como as Vogais Nasais São Representadas na Escrita (Ortografia)

A nasalidade das vogais em português pode ser indicada de diversas formas na ortografia, o que é uma fonte comum de dúvidas para os aprendizes.

  • Uso do Til (~): O Sinal Gráfico Mais Direto

    • O til é um sinal gráfico (e não um acento, é importante ressaltar) que aparece exclusivamente sobre as vogais 'a' e 'o' para indicar nasalidade.

    • Exemplos:

      • [ɐ̃]: fã, balão, maçã, irmã. Na palavra irmã, o 'ã' é uma vogal nasal, e o som sai do nariz.

      • [õ]: botões, põe.

    • Origem do Til: Historicamente, o til era uma abreviação para o 'm' ou 'n' final, o que reflete a conexão entre a grafia e a nasalidade.

  • As Consoantes 'M' e 'N' Indicando Nasalidade

    • As letras 'm' e 'n' após uma vogal na mesma sílaba frequentemente indicam que a vogal anterior é nasalizada.

    • Regras Ortográficas Chave para 'M' e 'N':

      • A letra 'm' é nasal antes das consoantes 'p' e 'b'.

        • Exemplos: campo (o 'a' em campo é nasal), pomba, samba, tempo.

      • A letra 'm' também é nasal quando está no final de uma palavra (e geralmente não é pronunciada como uma consoante separada, mas nasaliza a vogal precedente).

        • Exemplos: bom, pudim, viagem.

      • A letra 'n' é nasal antes de todas as outras consoantes.

        • Exemplos: canto (o 'a' em canto é nasal), fenda (o 'e' em fenda é nasal), montra (o 'o' em montra é nasal), cinta (o 'i' em cinta é nasal), banco, cansado, laranja.

      • A letra 'n' também pode ser nasal no final de uma palavra.

        • Exemplos: abdômen, glúten, hífen.

    • Importante: Quando 'm' ou 'n' estão no final de uma sílaba, eles geralmente não são pronunciados como consoantes distintas; a vogal que os precede é que se torna nasal. Por exemplo, em dançar, não há um som de 'n'; a pronúncia é /dɐ̃.ˈsaɾ/, onde a língua não toca o céu da boca como em um 'n' oral.

  • Casos Especiais (e Exceções Comuns)

    • A palavra "muito": É um exemplo de vogal nasal que não é representada graficamente por 'm', 'n' ou til, mas sua pronúncia é claramente nasal.

    • 'M' ou 'N' não nasalizando a vogal anterior: Há exceções importantes onde 'm' ou 'n' não causam nasalização da vogal que os precede. Isso ocorre geralmente quando o 'm' é seguido de uma consoante que não seja 'm', 'b' ou 'p', ou quando 'n' e 'm' estão no início de palavras sem uma vogal precedente imediata que precise ser nasalizada.

      • Exemplos: amnésia, mnemônica, onívoro. Palavras como Anorexia, Anoraque, Enologia, Amor (que começam com vogal + N/M sem outra letra antes) também não têm o som nasal típico como em Canção ou Monstro. Este é um ponto crucial para evitar a supergeneralização da regra e é frequentemente uma dúvida ou pegadinha em exames.

2.2. A Importância da Distinção: Vogais Orais vs. Nasais

A capacidade de distinguir e produzir vogais nasais e orais é fonologicamente importante em português porque essa diferença pode alterar o significado de uma palavra.

  • Pares Mínimos: São palavras que se distinguem pela troca de um único som e essa troca representa uma mudança de significado. Eles são a prova da existência de fonemas (sons distintivos) em uma língua.

    • Exemplo clássico: ri /'ʁi/ (do verbo rir) versus rim /'ʁĩ/ (órgão). A única diferença é a nasalidade da vogal, o que muda completamente o sentido.

    • Outro exemplo fundamental: canto [kãtU] (do verbo cantar) versus cato [katU] (do verbo catar). A presença da nasalidade no 'a' de canto é distintiva.

    • Lã / Lá: Para Mattoso Câmara, a distinção entre lã e lá não se dava pelo traço de nasalidade em si, mas pela estrutura silábica (sílaba travada em lã versus sílaba livre em lá). No entanto, para muitos, a oposição clara demonstra a função distintiva da nasalidade.


3. Ditongos Nasais: Uma Camada Extra de Complexidade

Além das vogais nasais simples, o português também apresenta ditongos nasais, que são encontros de uma vogal com uma semivogal na mesma sílaba, ambos nasalizados.

3.1. Quais São os Ditongos Nasais do Português?

Os principais ditongos nasais do português são: [ɐ̃j̃], [ɐ̃w̃], [õj̃], [ũj̃].

  • [ɐ̃j̃]: Formado por uma vogal 'a' nasal e uma semivogal 'i' nasal.

    • Exemplos: mãe, pães, jovem.

  • [ɐ̃w̃]: Formado por uma vogal 'a' nasal e uma semivogal 'u' nasal.

    • Exemplos: mão, foram, pão, sabão.

  • [õj̃]: Formado por uma vogal 'o' nasal e uma semivogal 'i' nasal.

    • Exemplos: põe, canções.

  • [ũj̃]: Formado por uma vogal 'u' nasal e uma semivogal 'i' nasal.

    • Exemplo: muito. Este é o único caso do [ũj̃] ditongo nasal explicitamente listado, e é notável por não ter uma representação gráfica óbvia de nasalidade (m, n, til).

3.2. A Origem Histórica dos Ditongos Nasais (para Aprofundamento)

Para entender a complexidade dos ditongos nasais, especialmente o comum -ão, é útil considerar sua origem diacrônica (ao longo da história da língua).

  • O ditongo nasal -ão (presente em palavras como mão, cão e coração) é proveniente de três diferentes terminações latinas: -anu, -ane e -one.

    • De -anu: Resultou da queda de um 'n' intervocálico latino, que nasalizou a vogal precedente. Inicialmente, formou um hiato (-ão) que depois se ditongou. Ex: manu > mão; cane > cão.

    • De -ane e -one: Resultaram das terminações -an e -on, respectivamente, após a queda de um 'e' átono final. Posteriormente, esses monotongos nasais convergiram para o ditongo -ão. Ex: cane > can > cão; coratione > coraçon > coração.

    • Uniformização: A uniformização dessas três terminações latinas em um único -ão provavelmente se consolidou por volta do século XV, embora indícios do processo já fossem visíveis no português arcaico do século XIII. No século XIII, as vogais da terminação -ão ainda pertenciam a sílabas diferentes, constituindo um hiato, e não um ditongo como no português atual.


4. Nasalidade e Nasalização: A Distinção Essencial para Fonologia e Concursos

Uma das discussões mais importantes e frequentemente cobradas em provas de linguística é a diferença entre nasalidade e nasalização no português. Essa distinção envolve os campos da Fonética e da Fonologia.

4.1. Fonética vs. Fonologia: Uma Breve Revisão

Para compreender a distinção, é crucial diferenciar Fonética de Fonologia.

  • Fonética: Dedica-se à observação precisa dos sons da fala produzidos pelo aparelho fonador humano, distinguindo-os com base em características mecânicas e anatômicas. Preocupa-se com a realização concreta dos sons.

  • Fonologia: Vai além da produção física, investigando como os sons interagem no sistema de uma língua. Ela se ocupa de quais sons são contrastantes (os fonemas, que distinguem significados) e quais são apenas variações (alofones) que não alteram o sentido e são usados indistintamente. A fonologia busca entender o papel funcional dos sons na comunicação.

4.2. Nasalidade (Puramente Fonética): A Alofonia

A nasalidade puramente fonética é o processo de nasalização de uma vogal que não tem função distintiva no sistema da língua.

  • Característica Principal: É uma assimilação à consoante nasal da sílaba seguinte. Ocorre por proximidade da vogal oral com uma consoante nasal, mas sem criar um novo fonema ou um par mínimo.

  • Função: É um caso de distribuição complementar ou alofonia. Isso significa que a variação na pronúncia (com ou sem nasalização fonética) não acarreta alteração do sentido da palavra.

  • Exemplos:

    • Palavras como "camelo" ([kãmelU] ou [kamelU]) ou "banana" ([bãnãna] ou [banãna]) ilustram a nasalidade fonética. A nasalização da primeira sílaba é uma variação que não muda o significado.

    • Em "mamãe", "cana", "aranha", a vogal (que é sempre oral) recebe uma leve nasalização devido ao contato com a consoante nasal da sílaba seguinte.

  • Perspectiva Gerativista: Para os gerativistas, a nasalidade fonética é produto do compartilhamento de um traço nasal entre segmentos vizinhos (assimilação), ou pelo espalhamento de um nó (traço) entre segmentos em modelos não lineares.

  • Mattoso Câmara Jr. sobre Nasalidade Fonética: O linguista Mattoso Câmara Jr. defendia que a nasalidade fonética é meramente mecânica e fonética, sem efeito para distinguir formas da língua. Para ele, uma vogal nasal pura só seria possível em línguas com contraste distintivo entre vogal nasal e vogal mais consoante nasal, como o francês. A vogal nasal aqui é vista como uma manifestação de superfície, não contrastiva.

  • A "Nasalidade Fraca": Este termo refere-se à nasalização de uma vogal oral que ocorre por conta do contato com uma consoante nasal na sílaba seguinte.

4.3. Nasalização (Fonológica): O Traço Distintivo

A nasalização fonológica é um processo que possui função distintiva na língua portuguesa, alterando o quadro vocálico e a identidade das palavras.

  • Característica Principal: É um processo que resulta do espraiamento do traço nasal para a vogal em foco, geralmente pela proximidade com uma consoante nasal na mesma sílaba (homossilábica).

  • Função: A nasalização fonológica cria pares mínimos, onde a presença ou ausência da nasalidade na vogal distingue palavras com significados diferentes. Isso significa que ela tem recurso significativo na língua.

  • Exemplos:

    • O contraste "canto" ([kãtU]) e "cato" ([katU]) é um exemplo clássico de nasalização fonológica, pois a nasalidade no 'a' de canto é distintiva, criando um par mínimo.

    • A nasalização da vogal que antecede uma consoante nasal na mesma sílaba tem caráter fonológico, em oposição à não nasalização (ex: lindo vs. lido).

  • A Visão de Mattoso Câmara Jr. e o Arquifonema /N/:

    • Mattoso Câmara Jr. propôs que as vogais nasais que têm função distintiva fossem interpretadas como uma sequência de vogal seguida por um arquifonema nasal /N/ na mesma sílaba.

    • O arquifonema /N/ é um segmento que conserva o traço nasal comum às consoantes nasais (/m, n, ɲ/) mas não apresenta um ponto de articulação específico. Ele recebe seu ponto de articulação da consoante obstruinte subsequente. Por exemplo, em /kaN.po/ (campo), o /N/ se assimila ao 'p' bilabial.

    • Essa consoante nasal em posição de coda (travamento silábico) promove a emissão da vogal com traço nasal.

    • Argumentos para o Arquifonema /N/: Além da sensação da vogal nasal sem consoante aparente ser "psicológica, não estrutural" para Câmara Jr., ele apresenta argumentos intrassistêmicos:

      • A não ocorrência da vibrante simples após vogal nasalizada.

      • A refração (resistência) à crase (fusão de vogais) entre vogal nasal e outra vogal seguinte.

      • A ideia de que o hiato entre vogal nasal e vogal oral não se firma, seja porque a vogal deixa de ser nasal ou porque a consoante nasal do travamento silábico passa a integrar a sílaba seguinte.

    • Ortografia e /N/: A representação ortográfica da nasalização ocorre por vogal seguida de 'm' ou 'n' na mesma sílaba, ou pelo til (~), e em alguns casos, sem representação escrita (como em muito). A notação fonológica mais aceita, embora sem consenso total, é o uso do arquifonema /N/.

  • Críticas e Contra-argumentos ao /N/ e Diacronia:

    • D’Angelis: Argumenta que o "murmúrio nasal" ou "fase consonantal" (o resíduo da consoante nasal) não é audível em todos os dialetos, e que o contraste vocálico para os ouvintes advém da nasalidade da vogal, não da consoante. Souza (1994) também constatou murmúrio nasal "coarticulado à vogal" sem transitar para uma consoante.

    • Oposição Diacrônica: Alguns questionam se o processo diacrônico (evolução histórica das palavras) é o único responsável pela diferenciação entre palavras como "lá" e "lã", argumentando que nem todos os casos de vogais nasais têm o mesmo caráter etimológico para sustentar a teoria do /aN/.

    • Pares Mínimos Desafiadores: O par mínimo "caminha" (verbo caminhar) e "caminha" (diminutivo de cama), apresentado por Eunice Pontes, desafiou a explicação de Mattoso Câmara Jr., pois o 'a' antes de 'm' na segunda palavra é nasal, mas não há um arquifonema claro que o justifique segundo a teoria.

      • Solução Gerativista: A teoria gerativista oferece uma forma de contornar esse problema, apelando para a aplicação cíclica de regras e informações morfológicas. Por exemplo, em caminha (diminutivo), o acento recai no primeiro 'a' da raiz, responsável pela nasalização. Já em caminha (verbo), o 'a' não seria acentuado e não se nasalizaria.

4.4. A "Nasalidade Forte": Consoante Nasal em Coda Silábica

O termo "nasalidade forte" é sinônimo da nasalização fonológica e se refere ao processo em que uma consoante nasal em posição de coda (travamento silábico, encerrando a sílaba) provoca a nasalização da vogal anterior. Para fins de representação fonológica, usa-se o arquifonema /N/ após a vogal oral.

  • Exemplos: campo (/kaNpu/ e não /kãpu/), janta [‘ʒãtɐ] (o 'a' é nasalizado antes do 'n' na mesma sílaba).


5. Pronúncia e Variações Regionais: Português do Brasil vs. Português Europeu

A pronúncia dos sons nasais e ditongos pode variar significativamente entre os dialetos do português, sendo as diferenças entre o Português do Brasil (PB) e o Português Europeu (PE) as mais notáveis.

  • Ditongo "em" (em palavras como também, alguém, cem)

    • Português Europeu: Tende a soar como "ãi". É uma pronúncia comum de Norte a Sul de Portugal, embora algumas pessoas mantenham uma pronúncia mais regional. Para falantes de Lisboa, a palavra "bem" rima com "mãe".

    • Português do Brasil: O costume é pronunciar como "eim". Alguns sotaques, como os do interior de São Paulo/Minas Gerais, podem ter esse som mais reforçado.

  • Ditongo "ei" (em palavras como leite, falei)

    • Português Europeu: Muitas palavras com "ei" tendem a soar como "ai" (com um /ɐj/ ou reduzido a /ɐ/). Exemplos incluem maneira (soando como manaira) e leite (soando como laite).

      • Esta pronúncia é comum na região de Lisboa e Margem Sul. No Norte, há uma tendência para abrir o /e/ para afastá-lo do /i/, enquanto mais ao sul, o /i/ pode ser omitido.

      • Exceção em Verbos no Passado (-ei): A regra de "e" antes de "i" soar como "a" fechado não se aplica a verbos terminados em -ar no passado (e.g., falei, pesquisei, saltei). Estes são pronunciados como fɐ.ˈɫɐj, pɛʃ.ki.ˈzɐj, saɫ.ˈtɐj.

    • Português do Brasil: Tanto leite quanto saltei são pronunciados com o som "ei".

  • Vogal 'e' antes de 'nh' e 'lh' (em palavras como coelho, senha)

    • Português Europeu: O 'e' fechado antes de 'nh' e 'lh' é frequentemente pronunciado como /ɐ/ (um som mais próximo de 'a'). Exemplos: tâinha (tenha), tâilha (telha).

    • Variações: Há sotaques em Portugal que mantêm a pronúncia do 'e' nessas palavras sem essa abertura.

  • Vogal 'e' antes de Sons Palatais ('ch', 'j', 'x')

    • Português Europeu: O 'e' fechado antes de 'ch', 'j' e 'x' é quase sempre pronunciado como /ɐj/. Exemplos: fecho, vejo, sexta.

Essas variações regionais demonstram que a pronúncia do português é rica e complexa, e o "encanto das línguas são estas pequenas idiossincrasias".


6. Exercícios e Dicas de Prática para Dominar os Sons Nasais

Dominar os sons nasais requer prática constante e atenção à sua própria produção e percepção auditiva.

  • Exercícios Práticos Sugeridos:

    • Ouça e Repita: Preste atenção aos exemplos de vogais e ditongos nasais fornecidos e tente repeti-los fielmente.

    • Teste da Vibração Nasal: Coloque a mão no nariz enquanto fala. Ao pronunciar palavras com sons nasais, você deve sentir o nariz vibrar um pouco, confirmando que o som está saindo tanto pelo nariz quanto pela boca.

    • Leitura em Voz Alta: Pratique a leitura de frases e textos que contenham muitos sons nasais. Um bom exercício é a frase: “Mãe, tem muito vento, o tempo tá ruim, então, põe o pão no fogão que eu vou ligar o som e descansar do mundo”.

    • Ditado: Peça para alguém ditar palavras com vogais e ditongos nasais para você escrever, ou utilize ferramentas online para isso. Verifique a grafia correta.

    • Canto e Poesia: A música "Ecos do ão" de Lenine é um exemplo de como a nasalidade pode ser explorada artisticamente na língua, e cantar pode ser uma forma divertida de praticar a pronúncia dos ditongos.

    • Foque nos Pares Mínimos: Pratique a distinção de pares como ri / rim, canto / cato, para internalizar a função distintiva da nasalidade.

  • Dicas de Estudo:

    • Atenção Redobrada para Falantes de Espanhol: Se você fala espanhol, que não possui vogais nasais, precisará de atenção extra na pronúncia.

    • Benefício para Falantes de Inglês/Francês: Se você fala inglês ou francês, que também possuem sons nasais, a nasalidade sozinha pode não ser um grande problema, mas os ditongos podem apresentar desafios.

    • Leitura e Escrita Constantes: A familiarização com a ortografia e a escuta ativa são cruciais. "Para ler e escrever é preciso praticar".

    • Não Desanime: É normal fazer algumas trocas no início; até mesmo adultos podem errar. A prática e a leitura atenta levarão à fluência.


Considerações Finais e Perspectivas para Estudos Avançados

Os sons nasais são uma característica marcante e distintiva do português, com implicações tanto fonéticas quanto fonológicas. Compreender que a nasalidade puramente fonética é uma alofonia (variação sem mudança de significado) e a nasalização fonológica é um processo distintivo (criando pares mínimos) é crucial para uma compreensão aprofundada da língua e para o sucesso em exames que avaliam a fonologia.

A discussão sobre a natureza da vogal nasal (se é um fonema puro ou uma sequência de vogal e arquifonema nasal) demonstra a complexidade e a riqueza dos estudos linguísticos. A pesquisa acústica, por exemplo, mostra que vogais como /aN/ e [ɐ̃] têm maior propensão a nasalizar do que /iN/, [ĩ], /uN/ e [ũ], e que formantes nasais e antiformantes tendem a aparecer desde o início da vogal. A duração das vogais nasais também pode ser maior antes de uma consoante oclusiva em comparação com suas correspondentes orais e nasalizadas. A diferença entre vogais nasais e nasalizadas muitas vezes reside mais na posição que ocupam no sistema da língua e nas relações estabelecidas do que em características acústico-articulatórias intrínsecas.

Recomenda-se que os estudos futuros na área utilizem, sem preconceito, a alternância entre as escolas teóricas estruturalistas e gerativistas, pois só assim se poderá idealizar um conhecimento total da sonoridade da língua portuguesa.

Questões de Múltipla Escolha

  1. Qual das palavras abaixo contém uma vogal nasal representada por "ã"?

    • a) Grã

    • b) Tom

    • c) Flautins

    • d) Clarim

  2. Em qual das frases abaixo o hífen é corretamente utilizado na ênclise?

    • a) Hei de

    • b) Amá-lo

    • c) Hás de

    • d) Hão de

  3. Qual das formas verbais abaixo está correta para o verbo "querer" seguido de pronome?

    • a) Quere-lo

    • b) Quere-o

    • c) Requer-o

    • d) Requer-lo

Gabarito

  1. a

  2. b

  3. b