Este nível estabelece as bases históricas e conceituais do Movimento Pau-Brasil, essenciais para qualquer prova de múltipla escolha ou introdução ao tema.
O Movimento Pau-Brasil foi um projeto artístico-literário central, inserido na Primeira Fase do Modernismo Brasileiro (1922-1930).
Este projeto surgiu oficialmente em 1924 com a publicação do Manifesto da Poesia Pau-Brasil. Foi idealizado pelo escritor modernista Oswald de Andrade (1890-1954).
O nome do movimento faz uma alusão direta ao pau-brasil, a árvore que foi o primeiro produto de exportação do Brasil no início da colonização. Daí surge a ideia de criar uma arte brasileira que fosse, ela própria, um produto de exportação.
O Modernismo, do qual o Pau-Brasil faz parte, foi um movimento de ruptura que se opôs à tradição estética vigente.
O movimento Pau-Brasil surgiu nos últimos anos da República Velha, um período que, historicamente, se caracterizava pelo tradicionalismo. O modernismo, em geral, opôs-se tanto ao tradicionalismo quanto ao autoritarismo (que viria a se manifestar na Era Vargas, a partir de 1930).
Oswald de Andrade foi um dos líderes do Movimento Modernista, cuja atuação intelectual foi crucial para a cultura brasileira do início do século XX. Ele esteve envolvido na organização da Semana de Arte Moderna de 1922, evento que serviu para anunciar o processo de construção de uma nova mentalidade artística.
Uma inspiração fundamental para Oswald de Andrade na criação do movimento Pau-Brasil foi o autor francês Blaise Cendrars (1887-1961). Cendrars foi um escritor que exerceu um papel relevante no Modernismo brasileiro.
Oswald e Cendrars mantiveram contato de seus textos ainda inéditos, tendo havido influência recíproca. Cendrars, inclusive, sugeriu a Oswald a ideia das locomotivas cheias prontas para partir, alertando para o risco de um pequeno descuido levar à direção oposta ao destino (uma crítica implícita ao "gabinetismo" e uma defesa da "prática culta da vida").
Este nível aprofunda as diretrizes do movimento e as características do livro, temas cruciais para a análise literária e o entendimento do projeto ideológico.
O Manifesto da Poesia Pau-Brasil foi publicado em 18 de março de 1924, no jornal Correio da Manhã. Este documento expõe as ideias do movimento de forma apaixonada e defende a necessidade de se criar uma Poesia Pau-Brasil, de exportação, em oposição à "Poesia de importação".
Ideias centrais do Manifesto (Conteúdo de alta relevância para exames):
Valorização dos Fatos: A poesia existe nos fatos. Fatos estéticos são encontrados nos elementos da realidade cotidiana, como "os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino".
Exaltação da Cultura Brasileira (Bárbaro e Nosso): O manifesto enaltece a cultura e as riquezas do Brasil, incluindo a formação étnica rica, a riqueza vegetal, o minério, a cozinha (como o vatapá), o ouro e a dança. Para Oswald, o Carnaval no Rio é o "acontecimento religioso da raça".
Crítica ao Academicismo ("O Lado Doutor"): O manifesto ataca o gabinetismo, o naturalismo e o parnasianismo. O poeta parnasiano era ironizado como se fosse uma "máquina de fazer versos". O lado "doutor" e o eruditismo eram vistos como uma fatalidade que sufocava a "originalidade nativa".
Defesa da Língua Brasileira: Prioriza-se a linguagem popular e a oralidade. A língua deve ser sem arcaísmos, sem erudição, mas sim Natural e neológica. Oswald defendia a "contribuição milionária de todos os erros". Essa busca por uma língua independente, "como falamos, como somos," retoma discussões anteriores de 1923.
A Poesia Pau-Brasil propôs um conjunto de características estéticas inovadoras, influenciadas pelas vanguardas europeias, mas aplicadas à realidade nacional.
Característica | Descrição e Exame |
Nacionalismo Primitivista | O movimento tinha cunho nacionalista, valorizando a herança étnica e cultural brasileira. Buscava refletir sobre a primitividade nacional. O primitivismo era visto como uma herança cultural, uma "reação contra os museus da Europa". |
Poesia de Exportação | Objetivo de criar uma poesia com características brasileiras que pudessem ser exportadas, aproveitando o exotismo primitivo em voga na Europa. |
Liberdade Formal | A estética defendia a liberdade formal modernista, utilizando-se de verso livre e desobedecendo a métrica tradicional. |
Síntese e Concisão | A poesia deveria ser ágil, objetiva e sintética. Isso era alcançado através da escritura telegráfica, epigramática e do poema-minuto. |
Invenção e Surpresa | Busca da invenção e da surpresa, trabalhando "contra a cópia" e o detalhe naturalista. A poesia é a descoberta das "coisas que eu nunca vi". |
Visão Pura/Olhos Livres | Defesa da volta ao sentido puro, substituindo o "estado de graça" pelo "estado de inocência". Significava "Ver com olhos livres". |
O livro de estreia em poesia de Oswald de Andrade, Pau-Brasil, foi publicado em 1925 pela editora parisiense Au Sans Pareil. Ele colocou em prática as ideias do movimento de caráter nacionalista.
O livro é a obra mais representativa da Poesia Pau-Brasil. Ele foi iluminado/ilustrado por Tarsila do Amaral (que também projetou a capa).
O livro apresenta uma estética redutora, substantiva e contida. Sua estrutura é composta por nove séries de poemas ou "episódios"/"cantos", organizados em uma narrativa-de-vida que reconstrói a História do Brasil. Estruturalmente, é considerado circular, começando e terminando com etapas basilares de contato com a realidade brasileira.
Séries Notáveis (partes do livro):
"Por ocasião da descoberta do Brasil" (abertura).
"História do Brasil".
"Poemas da Colonização".
"Carnaval".
"Postes de Light".
Este nível detalha as técnicas artísticas e o legado do projeto, essenciais para dissertativas e questões de maior complexidade, focando no que é altamente cobrado: a função da paródia e da ironia.
A obra de Oswald de Andrade é notável pela sua radicalidade, usando a sátira e a paródia como instrumentos de crítica. O Manifesto Antropófago, posterior ao Pau-Brasil, radicalizou algumas propostas, mas ambos foram idealizados por Oswald e tinham cunho nacionalista. A paródia é um dos principais recursos de composição.
Oswald de Andrade utilizou técnicas de fragmentação, desmontagem e montagem, o que resultou em uma "sintaxe despedaçada".
O crítico Décio Pignatari chegou a definir a poesia oswaldiana como ready-made, pois ela se vale de:
Enumeração de objetos cotidianos.
Utilização de lugares-comuns e clichês linguísticos.
Linguagem publicitária (como no poema "reclame").
Colagem de textos de cronistas e documentos históricos.
Essa colagem permitiu a Oswald de Andrade elaborar séries móveis de poemas, rompendo com fronteiras espaço-temporais e desencantando os textos de sua aura. A poesia busca o hibridismo e a pluralidade.
O procedimento parodístico é acentuado no Modernismo, servindo para incorporar criticamente o passado e questionar o sistema. A paródia, em Oswald, não é apenas imitação burlesca, mas um "canto paralelo" que afirma-negando um texto de referência.
O forte elemento constitutivo da paródia em Oswald é a ironia.
Aparência de Piada/Blague: Críticos (como Tristão de Athayde) viam o projeto Pau-Brasil como uma "pilhéria engraçada" ou "tolice engraçada". Oswald, contudo, usava a piada/blague como instrumento crítico e artifício poético.
Desnudamento da Ideologia: Oswald se apropria de textos dos primeiros cronistas para reconstruir a história do país de forma estilizada e sem ufanismo. Ele usa a paródia para atomizar o discurso oficial e expor as ideologias implícitas.
A poética Pau-Brasil representa uma transformação radical na linguagem poética brasileira. O projeto buscava uma linguagem ágil, ilógica e cândida, "Como uma criança".
A ênfase é colocada na língua sem erudição, com a "contribuição milionária de todos os erros", ou seja, o coloquialismo e o modo como falamos.
Essa busca pela brasilidade e pelo coloquialismo foi um programa ao qual Mário de Andrade, inicialmente, aderiu entusiasticamente, afirmando estar "inteiramente Pau-Brasil". Mário justificava escrever uma "língua imbecil" para chamar a atenção para o "monstro mole e indeciso que é o Brasil".
Oswald de Andrade, em sua poesia, valoriza os modismos populares, a linguagem cotidiana, a nacionalização do vocabulário, o estrangeirismo e a desobediência à gramática. Essa posição buscava erradicar a "praga da literatice" que assolava a cultura nacional.
A poesia Pau-Brasil foi frequentemente criticada por seus contemporâneos por uma suposta falta de lirismo.
Críticas: Carlos Drummond de Andrade sugeriu que Oswald deveria "lhe infiltre lirismo, se comova mais". Mário de Andrade, apesar de admirar o trabalho formal, achava que Oswald desperdiçava o lirismo, incomodando-se mais com a forma. O despojamento da poética oswaldiana era considerado radical e novo para a época, e a crítica via "formalismo" e "gosto pelo efeito".
A Resposta de Oswald (O Lirismo da Descoberta): Oswald aborda essa questão diretamente no poema "3 de maio" (de Poesia Pau Brasil, 1925), definindo o lirismo em novos termos: "Aprendi com meu filho de dez anos / Que a poesia é a descoberta / Das coisas que eu nunca vi".
O Lirismo da Síntese: O lirismo de Oswald é de uma "sinceridade total e sintética" e se faz sinônimo de equilíbrio, síntese, invenção e surpresa. O lirismo intenso está presente na descrição da vida cotidiana, como na imagem da "sala de jantar domingueira", com "passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas".
Esta seção foca na análise textual de poemas frequentemente explorados em provas, demonstrando o uso da paródia e das novas estéticas.
A série de poemas "História do Brasil" (subtítulo geral "Pero Vaz Caminha") retoma a história da colonização através da paródia dos textos dos primeiros cronistas, como Pero Vaz de Caminha, Gândavo e Frei Vicente do Salvador.
Oswald, ao intitular o capítulo "Pero Vaz Caminha" (sem a preposição "de"), transforma o nome próprio em sujeito do verbo "caminhar", sugerindo a trajetória do discurso com intenções colonizadoras. A paródia descontrói o texto original e o reconstrói em um novo contexto modernista.
Poema | Análise e Paródia |
A descoberta | Versos curtos retirados do relato de Caminha sobre a chegada. A quebra da lógica linear do texto original e a sobreposição dos textos permitem uma inversão de significado, forçando uma leitura crítica da "verdade" oficial. |
Os selvagens | Retirado da descrição dos nativos que "quase tiveram medo" de uma galinha. O título irônico ("Os selvagens") questiona a pureza ingênua atribuída pelo olhar colonizador. |
Primeiro chá | Parodia o momento em que Diogo Dias dança e faz o "salto mortal" para os índios. Oswald ironicamente troca "salto mortal" por "salto real". Essa mudança sugere que a realeza (o conquistador) usou os folguedos como tática de sedução e "assalto da realeza" à presa (o indígena). |
As meninas da gare | Transcreve a descrição da nudez das índias ("vergonhas tão altas e tão saradinhas"). O título moderno ("da gare") confronta a descrição quinhentista com a realidade contemporânea, sugerindo a malícia subjacente e a exploração sexual feminina no olhar do colonizador, que transpassa séculos. |
Um dos poemas mais importantes para exames é o "canto de regresso à pátria", uma paródia direta da clássica "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias.
"Canção do Exílio" (Gonçalves Dias - Romantismo) | "canto de regresso à pátria" (Oswald de Andrade - Modernismo) | Paródia e Função Crítica |
"Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o Sabiá;" | "Minha terra tem palmares / Onde gorjeia o mar" | Oswald substitui "palmeiras" por "palmares" (sugerindo Quilombo de Palmares e luta) e o canto do sabiá pelo mar gorjeante, rompendo a musicalidade e inserindo o elemento da resistência histórica. |
"As aves, que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá." | "Os passarinhos daqui / Não cantam como os de lá" | A diferença no canto não é mais idílica; o poeta usa a linguagem mais coloquial ("passarinhos" e "cantam"). |
Foco na natureza idílica e genérica. | Foco no progresso, economia e realidade concreta. | O poema moderno termina com um desejo de ver "São Paulo," a "Rua 115" e o "progresso de São Paulo". O poeta quer "Ouro terra amor e rosas / Eu quero tudo de lá". Há uma mescla do ideal romântico ("amor e rosas") com o materialismo ("ouro terra"). |
A paródia oswaldiana é um movimento aproximativo de retorno à pátria, que mostra o país dinamicamente, com suas contradições.
"pronominais" (de Poesia Pau Brasil, 1925): Este poema é um dos melhores exemplos da defesa da língua falada contra a gramática normativa. Ele opõe a regra gramatical da colocação pronominal ("Dê-me um cigarro," dita pelo "professor e do aluno / E do mulato sabido") à fala coloquial popular ("Me dá um cigarro," dita pelo "bom negro e o bom branco / Da Nação Brasileira"). A próclise ("Me dá") é exaltada como a expressão verbal da Nação Brasileira.
"3 de maio" (de Poesia Pau Brasil, 1925): Fundamental para entender o conceito de "estado de inocência" e o lirismo modernista. A poesia é definida como a "descoberta / Das coisas que eu nunca vi", aprendida com a pureza e o olhar livre de uma criança de dez anos.
"Escapulário" (abertura de Pau Brasil): Uma paródia da oração religiosa ("Pai Nosso"). O poeta pede: "No Pão de Açúcar / De Cada Dia / Dai-nos Senhor / A Poesia / De Cada Dia". Ele substitui o "pão nosso" por "Pão de Açúcar" (o ícone geográfico/carnal) e por "Poesia" (o alimento espiritual/estético). Essa profanação/reconfiguração une o divino ao nacional e ao estético, fundando a nação sob a égide da poesia modernista.
Este nível final foca em tópicos que estabelecem conexões e mostram a evolução do pensamento de Oswald, temas valorizados em questões avançadas.
O Movimento Pau-Brasil foi uma colaboração artística:
Tarsila do Amaral: Foi uma das principais participantes do movimento. Ela projetou a capa e as ilustrações do livro Pau-Brasil (1925). Sua tela Morro da favela (1924) é considerada uma das principais obras do movimento.
Mário de Andrade: Foi outro nome principal do movimento. Seu livro de poemas Clã do jabuti (1927) é listado entre as obras do Pau-Brasil. No entanto, Mário e Oswald, embora fossem grandes mentores do Modernismo, tiveram divergências e Mário criticou o Pau-Brasil por sua suposta falta de lirismo e excesso de formalismo. Mário rompeu com Oswald em 1929.
O Pau-Brasil (1924) não foi o fim do projeto nacionalista de Oswald. O Movimento Antropofágico (1928), também criado por ele, é visto como uma evolução ou ampliação da poesia Pau-Brasil.
Movimento Pau-Brasil (1924) | Movimento Antropofágico (1928) |
Foca em valorizar elementos da cultura brasileira para fazer uma "poesia de exportação". | Amplia o nacionalismo, propondo que artistas "comam" a cultura estrangeira (assimilem o que há de bom) e transformem esse "empréstimo" em algo com identidade brasileira. |
Baseado no conceito do pau-brasil (produto nativo de exportação). | Baseado no conceito de "Tupi or not tupi that is the question", rejeitando a catequese cultural. |
Enquanto o Pau-Brasil buscava o primitivismo nativo (o "único achado de 22") e o resgate da nacionalidade sufocada pelo academicismo, a Antropofagia radicalizou essa ideia, defendendo a absorção crítica do inimigo sacro (a cultura estrangeira) para transformá-lo em totem.
Embora Oswald de Andrade tenha enfrentado críticas por sua irreverência e sido acusado de superficialidade (sua obra era por vezes vista como "piada" ou "balbuciamento infantil"), sua poética de fragmentação, síntese e linguagem neológica foi fundamental.
O livro Pau-Brasil e o Manifesto não só provocaram discussões sobre a consciência nacional, mas também atualizaram essa discussão com uma linguagem novíssima.
Influência Estilística: A poesia de Oswald é considerada precursora do movimento Concretista (década de 50) e influenciou a estética do Tropicalismo (década de 60). A crítica aponta que a estética redutora de Pau-Brasil influenciou os primeiros poemas de Carlos Drummond de Andrade e a poesia de João Cabral de Mello Neto.
Relação com o Pensamento Social Clássico: O projeto Pau-Brasil (Manifesto e livro) tem sido estudado em relação íntima com a prosa do pensamento social clássico brasileiro. Existe uma conexão estrutural entre a poética de Oswald e as obras que tentaram interpretar o Brasil, como Casa-grande & senzala (Gilberto Freyre, 1933) e Raízes do Brasil (Sérgio Buarque de Holanda, 1936). O projeto Pau-Brasil é visto como uma malha textual que aprofunda e alarga os horizontes desta interpretação do Brasil.
Por exemplo, a oposição que Oswald faz no poema "pronominais" entre a língua escrita/acadêmica e a língua falada ("Me dá um cigarro") encontra homologias na análise de Gilberto Freyre sobre a colocação pronominal como reflexo das relações sociais entre senhores e escravos, identificando no modo de utilização dos pronomes um reflexo de determinadas posições sociais.
A diferença mais importante reside no tratamento do nacionalismo e da linguagem. O Romantismo (como em Gonçalves Dias) apresentava um nacionalismo ufanista e idealizado (a terra natal era genérica e paradisíaca). O Pau-Brasil, por outro lado, propôs um nacionalismo crítico, buscando uma brasilidade autêntica, expondo as contradições e paradoxos do país, utilizando a paródia e a linguagem coloquial.
Não, o projeto não é um convite à regressão aos processos pré-civilizatórios. Embora valorizasse o primitivo e o "estado de inocência", Oswald buscava o avanço rumo ao futuro, aceitando a pluralidade dos elementos constitutivos da cultura brasileira. O objetivo era aliar o primitivismo (a floresta) com a modernidade (a escola, a geometria, a química).
Os principais nomes envolvidos foram Tarsila do Amaral (pintora, ilustradora do livro) e Mário de Andrade (poeta, autor de Clã do jabuti). Poetas como Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade apoiaram e foram influenciados pelas ideias, embora não fossem líderes diretos do movimento.
A paródia era a principal estratégia de Oswald para cumprir seu objetivo modernista: destruir as velhas formas artísticas e promover uma crítica social e histórica. Ao usar a paródia, Oswald conseguia se apropriar de textos consagrados (como a Carta de Caminha ou a Canção do Exílio), desvendando as ideologias implícitas (a "ótica do colonizador") e transformando-os em arte nova e brasileira.
O poema "pronominais" é o exemplo mais frequentemente citado e cobrado para ilustrar a defesa de Oswald pela língua falada ("Me dá um cigarro") contra a norma gramatical ("Dê-me um cigarro").