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26/09/2025 • 15 min de leitura
Atualizado em 26/09/2025

O Ultrarromantismo no Brasil


O Ultrarromantismo no Brasil: 2ª Geração Romântica, Mal do Século

O Ultrarromantismo, também conhecido como Segunda Geração Romântica Brasileira, representa um dos períodos mais intensos e tematicamente sombrios da nossa literatura, sendo um tema de altíssima relevância para o ENEM e concursos públicos. Esta fase é caracterizada por um egocentrismo acentuado e um forte tom depressivo.

1. Definição, Nomenclatura e Contextualização

Para compreender o Ultrarromantismo, é fundamental dominar sua terminologia e seu encaixe histórico.

1.1. Nomenclaturas Chave

A Segunda Geração Romântica é conhecida por diversos nomes, todos relacionados às suas características centrais e influências:

  1. Ultrarromantismo: Termo que enfatiza a exacerbação e o excesso das características românticas tradicionais.

  2. Mal do Século (ou Mal du Siècle): Denominação que reflete a principal característica temática: a abordagem de temas obscuros, como a morte, amores impossíveis e a escuridão.

  3. Geração Byroniana: Nome dado pela forte influência do poeta inglês Lord Byron.

  4. Poesia Sentimental: Foco no lirismo pessoal e nos dramas da alma.

1.2. Contexto Histórico e Origens da Melancolia (Por que o sofrimento?)

O Romantismo, em geral, surge em um ambiente de ascensão da burguesia e de ideais liberais. Contudo, a Segunda Geração nasce da decepção:

  • Decepção Burguesa: No século XIX, a burguesia, embora rica e poderosa, começou a desiludir os jovens idealistas que lutaram pelos ideais de "igualdade, fraternidade e liberdade".

  • O Novo Público: A burguesia, que não era culta e não apreciava o "preciosismo vocabular" do Arcadismo, desejava uma literatura acessível, com temas variados, emoção e personagens nobres e virtuosos, servindo como veículo ideológico para a manutenção da classe no poder.

  • Reação Juvenil: Em protesto contra essa sociedade, os jovens (como Álvares de Azevedo e Bernardo Guimarães) recorriam a um estilo de vida desregrado, entregando-se ao ócio e ao excesso de bebida, o que resultava frequentemente em tuberculose.

1.3. As Grandes Influências Europeias (Goethe e Byron)

O movimento foi fortemente influenciado por autores europeus, especialmente:

  • Goethe: Através de sua obra Os Sofrimentos do Jovem Werther. O protagonista, Werther, que se suicida por amor e desilusão, inspirou a mentalidade do Mal do Século.

  • Lord Byron: Sua literatura macabra e seu estilo de vida rebelde inspiraram o Byronismo, sinônimo de vida desregrada e niilismo.


2. As Características Fundamentais

As características abaixo definem o estilo ultrarromântico e são essenciais para a análise de textos em provas de Literatura:

2.1. Egocentrismo e Subjetivismo

  • Enfoque no "Eu": Há um claro enfoque no sujeito em detrimento do mundo externo. A personalidade do autor está em destaque, apresentando uma visão particular da sociedade e da vida.

  • Fuga Social: Questões de ordem social e as tensões do "mundo lá fora" não são comumente abordadas. O artista buscava a fuga da sociedade que o rejeitava (evasão/escapismo).

2.2. Evasão e Fuga da Realidade (Escapismo)

A fuga manifesta-se de duas maneiras principais:

  1. Fuga Temporal (Passado/Morte): O Ultrarromantismo busca escapar da realidade opressiva através da idealização e, principalmente, pela obsessão com a morte.

  2. Fuga Comportamental (Byronismo): Através de uma vida boêmia, marcada pelo ócio, bebida e uma existência desregrada, culminando na morbidez.

2.3. O Culto à Morte e a Morbidez (O Mal do Século)

Essa é a marca mais forte da geração, especialmente em Álvares de Azevedo, que tinha uma obsessão pela temática da morte.

  • Temática Obscura: Aborda-se a morte, amores impossíveis e a escuridão.

  • Influência da Tuberculose (Dúvida Comum em Concursos): A doença, incurável na época, contaminou tanto a criatura (o eu-lírico) quanto o criador (o poeta). A tuberculose era vista como consequência da vida desregrada, mas também era associada a uma estética da palidez e da melancolia.

  • Niilismo e Desespero: O discurso ultrarromântico, em sua forma mais pura (o modo ultrarromântico), é eternamente inconciliador e aponta para o vazio e o nada, não oferecendo pacificação ou esperança.

2.4. Idealização do Amor e da Mulher

A mulher e o amor são temas centrais, mas geralmente marcados pela irrealização:

  • Mulher Inatingível: A mulher é descrita como uma amada perfeita e inatingível, quase uma figura etérea ou angelical (virgem).

  • Abismo da Realização: Há um "abismo" que impede a concretização do amor, que frequentemente se manifesta de forma platônica ou irrealizada. O amor é transformado em sofrimento e melancolia de abandono.


3. Autores Principais e Obras Chave

Embora a Segunda Geração conte com vários nomes (como Fagundes Varela, Aureliano Lessa e Junqueira Freire), Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu são os mais cobrados e representam os extremos da geração.

3.1. Álvares de Azevedo (1831-1852): O Mestre da Binômia

Álvares de Azevedo é o autor mais importante e o maior ícone do Mal do Século no Brasil. Sua vida curta (morreu aos 20 anos) e marcada pela tuberculose reforçou a imagem do poeta byroniano.

A) Lira dos Vinte Anos (Publicada em 1853)

Esta é sua obra mais famosa e frequentemente cobrada. É o exemplo máximo da complexidade ultrarromântica, pois sua estrutura revela a dupla personalidade ou binômia do autor.

  • Estrutura da Lira: O próprio autor sugere em seu prefácio a dualidade: "duas almas que moram nas cavernas de um cérebro".

    • Primeira Parte (Ariel): Predomina o sentimentalismo sublime, o amor platônico, a melancolia idealizada, a inspiração na natureza e a religiosidade comedida.

    • Segunda Parte (Caliban): Predomina a ironia, o humor macabro, a sarcasmo, a sensualidade, o ceticismo, e a paródia do próprio sentimentalismo exagerado da época. É aqui que o autor assume o tom de crítica à "poesia de arremedo que anda na moda".

Ponto Didático e de Concurso (A Binômia): O estudante deve reconhecer que a ironia de Álvares de Azevedo não é um mero desvio, mas sim uma consciência estética do esgotamento do Ultrarromantismo em meados do século XIX. Ele usa a ironia para criticar o sentimentalismo tão fashionable (na moda) praticado por epígonos (imitadores).

B) Noite na Taverna

Esta obra em prosa é essencial para entender a faceta macabra e fantástica do Ultrarromantismo alvaresiano.

  • Gênero: Embora a crítica debata a definição exata de fantástico, Noite na Taverna é notável pelas descrições, menções e vivências sobrenaturais que geram temor e dúvida nos leitores e personagens.

  • Temas Psicológicos: Observa-se a presença do "estranho freudiano" (o uncanny), com a presença de duplos, compulsão à repetição e foco no que é reprimido, ligando-se ao subjetivismo romântico.

3.2. Casimiro de Abreu (1837-1860): A Exceção Lírica

Embora cronologicamente pertencente à Segunda Geração, Casimiro de Abreu é a grande exceção e é frequentemente cobrado em contraposição a Álvares de Azevedo, devido ao seu tom ameno e temas leves.

  • Temas Centrais: Sua obra As Primaveras (1859) exalta temas como a infância, a vida familiar, a natureza brasileira e o lirismo amoroso juvenil e afetivo.

  • Poesia da Iniciação: Sua poesia reflete a melancolia de abandono, a timidez e o abalo das primeiras descobertas amorosas. Seu código erótico é marcado pela lascívia puerilis (lascívia juvenil).

  • Fuga ao Niilismo: Casimiro de Abreu evita o pessimismo radical, o niilismo e o macabro profundo, concentrando-se em um sentimentalismo que, embora melancólico, é de tom mais suave e menos desesperador.


4. Nuances e Complexidades

Esta seção aprofunda temas que desafiam a categorização simples e que, por isso, são frequentemente usados em questões discursivas ou de alta complexidade.

4.1. A Estética do Byronismo e a Nuance Macabra

A influência byroniana, que caracteriza a geração como byroniana, não era apenas um estilo literário, mas uma postura existencial de protesto.

  • O Estilo de Vida: Os jovens boêmios da época se entregavam ao ócio e à bebida como forma de protesto contra a sociedade burguesa e materialista.

  • O Episódio Macabro (Dúvida Comum em Provas): Um episódio notório, que reveja o lado mais sombrio do período, realça a fascinação pela morte: Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães e outros amigos teriam escolhido em um bordel a "rainha dos mortos" e encenado um casamento mórbido, levando a jovem num caixão para um cemitério, onde ela teria morrido, de verdade, debatendo-se dentro do caixão. Este evento, embora sua veracidade seja questionável, é garantido pelos críticos como revelador da principal nuance do Mal do Século.

4.2. O Ultrarromantismo como Modo Ficcional e Seu Esgotamento

O Ultrarromantismo, como um modo ficcional (o modo ultrarromântico), distingue-se do mero Romantismo sentimental pela sua inconciliação absoluta e pelo recurso constante ao nada e ao vazio.

  • Werther e René: As obras europeias que servem de modelo (como Werther de Goethe e René de Chateaubriand) são marcos deste modo, apresentando anti-heróis niilistas, apáticos e desiludidos com o vazio da existência.

  • O Esgotamento no Brasil: Álvares de Azevedo demonstra ter plena consciência do esgotamento desse modo importado, criticando-o em seus prefácios. O sentimentalismo, que se tornou fashionable, era visto como "poesia de arremedo" ou imitação pálida dos grandes autores.

4.3. Exceção em Prosa: Bernardo Guimarães e o Regionalismo

Embora associado à geração ultrarromântica (fazia parte do projeto As Três Liras com Álvares de Azevedo), Bernardo Guimarães é mais conhecido e importante por sua contribuição à Prosa Romântica Regionalista.

  • Regionalismo e Crítica Social: Guimarães ambientava suas tramas em Minas Gerais e Goiás. Ele utilizava a estrutura folhetinesca típica, valorizando o pitoresco e o regional, e fazia críticas sutis aos sistemas patriarcal e escravocrata.

  • A Escrava Isaura (Exceção Didática): A obra, muito popular e adaptada para novelas, é um exemplo de crítica equivocada ao abolicionismo, pois a protagonista, Isaura, era uma escrava branca, incitando pena e compaixão nela, em contraste com a antagonista, uma mucama negra. Sua obra, embora sentimentalista romântica, já permite identificar traços de uma literatura brasileira mais realista.

  • O Seminarista (Exceção Trágica): Crítica o sistema clerical imposto pela família. É uma história de amor com final trágico (o protagonista enlouquece ao saber da morte da amada), destoando do "final feliz" típico dos romances.


5. Dúvidas Comuns e Síntese Didática

5.1. O que é o Mal do Século em termos simples?

O Mal do Século é a melancolia existencial profunda e desmedida sentida pelos jovens românticos, inspirada na desilusão social e em modelos literários europeus (Goethe e Byron). É a sensação de que "tudo o que existia, não existe mais; tudo o que será, não o é ainda". No Brasil, traduziu-se em niilismo e morbidez, muitas vezes exacerbada pela realidade da tuberculose.

5.2. A Tuberculose era romantizada?

Sim, a tuberculose foi romanticamente associada à estética da palidez (consumptiva) e ao estilo de vida desregrado dos poetas byronianos. A doença, incurável na época, era vista como parte da sina de sofrimento e morte, infectando tanto o corpo do poeta quanto a sua obra.

5.3. Qual a diferença entre a 1ª, 2ª e 3ª Geração Romântica?

Geração

Nomenclatura

Foco Temático Principal

Palavra-Chave

1ª

Indianista ou Nacionalista

Busca pela identidade nacional, exaltação da natureza (ufanismo) e figura do índio como herói.

Nativismo, Ufanismo, Índio (Bom Selvagem)

2ª

Ultrarromantismo ou Mal do Século

Egocentrismo, subjetivismo, pessimismo, culto à morte e amores irrealizados.

Morbidez, Byronismo, Egocentrismo, Morte

3ª

Condoreira

Temas sociais, abolicionismo, liberdade, pendor oratório e político.

Social, Abolicionismo, Oratória

5.4. Como identificar um texto Ultrarromântico na prova?

Procure por:

  • Excessiva Subjetividade e Egocentrismo: O "eu" em foco total.

  • Obsessão pela Morte: Referências a túmulos, ciprestes, palidez, fim da vida, angústia fatal.

  • Idealização Frustrada: Amor descrito como sublime, mas impossível, separado por um "abismo".

  • Evasão: Tentativas de fuga da realidade para o sonho, a noite, ou a própria morte.

  • Pessimismo Extremo: Falta de esperança e ausência de soluções.

O Ultrarromantismo, em suma, não é apenas um período, mas a manifestação da crise do ideal romântico no Brasil, sendo Álvares de Azevedo o mestre em capturar e, ironicamente, transcender esse sentimento.

6. O "Modo Ultrarromântico" e o Esgotamento do Sentimento

O Ultrarromantismo não é apenas uma geração cronológica, mas um modo ficcional que se distingue pela sua negatividade absoluta e inconciliação, contrastando com a esperança e o sublime do Romantismo mais tradicional.

6.1. O Vazio e o Nada como Palavras-Chave (Aporia)

No modo ultrarromântico, o vazio e o nada são temas centrais, problemas insolúveis que geram aporias substanciais. Essa melancolia é sem causa, ou o tédio sem causa (conhecido como spleen ou ennui). Diferentemente do idealismo romântico, que busca a liberdade ou o absoluto, o modo ultrarromântico aponta apenas para o vazio.

  • Inconciliação Absoluta: O discurso melancólico disfórico do modo ultrarromântico é caracterizado pela inconciliação total com a realidade, onde o vazio brota do vazio, e a natureza não tem horror ao vácuo, ela é o próprio vácuo.

  • Sentimento da Vida Perdida: O anti-herói ultrarromântico está desiludido e apático, sentindo que passou "no vazio e no tédio a estação radiante da confiança e da esperança", encontrando "os pesares da velhice" mesmo sendo jovem.

6.2. O Suicídio como Tópico Inconciliador

O tópico do suicídio é recorrente nas obras ultrarromânticas e do Mal du Siècle (como em Werther e Obermann). É um tema de alto valor didático e cobrado em provas que pedem a análise do desespero juvenil.

  • A Morte Voluntária: O ato de "separar-se violentamente de si mesmo" é considerado algo contrário à natureza. Contudo, a morte voluntária era vista, na filosofia estoica, como uma forma de dignidade ou de repouso eterno.

  • Suicídio como Doença (Mal Inglês): No Século das Luzes (anterior ao Ultrarromantismo), o suicídio era frequentemente associado a uma doença física ou a um crime moral, e não a uma escolha racional.

  • O Desejo de Morrer em Álvares de Azevedo: A angústia presente no lirismo da Segunda Geração frequentemente desemboca no desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa. A morte é vista como uma passagem, um meio para buscar o sonho e a felicidade que não se conseguiram na vida material.

7. Álvares de Azevedo: O Mestre da Morbidez e da Ironia

7.1. A Estrutura Dual da Lira dos Vinte Anos (Ariel e Caliban)

A dualidade, ou binômia, em Álvares de Azevedo é um conceito crucial:

  • Ariel (Primeira Parte): Lirismo sentimental, idealização, e a melancolia sublime.

  • Caliban (Segunda Parte): A ironia, o humor macabro, a licenciosidade, o sarcasmo e a paródia do sentimentalismo exagerado da época.

  • Consciência Estética: Álvares de Azevedo demonstra ter plena consciência do esgotamento desse modo importado, criticando a "poesia de arremedo que anda na moda". Ele usa a paródia para ironizar o próprio sofrimento ultrarromântico.

7.2. O Gótico, o Fantástico e o Macabro em Noite na Taverna

A prosa de Álvares de Azevedo é o ponto alto do gótico e do fantástico no Ultrarromantismo brasileiro.

  • Cenário e Atmosfera: A obra valoriza a noite como cenário, onde os contornos da vida e dos personagens não estão bem definidos, facilitando a emersão do sonho, do delírio e do insólito.

  • Temas Tabus e Crueldade: Noite na Taverna é marcada por assassinatos, crueldade, amores que levam à morte, e a presença de experiências tabu como necrofilia, antropofagia, adultério, fratricídio e incesto.

  • O Fantástico e a Hesitação: Um evento fantástico é aquele em que a lógica do mundo real é alterada, gerando hesitação no leitor e no herói. O conto "Solfieri" exemplifica isso, com o narrador julgando ter coito com uma defunta antes de perceber que ela estava viva (catalepsia), gerando um "instante de dúvida e de horror".

  • Desfecho Macabro: A morte é o desfecho recorrente, servindo como fuga da realidade e solução para as questões que afligem os ultrarromânticos. O final da obra, em que Giorgia se suicida, demonstra o ideal romântico da "morte por amor", embora envolta em elementos de dúvida e estranheza.

8. Morbidez e Contexto Social: Tuberculose e o Mal do Século

8.1. A Tuberculose e a Estética do Sofrimento

A tuberculose (o "mal do século" doença) foi uma realidade devastadora no século XIX, atingindo proporções de epidemia.

  • Morte Prematura: Os poetas ultrarromânticos, concretizando o desejo de seus "eus-líricos" de escapar dos sofrimentos do amor não correspondido, morriam jovens, belos e tuberculosos.

  • Niilismo e Morte: A morte é vista como uma passagem, um meio para buscar o sonho e a felicidade que a vida material não oferecia. A doença e o estilo de vida boêmio reforçavam essa estética de sofrimento.

8.2. O Protesto Byroniano e a "Rainha dos Mortos"

A Segunda Geração adota o Byronismo como um modo de vida.

  • Estilo de Vida Desregrado: Os jovens recorriam ao ócio, à bebida em excesso e à vida desregrada como uma maneira exótica de protesto.

  • O Episódio Macabro: Um episódio que revela a principal nuance do Mal do Século é a história, garantida pelos críticos como verdadeira, na qual um grupo de amigos, incluindo Álvares de Azevedo e Bernardo Guimarães, escolheu em um bordel a "rainha dos mortos" e encenou um casamento, colocando a moça em um caixão. A moça, que se debatia dentro do caixão enquanto os jovens bêbados brindavam e declamavam poemas, acabou morrendo ao chegarem ao cemitério. Esse evento retrata a fascinação pela literatura macabra do inglês Byron e o niilismo da geração.

9. Casimiro de Abreu: O Lirismo da Languidez e Eros

Casimiro de Abreu, apesar de cronologicamente pertencer à 2ª Geração, é a exceção didática por seu lirismo mais suave e menos niilista. Sua poesia se concentra na languidez.

  • A Languidez e o Desejo: A languidez é definida como uma "fonte insaciável" que mina as resistências, instalando o cansaço amoroso e tocando os limites da morte (definida por Roland Barthes como "hemorragia" da energia pulsional).

  • Eros e Psiquê: A poesia de Casimiro se define pelo abismamento amoroso que torna o amante adolescente e narcísico. O amor que atrai o poeta é de feminilidade e inquietante androginia, que o faz "violentar o limite entre agressão e passividade".

  • O Paradoxal Desejo: O código erótico casimiriano é a "revelação do excessivo da beleza e do excessivo que há na privação/desejo de beleza". O desejo teme a plenitude, pois ela é a dissolução extrema que se identifica com a morte, uma "doçura de aniquilamento no outro".

  • Linguagem Poética: A linguagem da sedução em Casimiro é revestida de langor, feminino e terno, utilizando-se de imagens como favônios e brisas, em contraste com o macabro explícito de Álvares de Azevedo.